Dissertação_ Rafaela Noel Serudo

Propaganda
INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISAS DA AMAZÔNIA - INPA
PROGRAMA DE PÓS - GRADUAÇÃO EM AGRICULTURA NO TRÓPICO ÚMIDO
AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO DE COUVE-FLOR DE VERÃO PARA O
CULTIVO NO MUNÍCIPIO DE MANAUS - AMAZONAS
RAFAELA NOEL SERUDO
Manaus, Amazonas
Julho, 2014
RAFAELA NOEL SERUDO
AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO DE COUVE-FLOR DE VERÃO PARA O
CULTIVO NO MUNÍCIPIO DE MANAUS - AMAZONAS
Orientador: Dr. Danilo Fernandes da Silva Filho
Dissertação apresentada ao Programa de PósGraduação em Agricultura no Trópico Úmido, do
Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia,
como parte dos requisitos para obtenção do título
de Mestre em Agricultura no Trópico Úmido.
Manaus, Amazonas
Julho, 2014
iii
S489
Serudo, Rafaela Noel
Avaliação do desempenho de couve-flor de verão para o cultivo
no município de Manaus – Amazonas / Rafaela Noel Serudo. --Manaus: [s.n.], 2014.
vi, 51 f. : il. color.
Dissertação (Mestrado) --- INPA, Manaus, 2014.
Orientador : Danilo Fernandes da Silva Filho.
Área de concentração : Ciências Biológicas, Agrárias e Humanas.
1. Brassica oleracea. 2. Couve-flor. 3. Hortaliças. I. Título.
CDD 635
Sinopse:
Estudou-se o desempenho agronômico de cultivares de couve-flor de verão nas condições
edafoclimáticas do município de Manaus-Amazonas. Os resultados proporcionarão perspectivas
para o cultivo local de brássicas, viabilizando sua produção comercial no Estado do Amazonas.
Palavras-chaves: Brassica oleracea var. botrytis, adaptabilidade, produtividade
iv
Dedico
Aos meus pais Ana Maria dos Santos Noel Serudo e Antonio da Costa Serudo que são o
alicerce da minha vida, exemplo de honestidade, dedicação e amor.
v
AGRADECIMENTOS
A Deus agradeço pela minha existência, saúde, inteligência e oportunidade de me
educar para ser útil ao povo brasileiro.
Aos meus pais Ana Maria dos Santos Noel Serudo e Antonio da Costa Serudo, pelo
seu amor incondicional, pela oportunidade de me educar, e pela ajuda no decorrer do curso de
mestrado.
Ao Marco Antonio Fróes Lima, pela paciência, companheirismo e amor a mim
dedicados.
Ao meu querido orientador Danilo Fernandes da Silva Filho, pela paciência, apoio,
ensinamentos e orientação segura para minha formação acadêmica.
Ao Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPA, pela oferta do curso de PósGraduação em Agricultura no Trópico Úmido.
Ao Curso de Pós-Graduação em Agricultura no Trópico Úmido, pelo estímulo e
atenção ofertados a todos os seus alunos.
Aos técnicos da Estação Experimental de Hortaliças Alejo von de Pahlen do INPA,
pelo agradável convívio e colaboração na condução do meu experimento em campo.
A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – CAPES a
concessão da bolsa de estudos.
Aos professores do PPG-ATU, pelos ensinamentos e orientações que influenciaram
positivamente para o sucesso de minha vida acadêmica.
Aos meus amigos de curso pelo apoio, companheirismo e amizade, durante o decorrer
dessa importante jornada escolar no PPG-ATU.
Muito Obrigada!
vi
AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO DE COUVE-FLOR DE VERÃO PARA O
CULTIVO NO MUNICÍPIO DE MANAUS – AMAZONAS.
RESUMO: A couve-flor (Brassica oleracea var. botrytis) é uma hortaliça plantada em várias
partes do mundo. Entretanto, a temperatura é o principal fator climático que afeta a sua
produção. Com o uso de técnicas de melhoramento genético vegetal, muitas variedades dessa
espécie foram desenvolvidas para o cultivo em ambientes de clima mais quente, permitindo a
produção durante o ano todo. O objetivo do trabalho foi avaliar o desempenho de cultivares
de couve-flor de verão nas condições edafoclimáticas do município de Manaus – Amazonas.
O delineamento experimental utilizado foi o de blocos casualizados, com quatro tratamentos
(cultivares e híbridos comerciais de couve-flor) e quatro repetições. As seguintes
características das plantas foram avaliadas: diâmetro do caule (DC), altura da planta (AP),
número de folhas (NF), massa do caule (MC), massa fresca da inflorescência (MFI), diâmetro
da inflorescência (DI), Ciclo (CL), produtividade (P). As cabeças de couve-flor foram
classificadas de acordo com o programa Horti&Fruti Padrão. Os dados experimentais foram
submetidos a análises de variância pelo teste F e as médias comparadas pelo teste de SkottKnott em nível de 5% de probabilidade. A cultivar Piracicaba Precoce e os híbridos Verona
284, Veneza e Verona CMS se adaptaram às condições edafoclimáticas da região. Sob o
ponto de vista sanitário, registrou-se a ocorrência de uma doença denominada “podridãomole”, causada pela bactéria de solo Pectobacterium spp.
As couves-flores foram
classificadas com base no Programa Horti&Fruti Padrão nas Classes 4,2,1, categoria 1 e 2,
tonalidade creme. Entre as variedades e híbridos testados, a variedade Piracicaba Precoce foi a
que apresentou as maiores médias em diâmetro de inflorescência (15,93 cm), massa fresca da
inflorescência (0,32 kg) e produtividade (6,4 t ha-1), por isso pode ser recomendada para o
cultivo imediato pelos agricultores familiares da região.
Palavras-chave: Brassica oleracea var. botrytis; cultivares de verão, adaptabilidade,
produtividade.
vii
PERFORMANCE EVOLUATION OF CAULIFLOWER SUMMER FOR
GROWING IN MANAUS – AMAZON.
Summary: Cauliflower (Brassica oleracea var. botrytis) is a vegetable planted in various
parts of the world. However, temperature is the primary climatic factor affecting its
production. With the use of techniques of plant breeding, many varieties of this species have
been developed for growing in warmer environments, allowing production throughout the
year. The aim of this study was to evaluate the performance of cultivars of cauliflower
summer conditions of the city of Manaus - Amazonas. The experimental design was a
randomized block design with four treatments (cultivars and hybrids of cauliflower) with four
replications. The following characteristics of plants were evaluated: stem diameter (DC), plant
height (PH), number of leaves (NL), stem mass (CM), fresh weight of inflorescence (MFI),
diameter of inflorescence (DI) , cyclo (CL), productivity (P). The heads of cauliflower were
classified according to the program Horti & Frutti Standard. The experimental data were
subjected to analysis of variance by F test and the averages compared by Skott-Knott at 5%
probability. The cultivar Early Piracicaba and hybrids 284 Verona, Venice and Verona CMS
adapted to the ecological conditions of the region. From the point of view of health, registered
the occurrence of a disease called "soft rot", caused by the soil bacterium Pectobacterium spp.
Cauliflowers were classified based on the Program & Horti Frutti pattern in Classes 4,2,1,
category 1 and 2 tone cream. Among the varieties and hybrids tested, the variety Early
Piracicaba showed the highest averages in the diameter of inflorescence (15.93 cm), fresh
weight of inflorescence (0.32 kg) and productivity (6.4 t ha-1), therefore can be recommended
for immediate cultivation by farmers in the region.
Keywords: Brassica oleracea var. botrytis; cultivars summer, adaptability, productivity.
Sumário
Sumário .......................................................................................................................... 8
Lista de Tabelas .................................................................................................................10
Lista de Figuras..................................................................................................................10
1.INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 12
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ..................................................................................... 14
2.1 Olericultura na Amazônia ....................................................................................... 14
2.2 Origem e Centro de Dispersão ................................................................................ 14
2.3 Taxonomia e Morfologia ......................................................................................... 15
2.4 Interação genótipo x ambiente ............................................................................... 16
2.5 Cultivares ............................................................................................................... 17
2.6 Exigências climáticas da couve-flor ...................................................................... 18
2.6.1 Clima ................................................................................................................... 18
2.6.2 Exigências nutricionais ........................................................................................ 19
2.7 Pragas e doenças na couve-flor............................................................................... 20
2.8 Aspectos nutricionais e consumo da couve-flor ....................................................... 22
2.9 Colheita .................................................................................................................. 23
3. HIPÓTESES.............................................................................................................. 24
4. OBJETIVOS .............................................................................................................. 25
4.1 GERAL ................................................................................................................... 25
4.2 ESPECÍFICO.......................................................................................................... 25
5. MATERIAL E MÉTODOS ......................................................................................... 26
5.1 Caracterização da área experimental ...................................................................... 26
5.2 Dados climatológicos .............................................................................................. 26
5.3 Delineamento Experimental .................................................................................... 27
5.4 Preparo da área experimental e plantio .................................................................. 29
5.5 Cultivares usadas e formação das mudas ................................................................ 28
5.6 Adubação mineral e orgânica ................................................................................. 29
5.7 Tratos culturais ....................................................................................................... 29
5.8 Colheita .................................................................................................................. 29
5.9 Avaliação da ocorrência de doenças e pragas nas plantas de couve-flor ................. 29
6.0 Avaliação das características morfoagronômicas.................................................... 30
6.1 Classificação das cultivares de couve-flor com base no Programa Horti & Fruti ... 31
6.2 Procedimentos Estatísticos ...................................................................................... 32
6. RESULTADOS E DISCUSSÃO ................................................................................. 33
6.1 Ocorrência de pragas e doenças na couve-flor ........................................................ 33
6.2 Avaliação dos caracteres morfoagronômicos da couve-flor ..................................... 36
6.3 Classificação da couve-flor sob o ponto de vista qualitativo .................................... 39
7. CONCLUSÕES ......................................................................................................... 42
8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.......................................................................... 43
x
LISTA DE TABELAS
Tabela 1: Composição nutricional da couve-flor por 100 g de parte..................................
23
Tabela 2: Dados climáticos referentes ao período de condução do experimento,
Embrapa, km 29 -2013. ..................................................................................................
27
Tabela 3: Classificação por diâmetro de cabeças ............................................................... 31
Tabela 4: Classificação por tonalidade ou categoria ..........................................................
