Economia - Um BREVE comEnTÁRio SoBRE Economia doméSTica¹

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Economia - UM BREVE COMENTÁRIO SOBRE
Economia doméstica¹
Tatiana Morais Oliveira²
Prof.-Tutor Externo: Diana Claudia Freire
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Ciências Contábeis (CTB 0083) – Prática do Módulo II
Maio/2012
RESUMO:
A Economia Doméstica, ao contrário do que muitos acreditam e julgam ser, não é apenas um conjunto de
conhecimentos de ordem prática, ou seja, aqueles que as donas de casa devem possuir para executarem, de
forma empírica, as tarefas domésticas. Desta forma, neste trabalho, com base em uma revisão bibliográfica,
será discutido o ramo da Economia definido como Economia Doméstica, destacando-se sua origem, evolução,
o campo de atuação do Economista Doméstico e suas perspectivas para o século XXI. O objetivo deste estudo
é revelar a necessidade de se produzir conhecimento profissional em Economia Doméstica para a escola,
família e sociedade, pois este é, sim, um tema muito importante para todos, e complexo para muitos. Logo,
para solucionar o grande desafio que é para a grande maioria das pessoas, torna-se necessário produzir
conhecimento científico especializado em Economia Doméstica, pois é esta que faz o mercado girar. Portanto,
quando as pessoas não têm noção do que seja Economia Doméstica, certamente seu orçamento familiar
sempre falhará, e, consequentemente, sempre estará gastando mais do que ganhando. Assim, o objetivo deste
estudo é, na realidade, chamar a atenção para os alunos de Contabilidade e Administração, e de outras áreas,
para a importância da Economia Doméstica, e mostrar como essa evoluiu no tempo e deixou de ser uma
profissão desvalorizada para se tornar uma ferramenta necessária em todos os ramos, pois que se preocupa
com a promoção da qualidade de vida para todos.
Palavras-chave: Economia Doméstica. Qualidade de Vida. Economista Doméstico. Conhecimento Científico
Profissional.
1 INTRODUÇÃO
O curso de Economia, nos últimos séculos, vem ganhando destaque e vem sendo motivo de preocupação
de vários países, cujo objetivo é o desenvolvimento financeiro dos mesmos.
Assim, o curso de Economia, que conforme será revelado neste estudo, foi considerado um curso
feminino, na atualidade tem sido o responsável pelo desenvolvimento financeiro de pequenas e grandes
empresas, países e até mesmo das residências familiares.
Segundo estudos realizados por Rossetti (2002), a palavra Economia vem do grego oikos, que quer dizer
casa, e da palavra também em grego nomos – costume ou lei. Logo, Economia significa regras ou lei da casa
ou lar, ou, ainda, empresa.
Na realidade, Economia é uma ciência que visa estudar a forma como as pessoas utilizam seus recursos,
1Artigo apresentado como pré-requisito para a obtenção no segundo período do curso de Ciências Contábeis, no Centro Universitário
Leonardo da Vinci – UNIASSELVII, sob a orientação da Prof.-Tutora Externa Diana Freire.
2 Acadêmica do curso de Ciências Contábeis, segundo período, do Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI. E-mail:
[email protected].
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sejam eles financeiros ou humanos.
Deste modo, uma das principais funções da ciência da Economia é explicar os sistemas econômicos e
as relações dos agentes econômicos, ao mesmo tempo em que propõe soluções para os problemas existentes.
A ciência da Economia nos tempos atuais está sendo aplicada em todos os campos que envolvem
decisões sociais, como, por exemplo, nos campos da indústria, da educação, da política, saúde, instituições
sociais, dentre outros.
Desta forma, neste trabalho, com base em uma revisão bibliográfica, será discutido o ramo da Economia
definido como Economia Doméstica, destacando-se sua origem, evolução, o campo de atuação do Economista
Doméstico e suas perspectivas para o século XXI.
A Economia Doméstica, assim como várias outras profissões, já foi sinônimo de profissão feminina,
pois até meados do século XX a educação qualificava as pessoas conforme o gênero, ou seja, homens e
mulheres não recebiam a mesma formação escolar.
Assim, segundo Saviani (2004, p. 10): “[...] A intenção da educação era preparar o homem para as tarefas
relacionadas à produção e a mulher para o serviço doméstico e o cuidado com o marido e os filhos. [...]”
