UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ MARCELO DE LUCCA GERALDO ANÁLISE DO DEPARTAMENTO DE VENDAS DA EMPRESA ALUMPLAST IND. DE PVC LTDA. São José 2006 MARCELO DE LUCCA GERALDO ANÁLISE DO DEPARTAMENTO DE VENDAS DA EMPRESA ALUMPLAST IND. DE PVC LTDA. Trabalho de Conclusão de Curso – projeto de aplicação – apresentado como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel em Administração da Universidade do Vale do Itajaí. Professor Orientador: Amarildo Kanitz São José 2006 MARCELO DE LUCCA GERALDO ANÁLISE DO DEPARTAMENTO DE VENDAS DA EMPRESA ALUMPLAST IND. DE PVC LTDA. Este Trabalho de Conclusão de Estágio foi julgado adequado e aprovado em sua forma final pela Coordenação do Curso de Administração – Comércio Exterior da Universidade do Vale do Itajaí, em Luciana Merlin UNIVALI – CE São José Coordenadora do Curso Banca Examinadora: Prof. Amarildo Kanitz UNIVALI – CE São José Professor Orientador Prof. Rogério Raul da Silva UNIVALI – CE São José Membro Prof.(a) Ana Paula Sohn UNIVALI – CE São José Membro AGRADECIMENTOS Agradeço primeiramente a Deus. Ao meu amigo e orientador Prof. Amarildo Kanitz pela atenção e grande incentivo. Aos meus pais, por me darem a oportunidade e o apoio durante os anos em quem estive cursando a Universidade. À minha filha Beatriz, que compreendeu a minha ausência nesta etapa importante da minha vida. À minha namorada, Simone, que sempre me ajudou, incentivou e apoiou em todos os momentos. "Estratégia é a arte ou ciência de saber identificar e empregar meios disponíveis para atingir determinados fins, apesar de a eles se oporem obstáculos e/ou antagonismos conhecidos." Sun Tzu RESUMO DE LUCCA, Marcelo G. Análise do departamento de vendas da empresa Alumplast Ind. de PVC Ltda. 2006. 58 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Administração – Habilitação Comércio Exterior) – Universidade do Vale do Itajaí, São José, 2006. Com o avanço da tecnologia e da globalização, cada vez mais as empresas estão na busca da supremacia do seu segmento. A postura adotada pelas empresas no passado, ou seja, o foco direcionado apenas para dentro da organização, não deve ser o mesmo nos dias atuais, haja vista que a grande preocupação dos gerentes é com o pós-venda, com a satisfação do cliente e adoção de novas estratégias. O atual trabalho tem por objetivo analisar o departamento de vendas da Alumplast Ind. de PVC Ltda., permitindo identificar os pontos fortes e fracos com o intuito de tornar as operações de vendas mais eficientes e eficazes. A pesquisa se caracteriza como descritiva. As técnicas de pesquisa utilizadas foram: bibliográfica e pesquisa de campo. Na coleta de dados, foram utilizadas fontes primárias (entrevista semiestruturada) e secundárias, com abordagem qualitativa. O resultado da pesquisa identificou alguns pontos fracos no sistema atual, como por exemplo, preço dos produtos mais elevado que de seus concorrentes, problemas relacionados à entrega de material e também a falta de flexibilidade na hora da tomada de decisão. O que se pôde concluir é que, com a reestruturação no departamento de vendas, criando um novo planejamento, um programa de recrutamento e seleção juntamente com um programa de reciclagem, a empresa poderá otimizar os processos. Palavras-chave: Planejamento; vendas; marketing. ABSTRACT DE LUCCA, Marcelo G. Análise do departamento de vendas da empresa Alumplast Ind. de PVC Ltda. 2006. 58 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Administração – Habilitação Comércio Exterior) – Universidade do Vale do Itajaí, São José, 2006. With the advancement of the technology and of the more and more globalization the companies are in the search of the supremacy of his segment, the posture adopted by the companies in the past, or be, the focus directed barely for inside the organization, is not the even in the present days, have seen that to big worry of the managers is with the powders sell, with the satisfaction. The present work has for objective analyzed the department of sales of the Alumplast Ind. of PVC Ltda. Permitting identifies the weak and strong points with the design of become the operations of efficient and efficient sales. In the development of the research, was utilized to descriptive. The techniques of research utilized were: bibliographical, in works and complementary articles recommended by the professor adviser. In the fact-gathering, were utilized primary springs (interview is structured) and secondary, with qualitative approach. The result of the research identified some weak points in the present system, as by example, price of the products more elevated that of his competitors, problems related to the delivery of stuff and also the absence of flexibility at the right moment of the decision-making. What could conclude is that, with a restructuration in the department of sales, creating a new planning, a program of recruitment and selection jointly with a program of recycling the company will be able to, have the optimization of the trials. Key-words: Planning, sales and marketing. LISTA DE ILUSTRAÇÕES Quadro 01: Sinopse da evolução das definições de marketing ................. 