Problema de Routh-Hurwitz. Dimitar Kolev Dimitrov Depto de Ciências de Computação e Estatı́stica, IBILCE, UNESP, 15054-000, São José do Rio Preto, SP E-mail: [email protected] Fábio Rodrigues Lucas Instituto de Matemática, Estatı́stica e Computação Cientı́fica IMECC, UNICAMP, 13083-859, Campinas, SP E-mail: [email protected]. Resumo: Na investigação da estabilidade de sistemas mecânicos e outros problemas de mecânica é de muita importáncia encontrar condições para que uma equação algébrica com coeficientes reais possua somente raı́zes com a parte real negativa. Em 1877 E.J. Routh forneceu uma solução algorı́tima para este problema, a qual não permaneceu amplamente conhecida. Em 1895 A. Hurwitz obteve condições sobre a qual um polinômio tem somente zeros com partes reais negativas atravéz de determinantes. Neste trabalho vamos apresentar algumas versões do Teorema de Routh-Hurwitz. somente coeficientes positivos. Teorema1:(Hermite-Biehler) Seja f (z) = U (z) + iV (z), um polinômio de grau n e coeficientes complexos, U (z) e V (z) polinômios de coeficientes reais. Os zeros de f (z) estão em um dos semiplanos em relação ao eixo real se, e somente se, os zeros de U (z) e de V (z) são reais e entrelaçam. Demonstração. Sejam α1 , α2 , . . . , αn zeros de f (z), suponhamos que esses zeros estejam acima do eixo Introdução: Um polinômio em que todos real. Pelo Teorema Fundamental da Álgebra os seus zeros estão localizandos no semi-plano f (z) = a0 (z − α1 )(z − α2 ) . . . (z − αn ). esquerdo com relação ao eixo imaginário, é Chamamos chamado polinômio de Hurwitz. a0 = r(cos γ + i sin γ) Seja z − αk = ρk (cos θk + i sin θk ), k = 1, 2, . . . , n 2 3 n f (x) = an +an−1 x+an−2 x +an−3 x +. . .+a0 x , f (z) = R(cos Φ + i sin Φ) (1) onde a0 > 0, o polinômio com coeficientes com- Quando z percorre a reta real de −∞ a +∞ o argumento θk , k = 1, . . . , n, varia de 0 a π. plexos. Para cada valor de z o argumento de f (z) é Lema1: Se a função (1) possui todas suas Φ = γ + θ1 + · + θn , logo Φ cresce estritamente e raı́zes do lado esquerdo do eixo imaginário, continuamente de γ a γ +nπ quando z percorre então todos seus coeficientes são positivos. a reta real. Se a0 é real, ou seja γ = 0 então Demonstração: Seja −αµ , 1 ≤ µ ≤ s, as ∂(U ) = n e ∂(V ) < n. E se <(a0 ) = 0, i.e., γ = raı́zes reais da função (1), e seja (2c + 1)π/2, com c inteiro, então ∂(V ) = n e −βν ± iγν , 1 ≤ ν ≤ r, suas raı́zes imaginárias. ∂(U ) < n. Demais casos de a0 ∂(U ) = ∂(V ) = O lado direito de (1) é o produto de a0 com n. x + αµ , 1 ≤ µ ≤ s e x2 + 2βν x + βν2 + γν2 com Observe que, U (z) = R cos Φ e V (z) = 1 ≤ ν ≤ r. R sin Φ, com R 6= 0, pois 0 não pode ser Como todos esses termos tem coeficientes raiz de f (z). Quando z percorre a reta real positivos e a0 > 0, obtemos um polinômio com Φ ∈ (γ, γ + nπ) e então sin Φ zera n vezes se — 44 — γ 6= 0 e n − 1 vezes se γ = 0 e cos Φ zera n vezes se γ 6= (2c + 1)π/2 e n − 1 vezes se γ = (2c + 1)π/2. Portanto todos os zeros de U (z) e V (z) são reais e entrelaçados. Para provarmos a recı́proca chamaremos