Desta forma, a profissão que hoje é conhecida por Economia Doméstica surge, na realidade, para
atender aos anseios femininos por qualificação. E para defender tal pensamento é que Camargo (2000, p. 18)
afirma que “[...] cadeira de Economia Doméstica, que vem do grego Oikonomia, que quer dizer ‘aquela que
administra o lar’, com o intuito de atender aos anseios da mulher. [...]”
A Economia Doméstica, ao contrário do que muitos acreditam e julgam ser, não é apenas um conjunto
de conhecimentos de ordem prática, ou seja, aqueles que as donas de casa devem possuir para executarem, de
forma empírica, as tarefas domésticas.
Portanto, o objetivo deste estudo é revelar a necessidade de se produzir conhecimento profissional em
Economia Doméstica para a escola, família e sociedade, pois este é, sim, um tema muito importante para
todos, e complexo para muitos.
Assim, o objetivo deste estudo é, na realidade, chamar a atenção para os alunos de Contabilidade e
Administração, e também de outras áreas, para a importância da Economia Doméstica enquanto ciência
econômica.
2 DESENVOLVIMENTO
2.1 ECONOMIA – PARTE GERAL: Origem, Conceitos e Áreas de Atuação Profissional
O curso de Economia, nos últimos séculos, vem ganhando destaque e vem sendo motivo de preocupação
de vários países, cujo objetivo é o desenvolvimento financeiro dos mesmos.
Assim, o curso de Economia, que conforme será revelado neste estudo, foi considerado um curso
feminino, na atualidade tem sido o responsável pelo desenvolvimento financeiro de pequenas e grandes
empresas, países e, até mesmo, das residências familiares.
Segundo estudos realizados por Rossetti (2002), a palavra Economia vem das palavras gregas oikos
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(fortuna, propriedade, riqueza) e nomos (costume, regras, lei, administração).
Logo, Economia significa regras ou lei da casa ou lar, ou, ainda, empresa. Ou seja, para que uma casa,
empresa ou instituição precisa de regras de como serão utilizados os recursos financeiros e humanos que nela
estão inseridos. E por essas regras é que surge a Economia, pois ela buscará a melhor forma de se utilizar tais
recursos.
Segundo Malanos (1967, p. 34), a Economia “[...] é a ciência que examina as instituições relacionadas e
os fenômenos emanados dos processos sociais de produção, distribuição e, principalmente, a distribuição dos
bens escassos para a satisfação dos desejos. [...]”
Ou seja, Economia visa compreender a administração, ou forma de atividades relacionadas à riqueza,
produção e distribuição de bens e serviços necessários para o homem viver bem individualmente e coletivamente.
Segundo Cebotarev e Marques (1996), na antiguidade a economia era considerada a ciência da
administração das residências domésticas, em suas funções mais simples de produção e distribuição.
A economia nos dias atuais vem sendo estudada como uma ciência que está voltada para melhor
administrar, tanto seja uma residência doméstica quanto para gerenciar uma empresa pública ou privada.
Portanto, foi assim que a economia transformou-se em uma ferramenta importante para a administração
no século XVIII, pois nessa época, com o desenvolvimento dos Estados-Nações, como Portugal, França,
Espanha e Inglaterra, estes passaram a buscar novas terras e comercializar seus produtos internos com povos
estrangeiros.
Desta forma, a economia passou a ser vista como sendo uma importante ciência, pois visa administrar
os créditos e os débitos, sejam de uma casa, uma empresa e até mesmo a administração do dinheiro público.
Os economistas contemporâneos avaliam e definem a economia como sendo a ciência que estuda a
alocação dos recursos escassos, ou seja, a economia é uma ciência que estuda como as sociedades dispõem de
seus recursos existentes para atender às ilimitadas necessidades humanas.
Logo, os recursos sempre serão escassos, pois o ser humano nunca está satisfeito e sempre visa ganhar,
lucrar mais do que realmente necessita.
Segundo Nusdeo (2000), a teoria econômica divide-se em dois grandes ramos: a análise microeconômica
e a análise macroeconômica. Assim, iniciando pela análise microeconômica, esta trata em particular do
comportamento dos consumidores, ou seja, estudar o funcionamento geral do sistema econômico.
A análise macroeconômica, por sua vez, visa estudar a atividade econômica, ou seja, visa analisar e
definir quais as reais condições imprescindíveis para o crescimento e equilíbrio do sistema econômico.
Mankiw (1999), Pinho e Vasconcelos (2008) relatam que a ciência econômica é constituída por três
desdobramentos principais, a saber: teoria da economia descritiva, econômica e política econômica.
