Funk e Axé - Prof. Dr. Ivo da Costa do Rosário

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SEMINÁRIO DIOCESANO NOSSA SENHORA IMACULADA CONCEIÇÃO
TÓPICOS DE LITERATURA E CULTURA
Prof. Ivo da Costa do Rosário
Funk e Axé
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Funk carioca
Funk Carioca
Informações gerais
Origens estilísticas
Electro
(Miami bass)
Freestyle
Rap
Contexto cultural
meados de 1980s , Rio de Janeiro, Brasil
Instrumentos típicos
Caixa de ritmos, Toca-discos, Sampler, Sintetizador, Vocal
Popularidade
Alta no Brasil em meados de 1990s , Moderado no Leste Europeu em meados de 2000s
Formas derivadas
Proibidão - Funk Melody
O funk carioca é um estilo musical oriundo do Brasil, mais precisamente do Rio de
Janeiro. Apesar do nome, é diferente do funk originário dos Estados Unidos. Isso ocorreu,
pois a partir dos anos 1970 eram realizados bailes black, soul, shaft ou funk, com o tempo,
os DJs foram buscando novos ritmos de música negra, mas o nome original permaneceu. O
funk carioca tem uma influência direta do Miami Bass e do Freestyle.
Anos 1980
A partir da década de 1980, os bailes funks do Rio começaram a ser influenciados por um
novo ritmo da Flórida, o Miami Bass, que trazia músicas mais erotizadas e batidas mais
rápidas. As primeiras gravações de funk carioca eram versões. A maior parte das rádios
dedicavam grande espaço em sua grade horária para os sucessos feitos no ritmo funk, um
dos mais famosos é a regravação de uma música de Raul Seixas: o "Rock das Aranhas" que
vira hit e se junta a ele outras músicas feitas com muito humor e gravações de cantores de
latin freestyle (que serviu de inspiração para o funk melody) como Stevie B, Corell DJ,
entre outros MC's. Dentre os raps (ou melôs, como também eram chamados) que marcaram
o período mais politizado no funk é o "Feira de Acari" que abordava o tema da famosa
Robauto, feira de peças de carro roubadas pelas cidade.
Ao longo da nacionalização do funk, os bailes - até então, realizados nos clubes dos bairros
do subúrbio da capital - expandiram-se a céu aberto, nas ruas, onde as equipes rivais se
enfrentavam disputando quem tinha a aparelhagem mais potente, o grupo mais fiel e o
melhor DJ. Neste meio surge DJ Marlboro, um dos vários protagonistas do movimento
funk.
Com o tempo, o funk ganhou grande apelo entre moradores de comunidades carentes, as
músicas tratavam o cotidiano dos frequentadores: abordavam a violência e a pobreza das
favelas.
Anos 1990
Com o aumento do número de raps/melôs gravadas em português, apesar de quase sempre
utilizar a batida do Miami Bass, o funk carioca começa a década de 1990 formando a sua
identidade própria. As letras refletem o dia-a-dia das comunidades, ou fazem exaltação a
elas (muitos desses raps surgiram de concursos de rap promovidos dentro das
comunidades). Em consequência, o ritmo fica cada vez mais popular e os bailes se
multiplicam. Ao mesmo tempo o funk começou a ser alvo de ataques e preconceito. Não só
por ter se popularizado entre as camadas mais carentes da sociedade, mas também porque
vários destes bailes funk eram os chamados bailes de corredor, onde as galeras de diversas
comunidades se dividiam em dois grupos, os lados A e B, e com alguma frequência
terminavam em brigas entre si (resultando em alguns casos em vítimas fatais) que,
acabavam repercutindo negativamente para o movimento funk.
Com isso havia uma constante ameaça de proibição dos bailes, o que acabou por causar
uma "conscientização" maior, através de raps que frequentemente pediam paz entre as
galeras, como a música "Som de preto". Em meio a isso surgiu uma nova vertente do funk
carioca, o funk melody, com músicas mais melódicas e com temas mais românticos,
seguindo mais fielmente a linha musical do freestyle americano, alcançando sucesso
nacional, destacando-se nesta primeira fase Latino, Copacabana Beat, MC Marcinho, entre
outros.
