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Caso Clínico - Clínica Médica, Cirúrgica e
Terapêutica
Clinical Case - Medical, Surgical and
Therapy
Resumos
7º Simpósio Brasileiro de Hansenologia
7th Brazilian Leprosy Symposium
13 a 16 de novembro de 2013
November 13-16, 2013
Recife - Pernambuco - Brasil
HANSENÍASE TUBERCULÓIDE: UMA EVOLUÇÃO DE 20 ANOS
Mansur, TM1; Guimarães, MG1; Armenta, CA1; Kruger1, MT; Braojos, BB1; Nery, JAC1
1 Setor de Dermatologia Sanitária do Instituto Professor Rubem David Azulay da Santa Casa de Misericórdia do RJ
Introdução: A Hanseníase é uma doença causada pelo Mycobacterium Leprae, atingindo preferencialmente pele
e/ou nervos periféricos, transmitida pelas vias aéreas superiores, através do convívio de susceptíveis com doentes
bacilíferos sem tratamento. Apresenta ampla distribuição, sobretudo nos países localizados em áreas tropicais e
subtropicais. Por ter alta infectividade e baixa patogenicidade, a maioria das pessoas infectadas não adoece
revelando um papel protetor da imunidade inata. Apesar disso, a exposição contínua ao bacilo pode levar ao
adoecimento, mesmo nas pessoas resistentes. As manifestações cutâneas são muito variáveis e estão relacionadas
ao grau de imunidade do paciente ao Mycobacterium lepra. A hanseníase é uma doença potencialmente
incapacitante, e embora curável, seu diagnóstico causa grande impacto psicossocial, pelos preconceitos e estigmas
que a envolvem. Objetivos: Relatar a dificuldade de se estabelecer diagnóstico de hanseníase em paciente com
doença de longa duração,mesmo em um país endêmico. Materiais e métodos: Relatar o caso de um paciente que
compareceu ao ambulatório de Dermatologia Sanitária DST/ Hanseníase, com uma lesão de evolução de
aproximadamente 23 anos. O paciente havia sido avaliado por vários profissionais e utilizado inúmeras medicações
tópicas prescitas sem sucesso. No momento da consulta o paciente foi submetido ao exame dermatofisioterápico,
raspado cutâneo intradérmico, biópsia cutânea com PCR da lesão, teste de Mitsudina. Cofirmou tratar-se de
hanseníase tuberculóide e foi, então, iniciada poliquimioterapia paucibacilar com esquema substitutivo, com previsão
de 6 doses. O paciente havia sido avaliado por vários profissionais e realizado inúmeras medicações de uso externo.
Resultados: Ao exame dermatológico foi observado placa eritematosa serpiginosa, de aproximadamente 10 cm no
maior diâmetro, de crescimento gradual e centrífugo, com centro da lesão de aspecto normocrômico. O resultado
histopatológico da lesão demonstrou estruturas de aspecto granulomatoso sugestivo de hanseníase tuberculóide e o
exame de PCR desta lesão foi positivo. Ao teste de sensibilidade térmica, tátil e dolorosa, foi observado alteração de
sensibilidade. O resultado do raspado intradérmico foi negativo em todos os sítios coletados e o teste Mitsuda
demonstrou uma enduração de 7 mm. Na avaliação fisioterápica, observamos (GI=0). Conclusão: A hanseníase é
considerada uma doença crônica, com duração de 2 a 5 anos, entretanto, o caso apresentado trás uma evolução
arrastada, de cerca de 20 anos, e uma história de inúmeras consultas médicas e tratamentos impróprios. O paciente
não foi submetido a testes de sensibilidade ou biópsia cutânea e não apresentou diagnóstico diferencial de
hanseníase, mesmo em um país endêmico.
Palavras-Chaves: hanseníase multibacilar, longa evolução, lesão serpenginosa.
Hansen Int. 2013; 38(Supl 1): 182
ISSN: 19825161 (on-line)
Hansenologia Internationalis
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