Segundo Rossetti (2002), a economia descritiva visa reconhecer o comportamento dos diversos
componentes do sistema econômico. Ou seja, reconhecer o comportamento dos consumidores, dos produtores,
das instituições públicas e/ou privadas.
Assim, a economia descritiva tem como objetivo fazer com que as pessoas aprendam a utilizar os
recursos escassos de forma que atendam a todas as necessidades individuais e, principalmente, as coletivas.
Samuelson e Nardhaus (2005) afirmam que as ações e reações desses distintos agentes (consumidores,
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produtores, instituições públicas e privadas) nem sempre são de fácil identificação e classificação.
Portanto, o objetivo da economia descritiva é, na realidade, analisar, identificar e classificar os diferentes
componentes do quadro econômico de uma empresa, órgão, etc.
Wessels (2001) descreve que a teoria econômica é o compartimento central da economia, pois cabe a
ela transformar os levantamentos sistemáticos fornecidos pela economia descritiva em generalizações lógicas,
inteligentes e úteis, e principalmente capazes de estabelecer relações que identifiquem os graus de dependência
de dado fenômeno em relação a outro, como, por exemplo, a lei da oferta e da procura.
E, por fim, a política econômica tem a finalidade de conduzir a atividade econômica, ou seja, criar as
normas, as regras responsáveis por indicar como pretenderão alcançar as metas, sejam de uma residência,
sejam de uma instituição pública ou privada.
A economia, conforme relata Wessels (2001), é uma ciência responsável por responder três questões
importantes quando o assunto é a escassez de recursos X satisfação ilimitada do ser humano.
As questões são: O que, como e para quem produzir? No quesito o que produzir, o especialista em
economia analisa o mercado e verifica qual produto tem maior saída.
Na questão como produzir, o economista deve estar atento se há recursos financeiros e humanos para
produzir o produto escolhido. E principalmente, na terceira questão, a análise recai quanto ao público, ou seja,
o produto a ser comercializado terá uma boa saída, e para quem este produto será produzido, crianças, jovens,
adultos, idosos, humanos ou animais domésticos, dentre outras situações.
O economista pode atuar em várias áreas, como, por exemplo, economia de empresas, orçamento
empresarial e doméstico, orientação financeira e de mercado, consultoria e assessoria, professor de Economia,
perícia, enfim, são muitos os campos de atuação para um especialista em Economia.
Finalmente, resumindo tudo o que foi apresentado até aqui, tem-se que a compreensão da economia
é de fundamental importância para que uma sociedade se desenvolva e cresça. Assim, do mesmo jeito que
é administrar uma casa familiar, é também gerenciar uma nação, um Estado ou uma região. A diferença é a
proporção do aglomerado que está sendo administrado.
2.2 ECONOMIA DOMÉSTICA – Origem, Conceitos, Áreas de Atuação Profissional
A Economia Doméstica, assim como várias outras profissões, já foi sinônimo de profissão feminina,
pois até meados do século XX a educação qualificava as pessoas conforme o gênero, ou seja, homens e
mulheres não recebiam a mesma formação escolar.
Barre (1963) relata que a Economia Doméstica surge no início do século XX, quando as famílias
mudaram para as cidades, com o advento da Revolução Industrial.
Essa mudança das famílias para as cidades fez com que se alterasse o modo de vida das sociedades e,
assim, os membros das famílias começam a trabalhar fora visando o sustento familiar.
Contudo, as mudanças sociais não ficaram somente na saída das famílias do campo para as cidades, pois,
devido ao fato das mulheres entrarem também no mercado de trabalho, os divórcios registram um aumento
significativo.
A preocupação da sociedade nessa época era o lar, e para a concepção da maioria, as famílias estavam
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deteriorando-se. Assim, para a sociedade, a família era provedora do cuidado, da formação da ética; logo, se
esta falisse, a sociedade também faliria.
Com essas mudanças, de acordo com Barre (1963), a responsabilidade de formar cidadãos éticos passa
a ser da escola. Assim, a partir de 1925, pessoas de vários campos educacionais participaram de conferências
nacionais e internacionais para discutir a criação de uma nova profissão, que chamaram Home Economics Economia Doméstica.
Malanos (1967) afirma que os participantes das conferências acreditavam que a Economia Doméstica,
enquanto curso, de fato teria um papel fundamental, pois seria uma profissão que auxiliaria as famílias a
desenvolverem a ética e tornar o ser humano livre e consciente da sua responsabilidade para a melhoria da
sociedade.