17 Quadro 02: Principais tipos de varejistas ................................................... 24 Quadro 03: Varejo sem loja ........................................................................24 Quadro 04: Lojas de varejo ....................................................................... 25 Figura 01 – Conceitos de marketing ............................................................ 18 Figura 02 – Principais etapas do gerenciamento da força de vendas ......... 28 Figura 03 – Organograma da Alumplast ...................................................... 43 SUMÁRIO RESUMO ...............................................................................................................................5 ABSTRACT ...........................................................................................................................6 LISTA DE ILUSTRAÇÕES ....................................................................................................7 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................9 1.1 DESCRIÇÃO DA SITUAÇÃO PROBLEMA .........................................................11 1.2 OBJETIVOS .......................................................................................................12 1.2.1. Objetivo Geral........................................................................................12 1.2.2. Objetivos Específicos ...........................................................................12 1.3 2 JUSTIFICATIVA..................................................................................................12 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA .....................................................................................14 2.1 MARKETING ......................................................................................................14 2.2 AMBIENTE DE MARKETING .............................................................................19 2.3 MERCADO .........................................................................................................20 2.4 CLIENTE ............................................................................................................21 2.5 VAREJO .............................................................................................................22 2.6 ADMINISTRAÇÃO DE VENDAS.........................................................................26 2.6.1. Formas de organização ........................................................................31 2.7 RELACIONAMENTO DE VENDAS.....................................................................35 3 DESCRIÇÃO DO MÉTODO ...........................................................................................38 4 RESULTADOS DA APLICAÇÃO ..................................................................................40 4.1 CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA...................................................................40 4.1.1. Produtos ................................................................................................42 4.2 ORGANIZAÇÃO ATUAL DA ADMINISTRAÇÃO DE VENDAS ...........................43 4.3 ESTRUTURA DA FORÇA DE VENDAS .............................................................46 4.3.1. Entrevistas com os vendedores...........................................................49 4.4 5 PROPOSTA DE MELHORIA NO SETOR DE VENDAS......................................53 CONSIDERAÇÕES FINAIS ...........................................................................................55 REFERÊNCIAS ...................................................................................................................57 1 INTRODUÇÃO Antigamente, o que se podia observar é que as empresas se preocupavam somente com a produtividade de seus