32
Tabela 5: Resumo da ANOVA para os parâmetros: Diâmetro do Caule (DC), altura da
planta (AP), número de folhas (NF), massa do talo (MT), diâmetro transversal da
inflorescência comercial (DTIC), massa fresca da inflorescência (MFI), precocidade
média (PM) e produtividade média esperada por hectare (PMEH), Manaus-AM, 2013. ... 36
Tabela 6: Classificação das cabeças da couve-flor de verão, Manaus-AM, 2013. ............
39
xi
LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Preparo da área experimental ...........................................................................
26
Figura 2: Sementeira de couve-flor (A) e muda de couve-flor (B). ................................
28
Figura 3: Avaliação das plantas: A- altura das plantas (AC); B- massa do talo (MT); Cmassa fresca da inflorescência (MFI). ....................................................................
30
Figura 4: Pragas encontradas na cultura; A- Percevejo e B- Formiga cortadeira. ..........
33
Figura 5: Sintoma de podridão-mole causado pela bactéria Pectobacterium spp. ..........
34
Figura 6: Sintomas de Rhizoctonia spp. (Fig A) e os escleródios de Rhizoctonia spp.
(Fig B). ..............................................................................................................................
34
Figura 7: Conídios de Choanephora sp. (Fig A) e manchas necróticas circulares (Fig
B). .....................................................................................................................................
Figura 8: Couve-flor cultivar Piracicaba Precoce (A) e híbrido Verona 284 (B)...........
35
40
Figura 9: Couve-flor híbrido Veneza (A) e híbrido Verona CMS (B)............................
40
Figura 10: Defeitos graves : Presença de folhas, peluda (A) e Mancha vinho (B).........
41
Figura 11: Defeito leve:Cabeça deformada......................................................................
41
12
1.INTRODUÇÃO
Na Amazônia brasileira, como nas demais regiões tropicais úmidas do mundo, uma
parcela significativa da população sofre de deficiência nutricional, especialmente em
proteínas e vitaminas. As hortaliças são fontes de vários nutrientes e de compostos bioativos
importantes na manutenção da saúde e prevenção de doenças crônico-degenerativas. A couveflor é rica em cálcio, fósforo, folato, vitamina C, e contém baixos teores de sódio e calorias
(Brasil, 2006). Entretanto é importante salientar que o manejo do cultivo e as práticas póscolheita, determinam o valor nutricional, a qualidade sanitária e as características
organolépticas das hortaliças, influenciando na sua aceitabilidade e preferência pelo
consumidor (Lana, 2010).
A produção de hortaliças pode gerar retornos econômicos e terapêuticos, porém, exige
um intenso envolvimento de capital, trabalho qualificado e conhecimentos. É uma atividade
que integra o agronegócio e envolve diversos setores da cadeia produtiva, devendo-se
produzir com preços competitivos, alta qualidade e constância (Fontes, 2005).
A couve-flor (Brassica oleracea var. botrytis) é uma hortaliça plantada em várias
partes do mundo. É uma espécie alógama, bienal, indiferente ao fotoperíodo, que exige frio
para passar do estádio vegetativo para o reprodutivo, sendo a temperatura o principal fator
climático que afeta a sua produção. No Brasil já foi considerada uma cultura típica de outonoinverno, mas não resiste à geadas. Temperaturas próximas a 0 ºC causam injúrias por
congelamento no ápice dos ramos, resultando também em não-formação da inflorescência. As
temperaturas amenas ou frias permitem que as plantas formem “cabeças” comerciáveis. A
faixa ótima de temperatura para o desenvolvimento ideal dessa espécie é de 14 a 20 ºC.
Temperaturas acima de 25 ºC podem provocar a não-formação da inflorescência ou a perda de
compacidade (Souza et al., 2010).
Na literatura, poucos trabalhos são encontrados a respeito de épocas de cultivo para a
couve-flor. Embora as cultivares de couve-flor sejam recomendadas, por suas respectivas
empresas, para estações do ano bem definidas, há de se avaliar o desempenho destas em
condições específicas de cultivo, pois as condições climáticas de uma estação, em uma
determinada região de plantio, não são, necessariamente, semelhantes às de outras regiões.
Dessa forma, a mudança de uma região de plantio para outra pode sofrer variações de
diversos fatores como luminosidade (intensidade e duração) e temperatura que, por sua vez,
exercem influência direta no crescimento e desenvolvimento da cultura (Souza et al., 2010).
13
No Brasil, a couve-flor é mais cultivada nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Rio
Grande do Sul, Minas Gerais, Paraná e Santa Catarina. Com as técnicas do melhoramento
genético vegetal foi possível o desenvolvimento de híbridos de couve-flor para o cultivo em
ambientes de clima mais quente, permitindo a produção durante o ano todo (Filgueira, 2003).
Nos estados da região Nordeste melhoramento algumas cultivares adaptadas a temperaturas
mais elevadas são cultivadas em qualquer época do ano. Dessa forma, o uso de cultivares
tolerantes a temperaturas altas vem permitindo a ampliação das regiões de cultivo, épocas de
plantio e período de oferta do produto no mercado, aumentando a rentabilidade da cultura
(Trevisan et al., 2003).
O Estado do Amazonas tem uma produção significativa de algumas hortaliças,
entretanto é insuficiente para à demanda estadual. Para suprir suas necessidades de oferta
importa um grande volume de outras regiões do País (Idam, 2003). Os maiores produtores do
Estado são os municípios de Iranduba, Careiro da Várzea, Rio Preto da Eva, Presidente
Figueiredo, Manacapuru e Manaus, sendo este último, o mais importante centro consumidor
com cerca de um milhão e meio de habitantes (Idam, 2003).
Os municípios amazonenses que não pertencem à região metropolitana têm mais
dificuldades em escoar a produção, devido às grandes distâncias e meios de transporte
precários. Mas a demanda nos restaurantes e o preço pago no Amazonas pela couve-flor são
fatores que incentivam o cultivo de determinadas hortaliças.
Atualmente, a couve-flor é comercializada nas feiras livres, mercados e supermercados
de Manaus com o preço variando de R$ 25,00 a R$ 30,90, o quilo, devido ao fato de ser uma
hortaliça importada de outras regiões (Reis et al., 2009.)
O advento de cultivares dessa espécie, tolerante a altas temperaturas, proporciona a
oportunidade de pesquisas para avaliar e selecionar materiais com adaptação às condições
regionais, portanto, oferecendo perspectivas de cultivo local de brássicas.
Dessa forma, a seleção aos ambientes amazônicos poderá viabilizar a produção
comercial da couve-flor no Estado do Amazonas. Portanto essa pesquisa objetivou avaliar a
adaptabilidade e o desempenho produtivo de cultivares de couve-flor de verão nas condições
do município de Manaus-Amazonas, com o olhar para uma contribuição valiosa, para gerar
oportunidades de emprego e renda aos agricultores familiares do estado do Amazonas.
14
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1 Olericultura na Amazônia
O hábito de consumir hortaliças vem crescendo em Manaus, onde está concentrada
quase a metade da população do Amazonas. A produção local de hortaliças tem origem nos
bairros, periferias e em municípios adjacentes à capital, formando o cinturão verde de
Manaus. O consumo de hortaliças no Amazonas é atendido em grande parte pelos estados das
regiões Nordeste e Sudeste do Brasil. Os produtos muitas vezes são transportados por via
aérea, tornando-os caros e inviáveis ao consumo pela população carente (Gama, 2004).
Na região amazônica, as intensas chuvas e as temperaturas elevadas constituem os
principais fatores limitantes à produção de hortaliças na região de Manaus, devido à grande
incidência de pragas e doenças, resultando em oferta irregular de produtos imprevisível e uma
grande flutuação nos preços dos produtos, o que estimula a importação de hortaliças (Sassaki,
1997). Para atender às exigências do mercado é necessário introduzir novas formas de manejo
nos sistemas de produção, tecnologias e variedades que se adaptem às condições climáticas
locais.
Por outro lado, é de grande importância à seleção de cultivares com capacidade
adaptativa aos diferentes ambientes condições de cultivo, que apresentem precocidade,
produtividade elevada, alta qualidade e que ofereçam menores custos de produção, seja menos
oneroso (Freitas, 1995).
Na literatura, poucos trabalhos são encontrados a respeito de épocas de cultivo para a
couve-flor. Embora as cultivares de couve-flor sejam recomendadas, por suas respectivas
empresas, para estações do ano bem definidas, há de se avaliar o desempenho destas em
condições específicas de cultivo, pois as condições climáticas de uma estação, em uma
determinada região de plantio, não são, necessariamente, semelhantes às de outras regiões,
que têm latitudes e/ou altitudes distintas. Dessa forma, a mudança de uma região de plantio
para outra pode sofrer variações de diversos fatores como luminosidade (intensidade e
duração) e temperatura que, por sua vez, exercem influência direta no crescimento e
desenvolvimento da cultura (Porto, 2009).
2.2 Origem e Centro de Dispersão
O provável centro de dispersão e origem da couve-flor (Brassica oleracea var.
botrytis) é a região de clima temperado ameno e bienal, da Ásia Menor, de onde foi levada
15
para a Europa no século XVI. No início do século XVII espalhou-se pela Alemanha, França e
Inglaterra (Embrapa,2011).
As cultivares tradicionais de couve-flor no Brasil foram provavelmente introduzidas
da Europa no século XIX, na região serrana fluminense, no município de Teresópolis, RJ
(May et al., 2007). Acredita-se que sua introdução se deu com a vinda dos primeiros
imigrantes italianos (Freitas, 1995).
2.3 Taxonomia e Morfologia
As brassicáceas constituem a família botânica que abrange o maior número de
espécies, ocupando lugar proeminente na olericultura do Brasil. A maioria dos vegetais do
gênero Brassica pertence a uma única espécie - Brassica oleracea L. - e são produzidos por
modificações no sistema foliar ou radicular, sendo que cada um deles tem sua própria história
de domesticação (Filgueira, 2008). Entre as diversas hipóteses, acredita-se que a mais
provável é de que as espécies cultivadas sejam derivadas de uma espécie selvagem
denominada de Brassica oleracea var. silvestris, semelhante à couve-comum (Brassica
oleracea var. acephala) (Filgueira, 2008).
As principais olerícolas da família Brassicaceae são constituídas de 14 hortaliças
folhosas, entre as quais se destacam pela importância econômica, o repolho (Brassica
oleracea (L.) var. capitata), a couve-flor (B. oleracea (L.) var. botrytis), a couve-de-folha (B.
oleracea (L.) var. acephala), o brócolo (B. oleracea (L.) var. italica) e a mostarda (B. juncea
(L.). (Filgueira, 2008).