A partir de 1995 o rap, que até então eram executados apenas em algumas rádios, passaram
a ser tocados inclusive em algumas emissoras AM. O que parecia ser um modismo "desceu
os morros", chegando às áreas nobres do Rio. O programa da Furacão 2000 na CNT fazia
sucesso, trazendo os destaques do funk, deixando de ser exibido apenas no Rio de Janeiro,
ganhando uma edição nacional. Artistas como Claudinho e Buchecha, entre outros,
tornaram-se referência nessa fase áurea, além de equipes de som como Pipo's, Cashbox, e
outras. A Rádio Imprensa teve papel importante nesse processo, ao abrir espaço para os
programas destas e de várias outras equipes.
Alguns bordões e gritos de guerra criados nos bailes se tornavam-se hits como foi o caso de
"Uh, tererê" (um falso cognato do rap "Whoop! There it is!" do grupo americano Tag
Team) e "Ah, eu tô maluco".
Em 1997, Mestre Jorjão da bateria da Viradouro introduz a "paradinha funk" no desfile de
Carnaval.
Paralelo a isso, outra corrente do funk ganhava espaço junto às populações carentes: o
"proibidão". Normalmente com temas vinculados ao tráfico, os raps eram muitas vezes
exaltações a grupos criminosos locais e provocações a grupos rivais, os alemães (gíria
também usada para denominar as galeras inimigas). Normalmente as músicas eram
cantadas apenas em bailes realizados dentro das comunidades e divulgados em algumas
rádios comunitárias.
Ao final da década, além de todas as variantes acima, surgiram músicas com conotação
erótica. Essa temática, caracterizada por músicas de letras sensuais, por vezes vulgares, que
começou no final da década, ganhou força e teria seu principal momento ao longo dos anos
2000.
Anos 2000
O funk conseguiu mascarar seu ritmo, mostrando-se mais parecido com um rap americano e
integrou-se um pouco mais às classes cariocas. Seu ritmo hipnótico e sua batida repetitiva
denominada "pancadão" ou "tamborzão" (muitas vezes confundido com atabaques de
Candomblé, na realidade é inspirado em batidas do Miami Bass e do Rap) também
contribuíram para que mais pessoas se tornassem adeptas dessa música, fazendo com que o
estilo chegasse a movimentar cerca de R$ 10 milhões por mês no Estado do Rio, entre os
anos de 2007 e 2008. Algumas letras eróticas e de duplo sentido normalmente
desvalorizando o gênero feminino também revelam uma não originalidade em copiar de
outros estilos musicais populares no Brasil como o Axé music e o forró.
Em 2001, o grupo de pagode baiano É o Tchan!, cujas vendas começaram cair naquele ano,
grava um álbum dedicado ao gênero.
O funk ganhou espaço fora do Rio e ganhou conhecimento internacional quando foi eleito
umas das grandes sensações do verão europeu de 2005 e ser base para um sucesso da
cantora inglesa MIA, "Bucky Done Gun".Lotudo, Thiago (Outubro de 2005). "Rosinha,
Bronx e Trenchtown". Revista Trip: 138. Trip Editora e Propaganda SA. ISSN 1414-350X.
Um dos destaques desta fase, e que foi objeto até de um documentário europeu sobre o
tema é a cantora Tati Quebra-Barraco que se tornou uma figura das mulheres que
demonstram resistência à dominação masculina em suas letras, geralmente de nível
duvidoso, pondo a mulher no controle das situações e as alienando. E em julho de 2007 em
Angola surge o primeiro grupo de funk angolano "Os Besta-Fera" seu vocalista principal
Mc Lucas passou no Rio de Janeiro onde foi influenciado a cantar funk, agora ouvido em
Angola.
A respeito desse sucesso, Hermano Vianna, autor do pioneiro estudo "O Mundo Funk
Carioca" (1988) ISBN 8571100365, afirmou:
Todo esse mercado foi criado nas duas últimas décadas, sem ajuda da indústria
cultural estabelecida. (…) Não conheço outro exemplo tão claro de virada
mercadológica na cultura pop contemporânea. O funk agora tem números
claros, que mostram uma atividade econômica importante, que pode assim ser
levado a sério pelo poder público
—
'
Em 2008 o funk continuou a se espalhar por todo o Brasil, ainda sendo sinônimo de brigas
e drogas como antigamente. Hoje é bastante comum em cervejadas universitárias tocar
músicas de funk de todos os estilos, desde os chamados "proibidões" até os funks melody.