processos, ou seja, as organizações eram voltadas apenas para sua gestão, sem dar importância aos clientes, os consumidores finais de seus produtos. Este comportamento devia-se, principalmente, à inexistência de concorrência entre produtores. Com o passar dos anos, percebe-se o aumento constante da competitividade, causada por fatores tais como a alta dos derivados de petróleo, o aumento da mãode-obra, aumento nas taxas tributárias, o desenvolvimento da informática e dos meios de transportes. Ao se deparar com esta competitividade, as empresas, cada vez mais, vêm se preocupando em inovar e diversificar a sua pauta de produtos, objetivando melhorar a satisfação de seus clientes e buscar um lugar de destaque no mercado em que atuam. O ambiente dos negócios nos dias de hoje vem exigido das empresas a adoção de estratégias que as tornem competitivas frente a concorrência existente. À medida que as transformações vêm ocorrendo no mercado, o que se pode denotar é que aumenta o desafio das empresas em sobreviver a essas transformações. Os consumidores, cada vez mais exigentes, e as constantes inovações dos produtos e serviços fazem com que as empresas, diante desta realidade, busquem alternativas para se manterem competitivas. Fatores como a globalização, descentralização e a terceirização são alguns dos desafios que os profissionais vêm enfrentando no atual cenário. As próprias noções de emprego e trabalho estão mudando. Nesse sentido, as organizações têm investido mais em tecnologia, em novos produtos e em pessoal, para que o cliente sempre possa ter suas expectativas alcançadas dentro da organização. A empresa estudada, Alumplast Indústria de PVC Ltda., iniciou suas atividades em 15 de setembro de 1984 e esteve localizada na Avenida Ivo Silveira em Florianópolis por aproximadamente 10 anos. Tempos depois, a empresa manteve seu escritório neste endereço, mas mudou sua fábrica para um galpão próprio no Rio Grande, em Palhoça, onde esteve sediada por mais 5 anos. Depois a 10 fábrica e o escritório passaram a funcionar no mesmo local – às margens da BR 101 em São José, por mais três anos. Com o crescimento da demanda, surgiu a necessidade de expandir a fábrica para um local apropriado e com maiores recursos. Assim, nos dias atuais a sua sede está instalada no distrito industrial do município de São José. Inicialmente, a empresa manteve seu foco na fabricação de esquadrias de alumínio e instalação de forro PVC. Nesta época, suas vendas concentravam-se somente no varejo, ou seja, eram destinadas diretamente ao consumidor final. No decorrer dos anos, o seu fundador, Jonas Benjamim Geraldo, vislumbrando um mercado promissor, com o uso de recursos próprios, decidiu investir na industrialização de perfilados de PVC fabricando a linha de forros e acessórios. Então, a empresa passou a atuar também no atacado. A instalação da indústria de PVC surgiu da identificação por parte da empresa de um nicho de mercado pouco explorado na época - esta foi uma das dez primeiras indústrias a fabricar a linha de forros de PVC no Brasil. Atualmente, a Alumplast Ind. PVC Ltda. vem comercializando seus produtos para todos os estados brasileiros, tendo como principais clientes lojas de materiais de construção, lojas de decoração, instaladores de forros e divisórias, além de construtoras. A empresa conta com representantes específicos para cada região, com uma forte atuação nas regiões sul e sudeste. O sucesso obtido com este segmento vem superando as expectativas iniciais e está proporcionando à empresa a possibilidade de entrar no mercado internacional. Portanto, a Alumplast já iniciou alguns contatos para exportação de seus produtos, tendo negociações adiantadas no Mercosul, nos Estados Unidos e no Oriente Médio. Observa-se, na empresa estudada, a prioridade quanto aos princípios de qualidade total em suas atividades, seguindo a prática de melhorias contínuas, visando alcançar seus objetivos de tempo, inovação e custos. A Alumplast Ind. PVC Ltda é reconhecida pela ética com que conduz seus negócios, pela integridade de seus profissionais, pelo relacionamento com seus clientes, consumidores e fornecedores e pelo cumprimento com suas obrigações sociais. 