A couve-flor é uma espécie alógama, bienal, indiferente ao fotoperíodo, que exige frio
para passar do estádio vegetativo para o reprodutivo. A temperatura é o fator agroclimático
mais limitante para o seu desenvolvimento. Suas principais características morfológicas são:
as raízes se concentram nos primeiros 20-30 cm de profundidade; suas folhas são alongadas
de limbo elíptico; a inflorescência (cabeça) se desenvolve sobre um caule curto e são
formadas a partir do conjunto de primórdios florais, sendo estes transformados,
posteriormente, em botões florais, de cores branca, creme, amarela, roxa e verde; a flor quatro
sépalas e quatro pétalas; os estames são em número de seis; as anteras estão receptivas
somente ao se aproximar da abertura da flor; o fruto é uma síliqua com número de sementes
variando entre dez a trinta, em condições normais de formação (May et al., 2007; Filgueira,
2008).
16
Sob condições favoráveis à couve-flor, seu crescimento e o seu desenvolvimento
podem ser divididos em quatros estádios: o primeiro, de 0 a 30 dias, compreende o
crescimento inicial após a emergência das plântulas até a emissão de 5 a 7 folhas definitivas;
o segundo estádio, de 30 a 60 dias, ocorre a fase de expansão das folhas externas; o terceiro
estádio, de 60 a 90 dias, caracteriza-se pela diferenciação e o desenvolvimento dos primórdios
florais e das folhas externas. No quarto estádio, de 90 a 120 dias, ocorre o desenvolvimento da
inflorescência (May et al., 2007).
O comprimento desses estádios fenológicos pode variar segundo as características da
própria cultivar e também da resposta da planta às condições ambientais de cultivo. O
segundo e o terceiro estádios de desenvolvimento da couve-flor são de grande importância na
produtividade (tamanho e conformação de inflorescência), uma vez que atuam decisivamente
sobre o número e tamanho de folhas, que definirão a área foliar da planta, ou seja, o potencial
produtivo (May et al., 2007).
2.4 Interação genótipo x ambiente
A interação genótipo x ambiente foi definida por Shelbourne (1972) como sendo a
variação entre genótipos em resposta a diferentes condições ambientais. Dentre as muitas
definições de interação do genótipo x ambiente podemos reduzí-las a uma implicação prática
em que a melhor população ou indivíduos num sítio não são necessariamente os melhores
para outros sítios (Patiño Valera, 1986).
Um mesmo genótipo responde de maneira diferenciada de acordo com o ambiente em
que se encontra, e esta resposta diferencial dos efeitos genotípicos e ambientais no
desenvolvimento dos organismos, conforme afirma Kageyama (1980), dá origem ao
importante grupo de parâmetros genéticos conhecidos como interação genótipo x ambiente.
A interação GxE tem sido um grande desafio para os melhoristas, pois, quando da sua
existência, é possível que o melhor genótipo em um ambiente não o seja em outro. Tal fato
tem influência no ganho de seleção e dificulta a recomendação de cultivares com ampla
adaptabilidade (Cruz e Regazzi, 1997; Hill, 1975).
Na identificação do genótipo ideal é necessária a realização de experimentos nas
diferentes condições ambientais em que os genótipos serão avaliados para os caracteres de
interesse (Cargnin et al., 2006). Quando verificada a existência da interação significativa entre
genótipos e ambientes, utilizam-se técnicas para identificar genótipos adaptados e estáveis a
ambientes específicos (Dias et al., 2009).
17
Um bom entendimento da interação entre genótipos com ambientes poderá contribuir
para o aproveitamento de seus efeitos benéficos, bem como buscar alternativas para seus
efeitos indesejáveis sobre a avaliação de genótipos e recomendação de cultivares. Sabendo-se
que a constituição genética de um indivíduo não muda de um ambiente para outro, salvo por
mutação, qualquer alteração no fenótipo, para um dado genótipo, pode ser atribuída a efeitos
ambientais (Squilassi, 2003).
Filgueira (2008) afirma que, com o melhoramento genético houve desenvolvimento de
híbridos de couve-flor que apresentam condições de produção adequada em climas mais
quentes, permitindo o cultivo durante todo o ano e inclusive para os cultivares de verão sugere
o plantio entre os meses de setembro e janeiro, para as regiões do Centro-Sul.
As variedades de hortaliças convencionais existentes no mercado foram desenvolvidas
em regiões de condições climáticas diferentes da Amazônia e as variações do ambiente
causam um efeito direto no comportamento dos genótipos. Na avaliação de cultivares de
hortaliças, os rendimentos médios mais elevados nos ensaios de competição, associados aos
fatores de qualidade, são utilizados como critérios de recomendação das variedades avaliadas.
A adaptabilidade de uma variedade refere-se à sua capacidade de aproveitar vantajosamente
as variações do ambiente. Uma variedade de sucesso deve apresentar, em diferentes condições
de ambiente, alta produtividade e sua superioridade deve ser estável (Borém, 2001).
2.5 Cultivares
As cultivares são classificadas segundo a época ideal para semeadura em cultivares de
inverno, de meia-estação e de verão. Essa classificação considera a necessidade de frio para
indução floral de cada material. A variabilidade existente na espécie com relação à
necessidade de frio para a emissão da inflorescência permitiu a obtenção de genótipos
adaptados ao cultivo em regiões/estações do ano com temperaturas variadas (Filgueira, 2008).
Para que se tenha a certeza de bons resultados agronômicos faz-se necessário um
estudo preliminar de cultivares durante o ano, visando coletar dados diferenciais de
comportamento de cada genótipo. Esses dados associados ao estudo climático da nova região
de cultivo permitirão escolher o melhor material a ser plantado em cada época.
Abaixo são descritas as características das cultivares de couve-flor utilizadas:
18
 Piracicaba Precoce – Cultivar tradicional para verão, tolerante a temperatura
elevadas, com coloração de cabeça creme clara, peso variando de 1 a 1,2 kg, e
diâmetro variando de 15- 20 cm. O ciclo é de 80 a 90 dias.

Verona 284 – Híbrido de verão, tolerante ao calor, resistente à podridão negra e de
boa aceitação comercial, proporciona inflorescência de coloração branca, com 18 a 22
cm de diâmetro e peso variando entre 1,2 a 1,5 kg. O ciclo é de 100 a 110 dias.
 Verona CMS – Híbrido de verão, planta vigorosa e uniforme, folhas grandes que
permite uma boa proteção da cabeça, coloração branca, com peso variando entre 1,2 a
1,5 kg, e diâmetro variando entre 20 a 25 cm. O ciclo é de 95 a 100 dias.
 Veneza – Híbrido de verão, planta vigorosa, com folhas eretas, boa proteção da
cabeça, coloração esbranquiçada, com peso variando entre 1,2 a 1,5 kg, e diâmetro
variando entre 18 a 22 cm. O ciclo é de 90 dias.
Atualmente, a cultivar mais plantada no Brasil é Piracicaba Precoce, embora a cultivar
Verona também se destaque entre os produtores (Filgueira, 2000).
2.6 Exigências climáticas da couve-flor
2.6.1 Clima
A temperatura é o principal fator climático para o desenvolvimento da couve-flor. A
couve-flor já foi considerada cultura típica de outono-inverno, embora sem resistência à
geada, exigindo temperaturas amenas ou frias para formar cabeças comerciáveis. Ao longo do
tempo, o melhoramento genético vegetal criou cultivares adaptadas a temperaturas mais
elevadas, possibilitando o cultivo ao longo de todo o ano, com diferentes comportamentos de
desenvolvimento (May et al., 2007).
O crescimento e a qualidade das brássicas são melhores com temperaturas médias de
15 a 18ºC e máximas de 24ºC (Trevisan et al., 2003). Períodos prolongados de temperatura
acima de 25ºC podem retardar a formação de inflorescência em plantas que se encontram em
fase de crescimento vegetativo, reduzindo o tamanho delas e causando desenvolvimento de
folhas ou brácteas nos pedúnculos florais (Bjorkman & Pearson, 1998).
Para a indução do florescimento, o principal fator é a ocorrência de temperaturas baixas após a fase vegetativa denominada período juvenil (Booij & Struik, 1990), sendo que esta
reação varia de acordo com a cultivar. Por outro lado, elevações abruptas de temperatura
19
podem provocar crescimento excessivamente rápido da inflorescência e alongamento do
pedúnculo em determinadas cultivares. Durante o período da colheita, temperaturas altas
aceleram o desenvolvimento das inflorescências, dificultando sua colheita no estágio ideal
para comercialização (Trevisan et al., 2003).
2.6.2 Exigências nutricionais
Para a obtenção de produtos com alta qualidade, é necessário conciliar alguns fatores
como adubação equilibrada, cultivares adaptadas e controle fitossanitário correto,
considerando ainda a existência da relação entre o estado nutricional da planta e sua
suscetibilidade à ação de patógenos (Huber, 1994).
A deficiência de boro nas brásssicas resulta em coloração escura na parte central do
caule, cabeças pequenas, pouco compactas e com partes escuras, e na couve-flor, coloração
bronzeada na inflorescência (Everaarts & Putke, 2003; Filgueira, 1982). De maneira geral,
brócolis, couve-flor e repolho respondem à adubação com boro e a intensidade da resposta é,
normalmente, associada ao teor original deste nutriente no solo, ao tipo de solo e a cultivar.O
suprimento do boro para a cultura da couve-flor pode ser realizado através da adubação com
bórax (11% de B) ou ácido bórico (17% de B) no sulco de transplante e/ou através da
adubação foliar (May et al., 2007)
O nitrogênio na planta possui função estrutural, participa dos processos de absorção
iônica, fotossíntese, respiração, multiplicação e diferenciação celular. Estimula a formação e o
desenvolvimento de gemas floríferas e frutíferas. Em geral, sua deficiência causa o amarelecimento inicialmente das folhas mais velhas das plantas entre outros sintomas e o seu
excesso causa o atraso no florescimento (Malavolta, 1980; Marschner, 1995), aspecto
importante a ser considerado para a cultura da couve-flor, que tem como parte comercial a
“inflorescência”.
Os macronutrientes potássio e nitrogênio são extraídos em maiores quantidades pela
couve-flor, mas, experimentalmente, nitrogênio e fósforo são os nutrientes que têm fornecido
maiores respostas em produtividade. Após o transplante, o fornecimento parcelado de
nitrogênio promove crescimento vegetativo vigoroso, favorecendo a produtividade, existindo
correlação direta entre a superfície foliar e o desenvolvimento da “cabeça”, de forma que
plantas maiores originam “cabeças” de maior tamanho (Filgueira, 2008).