Segundo Oliveira (2006, p. 80):
[...] A “cadeira de Economia Doméstica” surgira no panorama de ensino como “trabalhos manuais”.
Colocada no currículo secundário pela Reforma Capanema, até então era vista como um Curso de
Economia Doméstica, fazendo parte do ensino técnico-profissional, que fora regulamentado pelo
Ministério de Agricultura, Indústria e Comércio em dezembro de 1909. A Superintendência da Educação
Profissional e Doméstica – criada pelo Decreto n. 1604, de 13 de agosto de 1934, subordinada à Secretaria
da Educação e Saúde Pública, com sede no Instituto Profissional Feminino da Capital de São Paulo –
possuía um número relativamente alto de matrículas de alunas distribuídas por várias seções, porém,
a de Economia Doméstica começou a funcionar somente em 1912, sendo logo esquecida. Reapareceu,
em 1930, graças à reforma geral dos cursos profissionalizantes em São Paulo. [...]
Foster (1981, p. 38) afirma que com o Código de 1933, a Economia Doméstica passa a ser valorizada,
pois torna-se um curso das escolas profissionais secundárias femininas com o intuito de formar futuras “[...]
donas de casa. [...]”.
Ou seja, o curso de Economia, até meados do século XX, conforme descreve o pensamento acima
de Foster (1981), visava formar mulheres em donas de casa perfeitas, pois ainda nessa época as mulheres
não recebiam preparação intelectual e técnica para o mercado de trabalho, e sim somente para os afazeres
domésticos.
Assim, segundo Saviani (2004, p. 10): “[...]. A intenção da educação era preparar o homem para as
tarefas relacionadas à produção e a mulher para o serviço doméstico e o cuidado com marido e os filhos. [...]”
A sociedade era bem clara quanto aos papéis representados pelos homens e pelas mulheres. E o papel da
educação era deixar isso ainda mais claro, por isso já os preparavam para a vida que viveriam como adultos
depois que casassem, as mulheres cuidando dos afazeres domésticos, criação dos filhos, e os homens do
sustento da casa.
Oliveira (2006, p. 80) afirma que: “O Plano Nacional de Educação de 1937, do Ministério da Educação
e Saúde, previa a existência de um ensino doméstico reservado para meninas entre 12 e 18 anos”. Assim, o
curso de Economia oferecido para as mulheres tinha como objetivo formá-las para cuidar da casa e da família.
Em 1942, com a promulgação da Lei Orgânica do Ensino Secundário, o ensino de Economia Doméstica,
de acordo com Oliveira (2006, p. 80), “[...] foi incluído [...] em todas as séries dos cursos ginasial, clássico
e científico [...]”, pois segundo Ribeiro (1996, p. 45), Economia Doméstica é uma Ciência e uma arte, cujo
domínio envolve o cuidado e a administração do lar e da família. Logo, na concepção da sociedade no final do
século XX, economia doméstica era:
[...]. Ciência porque supõe conhecimento de nutrição racional, higiene da família e da casa, noções de
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administração e finanças do lar. Utiliza-se de muitos princípios básicos da Economia Geral, tais como
a divisão do trabalho e do consumo coletivo. Como arte, inclui ideias artísticas, estéticas, como o gosto
no decorar e aparelhar a casa e também a apresentação cuidadosa das mais simples tarefas da vida
cotidiana. [...]
Desta forma, a profissão que hoje conhecemos por Economia Doméstica surge, na realidade, para atender
aos anseios femininos por qualificação e também com o intuito de torná-las boas donas de casa.
E para defender tal pensamento é que Camargo (2000, p. 18) afirma que “[...] cadeira de Economia
Doméstica, que vem do grego Oikonomia, que quer dizer ‘aquela que administra o lar’, com o intuito de
atender aos anseios da mulher. [...]”.
A grande preocupação com a família e em como fazer os bens materiais renderem, ou mesmo com a
educação dos seus membros para uma vida melhor, mais o melhoramento das comunidades e, consequentemente,
da evolução da sociedade, fazem parte dos objetivos da Economia Doméstica.
Segundo Rossetti (2002) e Oliveira (2006, p. 81), em nível universitário a Economia Doméstica:
“[...] visa a educar, orientar, pesquisar e entender conhecimentos aplicáveis a uma vida mais saudável,
mais conveniente e mais agradável, aumentando os potenciais de conhecimento humano, melhorando
as condições de vida no âmbito da família e da comunidade, em prol de uma sociedade mais evoluída
e mais feliz. [...]”