11 Um dos pontos de apoio ao sucesso da empresa é atribuído à área de logística. Esta logística se inicia pela concentração de todas as suas atividades de fabricação em um único parque industrial, o que lhe proporciona otimização de fatores como transporte e cumprimento de prazos. A localização estratégica da empresa, situada próxima a BR101, facilita o escoamento da produção para todos os estados brasileiros e, se necessário, também para o mercado externo. Após analisar vários fatores relativos à empresa, verificou-se a necessidade de algo que a diferenciasse dos concorrentes de forma competitiva. Sabemos que uma empresa, para ser competitiva, precisa contar com profissionais capacitados para dar suporte, sobretudo no que se refere ao departamento de vendas. Do papel de desencadeador de consumo para o regulador e estimulador da produção, o marketing vem encontrando na sociedade moderna novos usos e aplicações. Em decorrência do rápido desenvolvimento tecnológico e das mudanças no comportamento social, vem ampliando suas fronteiras de atuação para outros campos. Sabe-se que, para um perfeito desenvolvimento e expansão de uma empresa, está envolvida uma série de fatores e questões estratégicas, podendo-se dizer que o marketing é uma peça fundamental para esse desenvolvimento. Partindo desse pressuposto, este trabalho busca analisar a estrutura do processo de vendas da empresa Alumplast Indústria de PVC Ltda. É a situação problema que se descreve no item seguinte. 1.1 DESCRIÇÃO DA SITUAÇÃO PROBLEMA O convívio e o estágio desenvolvidos na Alumplast proporcionaram a oportunidade de o pesquisador conhecer todas as atividades desenvolvidas pela empresa. Tendo em vista o grande crescimento do setor de plástico nos últimos anos, nota-se a necessidade de analisar o desempenho do setor de vendas desde o seu processo organizacional e administrativo da empresa Alumplast Indústria de PVC Ltda. O motivo se justifica frente ao crescimento e aceitação dos produtos da empresa no mercado, paralelo à acirrada concorrência existente no setor. Partindo deste pressuposto, torna-se necessário que a força de vendas, considerada estratégica, esteja preparada para enfrentar desafios como o mercado competitivo. É preciso estar a par dos novos paradigmas que vêm sendo 12 determinados pelos novos modelos de administração e, principalmente, pelo relacionamento direto com os clientes e fornecedores. Trata-se de uma busca contínua pela eficiência e eficácia do departamento de vendas, cujas melhorias têm impacto direto no crescimento da empresa. 1.2 OBJETIVOS Para o desenvolvimento deste trabalho, propõem-se os objetivos que serão apresentados a seguir. 1.2.1. Objetivo Geral Analisar o processo de vendas na empresa Alumplast Indústria de PVC Ltda. 1.2.2. Objetivos Específicos 1.3 • Verificar os procedimentos adotados na atual administração de vendas; • Descrever a estrutura da força de vendas; • Identificar os pontos fortes e fracos da estrutura da força de vendas. JUSTIFICATIVA A escolha do tema para desenvolvimento do trabalho se deu pela afinidade do acadêmico com a empresa e, mais precisamente, com as necessidades identificadas no departamento de vendas. Este é um dos departamentos mais importantes da organização e observou-se a necessidade de analisar se o mesmo vem desenvolvendo suas atividades de forma organizada e se vem proporcionando boa atuação para conquistar e manter os clientes. O setor passa por um momento em que a concorrência está muito acirrada. As empresas lutam cada vez mais por um espaço no mercado. Em busca de um bom desempenho, a Alumplast Indústria de PVC Ltda vem trabalhando de forma a acompanhar o mercado, seguindo suas tendências e se tornando cada vez mais competitiva. Com essa visão crescente da empresa, verifica-se a necessidade de uma reestruturação para que a empresa comece a atingir novos mercados. 13 O trabalho se torna relevante, pois o mesmo indica onde e como melhorar o setor de vendas, sendo que o estudo possibilitou uma melhor compreensão do setor, unindo teoria e prática, propiciando um crescimento profissional de grande importância. O trabalho em questão serve de referência para acadêmicos ou pessoas que queiram obter compreensão sobre este ramo de atividade. 14 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA A teoria se faz necessária para que se possa embasar os temas em estudo e, dessa forma, ter uma compreensão do ambiente empresarial e organizacional. É necessário compreender os conceitos de marketing, mercado, cliente, varejo, administração de vendas, com vistas a aplicar a teoria em benefício da prática de intervenção na empresa em estudo. 