os zeros de V (x) de ω1 , ω2 , . . . , ωn , e assim V (x) = a(x − ω1 )(x − ω2 ) · · · (x − ωn ), com a real. Suponhamos que U (x) tenha um zero a mais do que V (x) e usando a fórmula de interpolação de Lagrange temos que n X U (ωk )V (x) V k )(x − ωk ) k=1 U (x) = 0 (ω (2) Se f (ξ + iη) = 0, claramente V (ξ + iη) 6= 0 pois os zeros de U (z) e V (z) se entrelaçam e daı́ 0= U (ξ + iη) + i. V (ξ + iη) (3) Das equações 2 e 3 temos que 0 = n X U (ωk ) +i 0 (ω )(ξ + iη − ω ) V k k k=1 0 = i+ n X U (ωk )(ξ − ωk − ηi) V k )((η − ωk )2 + η 2 ) k=1 0 (ω Olhando para a parte imaginária da equação acima temos que 0 = 1−η n X k=1 V 0 (ω U (ωk ) (4) 2 2 k )((η − ωk ) + η ) Por outro lado sabemos que, pelo fato dos zeros se entrelaçarem U (ωk ).U (ωk+1 ) < 0 V 0 (ωk ).V 0 (ωk+1 ) < 0, k = 1, . . . , n − 1. semi-plano esquerdo com relação ao eixo imaginário se, e somente se, os zeros de h1 (z) e de h2 (z) são reais negativos e entrelaçam. Demonstração Se os zeros de g(z) estão à esquerda do eixo imaginário então os zeros de p(z) = g(iz) estão abaixo do eixo real. Como g(iz) = h1 (−z 2 ) + izh2 (−z 2 ) então sabemos que os zeros de h1 (−z 2 ) e zh2 (−z 2 ) são reais e entrelaçam. Conseqüentemente, os zeros de h1 (z) e h2 (z) são reais negativos e continuam entrelaçados. Reciprocamente, se os zeros de h1 (z) e h2 (z) são reais negativos e entrelaçam, os zeros de h1 (−z 2 ) e zh2 (−z 2 ) se entrelaçam e daı́ os zeros de g(iz) estão em um dos semi-planos com relação ao eixo real e portanto os zeros de g(z) estão em um dos semi-planos com relação ao eixo imaginário. Como os zeros de h1 (z) e h2 (z) são reais negativos, então pela regra de Descartes temos que seus coeficientes são positivos e daı́ os coeficientes de h1 (z) + zh2 (z) = g(z) também são positivos. Supondo que os zeros de g(z) estejam no semi-plano direito então g(−z) têm todos seus zeros no semi-plano esquerdo mas seus coeficientes têm sinais alternados, o que contradiz o lema anterior. Portanto os zeros de g(z) estão no semi-plano esquerdo em relação ao eixo imaginário. Problema de Routh Hurwitz. Agora vamos apresentar algumas formas do clássico Teorema de Hurwitz sobre estabilidade de polinômios. (Teorema de Hurwitz) Uma necessária e suficiente condicão para que f (x) = a0 + a1 x + . . . + an xn , a0 > 0, com coeficientes reais, possua todas suas raı́zes com partes reais negativas, é que os determinantes k) Logo, VU0(ω (ωk ) têm o mesmo sinal para todo k, k = 1, . . . , n. Por 4 η terá o mesmo sinal, ou a1 a0 0 0 0 seja, todos os zeros de f (z) estão no mesmo a a a a 0 3 2 1 0 semi-plano com relação ao eixo real. a5 a4 a3 a2 a1 ∆nλ = Caso U (z) não tenha menos zeros do que ... ... a0 . . . V (z) basta tomarmos mais um ou dois pontos a2λ−1 a2λ−2 . . . . . . . . . ω e ω para interpolação que satisfaçam ... ... a0 ... ... ... ... ... ... aλ λ = 1, 2, . . . , n U (ω) U (ω) U (ωk ) = 0 = 0 , 0 V (ω) V (ω) V (ωk ) sejam positivos, onde, λ > n tomamos aλ = 0. Antes de ser demonstrado o Teorema acima, o que é sempre possı́vel próximo de ωn . vamos considerar alguns resultados prelimLema 2 Um polinômio de coeficientes reais inares que serão utilizados na demonstração do g(z) = h1 (z 2 )+zh2 (z 2 ) possui todos os zeros no Teorema. — 45 — , Analogamente, quando Seja f (x) = a0 +a1 x+a2 x2 +a3 x3 +. . .