Para Furlani et al. (1978) e Sánchez et al. (2001), o nitrogênio é o primeiro nutriente
em porcentagem da matéria seca tanto na folha como na “cabeça” da couve-flor. Trani et al.
20
(1994) afirma que, dentre as hortaliças, as brássicas apresentam grande capacidade de
resposta ao nitrogênio, verificando- se aumentos na produtividade com aplicações crescentes
de N, até 300 kg ha-1.
Para solos de fertilidade mediana ou baixa, sugere-se aplicação de 80; 350-500 e 150200 kg ha-1 de N, P2O5 e K2O, respectivamente aplicados no sulco de transplante das mudas
(Filgueira, 2008). Raij et al. (1996) recomendam 60; 400-600; 180-240 de N, P2O5 e K2O,
respectivamente e adubação de cobertura com 15 a 200 kg ha-1 de N e 60-120 kg ha-1 de K2O,
parcelando em quatro vezes, aos 15, 30, 45 e 60 dias após o transplante.
Homa et al. (1969) e Oliveira et al. (1971) verificaram que em couve-flor a absorção
de macronutrientes obedeceu a mesma sequência de acúmulo de matéria seca, sendo os
nutrientes absorvidos pelas plantas na seguinte seqüência: K>N>Ca>S>Mg>P mostrando que
o nitrogênio foi o segundo nutriente mais extraído pela couve-flor, reforçando a importância
desse nutriente para essa cultura.
2.7 Pragas e doenças na couve-flor
Os danos causados pelos insetos são variáveis, podendo ser observados em todos os
órgãos vegetais. Dependendo da espécie e da densidade populacional da praga, do estádio de
desenvolvimento e estrutura vegetal atacada e da duração do ataque, poderá haver maior ou
menor prejuízo quantitativo e qualitativo. Tais danos são variáveis de país para país, de
acordo com características climáticas, variedades, técnicas agronômicas utilizadas, e
obviamente características socioeconômicas.
As brassicáceas são atacadas por algumas lagartas, destacando-se: traça (Plutella
xylostella), curuquerê (Ascia monuste orseis) e mede-palmo (Trichoplusia ni). Tais larvas de
insetos causam danos ao limbo foliar, afetando economicamente nos incrementos de
produtividade. Os afídeos da espécie Brevicoryne brassicae, forma colônias sobre as folhas,
comprometem o comportamento o desenvolvimento das plantas e ocasionam o
“engruvinhamento” do limbo foliar, devido à sucção da seiva. Podem se tornar vetores de
doenças. O controle das lagartas pode ser realizado com pulverizações com inseticidas
diversos, destacando-se o inseticida microbiano à base de Bacillus thurigiensis, além da
utilização da irrigação por aspersão que auxilia no controle (Filgueira, 2008).
As culturas oleráceas são, seguramente, aquelas mais afetadas por doenças
ocasionadas por microrganismos fitopatogênicos (Vale et al., 2004). As variáveis que mais
afetam o desenvolvimento de epidemias de doenças em plantas são a chuva, a umidade e
21
temperatura, entretanto pode haver influência da luminosidade, do pH, da fertilidade do solo,
da nutrição mineral de plantas. (Zambolim, 2007).
O teor de umidade do ar afeta o estado fitossanitário da cultura, especialmente no que
concerne ao ataque de fungos e bactérias fitopatogênicos. Contrariamente o baixo teor
favorece a manifestação de ácaros e alguns insetos (Filgueira, 2008). A alta umidade favorece
a disseminação de alguns patógenos.
As doenças causadas por patógenos habitantes do solo são predominantemente
influenciadas pelo clima. Já aquelas causadas por patógenos foliares são influenciadas pelas
condições meteorológicas. A temperatura é o fator do ambiente que mais influencia a
incidência e a severidade das doenças, ela interfere nos processos iniciais de infecção,
colonização e na sobrevivência dos patógenos, além de interferir nos processos fisiológicos da
planta, como evapotranspiração, fotossíntese, metabolismo, entre outros. (Zambolim, 2007).
As principais doenças que ocorrem no cultivo da couve-flor são citadas a seguir:
1) Podridão-negra: é uma bacteriose causada por Xanthomonas campestres pv.
campestres. Provoca típico amarelecimento foliar, juntamente com mancha necrótica
em forma de “V”, que se inicia na margem, com o vértice voltado para o centro da
folha, podendo afetar caule causando seu escurecimento. Temperatura e umidades
elevadas, no ar e no solo favorecem a doença. As principais medidas de controle é a
utilização de cultivares resistentes, mudas sadias, sementes tratadas, rotação de
culturas, pulverização com fungicidas cúpricos (Filgueira, 2008).
2) Podridão-mole: é uma bacteriose, cujo agente etiológico era conhecido com Erwinia
carotovora var. carotovora (ECC), entretanto uma proposta taxonômica mais moderna
atualmente reclassifica as bactérias do gênero Erwinia capazes de produzir enzimas
pectolíticas em Pectobacterium. Assim nessa nova proposta a ECC passou a ser
chamada de Pectobaterium carotovora subsp. carotovorum (Hauben et al., 1998,
Duarte et al., 2004). Ocasiona podridão úmida e mole na haste, com destruição da
medula e murcha na planta. Afeta o produto escolhido. É favorecida por temperatura e
umidade elevadas, no ar, e no solo, e por carência de Boro. As principais medidas de
controle é evitar lesionar as mudas e plantas adultas, o que favorece a penetração de
bactérias; controlar insetos mastigadores; proporcionar fornecimento adequado de
boro; efetuar rotação de culturas e pulverizar com fungicidas cúpricos (Filgueira,
2008).
22
3) Hérnia das crucíferas: ocasionada pelo fungo de solo Plasmodiophora brassicacae .
As raízes apresentam hérnias típicas, resultante da hipertrofia dos tecidos. Na parte
aérea, ocorre amarelecimento nas folhas, retardando o crescimento e murcha na planta
nas horas mais quentes. Baixa temperatura e umidade elevada favorecem a doença. O
controle é realizado através da rotação de culturas não pertencentes à família das
Brassicáceas (Filgueira, 2008).
4) Mancha alternaria: conhecida como alternariose, é uma doença fúngica causada por
Alternaria brassicacae. Os sintomas são caracterizados pela presença de lesões
pequenas e necróticas nas folhas externas, podendo ocorrer na cabeça de couve-flor.
Como medidas de controle recomenda-se a rotação de culturas, a eliminação dos
restos culturais, utilização de mudas sadias e controle químico, com aplicação de
chlorothalonil, iprodine ou macozeb (May et al., 2007; Peruch, 2004).
5) Míldio: Causado pelo Peronospora parasítica, caracteriza-se pela formação de lesões
foliares, de formato circular inicialmente cloróticas, progredindo lentamente para
necróticas. Na face inferior da folha, observa-se coloração esbranquiçada. O controle
pode ser efetuado através de rotação de culturas, eliminação de restos culturais, uso de
mudas sadias e controle químico. (May et al., 2007).
6) Oídio: Causado por Erysiphe polygoni, apresenta os sintomas de coloração branca ou
cinza esbranquiçada na superfície da planta. Recomenda-se para o controle, a
eliminação dos restos culturais, uso de mudas sadias ou controle químico (May et al.,
2007)
2.8 Aspectos nutricionais da couve-flor
A couve-flor é uma hortaliça importante do ponto de vista nutricional, pois é rica em
cálcio, fósforo, fibras, fonte de folato e vitamina A, B e C. Além disso, é livre de gorduras e
colesterol, e tem teores bem baixos de sódio e calorias. (Lana, 2010). Apresenta propriedades
mineralizante, fortificante, antioxidante e, graças ao elevado conteúdo de cálcio, é importante
na boa formação dos ossos (Mambreu et al., 2007).
A couve-flor possui 93% de água, sais minerais e vitaminas importantes para o
organismo humano (Tabela 1). É uma hortaliça de fácil digestão, cujo consumo é indicado
para pessoas de todas as idades. O preparo básico consiste na remoção das folhas e das partes
muito grossas e duras do caule, seguida pelo cozimento da couve-flor picada ou inteira, além
de ser poder ser encontrada na forma minimamente processada, já limpa, picada e embalada.
23
Tabela 1. Composição nutricional da couve-flor por 100 g de parte de inflorescência
Hortaliça
(crua)
Couveflor
Hortaliça
(crua)
Água
Calorias
%
Kcal
93
23
Fe
Proteínas
flor
0,5
Carboidrato
Fibra
Ca
Mg
P
--------------------- g --------------- --------------------- mg ---------------
Na
2,0
K
-------------- mg --------------Couve-
Lipídios
3
256
Traços
Vit.A
(UI)
16
5,0
Tiamina
B1
2,4
18
12
57
Niacina
Vit.C
Vit.B₆
Riboflavina
B2
-------------------------- mg ------------------------------0,03
0,09
-
-
0,10
Fonte: Projeto TACO, UNICAMP (2004).
2.9 Colheita
A colheita é realizada quando as inflorescências estão totalmente desenvolvidas, com
os botões florais ainda unidos (cabeça compacta e ainda firme), realizando o corte no colo da
planta e deixando algumas folhas para a sua proteção durante o transporte até os centros de
consumo (May et al., 2007).
Os atributos de qualidade de couve-flor mais importantes são o tamanho da
inflorescência, ausência de amarelecimento acentuado devido à exposição da cabeça ao sol,
ausência de danos mecânicos e áreas apodrecidas (Lana, 2010).
No Brasil, o plantio de verão geralmente é problemático, devido ao excesso de chuvas
e calor durante o ciclo, com maior incidência de pragas e doenças, especialmente na época da
colheita. O produto final colhido sob essas condições tem aspecto comercial inferior, com
cabeças menores, mais leves, de coloração mais clara, granulação maior, mais grossa, de pior
textura e menor conservação pós-colheita (Tavares, 2000).
24
3.HIPÓTESES
a) H0 – As cultivares de couve-flor não irão se adaptar as condições edafoclimáticas do
município de Manaus.
b) H1 – Pelo menos uma das cultivares de couve-flor poderá se adaptar às condições
edafoclimáticas do município de Manaus.
25
2.OBJETIVOS
2.1 GERAL
Avaliar o desempenho de cultivares de couve-flor de verão nas condições
edafoclimáticas do município de Manaus – Amazonas.
2.2 ESPECÍFICO
2.2.1 Avaliar a ocorrência de pragas e doenças sobre a cultura couve-flor de verão.
2.2.2 Caracterizar morfoagronômicamente as cultivares de couve-flor de verão.
2.2.3 Classificar com base no Programa Horti & Fruti Padrão cultivares de couve-flor de
verão para comercialização no estado do Amazonas.