Críticas
Apesar do crescimento do funk no país, as músicas tendem a ser substituídas rapidamente
por outras. As músicas mais famosas fazem sucesso, são executadas à exaustão, porém
rapidamente perdem força e caem no esquecimento. Esse fenômeno é o resultado da
exploração do mercado da indústria fonográfica, à aceitação conquistada pelo estilo junto
aos jovens.
O estilo musical, embora apresente expansão mercadológica, continua sendo alvo de muita
resistência e preconceito, sendo bastante criticado por intelectuais e parte da população.
O funk carioca é geralmente criticado por ser pobre em criatividade, por muitas vezes
apresentar uma linguagem obscena e vulgar apelando para letras obscenas, com apologia ao
crime, drogas e tráfico, e à sexualidade exarcebada, para fazer sucesso.
Grande parte do criticismo vem também da associação do ritmo ao tráfico, pois bailes funk
são costumeiramente realizados por traficantes, para atrair consumidores de drogas aos
morros.
Outro problema relatado do funk é o volume no qual costuma ser executado: bailes funk
quase sempre não respeitam qualquer limite de decibéis, o que configura outra transgressão
à lei .
Atualidade
Em Setembro de 2009 a Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro aprovou projeto
definindo o funk como movimento cultural e musical de caráter popular.[12]
Axé (gênero musical)
O álbum O Canto da Cidade de Daniela Mercury é considerado o responsável por levar o
axé ao público brasileiro.
Ivete Sangalo é uma das cantoras de maior sucesso da música brasileira atualmente.
Claudia Leitte, ex-vocalista da banda Babado Novo, é uma das principais cantoras de axé
atualmente.
O Axé é um gênero musical surgido no estado da Bahia na década de 1980, durante as
manifestações populares do carnaval de Salvador,que mistura Frevo pernambucano, forró,
Maracatu, Reggae e Calipso, que é derivado do Reggae.
No entanto, o termo Axé Music é utilizado erroneamente para designar todos os ritmos de
raízes africanas ou o estilo de música de qualquer banda ou artista que provém da Bahia.
Sabe-se hoje, que nem toda música baiana é Axé, pois lá há o Olodum, um ritmo da África
do Sul, Samba de Roda e Pagode produzidos por algumas bandas, Calipso (gênero
muscial), proveniente do Pará e Samba-reggae, uma novidade.
A palavra "axé" é uma saudação religiosa usada no candomblé e na umbanda, que significa
energia positiva. Expressão corrente no circuito musical soteropolitano, ela foi anexada à
palavra da língua inglesa music pelo jornalista Hagamenon Brito para formar um termo que
designaria pejorativamente aquela música dançante com aspirações internacionais.
Com o impulso da mídia, o axé music rapidamente se espalhou pelo país todo (com a
realização de carnavais fora de época, as micaretas), e fortaleceu-se como indústria,
produzindo sucessos durante todo o ano.
Guitarras elétricas
As origens do axé estão na década de 1950, quando Dodô e Osmar começam a tocar o frevo
pernambucano em rudimentares guitarras elétricas (batizadas de guitarras baianas) em cima
de uma Fobica (um Ford 1929)[1]. Nascia o trio elétrico, atração do carnaval baiano que
Caetano Veloso chamou a atenção em 1968 na canção "Atrás do Trio Elétrico". Mais tarde,
Moraes Moreira, dos Novos Baianos, teria a ideia de subir num trio (que era apenas
instrumental) para cantar – foi o marco zero da axé music. Paralelamente ao movimento
dos trios, aconteceu o da proliferação dos blocos-afro: Filhos de Gandhi (do qual Gilberto
Gil faz parte), Badauê, Ilê Aiyê, Muzenza, Araketu e Olodum. Eles tocavam ritmos
africanos como o ijexá, brasileiros como o maracatu e o samba (os instrumentos eram os
das escolas de samba do Rio) e caribenhos como o merengue.
Com a cadência e as letras das canções de Bob Marley nos ouvidos, o Olodum criou um
ritmo próprio que misturava Axé, Música Latina, Reggae e também Música Africana, estilo
com forte caráter de afirmação da negritude, que fez sucesso em Salvador dos anos de 1980
com artistas como Lazzo, Tonho Matéria, Gerônimo e a Banda Reflexus – as canções
chegavam ao Sudeste em discos na bagagem dos que lá passavam férias. Logo, Luiz Caldas
(do trio Tapajós) e Paulinho Camafeu tiveram a ideia de juntar o frevo elétrico dos trios e o
ijexá. Surgiu assim o "Deboche", que rendeu em 1986 o primeiro sucesso nacional daquela
cena musical de Salvador: "Fricote", gravado por Caldas. A modernidade das guitarras se
encontrava com a tradição dos tambores em mistura de alta octanagem.