+an xn , an 6= 0 u = Re(x) > 0, temos 4uµk < 0 que implica em 0 ≤| f ∗ (x) |<| f (x) | o polinômio com coeficientes complexos, e seja f ∗ (x) o polinômio ∗ 2 n e, finalmente, para n f (x) = f (−x) = a0 −a1 x+a2 x −. . .+(−1) an x , u = Re(x) = 0 obviamente 4uµk = 0 e daı́ obtido de f (x) por substituir −x no lugar de x e trocar seus coeficientes pelos seus conjugados. Se α1 , α2 , . . . , αn são os zeros de f (x), então 0 ≤| f ∗ (x) |=| f (x) | . Proposição Sejam α e β números complexos arbitrários tais que | α |>| β | . Uma condicão f (x) = an (x − α1 )(x − α2 ) . . . (x − αn ) necessária e suficiente para que o polinômio f (x) seja de Hurwitz é que e, portanto g(x) = αf (x) − βf ∗ (x) seja também um polinômio de Hurwitz. f ∗ (x) = an (−1)n (x + α1 )(x + α2 ) . . . (x + αn ). Demonstração: Se f (x) tem somente zeros com parte real Seja f (x) um polinômio de Hurwitz, ou seja negativa ,então, para todo x, tal que <(x) ≥ 0, as partes reais µk de seus zeros αk = µk + temos pelo resultado anterior, que | f (x) |≥| iνk , 1 ≤ k ≤ n são negativos. f ∗ (x) |. Seja <(x) a parte real do número complexo Como, por hipótese, | α |>| β |, então x.Então, | αf (x) |≥| βf ∗ (x) | . Esta ultima desigualdade, juntamente com a desigualdade do triangulo, mostra que g(x) 6= 0 para <(x) ≥ 0. 0 ≤| f (x) |<| f ∗ (x) |, Re(x) < 0, Por outro lado, suponha que g(x) tenha somente zeros com partes reais negativas. Como 0 ≤| f ∗ (x) |<| f (x) |, Re(x) > 0, g(x) = αf (x) − βf ∗ (x), temos que g ∗ (x) = ∗ αf ∗ (x) − βf (x). Multiplicando g(x) por α, 0 <| f (x) |<| f (x) |, Re(x) = 0. g ∗ (x) por β e somando essas duas equacões, Demonstracão: obtemos Como f (x) = an (x − α1 )(x − α2 ) . . . (x − αn ), α β é suficiente demonstrar as desigualdades acima f (x) = g(x)+ g ∗ (x). 2 2 2 |α| −|β| | α | − | β |2 apenas para ϕ(x) = x − αk = x − µk − iνk , Como | α |>| β |, temos que β |α| > . 2 2 |α −|β| | α | − | β |2 |2 ϕ∗ (x) = −x − αk = −x − µk + iνk . Segue da primeira parte deste Teorema que f (x) possui somente zeros com partes reais negativas. | ϕ∗ (x) |2 − | ϕ(x) |2 = 4uµk . Proposição 2 O polinômio f (x) é de HurComo µk < 0, k = 1, . . . , n, pois f (x) é witz se, e somente se, o polinômio polinômio de Hurwitz, temos os seguintes caf ∗ (ζ)f (x) − f (ζ)f ∗ (x) sos. F (x, ζ) = x−ζ Se denotarmos x = u + it, temos Se u = Re(x) < 0, então 4uµk > 0 e portando 0 ≤| f (x) |<| f ∗ (x) | . é de Hurwitz e | f (ζ) |<| f ∗ (ζ) | onde ζ é um número arbitrário com parte real negativa. Além disso F (x, ζ) é um polinômio de grau (n − 1) na variável ζ. Demonstração: — 46 — Assim, de (7) temos que os polinômios F0 (x) Seja ζ um número complexo arbitrário com parte real negativa. Se f (x) é um polinômio de e F1 (x) sã de grau (n − 1). Utilizando F0 (x) e F1 (x) temos o seguinte Hurwitz, então, de (4) temos que Teorema. | f (ζ) |<| f ∗ (ζ) | (5). Seja ζ um número complexo arbitrário com parte real negativa. O polinômio f (x) é de HurPelo Teorema anterior, a equacão witz se, e somente se, ∗ ∗ f (ζ)f (x) − f (ζ)f (x) = 0 (6) a1 a0 6= 0, < > 0 (10) a0 com respeito a variável x, tem somente raı́zes com partes reais negativas. Suponha que (6) e o polinômio de grau (n − 1) possui somente raı́zes do lado esquerdo do H(x) = F0 (x) + ζF1 (x) eixo-imaginário e que (5) é satisfeito para um número ζ com parte real negativa. Então, o é um polinômio de Hurwitz. polinômio f (x) é de Hurwitz. Seja G(ζ) = Demonstracão. f ∗ (ζ)f (x) − f (ζ)f ∗ (x), desenvolvendo G(ζ) em Seja f (x) polinômio de Hurwitz. Claramente série de Taylor no ponto ζ = x temos a 6= 0, pois caso contrário, zero seria uma 0 raı́z de f (x) o que contradiz o fato de f (x) ser G(ζ) = G(x)+G0 (x)(x−ζ)+. . .+ (x−ζ)n . polinômio de Hurwitz. n! Como os zeros α1 , α2 , . . . , αn de f (x) estão Como G(x) = 0 podemos dividir a igualdade localizados do lado esquerdo do eixo imaacima por (x − ζ) obtendo ginário, temos que seus valores inversos 1 , 1 ≤ k ≤ n estão, localizados no mesmo Gn (x) G2 (x) n−1 0 (x−ζ) . . .+ (x−ζ) αk, F (x, ζ) = G (x)+ 2! n! semi-plano.Como, Gn (x) n que é um polinômio de grau (n − 1) na variável X −a1 1 = ζ. a0 α k=1 k Este lema reduz o problema de determinar se um polinômio de grau n é um polinômio relacão de Girard entre os coeficientes de um de Hurwitz, para o mesmo problema com um polinômio e suas raı́zes, segue que polinômio de grau (n − 1) e uma desigual n X a1 1 dade. Seja F (x, ζ) = F0 (x) + ζF1 (x) + . . . + < =− < > 0. n−1 a0 αk ζ Fn−1 (x). Agora, comparando o termo k=1 livre e o coeficiente de ζ em ambos os lados Temos de (5) e (4) que se <(ζ) < 0 e <(x) ≥ 0 da igualdade implica que F (x, ζ) 6= 0. Se denotarmos ζ = ∗ ∗ 1/η, segue que <(η) < 0, logo para Re(x) ≥ 0 (x − ζ)F (x, ζ) = f (ζ)f (x) − f (x)f (ζ), temos obtemos Θ(x, η) = F0 (x)η n−1 +F1 (x)η n−2 +. . .+Fn−1 (x) 6= 0. a0 f (x) − a0 f ∗ (x) = xF0 (x) e −a1 f (x) − a1 f ∗ (x) = −F0 (x) + xF1 (x). (7) Isto mostra que para cada x com <(x) ≥ 0 o polinômio Θ(x, η) da variável η tem somente zeros ηk para os quais Por álgebra elementar, temos <(ηk ) ≥ 0. x2 [F0 (x)+ζF1 (x)] = f (x)ϕ(x)−ψ(x)f ∗ (x), (8) Vamos primeiramente supor que F0 (x) 6= 0. 1 (x) Como −F F0 (x) é igual a soma dos zeros de onde Θ(x, η), temos que ϕ(x) = a x − a ζx + a ζx, 0 1 0 −F1 (x) < F0 (x) ψ(x) = a0 x + a1 ζx + a0 ζx. (9) — 47 — = n X k=1 <(ηk ) ≥ 0. para <(x) ≥ 0 e <(ζ) < 0. Dividindo ambos os lados desta desigualdade por | a0 xζ |=| a0 xζ | 1 F1 1 F1 H temos =< =< +< <0 + < ζF0 ζ F0 ζ F0 −1 a1 1 1 1 a1 | + |>| + + |. + e, portanto, o polinômio H(x) tem somente zea0 x ζ a0 x ζ ros com partes reais negativas, ou seja, H(x) é polinômio de Hurwitz. Agora, se F0 (x) = 0, Denotando t = −a1 − 1 , η = 1 e substituindo a0 x ζ então para termos H(x) = 0, a igualdade na desigualdade acima temos F1 (x) = 0 deve ser satisfeita também. Mas, neste caso, de (7), | t + η |>| t − η | . Se <(ζ) < 0, temos a0 f (x) − a0 f ∗ (x) = 0, a1 