26
5. MATERIAL E MÉTODOS
5.1. Caracterização da aérea experimental
A condução do experimento foi realizada na Estação Experimental de Hortaliças Alejo
von der Pahlen (EEH) do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), localizada no
Km 14, da Rodovia AM-010, com as coordenadas georreferenciadas de latitude 2 59'S,
longitude 60 01'W e altitude de 60 metros acima do nível do mar. O solo dessa área é do tipo
Argissolo Vermelho-Amarelo álico, textura arenosa.
5.2 Dados climatológicos
O clima local é caracterizado como “Afi” no esquema de Köppen registrando 2.450
mm de chuva, com uma estação seca no período de julho a setembro (EMBRAPA, 1982). Na
época em que o experimento foi conduzido, nos meses de agosto de 2012 a fevereiro de 2013,
as médias da temperatura mínima e máxima variaram de 22,6 °C á 33 °C, respectivamente,
com média geral de 27,8 °C, e a precipitação pluviométrica total foi de 1628,9 mm (Tabela 2)
(EMBRAPA, 2012).
Tabela 2: Dados climáticos referentes ao período de condução do experimento, Embrapa, km 29, AM-010
-2012.
Período do
experimento
Agosto
Setembro
Outubro
Novembro
Dezembro
Janeiro
Fevereiro
Total
Média
Temperatura
(°C)
Máxima Mínima
33,2
21,6
33,4
22,1
33,9
22,9
33,9
23,2
33,1
22,6
32,1
23,1
31,4
22,5
231
158
33
22,6
Umidade
Relativa
(%)
82,5
84,2
84,2
83,6
89,1
89,4
91,6
604,6
86,4
Precipitação
(mm)
Dias de
Chuva
Insolação
(hora)
138,3
128,8
107,00
296,7
277,3
329,5
351,3
1628,9
232,7
13
16
15
14
18
22
25
123
17,6
183,2
160,8
166,3
144,8
77,4
115
67,4
914,9
130,7
27
5.3 Delineamento Experimental
Utilizou-se o delineamento experimental de blocos casualizados, com quatro
tratamentos (as cultivares de couve-flor) com quatro repetições. As parcelas foram
representadas por sete plantas, sendo as quatro centrais consideradas plantas úteis para
avaliação.
5.4 Preparo da área experimental e plantio
Realizou-se a coleta de amostras de solo da camada de 0 – 20 cm da área experimental
para análise da sua composição química, de acordo com a metodologia adotada pelo
Laboratório Temático de Solos e Nutrição de Plantas do INPA, em Manaus.
Realizou-se a calagem em função da análise de solo, no dia quatro de julho de 2013.
Utilizou-se uma tonelada por hectare de calcário dolomítico, permanecendo este reagindo por
cerca de 60 dias. A análise de solo apresentou os seguintes resultados: pH = 5,41; C = 25,18
g/kg; M.O = 43,32 g/kg; N = 1,26 g/kg; P = 37 mg/kg; K= 55 mg/kg; Ca = 0,92 cmolc/kg;
Mg = 0,24 cmolc/kg; Fe = 89 mg/kg; Mn = 1,50 mg/kg ; Zn = 3,40 mg/kg.
O experimento foi realizado em uma área de 130 m2 de um Argissolo VermelhoAmarelo Álico. Após uma aração e gradagem foram confeccionadas 13 leiras, com dez metros
de comprimento. As covas para o plantio das mudas foram abertas com dimensões de 0,20 m
de altura e 0,20 m de largura em um espaçamento de 1,00 m x 0,50 m, totalizando 234 covas.
Fonte: Rafaela Noel
Figura 1: Preparo da área experimental
28
5.5 Cultivares usadas e formação das mudas
Foram utilizadas no experimento sementes das seguintes cultivares de couve-flor
recomendadas para o cultivo em estações climáticas de verão e primavera: Piracicaba
Precoce, Isla®; Verona 284, Sakama®; Veneza, Seminis®; Verona CMS, Seminis®.
A semeadura foi realizada no dia 20 de agosto de 2012, em bandejas de poliestireno
expandido com capacidade de 128 células, preenchidas com substrato Plantmax Hortaliças®,
colocando-se uma semente por célula. As plântulas da couve-flor por serem bastante sensíveis
no estádio inicial de vida, foram aclimatadas em ambiente protegido. Uma semana antes do
plantio definitivo as plantas passaram por um processo de aclimatação para se adaptarem ao
ambiente de campo aberto.
Aos 15 dias realizou-se adubação foliar com fertilizante Casa Verde, de formulação
15-5-5 e Bórax (2g/L). Aos 39 dias após a semeadura, as mudas atingiram estádio de
transplante, com quatro a cinco folhas definitivas, aproximadamente 10 cm de altura. No dia
01 de outubro de 2012 foi realizado o plantio das mudas, com 4 a 5 folhas definitivas em
campo (Figura 2).
A
Fonte: Rafaela Noel
Figura 2: Sementeira de couve-flor (A) e muda de couve-flor (B).
B
Fonte: Rafaela Noel
29
5.6 Adubação mineral e orgânica
No dia 25 de agosto de 2012 realizou-se a adubação orgânica, utilizando-se 2,5
kg/cova de composto orgânico elaborado na estação EEH. A adubação mineral foi realizada
com base na recomendação de Trani e Raij (1997), utilizaram-se os seguintes elementos e
quantidades: 43 g planta-1 de superfosfato simples, 10 g planta-1 de cloreto de potássio, 10 g
planta-1 de sulfato de amônio, 3 g planta-1 de boro. As adubações de cobertura ocorreram no
período de 15, 30, 45 e 60 dias após o transplante, aplicou-se 40 g da mistura de sulfato de
amônio e cloreto de potássio. Realizou-se adubação foliar com 15 g/L de sulfato de magnésio
e 3 g/planta de bórax, seguindo a recomendação de May et al. (2007). Durante a fase de
desenvolvimento da inflorescência utilizou-se o fertilizante foliar mineral misto, Plantafol, de
formulação 20-20-20, para suprimento nutricional da cultura, visto que a cultura da couve-flor
é exigente nutricionalmente.
5.7 Tratos culturais
Durante o ciclo das cultivares de couve-flor, a irrigação foi realizada quando houve
necessidade por aspersão. Foi realizada a cobertura do solo com palha de arroz. As plantas
invasoras foram manejadas através de métodos manuais, semanalmente.
O controle de pragas e doenças foi realizado através da utilização de inseticidas
recomendados para a cultura, de acordo com a ocorrência do agente, inseto ou patógeno na
área experimental, adotando-se a dose recomendada pelo fabricante. Os produtos utilizados
foram Deltametrina, Myrex.
5.8 Colheita
A colheita iniciou-se no dia 16 de janeiro de 2013, 136 dias após o plantio, à medida
que as cabeças começaram a atingir o ponto ideal de colheita, isto é, cabeças compactas com
botões florais ainda unidos. Estendeu-se até o dia 25 de fevereiro de 2013.
5.9 Avaliação da ocorrência de doenças e pragas nas plantas de couve-flor
Durante a condução do experimento as ocorrências foram avaliadas em loco, e
registradas fotograficamente. Em função dos sintomas de ocorrência de pragas ou doenças,
amostras de insetos ou partes das plantas foram coletadas para análises por especialistas em
30
estudos fitossanitários. A caracterização dos sintomas, isolamento e identificação dos agentes
causais foram realizadas no Laboratório de Fitossanidade do INPA, em Manaus.
6. Avaliação das características morfoagronômicas
Antes e depois da colheita foram avaliadas as seguintes características das plantas
(Figura3):
a. Diâmetro do caule (DC): mensurado através de medição com paquímetro a 0,05 m
do nível do solo, expresso em cm planta-1;
b. Altura da planta (AP): mensurada com régua graduada no nível do solo até a altura
que ocorreu o início da inflorescência, expresso em cm planta-1 ;
c. Número de folhas (NF): mensurada pela contagem das folhas produzidas pelas
plantas;
d. Massa do caule (MC): mensurada por meio da pesagem da parte compreendida entre
o nível do solo e a inflorescência, expressa em kg planta-1 ;
e. Diâmetro da inflorescência (DI): mensurada com um paquímetro até a metade da
inflorescência, expressa em mm planta-1 ;
f. Massa fresca da inflorescência (MFI): mensurada através de auxílio de uma balança
digital, expresso em kg planta-1 ;
g. Ciclo (CL): avaliado com a mensuração dos dias da semeadura a colheita, expresso
em dias;
h. Produtividade (P): calculado a partir da multiplicação do número de plantas por
hectare pela massa fresca da inflorescência (MFI), expresso em kg/ha.
A
Fonte: Ana Noel
B
C
Fonte: Rafaela Noel
Fonte: Rafaela Noel
Figura 3: Avaliação das plantas: A- altura das plantas (AC); B- massa do caule (MC); C- massa
fresca da inflorescência (MFI).
31
6.1 Classificação das cultivares de couve-flor com base no Programa Horti & Fruti
Aos 168 dias iniciou-se a colheita, quatro plantas por tratamento foram avaliados de
acordo com a análise do programa Horti & Fruti Padrão. O primeiro parâmetro avaliado foi à
classificação por diâmetro de cabeças, com auxílio de um paquímetro mensurou-se o diâmetro
transversal da inflorescência, dessa maneira classificaram-se os dados de acordo com as
classes (Tabela 2).
Em seguida as plantas foram classificadas por tonalidade e categoria. A caracterização
da tonalidade variou com a coloração da inflorescência. A tonalidade branca é caracterizada
pela predominância absoluta da cor branca. A tonalidade creme é caracterizada pelo
aparecimento de coloração creme em qualquer proporção, o mesmo vale para a tonalidade
amarela. A classificação por qualidade avalia os tipos de defeitos, que podem ser defeitos
graves e defeitos leves. Dessa maneira classificaram-se as plantas nas categorias: Extra,
Categoria I, Categoria II, Categoria III (Tabela 3).
