Enfermagem na luta contra a Hanseníase

Janeiro a
Abril de 2009
08
Campanha
Enfermagem na luta
contra a Hanseníase
A
s doenças transmissíveis,
ou o desgaste dos
cuja prevenção, tratamento e
membros. Ela provoca, na
notificação são de responsaverdade, uma falta de
bilidade do SUS, são grande preocupação
sensibilidade nos braços,
da Enfermagem, responsável pelo
pernas e nas partes
acompanhamento do tratamento e pela
atingidas. Dessa forma, o
promoção da saúde.
paciente não sente dor nem
Uma delas é a Hanseníase, cujas ações
calcula peso e acaba por
de mobilização ocorreram no último dia
não tomar
24 de janeiro - Dia Mundial de
cuidados
com
O paciente não sente
Combate à Hanseníase, proo próprio corpo, como o
movidas pela Secretaria de dor nem calcula correto tratamento de feridas.
Estado de Saúde.
peso e acaba por “O hanseniano não tem o
Uma das informações não tomar cuidados reflexo que a gente tem. Ele
importantes sobre a doença é
com o próprio corpo não se preocupa com a
que, apesar de não haver vacina,
doença porque não sente
tem cura.
dor”, explica a enfermeira Luciane Cegati,
Sobre a hanseníase
Devido ao país ter uma relação
histórica com a doença, graças à figura do
escultor Aleijadinho, a hanseníase é
envolta de muitos mitos. O primeiro diz
respeito às consequências físicas no
corpo.
A doença não provoca o mutilamento
da equipe da Coordenação Estadual.
Por esse motivo, a doença pode gerar
incapacidade física, perda de massa óssea e
pode ocasionar feridas. “O objetivo é
prevenir a incapacidade física e divulgar
que [a doença] tem cura”, ressalta Drª
Luciane, que também é membro da
Comissão de Ética do COREN-MT.
Para detectar a doença, é preciso
Todo o tratamento é oferecido pelo SUS
observar seus sintomas: manchas
vermelhas ou esbranquiçadas na pele,
dores nos nervos, dormência nos
membros e falta de sensibilidade. Ao
observar qualquer um dos sintomas, é
necessário procurar qualquer unidade de
saúde pública.
Contágio e tratamento
A hanseníase é transmitida por bacilos
e apresenta quatro formas, das quais duas
são contagiosas e duas não.
Não há uma prevenção, apenas a
orientação quanto à detecção dos
sintomas e o acompanhamento das
pessoas que convivem com os
hansenianos. A doença não é transmitida
com o simples contato, mas se dá pela
convivência (contato rotineiro) com o
paciente. Além disso, a doença pode levar
até 10 anos para se manifestar.
Por esses motivos, sempre que a
equipe de saúde notifica um novo caso,
ela busca todas as pessoas que
conviveram com o doente nos últimos
cinco anos.
Todo o tratamento é gratuito e deve
ser feito necessariamente pelo SUS, pois
são as unidades públicas que notificam os
casos e que têm acesso aos medicamentos, doados ao Ministério da Saúde
por uma Organização Não Governamental Panamericana.
O tratamento completo dura seis
meses, nos casos das formas nãocontagiosas, e 12 meses, nos casos das
contagiosas.