f (x) + a1 f ∗ (x) = 0 Como e, como f (x) 6= 0 para <(x) ≥ 0, pois f (x) é <(t) = −< a1 −< 1 a0 x de Hurwitz, estas igualdades implicam que 1 ζ < 0 e <(η) = < < 0, a ultima desigualdade segue como na demonstracão de (4). Então, de (14) e (15) segue que | Hϕ∗ |>| , o que contradiz (10). Assim, temos demon- H ∗ ψ | para <(x) ≥ 0, isto é, H(x)ϕ∗ (x) + strado a primeira parte do Teorema. H ∗ (x)ψ(x) é diferente de zero para todo x com Agora, seja a0 6= 0, Re aa10 > 0 e H(x) <(x) ≥ 0. Logo, f (x) é polinômio de Hurwitz. Para completarmos a demonstracão, falta polinômio de Hurwitz. Vamos provar que f (x) mostrar que H(x) é um polinômio de grau é polinômio de Hurwitz, também. (n − 1). De (8) obtemos Suponha que o grau de H(x) seja menor que x2 H(x) = f (x)ϕ(x) − f ∗ (x)ψ(x) (11). (n − 1). Assim, 0 = a0 a1 + a0 a1 = 2Re(a0 a1 ) = Re a0 a1 an (a0 − a1 ζ) = (−1)n an (a0 + a1 ζ) Logo, x2 H ∗ (x) = f ∗ (x)ϕ∗ (x) − f (x)ψ ∗ (x), (12) onde ϕ(x) e ψ(x) são dados como em (9). De (11) e (12) temos que é o coeficiente do termo de maior grau de H(x). Consequentemente, | a0 − a1 ζ |=| a0 + a1 ζ | (ϕ∗ ϕ − ψ ∗ ψ)f = x2 (Hϕ∗ + H ∗ ϕ). ou Se x é um zero de f (x), então, da ultima igualdade segue que | 1 a1 1 a1 − |=| + |. ζ a0 ζ a0 Como < ζ1 < 0 e < aa10 > 0 está ultima H(x)ϕ (x) + H (x)ϕ(x) = 0, (13) igualdade contradiz (4). Agora vamos dar a demonstração do Teopois, como a0 6= 0, temos que x 6= 0. rema de Hurwitz, para tal demonstração além Vamos supor que <(x) > 0. Como H(x) é de utilizarmos os resultados acima, vamos prepolinômio de Hurwitz, segue de (4) que cisar do Teorema de Laplace Generalizado para cálculo de determinantes. | H(x) |≥| H ∗ (x) | . (14) Demonstração do Teorema de HurVamos mostrar agora que witz:O polinômio f (x) pode ser escrito na forma | ϕ∗ (x) |>| ψ(x) | . (15) f (x) = g(x2 ) + xh(x2 ), (16) A desigualdade (15) é equivalente a mostrar que onde h(x) e g(x) são os polinômios ∗ ∗ | −a0 x + a1 ζx + a0 ζ |>| a0 x + a1 ζx + a0 ζ | h(x) = a1 +a3 x+a5 x2 +. . . e g(x) = a0 +a2 x+a4 x2 +. . . . — 48 — De (16) segue que f ∗ (x) = g(x2 ) − xh(x2 ), pois os coeficientes de f (x) são reais. O Teorema é evidente para equacões de grau um pois, por hipótese a0 > 0 e então a1 > 0 ou seja, ∆11 > 0. Provaremos a afirmacão do Teorema por argumento indutivo utilizando os dois ultimos Teoremas. No nosso caso o polinômio H(x) = F0 (x) + ζF1 (x) é dado por ∆n−1 λ = p a1 a1 a2 − a0 a3 a1 a0 0 0 a1 a4 − a0 a5 a3 a2 a1 0 a1 a6 − a0 a7 a5 a4 a3 a0 ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... λ = 1, 2, . . . , n − 1, onde p = [ λ+1 2 ] − 1. Agora vamos utilizar o Teorema de Laplace 1 ζ ζ h(x2 ) − a1 g(x2 ), H(x) = a0 1 + n mantendo as duas primeiras para calcular ∆ 2 x x λ colunas fixas e observar que ao calcular ∆n−1 λ pois, de (7), pela primeira coluna temos a seguinte igualdade, 2a0 h(x2 ) − 2a1 g(x2 ) F0 (x) = 2a0 h(x2 ) e F1 (x) = . ∆n−1 = ap1 ∆nλ . λ x Como por Hipótese ∆n−1 > 0, λ = 1, . . . , n− λ Aqui é conveniente supor que ζ é um número 1 e a > 0 segue que 1 real negativo. Vamos tomar ζ = −a . Então, 0 ∆nλ > 0, λ = 1, . . . , n. 1 a1 a0 h(x2 ) + g(x2 ) H(x) = a0 1 − 2a0 x x Uma segunda forma do Teorema de Hurwitz =a1 +(a1 a2 −a0 a3 )x+a3 x2+(a1 a4 −a0 a5 )x3 + . . . é a seguinte. P O polinômio f (x) = nj=0 aj xj com aj > 0 é Agora, de acordo com o Teorema anteestável se, e somente se, sua matriz de Hurwitz rior, temos que o polinômio f (x) = a0 + infinita H(f ) é um produto da forma a1 x + . . . + an xn , a0 > 0 com coeficientes reais é um polinômio de Hurwitz se, somente se, o H(f ) = J(c1 ) . . . J(cn )H(b), polinômio de grau (n − 1) f1 (x) = a0 com todos os parametros cj , j = 1 . . . , n positivos, e b um polinômio positivo de grau 0. Onde a0 a1 1− h(x2 ) + g(x2 ) x x é um polinômio de Hurwitz e a1 > 0. Vamos supor que o Teorema de Hurwitz é estabelecido para todo polinômio de grau (n − 1). Seja ∆n−1 o correspondente determinante λ para o polinômio f1 (x), ou seja ∆n−1 λ = a1 a2 − a0 a3 a1 a4 − a0 a5 a1 a6 − a0 a7 ... ... a1 a3 a5 ... ... 0 a1 a2 − a0 a3 a1 a4 − a0 a5 ... ... e 0 ... a1 . . . a3 . . . , ... ... ... ... λ = 1, 2, . . . , n − 1. H(f ) = J(c) = a0 a2 a4 a6 0 a1 a3 a5 0 a0 a2 a4 0 0 a1 03 ... ... ... ... c 1 0 0 0 0 1 0 0 0 c 1 0 0 0 0 0 0 0 0 ... ... ... ... ... ... ... 1 c ... ... ... ... ... ... , ... ... ... ... ... ... . Agora vamos multiplicar a segunda coluna de matriz acima por a0 e somar com a terceira coluna, em seguida multiplicamos a quarta colA idéia da demonstração é provar por una por a0 e somar o resultado com a quinta indução sobre n que um polinômio f de grau culuna, repetindo esse processo até o final da n, f (0) > 0, é estável se, e somente se, os matriz temos primeiros n + 1 menores principais ∆j (f ), j = — 49 — ... ... ... ... ... , 1, . . . , n + 1 de H(f ) são positivos e a fatorização de H(f ) segue como no enunciado do Teorema. Para completar este trabalho vamos enunciar uma terceira versão do Teorema de Hurwitz. Seja f um polinômio de Hurwitz e seja H a matriz de Hurwitz associada H = (d2j−i ) sejam ir e jr , (r = 1, . . . , p) tais que, i1 < 12 < . . . < ip j1 < j2 < . . . < jp . Então para que H i1 i2 . . . ip j1 j2 . . . jp ! > 0, é necessário e suficiente que todos os elementos da diagonal d2jr −ir (r = 1, . . . , p) são positivos, equivalentemente, que 0 ≤ 2jr − ir ≤ n r = 1, . . . , p. A demonstração deste Teorema é por indução sobre o grau n do polinômio f (x) e além disso utiliza-se o seguinte Lema. Seja f um polinômio de Hurwitz de grau n ≥ 1 então existe um único polinômio de Hurwitz 0 0 0 0 f1 (x) = d0 xn−1 + d1 xn−2 + . . . + dn−2 x + dn−1 de grau n − 1 e uma única constante c tal que 0 0 0 d2j+1 = d2j e d2j = d2j−1 + cd2j 0 para qualquer inteiro j. Aqui dj = 0 quando j < 0 ou j ≥ 0. Referências [1] F. R. Gantmacher “The Theory of Matrices”, SIAM, New York, 1974. [2] Olga Holtz, Hermite-Biehler, RouthHurwitz, and total positivity, Linear Algebra and its applications., 372 (2003) 105110. [3] J. H, B. Kemperman, A Hurwitz Matriz is Totally Positive, SIAM J. MATH. ANAL., 13 (1982) 331-341. [4] N. D. Obrechkoff “Zeros of Polynomials”, Sofia, 2003. — 50 —