Tabela 3: Classificação por diâmetro de cabeças
Classe
Maior diâmetro transversal, em mm
1
menor que 100
2
maior ou igual a 100
menor que 130
3
maior ou igual a 130
menor que 150
4
maior ou igual a 150
menor que 170
5
maior ou igual a 170
menor que 190
6
maior ou igual a 190
menor que 210
7
maior ou igual a 210
menor que 230
8
maior ou igual a 230
Fonte: Programa Horti & Fruti Padrão (1999), disponível na página http://www.hortibrasil.org.br
32
Tabela 4: Classificação por tonalidade ou categoria
Tipo
Defeitos graves
Extra
Categoria I
Categoria II
Limite de tolerância de defeitos
Categoria III
----------------------------------------- % ---------------------------------------------Podridão
0
1
2
5
Dano profundo
0
1
5
20
Impurezas
0
2
10
50
Passada
0
0
5
20
Outros graves
0
1
10
50
Total graves
0
2
10
50
Defeitos leves
2
10
20
100
Total de defeitos
2
10
20
100
Caracterização da tonalidade da coloração
------------------------------------------- % --------------------------------------------Branca
100
100
100
100
Creme
0
100
100
100
0
0
0
100
Amarela
Fonte: Programa Horti & Fruti Padrão (1999), disponível na página http://www.hortibrasil.org.br
6.2 Procedimentos Estatísticos
A classificação das inflorescências foi realizada de acordo com o programa Horti-Fruti
Padrão e as características avaliadas foram submetidos a análises de variância pelo teste F e as
médias dos tratamentos com valores significativos comparados pelo teste de Skott-Knott, em
nível de 5% de probabilidade, utilizando-se o programa estatístico Assistat 7.6 Beta,
desenvolvido pela Universidade Federal de Campina Grande- UFCG.
33
6. RESULTADOS E DISCUSSÃO
6.1 Ocorrência de pragas e doenças na couve-flor
Desde a fase de formação das mudas até a colheita observou-se a presença de pragas. As
mais frequentes foram: uma espécie de percevejo (não identificado) e formiga, Atta sexdens
(Figura 4). Ambas as espécies causam ferimentos nas plantas que funcionam como porta de
entrada para doenças.
A
Fonte: Rafaela Noel
B
Fonte: Rafaela Noel
Figura 4: Pragas encontradas na cultura: Percevejo (A) e Formiga cortadeira (B).
As ocorrências de doenças constatadas nas plantas estão associadas às condições
climáticas da região. Normalmente as brassicáceas são muito afetadas pelas podridões moles.
A Pectobacterium spp. causa apodrecimento de tecidos das raízes, caules e folhas das plantas
hospedeiras, avançando com rapidez para toda a planta. É comum o tecido apodrecido estar
associado a um odor desagradável (Lopes e Henz, 1998). Esses patógenos são habitantes do
solo, capazes de sobreviver por longos períodos. A manifestação das podridões moles está
relacionada com altas temperaturas e umidade. A umidade interfere na disponibilidade de
oxigênio do solo, levando um aumento na produção de enzimas bacterianas que destroem os
tecidos das plantas (Zambolim et al., 2007).
Os híbridos Verona 284, Veneza, Verona CMS foram mais suscetíveis a doenças
conhecidas, vulgarmente como podridão-mole ou talo-oco (Figura 5).
34
Fonte: Rafaela Noel
Fonte: Luiz Alberto
Figura 5: Sintoma de podridão-mole causado pela bactéria Pectobacterium spp.
Platas com os sintomas de Rhizoctonia spp. foram avaliadas. Esta doença de solo
causou tombamento e podridões nos tecidos das plantas. Na figura 6A e 6B são observadas
folhas com sintomas da doença e os escleródios do patógeno.
A
Fonte: Luiz Alberto
B
Fonte: Luiz Alberto
Figura 6: Sintomas de Rhizoctonia spp. (A) e os escleródios de Rhizoctonia spp. (B).
Constatou-se a presença de conídios de Choanephora sp., nos híbridos Verona 284,
Verona CMS, Veneza e Piracicaba Precoce, causando podridão floral (Figura 7A). Os
sintomas se caracterizaram pela presença de manchas necróticas circulares, no entanto, o
patógeno não foi identificado (Figura 7B).
35
A
Fonte: Luiz Alberto
Figura 7: Conídios de Choanephora sp. (A) e manchas necróticas circulares (B).
B
Fonte: Luiz Alberto
36
6.2 Avaliações dos caracteres morfoagronômicos da couve-flor
Em relação ao parâmetro diâmetro do caule (DC) o híbrido Verona 284 com 2,98 cm
foi superior às outras cultivares de couve-flor cultivadas (Tabela 5). Monteiro et al. (2010)
encontrou em 8 cultivares de couve-flor de verão nas condições de Jaboticabal- SP, até 3,09
cm de diâmetro de caule. Este valor está muito próximo ao apresentado neste estudo.
Normalmente o diâmetro do caule de uma couve-flor está relacionado à massa da cabeça.
Tabela 5: Tabela de Médias para os parâmetros: diâmetro do caule (DC), altura da planta (AP), número de folhas
(NF), massa do caule (MC), diâmetro da inflorescência (DI), massa fresca da inflorescência (MFI), ciclo (CL) e
produtividade (P), Manaus-AM, 2013.
Cultivar
DC(cm)
AP (cm)
NF (un)
MC(kg)
DI(cm)
MFI (kg)
CL(dias)
P (ton/ha)
Piracicaba
Precoce
Verona 284
2,09 c
32,18 a
25,68 a
0,22 b
15,93 a
0,32 a
176,18 a
6,4 a
2,98 a
27,68 b
24,43 a
0,29 a
11,90 b
0,23 b
176,37 a
5,0 b
Veneza
2,64 b
24,75 b
23,02 a
0,18 b
12,81 b
0,21 b
168,12 a
4,2 b
Verona CMS
2,73 b
26, 93 b
23,81 a
0,17 b
7,86 c
0,11 c
170,31 a
2,3 c
Média
2,61250
27,89
24,25
0,21
12,12
0,22
172,75
4,48
CV %
6,77
7,62
17,78
20,02
10,70
18,75
18,75
22,34
Médias seguidas da mesma letra, na mesma coluna, não diferem estatisticamente entre si para o teste Skott-Knott
(p <0,05).
Pôrto (2010) relatou a influência de espaçamentos no desenvolvimento do caule da
couve-flor Verona 284. Plantas cultivadas em espaçamento 1,20 m x 0,70 m, atingiram 3,07
cm em DC, portanto superiores a 40% em relação àquelas que foram cultivadas em
espaçamentos menores. Neste trabalho utilizou-se o espaçamento de 1 m entre linhas x 0,5 m
entre plantas. Portanto o valor 2,98 cm se situa muito próximo ao por esse autor citado.
Em altura da planta (AP) houve diferença significativa entre as cultivares. A cultivar
Piracicaba Precoce, com 32,18 cm, se desenvolveu mais do que os híbridos Verona 284
(27,68 cm), Verona CMS (26,93 cm) e Veneza (24,75 cm). Castoldi et al. (2009) encontraram
para este parâmetro o valor de 15,72 cm para a cultivar Verona .
O número de folhas (NF) da cultivar e híbridos de couve-flor não apresentaram
diferenças significativas. Mesmo assim, a maior média nessa característica (25,68) foi
observada na cultivar Piracicaba Precoce. Ferreira (1983) comentou que há uma tendência
37
para emissão de maior quantidade de folhas, quando as plantas são submetidas a altas
temperaturas.
Moel (1991) verificou que elevando a temperatura média de 17 ºC para 25 ºC, o NF
por planta aumenta de 26 para 37. Por outro lado, sob baixas temperaturas há estímulo a
emissão de inflorescência, ocorrendo o encurtamento do estádio vegetativo
e
consequentemente menor número de folhas. Esses resultados diferem dos encontrados no
presente trabalho. Apesar de as temperaturas mínimas e máximas terem variado,
respectivamente, em torno de 22,6 ºC a 33 ºC, as médias encontradas para NF foram
inferiores a citada por esse autor.
Kano et al. (2010), Pôrto (2010), Castoldi et al. (2009), Almeida et al. (2007),
Oliveira et al. (2007), cultivaram experimentalmente as cultivares de couve-flor Verona e
Teresópolis Gigante, em diferentes espaçamentos em regiões brasileiras e demonstraram que
esses genótipos emitem em média 23 a 25,97 folhas. Portanto valores próximos aos
representados nesse trabalho.
Para a característica massa do caule (MC) o híbrido Verona 284 com 0,29 kg, foi
superior em até 70% em relação aos outros genótipos estudados.
Para o parâmetro diâmetro da inflorescência (DI) da cultivar Piracicaba Precoce
obteve-se 15,93 cm de DI, valor superior em até 100% do detectado no híbrido Verona CMS
(7,86 cm). Resultados de Godoy e Cardoso (2005) sobre a produção de couve-flor cultivar
Shiromaru II observaram diâmetro de cabeça de 13,7 cm. Este valor é considerado baixo e
próximo do informado no presente trabalho. Sobre esta característica Monteiro et al. (2010),
Castoldi et al. (2009), Camargo et al. (2008), Kikuti (2006), Pizetta et al. (2005) avaliaram
algumas variedades e híbridos de couve-flor em diferentes ambientes das regiões brasileiras e
relataram valores máximos de até 26,37cm de DI, com destaque de estabilidade morfológica
para a cultivar Verona.
Em produção de massa fresca da inflorescência (MFI), observou-se uma variação de
0,11 a 0,32 kg das cabeças entre os quatro genótipos pesquisados. A cultivar Piracicaba
Precoce foi superior em MFI em 190% em relação ao híbrido Verona CMS. Castoldi et. al
(2009), Monteiro et. al (2009), Oliveira et al. (2007), Godoy e Cardoso (2005), avaliaram essa
variável em diferentes cultivares e híbridos de couve-flor em vários ambientes do Brasil e
relataram valores próximos ao informado no presente trabalho, com a cultivar Shiromaru II, e
até 1,19 kg a cultivar Verona.
38
O comportamento dos vegetais é muito afetado em função da interação existente entre
os genótipos e o ambiente. Fatores como tipo de solo, umidade, temperatura, nutrição,
doenças e manejo contribuem diretamente no desenvolvimento e produtividade das plantas. Já
foi comprovado que a diminuição do tamanho da cabeça da couve-flor está fortemente
relacionada com os fatores anteriormente mencionados (Minami, 1980).
No parâmetro ciclo (CL) os genótipos variaram entre 168,12 e 176,18 dias, a partir da
data de semeadura. Portanto, uma diferença que varia entre oito dias, considerada irrelevante,
ao se tratar do ciclo da cultura. Estes resultados não estão em conformidade com os existentes
na literatura. De acordo com a literatura observa-se que os ciclos das cultivares e híbridos são
os seguintes: Piracicaba Precoce entre 80 a 90 dias, o híbrido Verona 284 entre 100 a 110
dias, o híbrido Verona CMS entre 95 a 100 dias (May et al., 2000).
Sabe-se que temperatura média mensal para o desenvolvimento das brásssicas varia de
15 ºC a 18 ºC com máximas de 23,8ºC (Casseres, 1980) e de 15 ºC a 20 ºC (Ferreira, 1983).