O fato da Economia Doméstica enquanto curso universitário visar o melhoramento da qualidade de vida
fez com que tal profissão valorizasse e muito, principalmente em países mais desenvolvidos economicamente,
como França, Portugal e Espanha.
A valorização deste curso, em especial nos países mais desenvolvidos economicamente, fez com
que a Economia Doméstica se alastrasse por todo o mundo e se tornasse conhecida na sua propagação do
aperfeiçoamento humano e na atualização da família, pois esta última, com certeza, já não é a mesma dos
séculos anteriores, quando o homem provia a casa e a mulher somente realizava as tarefas domésticas que os
homens desprezavam.
A Economia Doméstica, ao contrário do que muitos acreditam e julgam ser, não é apenas um conjunto
de conhecimentos de ordem prática, ou seja, aqueles que as donas de casa devem possuir para executarem, de
forma empírica, as tarefas domésticas.
De acordo com Martins (1981 apud OLIVEIRA, 2006, p. 81): “O Economista Doméstico não é um
profissional voltado só para as atividades domésticas da casa. É um profissional que tem funções no comércio,
na indústria, em escolas, creches e até no setor de habitação familiar. [...]”.
E embora o curso Superior em Economia Doméstica esteja voltado quase que inteiramente para atender
às necessidades humanas como alimentação, moradia, higiene, saúde, educação, lazer, consumo e vestuário, o
profissional em Economia Doméstica também é preparado para administrar e orientar as famílias/clientes que
lhes procuram, no sentido de lhes auxiliar a conseguirem melhores condições de vida.
Resumindo, o Economista Doméstico é o responsável por planejar, orientar, executar e supervisionar
programas que visem atender as necessidades humanas de organizar e administrar os seus bens materiais, bem
como planejar seus gastos e compras, e também auxiliar as grandes empresas, órgãos e famílias a administrar
suas atividades.
Logo, o profissional em Economia Doméstica pode e deve atuar em todos os ramos onde exista um
serviço preocupado com a qualidade de vida do ser humano.
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3 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este item da pesquisa tem a finalidade de apresentar alguns dados relevantes, como, por exemplo,
informar a quem se destina tal estudo, seja para profissionais, seja para acadêmicos da área e, talvez, fazer
recomendações para pesquisas futuras acerca do tema tratado. A análise das fontes de pesquisa, através de um
referencial bibliográfico e do resultado de um estudo de caso, proporciona um embasamento teórico muito
rico e esclarecedor, pois permite a construção de novos materiais de conhecimento.
Destarte, pode-se concluir que o objetivo da pesquisa foi alcançado, uma vez que este objetivo era
fornecer alguns conceitos de Economia e Economia Doméstica, pois, ao contrário do que muitos acreditam, o
Economista Doméstico não visa somente atender as necessidades do lar, pois pode auxiliar na administração
de pequenas e grandes empresas e órgãos, pois aprende a administrar e a estudar o mercado consumidor para
melhor atender às expectativas de seus clientes.
É nesse sentido que se espera que essa pesquisa venha a servir tanto de material de pesquisa como
também de estímulo para que outros venham futuramente explorar outros aspectos no sentido de estudar e
construir, por meio da pesquisa científica, parâmetros relevantes sobre a Economia Doméstica, assim como
fizeram países como França e Espanha, que aprenderam a valorizar a profissão de Economista Doméstico ao
compreenderem a importância de tal profissional para a promoção da qualidade de vida de seus cidadãos.
A sociedade somente avançou devido aos estudos feitos por economistas, pois eles são responsáveis
pela análise, identificação, classificação e utilização dos recursos produzidos pelo homem. Um país que não
sabe como utilizar seus recursos naturais, financeiros e humanos certamente dependerá muito mais dos países
desenvolvidos, logo estará sempre afundado em dívidas internas e externas (internacionais). Por outro lado,
países que utilizam a economia para fazer render seus recursos sempre estarão em vantagem, pois serão os que
comandarão o mercado financeiro nacional e internacional.
Portanto, o presente estudo, como pode ser observado, não pretende esgotar um assunto tão abrangente
quanto a Economia Doméstica, uma ciência quase tão antiga quanto a própria humanidade, mas sim servir
tanto de incentivo, como também de material de pesquisa para outros pesquisadores que têm por finalidade
compreender a responsabilidade e função do Economista Doméstico.
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