2.1 MARKETING A importância do marketing no desenvolvimento empresarial vem crescendo. Sua abordagem teórica vem passando por transformações e adaptações no cenário econômico, pois o capital corporativo vem se adaptando de forma acelerada, buscando-se diminuir os custos de produção em diferentes localidades para obter o máximo de competitividade. O marketing possibilita a criação de oportunidades de lucros e de oferecer idéias melhores que aumentem a vantagem competitiva das empresas (KOTLER, 1998). Nas palavras de Cobra (1994, p. 36), “marketing é uma expressão anglosaxônica derivada da palavra mercari, do latim, que significa comércio, ou ato de mercar, comercializar ou transacionar”. Las Casas (2002, p.13) também apresenta o conceito: Marketing é a área do conhecimento que engloba todas as atividades concernentes às relações de troca, orientadas para a satisfação dos desejos e necessidades dos consumidores, visando alcançar os objetivos da empresa e considerando sempre o meio ambiente de atuação e o impacto que essas relações causam no bem estar da sociedade. Pride e Ferrel (2000, p. 13) sustentam que as organizações necessitam vender produtos para sobreviver e crescer “e as atividades de marketing as ajudam a vender os seus produtos. Os recursos financeiros gerados pelas vendas podem ser usados para desenvolver produtos inovadores”. Para Stanton e Spiro (1999, p. 29): 15 Marketing é uma filosofia de negócios que faz da satisfação do cliente a justificativa econômica e social para a existência da empresa. Desse modo, as atividades da empresa devem se concentrar em descobrir o que o cliente deseja, satisfazendo esses desejos e gerando lucros a longo prazo. Segundo Kotler e Armstrong (2003 p.3), “marketing é um processo administrativo e social pelo qual indivíduos e grupos obtêm o que necessitam e desejam, por meio da criação, oferta e troca de produtos e valor com os outros”. Ou ainda, marketing é a entrega de satisfação para o cliente em forma de benefício, sendo que os principais objetivos são: atrair novos clientes, prometendo-lhes valor superior, e manter os clientes atuais, proporcionando-lhes satisfação. Pode-se, assim, concluir que marketing consiste em atender as necessidades dos clientes fazendo melhorias que irão beneficiar a ambos: empresa e cliente. Nesse sentido, McKenna (1992, p.3) afirma que o marketing deve ser: orientado para criação, e não ao controle de um mercado; baseia-se na educação desenvolvimentista, no aperfeiçoamento incremental, e no processo contínuo, e não em simples táticas para conquistar fatia de mercado, ou eventos únicos. E que é mais importante, baseia-se no conhecimento e na experiência existente na organização. Godri (1997, p.12), concordando com Kotler (1998) e McKenna (1992), contribui afirmando que o marketing “é a atividade de descobrir, conquistar e manter clientes”. Para Kotler & Armstrong (2003, p.3), Muitas pessoas pensam em marketing apenas como vendas e propaganda. Isso não causa nenhuma surpresa. Afinal, todos os dias somos bombardeados por comerciais de televisão, anúncios em jornais e revistas, campanhas de mala-direta, ofertas na internet campanhas de tele-marketing. Entretanto, vendas e propaganda constituem apenas a ponta do iceberg do marketing. Pride e Ferrel (2000, p.3) definem “marketing como o processo de criar, distribuir, promover e apreçar bens, serviços e idéias para facilitar relações de troca satisfatórias com clientes em um ambiente dinâmico”. Sendo assim, conclui-se que o marketing envolve muito mais que venda e propaganda. Antes mesmo de o produto ser fabricado, o marketing já vem atuando. 16 Nessa concepção, Pride e Ferrel (2000, p. 4) enfatizam: Marketing é mais do que a simples publicidade ou venda de um produto; implica desenvolver e gerenciar um produto que satisfará as necessidades do cliente. Seu foco é fazer com que o produto esteja disponível no lugar certo e a um preço aceitável para os compradores. Já nos dizeres de Richers (2000), as finalidades principais do marketing consistem em, primeiramente, identificar o nicho de mercado e/ou suas oportunidades de demanda, e conquistar, preencher nichos identificados com recursos. Pride e Ferrel (2000, p. 4) acrescentam que: as atividades de marketing “ajudam a produzir os lucros essenciais não apenas para a sobrevivência individual das empresas mais também para a saúde e a sobrevivência fundamental da economia global”. Cobra (1997), completando as reflexões de Richers (2000), comenta que as atividades de marketing no Brasil já datam de quatro décadas, mas persiste a imagem de venda e propaganda. Concorda com os demais autores citados anteriormente, Kotler