XVII Encontro de Iniciação Científica XIII Mostra de Pós-graduação VII Seminário de Extensão IV Seminário de Docência Universitária 16 a 20 de outubro de 2012 INCLUSÃO VERDE: Ciência, Tecnologia e Inovação para o Desenvolvimento Sustentável SPB1571 HANSENÍASE: PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DOS CASOS DIAGNOSTICADOS NO MUNICÍPIO DE TAUBATÉ E DESAFIOS DO CONTROLE. MARIA STELLA AMORIM DA COSTA ZÖLLNER ROBERTA FABIANA MOURA DE MORAES MARISTELA APARECIDA DOS SANTOS DANILO HENRIQUE TREVISAN DE CARVALHO [email protected] MEDICINA UNITAU E PREFEITURA MUNICIPAL DE TAUBATÉ ORIENTADOR(A) ROSEMEIRE ISABEL RAMOS ANALIO UNIVERSIDADE DE TAUBATÉ RESUMO A Hanseníase é uma doença infecto–contagiosa de evolução lenta, que afeta principalmente nervos, pele, olhos, mãos e pés, apresentando-se como lesões e manchas que gradativamente levam o doente a perder a sensibilidade. O agente etiológico da Hanseníase é Mycobacterium leprae, o Bacilo de Hansen, parasita intracelular, com afinidade por células cutâneas e nervosas, que apresenta alta infectividade e baixa patogenicidade, ou seja, infecta um grande número de pessoas, porém poucas delas adoecem. A principal via de transmissão é respiratória. A Hanseníase é uma doença antiga, que trouxe muito preconceitos, sendo o doente identificado como o “Leproso”. Atualmente ainda existe preconceito, mesmo sendo de conhecimento da sociedade que doença não é hereditária e afeta qualquer pessoa, independente de raça, credo ou condição social. O tratamento é gratuito, realizado pelo SUS e leva à cura, desde que o diagnóstico seja precoce. A Hanseníase é considerada como um problema de saúde publica devido inclusive à falta de capacitação dos profissionais de saúde para identificar a doença. Dessa forma, muitos pacientes que iniciam o tratamento têm complicações ou encontram-se sequelados (neurites, incapacidades de movimentos, atrofias, amputações). Em Taubaté existem serviços estaduais e municipais que prestam assistência aos pacientes de Hanseníase, proporcionando atendimento multidisciplinar, acompanhamento psicológico e social e também fornecendo medicamentos e insumos para o tratamento. No município de Taubaté percebeu-se mais recentemente queda nos números de casos diagnosticados, levando preocupação à vigilância epidemiológica e aos profissionais envolvidos no tratamento de rotina da Hanseníase quanto à possível sub-notificação de casos, podendo revelar mesmo falta de detecção de casos da doença. Consultando os arquivos da Vigilância Epidemiológica Municipal de Taubaté, no ano de 2001 foram registrados no município 39 casos de Hanseníase, sendo 22 pacientes do sexo masculino e 17 do sexo feminino. Já no ano de 2002 foram diagnosticados 35 casos da doença (17 pessoas do sexo masculino e 18 do sexo feminino). Em 2003 foram 24 casos, sendo 11 pacientes do sexo masculino e 13 do feminino. No ano de 2004 foram 23 casos, sendo 14 pessoas do sexo masculino e 09 do sexo feminino. Em 2005 foram registrados 33 casos de Hanseníase, sendo 15 no sexo masculino e 18 no feminino. Aconteceram 16 casos em 2006 (06 pessoas do sexo masculino e 10 do feminino). Já em 2007 foram notificados 22 casos da doença, sendo 08 pessoas do sexo masculino e 14 do feminino. Em 2008 ocorreram 10 casos (07 do sexo masculino e 03 do sexo feminino). Em 2009 foram identificados 22 casos do agravo, sendo 10 do sexo masculino e 12 do sexo feminino. No ano de 2010 foram registrados 19 casos da doença, sendo 14 do sexo masculino e 05 do sexo feminino. Em 2011 foram notificados 06 casos da doença, com 04 casos masculinos e 02 casos femininos. No ano de 2012 (de 01 de janeiro a 08 de setembro), notificaram-se 02 casos da doença, sendo 01 paciente de cada sexo. Assim, a série histórica da Hanseníase nos últimos 12 anos contém 251 notificações, sendo 129 casos de pessoas do sexo masculino e 122 do sexo feminino. Nota-se uma queda relevante nos casos diagnosticados, principalmente nos ano de 2008 e 2011 e queda ainda mais expressiva em 2012, em relação à ocorrência habitual da doença. É necessário que se deflagrem medidas de busca ativa de casos de Hanseníase e de educação em saúde no tema, tanto para profissionais da área como para a comunidade local. Tais ações podem e devem ser realizadas em parceria pelos profissionais do serviço público e os professores e alunos do Projeto de Extensão “Saúde na Educação” da UNITAU.