Uma nova geração de estrelas aparecia para o Brasil: Lazzo, Banda Reflexus (do sucesso
Madagascar Olodum), Sarajane, Cid Guerreiro (do Ilariê, gravado por Xuxa), Chiclete com
Banana (que vinha de uma tradição de bandas de baile, blocos-afro e trios elétricos), Banda
Cheiro de Amor (com Márcia Freire e Margareth Menezes, a primeira a engatilhar carreira
internacional, com a bênção do líder da banda americana de rock Talking Heads, David
Byrne). Pouco tempo depois, o Olodum estaria sendo convidado pelo cantor e compositor
americano Paul Simon para gravar participação no disco The Rhythm of The Saints.
Guinada para o frevo e pop rock
Aquela nova música baiana avançaria mais ainda na direção do pop em 1992, quando o
Araketu resolveu injetar eletrônica nos tambores, e o resultado foi o disco Araketu, gravado
pelo selo inglês independente Seven Gates, e lançado apenas na Europa. No mesmo ano,
Daniela Mercury lançaria O Canto da Cidade, e o Brasil se renderia de vez ao axé. Aberta a
porta, vieram Asa de Águia, Banda Eva (que nasceu do Bloco Eva e revelou Ivete Sangalo),
Banda Mel (que depois assinaria como Bamdamel), Banda Cheiro de Amor, Ricardo
Chaves e tantos outros nomes. A explosão comercial do axé passou longe da unanimidade.
Dorival Caymmi reprovou suas qualidades artísticas, Caetano Veloso as endossou. Das
tentativas de incorporar o repertório das bandas de pop rock, nasceu a marcha-frevo, que
transformou sucessos como Eva (Rádio Táxi) e Me Chama (Lobão) em mais combustível
para a folia.
Enquanto o axé se fortalecia comercialmente, alguns nomes buscavam alternativas criativas
para a música baiana. O mais significativo deles foi a Timbalada, grupo de percussionistas
e vocalistas liderado por Carlinhos Brown (cuja música "Meia Lua Inteira" tinha estourado
na voz de Caetano), que veio com a proposta de resgatar o som dos timbaus, que há muito
tempo estavam restritos à percussão dos terreiros de Candomblé. Paralelamente à
Timbalada, Brown lançou dois discos solos – Alfagamabetizado (1996) e Omelete Man
(1998), que com sua autoral incorporação de várias tendências do pop e da MPB à música
baiana, obteve grande reconhecimento no exterior. Além disso, ele desenvolveu um
trabalho social e cultural de alta relevância entre a população da comunidade carente do
Candeal, com a criação do espaço cultural Candyall Guetho Square, o grupo de percussão
Lactomia (para formar uma nova geração de instrumentistas) e a escola de música
Paracatum.
Enquanto isso, os nomes de sucesso da música baiana multiplicavam-se: aos então
conhecidos Banda Eva, Bamdamel, Araketu (que em 1994 vendeu 200 mil cópias do disco
Araketu Bom Demais), Chiclete com Banana e Cheiro de Amor, juntaram-se o ex-Beijo
Netinho e os grupos Jammil e Uma Noites, Pimenta N´Ativa e Bragadá.
Declínio e surgimento do samba reggae
Depois da década de 1990 a intitulada Axé Music perdeu forças. Desta forma, os gêneros
musicais brasileiros, até mesmo o pagode, saíram do sucesso máximo nas rádios, bares,
restaurantes e clubes.
Os ritmos que compõem o movimento mercadológico da Axé Music continuam a existir,
mas os lançamentos dos mais famosos artistas de Axé estão com poucas vendagens de
discos e gravagens repetitivas. Paralelamente, surgiu uma nova manifestação musical no
estado da Bahia que trouxe o samba de volta à música baiana, mas agora não na forma de
samba-de-roda, mas uma mistura entre o samba, às vezes pagode, aliada à melodia reggae
das músicas latinas e a presença do carácter de negritude com os atabaques na música. O
samba-reggae, como é chamado por artistas famosos, apesar de ter origem na Bahia, não é
considerado Axé e sim um estilo da Música Popular Brasileira independente e inovador.
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