e Armstrong (1998), McKenna (1992), Gronroos (1993), Richers (2000), e define marketing como uma forma de sentir o mercado e adaptar produtos e serviços, trata-se de um comprometimento com a busca da melhoria da qualidade de vida das pessoas, atendendo suas necessidades. Conforme Nickels e Burk (1999, p. 8), Para entender para onde o marketing está indo, pode ser útil compreender como ele evoluiu ao longo do tempo. Nos séculos dezoito e dezenove, as empresas nos Estados Unidos e na Europa desenvolveram a capacidade de fazer produtos em grande escala e a preços baixos. Cobra (1997, p.27) apresenta um quadro com a evolução do marketing no decorrer dos anos: 17 AUTOR American Marketing Association Ohio State University ANO 1960 Kotler e Sidney Levy 1969 William Lazer 1969 David Luck 1969 Kotler e Gerald Zaltman 1969 Robert Bartls 1974 Robert Haas 1978 Robert Haas 1978 Philip Kotler 1997 1965 DEFINIÇÃO DE MARKETING “O desempenho das atividades de negócios que dirigem o fluxo de bens e serviços do produtor ao consumidor ou utilizador.” “O processo na sociedade pelo qual a estrutura da demanda para bens econômicos e serviços é antecipada ou abrangida e satisfeita através da concepção, promoção, troca e distribuição física de bens e serviços.” “O conceito de marketing deveria abranger também as instituições não lucrativas.” “O marketing deveria reconhecer as dimensões societais, isto é, levar em conta as mudanças verificadas nas relações sociais.” “O marketing deve limitar-se às atividades que resultam em transações de mercado.” “A criação, implementação e controle de programas calculados para influenciar a aceitabilidade das idéias sociais e envolvendo considerações de planejamento de produto, preço, comunicação, distribuição e pesquisa de marketing.” “Se o marketing é para ser olhado como abrangendo as atividades econômicas e não econômicas, talvez o marketing como foi originalmente concebido reapareça em breve com outro nome.” “É o processo de descoberta e interpretação das necessidades e desejos do consumidor para as especificações de produto e serviço, criar a demanda para esses produtos e serviços e continuar a expandir essa demanda.” MARKETING INDUSTRIAL – “É o processo de descoberta e interpretação das necessidades, desejos e expectativas do consumidor industrial e das exigências para as especificações do produto e serviço e continuar através de efetiva promoção, distribuição, assistência pós-venda a convencer mais e mais clientes a usarem e a continuarem usando esses produtos e serviços.”. “É o processo de planejamento e execução desde a concepção, preço, promoção e distribuição de idéias, bens e serviços para criar trocas que satisfaçam os objetivos de pessoas e de organizações.” Quadro 01: Sinopse da evolução das definições de marketing Fonte: adaptado de Cobra (1997) Analisando o quadro de Cobra (1997), que retrata a evolução do marketing, pode-se concluir que existem muitas definições sobre o que é marketing para os vários autores citados. Com o passar dos anos, criam-se novos entendimentos frente às exigências do mercado, sofrendo modificações que alteram a percepção do conceito de marketing. É importante salientar que Philip Kotler foi um dos propulsores desse novo contexto de interpretação do marketing, pois teorizou sobre os princípios elementares e deu sentido aos fundamentos até então estabelecidos, fazendo correlação entre teoria e prática. Foi este autor que vinculou definitivamente o produto à satisfação de necessidades do cliente. 18 Dessa forma, o marketing é de suma importância para a organização, pois nele se concentram os esforços em obter novos clientes, sempre com o objetivo de manter os atuais clientes satisfeitos com o produto e com a organização. Segundo Kotler e Armstrong (2003, p.04), os principais conceitos de marketing são: Necessidades, Desejos e demanda Mercado Principais Conceitos de Marketing Troca Transações e relacionamentos Produtos e serviços Valor, satisfação e qualidade Figura 01 – Conceitos de marketing Fonte: Kotler e Armstrong (2003, p.04) Na realidade, o objetivo central do marketing é ganhar mercado. Para McKenna (1992, p.8), o significado real é “pensar em sua empresa, sua tecnologia e seu produto de forma diferente, começando pela definição de onde pode estar sua liderança, porque em marketing o que você lidera ganha”. O marketing destaca-se e se completa em ter o produto certo à disposição no lugar e hora certa. É preciso certificar-se que o cliente tenha conhecimento