As temperaturas médias observadas durante o período de condução deste experimento
variaram em torno de 22,6 ºC para temperatura mínima e 33 ºC para temperatura máxima.
Observou-se no início do período chuvoso que com a diminuição da temperatura
ocorreu o processo de diferenciação floral. Por outro lado, períodos prolongados de
temperatura podem retardar a formação da cabeça em plantas que se encontram em fase de
crescimento vegetativo. Do mesmo modo, plantas com cabeças em formação podem reverter
sua fase fenológica para crescimento vegetativo, reduzindo o tamanho das cabeças, causando
emissão de folhas ou brácteas nos pedúnculos florais (University of California, 1987).
Em produtividade (P), os genótipos utilizados no experimento oscilaram de 2,3 t ha-1 a
6,4 t ha-1. A cultivar Piracicaba Precoce foi a mais produtiva, mas esse valor é muito baixo.
Seleguini et al. (2006) apresentaram rendimento de produção com cultivar Piracicaba Precoce
de 14 t ha-1, valor superior a 100% ao apresentado neste trabalho.
Há registros na literatura que vários pesquisadores brasileiros pesquisaram variedades
e híbridos de couve-flor de verão na região Sudeste do Brasil. Em estudos com a cultivar
Verona, Oliveira et al. (2007), Castro (2006), Pizzeta et al. (2005), revelaram produtividade
média de 22,43 t ha-1, 30 t ha-1, e 11 t ha-1, respectivamente. May et al. (2000) e Pôrto (2010)
encontraram valores de 12,5 t ha -1 e 11,3 t ha-1, respectivamente para a cultivar Verona 184
valores muito superiores ao revelado neste trabalho com o mesmo genótipo nas condições
ambientais de Manaus.
39
Os resultados observados evidenciam que as plantas apesar das condições
edafoclimáticas serem desfavoráveis à cultura se adaptaram a região, isto se constata pela
formação de cabeça, visto que devido essas condições em alguns casos a planta permanece em
estádio vegetativo, não entrando em estádio reprodutivo que é a formação de cabeças. Devido
a altas temperaturas e umidade ocorreu a incidência de doenças que afetaram o desempenho
produtivo das plantas. Considerando que a produtividade de uma cultura está intimamente
relacionada com somatório de todas as interações planta x ambiente, os resultados
conseguidos com esta pesquisa preliminar, nas condições edafoclimáticas menos favoráveis
na região, estimulam aos pesquisadores da Amazônia a continuidade da pesquisa, testando
outras variedades, em diferentes épocas do ano e o emprego práticas fitotécnicas mais
adequadas. Dessa forma será possível desenvolver uma cadeia de produção para couve-flor no
estado do Amazonas.
6.3 Classificação da couve-flor sob o ponto de vista qualitativo
Entre os quatro genótipos de couve-flor avaliados, a cultivar Piracicaba Precoce com
diâmetro transversal da cabeça (DTC) medindo 150 mm, foi classificada na Classe 4,
categoria (CAT) I (com defeitos totais, dentro do limite de 10%) e tonalidade (TN) creme
(Tabela 6), foi a que apresentou melhores qualidades para fins comerciais.
Tabela 6: Classificação das cabeças da couve-flor de verão, Manaus-AM, 2013.
Cultivar
Classe
Classificação das Cabeças
Categoria
Tonalidade
Piracicaba Precoce
4
I
Creme
Verona 284
2
I
Creme
Veneza
2
I
Creme
Verona CMS
1
II
Creme
4=maior ou igual a 150mm; 2=maior ou igual a 100mm; 1=menor que 100mm;
categoria I= total de defeitos dentro do limite de 10%; categoria II= total de defeitos
dentro do limite de 20%; creme=coloração creme de cabeça
Segundo a avaliação por tonalidade as cultivares avaliadas foram classificadas em
coloração creme. (Figura 8 e 9). Sendo que esta característica foi influenciada pela alta
40
incidência de luz solar e alta pluviosidade, logo que as inflorescências são sensíveis a tais
fatores.
A
Fonte: Rafaela Noel
B
Fonte: Rafaela Noel
Figura 8: Couve-flor cultivar Piracicaba Precoce (A) e híbrido Verona 284 (B).
A
Fonte: Rafaela Noel
B
Fonte: Rafaela Noel
Figura 9: Couve-flor híbrido Veneza (A) e híbrido Verona CMS (B).
Quanto à avaliação por categoria todas as cultivares apresentaram defeitos que foram
classificados em graves e leves. Os principais defeitos graves encontrados foram à presença
de folhas nas inflorescências, e presença de pelos, sendo estas consideradas peludas além da
41
presença de mancha vinho (manchas rosadas) nas cabeças (Figura 10). O principal defeito
leve encontrado foi a cabeça deformada (Figura 11).
B
A
Fonte: Rafaela Noel
Fonte: Rafaela Noel
Figura 10: Defeitos graves : Presença de folhas, peluda (A) e Mancha vinho (B).
Fonte: Rafaela Noel
Figura 11: Defeito leve:Cabeça deformada.
Possivelmente o ambiente amazônico influenciou na qualidade das inflorescências
das couves-flores avaliadas. Nas condições da região Sudeste Monteiro (2010) em seu estudo
com oito cultivares de couve-flor de verão, classificou suas plantas na Classe 8, Categoria I e
TN Creme e Branca. Pôrto (2010) avaliou a cultivar Verona 284 em Jaboticabal–SP e
classificou as cabeças na Categoria Extra, e Classes 7 e 8.
42
7. CONCLUSÕES
1. O pequeno ataque de pragas e a pouca incidência de doenças não influenciaram na
produtividade e qualidade das cultivares de couve-flor.
2. A cultivar Piracicaba Precoce apresentou na maioria das características avaliadas
desempenho superior a outras cultivares.
3. De acordo com o programa Horti & Fruti Padrão as cultivares foram classificadas
nas classes 4, 2 e 1, nas categorias I e II, e na tonalidade creme.
4. A cultivar Piracicaba Precoce pode ser indicada para estudos mais extensivos na
região amazônica.
43
8.REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Almeida, K; Carvalho, G.J; Gomes, L.A.A; Duarte, W.F; Fontanetti, A. 2007. Produção
orgânica de couve-flor em sistema de plantio direto e convencional. Revista Brasileira de
Agroecologia 2: 1216-1219.
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. 2006. Guia alimentar para a
população brasileira: promovendo a alimentação saudável. Brasília, DF, 210 p.
Bjorkman T; Pearson K. High. 1998. Temperature arrest of inflorescence development in
broccoli (Brassica oleracea var. italica L.). Journal of Experimental Botany, 49: 101-106.
Booij R; Struik, P.C. 1990. Effects of temperature on leaf and curd initiation in relation to
juvenility of cauliflower. Scientia Horticulturae, 44: 201-214.
Borém, A. 2001. Melhoramento de plantas. Viçosa: UFV. 3. ed. 500pp.
Castoldi, R; Charlo, H.C.O; Vargas, P.F; Braz, L.T. 2009. Crescimento, acúmulo de
nutrientes e produtividade da cultura da couve-flor. Horticultura Brasileira 27: 438-446
Camargo, M.S; Mello, S.C; Foltran, D.E; Carmello, Q.A.C. 2009. Produtividade e podridão
parda em couve-flor „Sharon‟ influenciadas pela aplicação de nitrogênio e boro. Horticultura
Brasileira 27: 030-034.
Casseres, E. 1980. Producción de hortalizas. 3ed. San José: IICA. 387p.
Cargnin, A.; Souza, M.A. de; Carneiro, P.C.S.; Sofiatti, V. 2006. Interações entre genótipos e
ambientes e implicações em ganhos com a seleção de trigo. Pesquisa Agropecuária Brasileira.
V.41, p.987-933.
Castro, M.M de. 2006. Desempenho de sementes de couve-flor em função de níveis de vigor e
resposta à aplicação de nitrogênio. Dissertação de mestrado, Faculdade de Engenharia de
Ilha Solteira, Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, 49 p
44
Cruz, C.D.; Regazzi, A.J. 1997. Modelos biométricos aplicados ao melhoramento genético. 2ª
ed. rev. Viçosa: Editora UFV, 390 p.
Dias, F. T. C. et al. 2009. Adaptabilidade e estabilidade fenotípica para o caráter rendimento
de grãos em cultivares de soja para o Estado do Ceará. Revista Ciência Agronômica, v. 40, n.
01, p. 129-134.
Duarte, V.; De Boer, S.H.; Ward, L.J.; De Oliveira, A.M. 2004. Characterization of atypical
Erwinia carotovora strains causing blackleg of potato in Brazil. Journal of applied
Micribiology, Oxford, v. 96, n.3, p.535-545.
Embrapa. 1982. Boletim agrometeorológico. Manaus. EMBRAPA/UEPAE, 22 p.
Embrapa-hortaliças. (2011). Disponível em: http:/www.cnph.embrapa.br.html. Acesso em
31/10/2011.
Everaarts A.P; Putke H. 2003. Hollow stem in cauliflower. Acta Horticulturae, 607: 187-190.
Ferreira, F.A. 1983. Efeito do Clima sobre as Brássicas. Informe Agropecuário, Belo
Horizonte, v.9, p.12-14.
Filgueira, F.A.R. l982. Manual de olericultura: cultura e comercialização de hortaliças. São
Paulo: Editora Agronômica Ceres. v.2, 357 p.
Filgueira, F.A.R. 2000. Novo manual de Olericultura: Agrotecnologia moderna na produção
e comercialização de hortaliças. Viçosa: UFV.
Filgueira, F.A.R. 2003. Novo manual de olericultura. Viçosa: UFV, p. 275-280.
Filgueira, F. A. R. 2008. Novo manual de olericultura: agrotecnologia moderna na produção
e comercialização de hortaliças. 3.ed. rev. e ampl. Viçosa, UFV, 421 p.
Fontes, P.C.R. 2005. Olericultura: Teoria e prática. Viçosa-MG: UFV, 486p.
Freitas, J. A. et al. 1995. Avaliação qualitativa de híbridos experimentais de couve-flor de
verão Brássicas oleracea L. var. botrytis L.. Rev. Ciência e Prática. Lavras, v. 19, n. 2, p.
135-138.
45
Furlani, A.M.C; Furlani, P.R; Bataglia, O.C; HIroce, R; Gallo, J.R. 1978. Composição
mineral de diversas hortaliças. Bragantia 37: 33-34.
Gama, A.S. 2004. Caracterização do sistema de produção de pimentão (Capsicum annuum
L.) e cultivo protegido, no município de Iranduba. Dissertação de Mestrado, Universidade
Federal do Amazonas, Manaus. 90p.
Godoy, M.C; Cardoso, A.I.I. 2005. Produtividade da couve-flor em função da idade de
transplantio das mudas produzidas e tamanhos de células na bandeja. Horticultura Brasileira
23: 837-840.
Hauben, Lp; Moore, E.R.B; Vauterin, L; Steenackers, M; Mergaert, J; Verdonck, L; Swings,
J. 1998. Phylogenetic position of phytopathogens within the Enterobacteriaceae. Systematic
of Applied Microbiology, v.21, p.384-397.
Hill, J. 1975. Genotype-environment interaction: A challenge to plant breeding. Journal of
Agricultural Sciences, v.85, p.477-499.
Homa, P; Haag, H.P; Sarruge, J.R. 1969. Nutrição mineral de hortaliças II. Absorção de
nutrientes pela cultura da couve-flor. O solo, n. 1, p.16-19.
Huber, D.M. 1994. The influence of mineral nutrition on vegetable diseases. Horticultura
Brasileira 12: 206-214.
Hunt, R. 1990. Basic growth analysis. London: Crescimento, acúmulo de nutrientes e
produtividade da cultura da couve-flor 446 . Horticultura brasileira, v. 27, n. 4, out.- dez.
2009 Unwin Hyman. 112 p.
IBGE. 1996. Produção agrícola municipal. [online]. Rio de Janeiro: Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística, Disponível em: <http://www.sidra.ibge.gov.br/bda>. Acesso em:
06/02/2004.
Idam, 2003. Cultivo de hortaliças. 4 ed. 20p.
46
Kageyama, P.Y. 1980. Variação genética em uma população de Eucalyptus grandis (Hill)
Maiden. , Tese de doutorado ESALQ, Piracicaba, 125p.
Kano, C; Salata, A.C; Cardoso, A.I.I; Evangelista, R.M; Higuti, A.R.O; Godoy, A.R. 2010.
Produção e qualidade de couve-flor cultivar Teresópolis Gigante em função de doses de
nitrogênio. Horticultura Brasileira 28: 453-457.
Kikuti, A.L.P; Marcos Filho, J. 2009. Condicionamento fisiológico de sementes de couveflor. Horticultura Brasileira. 27: 240-245.
Lana, M.M. 2010. Diagnóstico do manuseio pós-colheita de Couve-Flor e Repolho em uma
Cooperativa de Produtores de Hortaliças de Planaltina-DF. Brasília-DF: Embrapa Hortaliças,
46p.
Lopes. C.A. & Henz, G.P. 1998. Podridões-moles das hortaliças causadas por bactérias.
Brasília: Embrapa Hortaliças, 8p. Comunicado técnico, 8.
Mambreu, E; Carabolante, M.H; Reis, S. 2007. Hortaliças: valor nutritivo, medicinal e
cromoterápico. Jaboticabal: Funep, 145p.
Malavolta, E. 1980. Elementos de nutrição mineral de plantas. São Paulo: Agronômica Ceres.
251p.
Marschner, H. 1995. Mineral nutrition of higher plants. London: Academic Press. 889p.
May, A; Branco, R.B.F; Cecílio Filho, A.B. 2000. Comportamento de diferentes materiais de
couve-flor em Jaboticabal/SP. In: Congresso Brasileiro De Olericultura, 40. Resumos São
Pedro: ABH (Suplemento Julho).
May, A; Tivelli, S. W; Vargas, P. F; Samra, A. G; Sacconi, L.V; Pinheiro, M. Q. 2007. A
cultura da couve-flor. Série Tecnologia APTA, (Boletim Técnico IAC, 200). Instituto
Agronômico, Campinas, Brasil, 36pp.
Minami, K. 1980. Relação entre sistema de plantio e densidade de população de couve-flor
(Brassica oleracea var. botrytis) e repolho (Brassica oleracea var. capitata L.). 71
Piracicaba, (Livre-Docência – Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” / USP), 80
47
Moel, C.P. 1991. Reaserch on cauliflores: temperatura fluctuations disrupt planning.
Groenten-fruit-vollefrondsgroenten, v. 1, p. 20-21.
Monteiro, B.C.B.A; Charlo, H.C.O; Braz, L.T. 2010. Desempenho de híbridos de couve-flor
de verão em Jaboticabal. Horticultura Brasileira 28: 115-119.
Oliveira, S.F; Castoldi, R; Vargas, P.F; Charlo, H.C.O; Braz, L.T. 2007. Crescimento,
distribuição de matéria seca e produtividade de couve-flor ‘Verona’. In: Congresso Brasileiro
de Olericultura, 47. Anais eletrônicos... Porto Seguro: SOB.
Patiño-Valera, F. 1986. Variação genética em progênies de Eucalyptus saligna Smith e sua
correlação com o espaçamento. Dissertação de Mestrado, ESALQ. 192p.
Peel, M.C; Finlayson, B.L; McMahon, T.A. 2007. Updated world map of the Köppen–Geiger
climate classification. Hydrol Earth Syst Sci 11:1633–1644
Peruch, L.A.M; 2004. Levantamento da intensidade da alternariose e da podridão negra e
cultivos orgânicos de brássicas e longevidade da esporulação de Alternaria brassicola em
restos foliares de brócolis. Tese de doutorado, Universidade Federal de Pernambuco –UFPE.
59p.
Pizetta, L.C; Ferreira, M.E; Cruz, M.C.P; Barbosa, J.C. 2005. Resposta de brócolis, couveflor e repolho à adubação com boro em solo arenoso. Horticultura Brasileira 23: 51-56.
Pôrto, Diego Resende de Queirós 2009. Densidades populacionais e épocas de plantio na
cultura da couve-flor, híbrido Verona 284. Dissertação de Mestrado, Faculdade de Ciências
Agrárias e Veterinárias, Universidade Estadual Paulista, Jaboticabal, 74p.
Raij B.Van; Cantarella H; Quaggio JA; Furlani AMC. 1996. Recomendações de adubação e
calagem para o Estado de São Paulo. Campinas: Instituto Agronômico & Fundação IAC.
285p.
Raij BV; Cantarella H; Quaggio JA; Furlani AMC. (Ed.). 1997. Recomendações da adubação
e calagem para o Estado de São Paulo. Boletim Técnico Nº 100, Campinas: IAC, 285 p.
48
Reis, A; Madeira, N.R. 2009. Diagnóstico dos principais problemas no cultivo de hortaliças
no Estado do Amazonas. Circular Técnica 82, Embrapa Hortaliças, Brasília-DF, 12p.
Richards, F.J. 1993. The quantitative analysis of growth. In: SHARMA BD; KAUL HN;
SINGH M. Growth analysis of potato varieties in autumn in subtropical conditions. New
Botanist: Lucknow, v. 20, n. 54, p. 55-69.
Sánchez, L.R; Botía, C.P; Sironi, JS; Sánchez, A.A; Crespo, A.P; Martinez, C.M. 2001.
Crecimiento vegetativo y absorción de nutrientes de la coliflor. Investigación Agraria 16:
119-130.
Squilassi, M.G. 2003. Interação de genótipos com ambientes. Embrapa Tabuleiros Costeiros.
47p.
Sassaki, O. K. 1997. Resultados preliminares da produção de hortaliças sem o uso de solo no
Amazonas. Horticultura Brasileira, Brasília, v. 15, p. 165-169.
Seleguini, A; Seno, S; Faria Jr., M. J. A. 2006. Efeito do espaçamento na produção e
qualidade de couve-flor Piracicaba Precoce. Horticultura Brasileira, Brasília, v. 24.
Shelbourne,C. 1972. Genotype environment interaction: its study and its implications in forest
tree improvement. In: Iufro Genetic Sabrao Joint Symposia, Tokyo, Proceedings. Tokyo,. p.
B-l(I) 1-27.
Silva, F.de A.S.e. 1996. The ASSISTAT Software: statistical assistance. In: international
conference on computers in agriculture, 6, Cancun, Anais. Cancun: American Society of
Agricultural Engineers, p.294-298.
Silva, F. de A. S. e. & Azevedo, C. A. V. de. 2002. Versão do programa
computacional
Assistat para o sistema operacional Windows. Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais,
Campina Grande, v.4,n.1, p71-78.
Silva, F. de A. S. e. & Azevedo, C. A. V. de. 2006. A New Version of The Assistat-Statistical
Assistance Software. In: world congress on computers in agriculture, 4, Orlando-FL-USA:
Anais. Orlando: American Society of Agricultural and Biological Engineers, p.393-396.
49
Silva, F. de A. S. e. & Azevedo, C. A. V. de. 2009. Principal Components Analysis in the
Software Assistat-Statistical Attendance. In:World Congress on computers in agriculture, 7,
Reno-NV-USA: American Society of Agricultural and Biological Engineers,
Souza, A. M; Gioppo, M; Mariane; Gonçalves , J; Ayub, R. A; Rezende , B. L. A; Otto, R.
F. 2010. 2010. Caracterização pós-colheita de dois híbridos de couve-flor. Biotemas, 23 (2):
45-49.
Tavares, C.A.M. 2000. Brócolos: O cultivo da saúde. Revista Cultivar HF 2: 20-22.
Trani, P.E; Granja, N.P; Basso, L.C; Dias, D.C.F.S; Minami, K. 1994. Produção e acúmulo de
nitrato pela rúcula afetados por doses de nitrogênio. Horticultura Brasileira, Brasília, v.12,
n.1, p.25-29.
Trevisan, J.N; Martins, G.A.K; Lúcio, A.D.C; Castaman, C; Marion, R.R; Trevisan, B.G.
2003. Rendimento de cultivares de brócolis semeadas em outubro na região centro do Rio
Grande do Sul. Ciência Rural 33: 233-239.
Zambolim, L. et al. 2007. Manejo de doenças e pragas: hortaliças. Editora Viçosa –UFV,
627p
University of california. 1987. Integrated pest management for cole crops and lettuce.
Berkeley: Division of Agriculture and Natural Resources, 112p.
Vale, F.X.R; Jesus Junior, W.C. de; Zambolim, L. (eds.). 2004. Epidemiologia aplicada ao
manejo de doenças de plantas. Perfil Editora, Belo Horizonte, 531p.
Vitória, D.P. 1996. Comportamento de cultivares e época de plantio de couve-flor (Brássica
oleracea var. botrytis) na região de Ilha Solteira. Trabalho de Graduação, Ilha
Solteira:NESPFEIS, 17p.
Download