do produto e atenda sua necessidade naquele momento (WESTWOOD, 1996, p.128). No que diz respeito aos conceitos citados acima, Kotler (2003) sustenta que todos os consumidores têm necessidades e desejos para serem atendidos. Isso gera a demanda de um determinado produto. Assim, as empresas investem cada vez mais para poder atender a essas eventuais necessidades. Na próxima etapa, o autor destaca que vem a satisfação que esse produto vai gerar para o consumidor: se é um produto valorizado pela qualidade ou apenas uma necessidade do cliente. O outro passo é o valor monetário que o produto vai ter. Isso depende muito da necessidade do consumidor, isto é, quanto ele está disposto a pagar para obter o produto. Por último, deve-se verificar o tipo de mercado que esse produto vai atingir, qual o perfil do consumidor. 19 Em função do exposto, torna-se relevante abordar o ambiente de marketing, mercado, cliente, varejo, conforme se apresentam nos itens seguintes. 2.2 AMBIENTE DE MARKETING Na velocidade que a tecnologia avança, nota-se no atual cenário econômico um ambiente em que a mudança é constante e o futuro é imprevisível, pois o crescimento tecnológico é acelerado. Assim, a forma com que os pedidos são feitos também tende a mudar. Na visão de Pride e Ferrel (2000, p. 7): “o ambiente de marketing, que inclui forças concorrentes, econômicas, políticas, legais e reguladoras, tecnológicas e socioculturais, envolve o cliente e afeta o mix de marketing”. Segundo Kotler & Armstrong (2003, p.61), O ambiente de marketing de uma empresa é constituído de participantes e forças externas a ele que afetam a capacidade da administração de marketing de desenvolvimento e manter bons relacionamentos com seus clientes alvos. Ele oferece tanto oportunidades quanto ameaças. Empresas bem-sucedidas sabem a importância de estar sempre observando e se adaptando ao ambiente em mutação. Churchill Jr. e Peter (2000) enfatizam que um bom profissional de marketing deve, primeiramente, avaliar todo o ambiente externo e suas variáveis para que, com essas informações, ele possa atuar de forma a identificar as melhores oportunidades e, assim, servir seu mercado de forma a valorizar seus produtos, criando um valor maior para seu produto. Essa análise pode também ajudar a identificar as possíveis ameaças que uma organização possa sofrer avaliando suas vantagens competitivas. Para os autores Kotler e Armstrong (2003) e Churchill Jr. e Peter (2000), o ambiente de marketing envolve todo tipo de mudança que pode ocorrer no mercado e, como conseqüência, afetar as organizações. Por isso, as organizações precisam cada vez mais acompanhar as tendências do mercado, para que fiquem competitivas em relação a seus concorrentes. Pride e Ferrel (2000, p. 4) afirmam que “as forças do ambiente de marketing afetam a habilidade da empresa de facilitar trocas de três modos gerais. Primeiro, 20 elas influenciam o clientes afetando seu estilo e seu padrão de vida e sua preferências e necessidades de produtos”. 2.3 MERCADO É consenso, nas reflexões acerca de mercado, que para a empresa poder sobreviver, precisa obter um mercado comprador para seus produtos, seja na indústria, comércio ou prestação de serviços. Essa necessidade de conhecer o seu mercado também vai mostrar qual será a demanda da organização e a sua possibilidade de vendas, o quanto de matéria-prima e insumos de produção ela precisará, sempre observando a capacidade de sua produção. Segundo Cobra (2003, p.62): O mercado é entendido como um lugar público onde serviços são comprados e vendidos, diretamente ou através de intermediários. Ou ainda, que mercado é constituído de um aglomerado de pessoas com habilidade presente ou potencial e desejo para comprar um produto ou serviço, e isso equivale á noção de demanda. Godri (1997, p.23) acrescenta que “mercado é o conjunto de empresas ou pessoas que ofertam ou demandam um determinado bem ou serviço”. Por sua vez, Kotler (1993, p. 38) enfatiza que “o mercado é composto por clientes potenciais que têm a mesma necessidade e estão aptos a engajar-se ao processo de troca para poder satisfazer as suas necessidades ou desejos”. Na mesma linha, Churchill Jr. e Peter (2002) consideram que o mercado é definido quando indivíduos ou organizações têm o desejo e a capacidade de comprar produtos e serviços. Segundo Cobra (1993, p. 94), “o importante para a organização é descobrir mercados com necessidades a serem satisfeitas, para então poder criar produtos e serviços que atendam a essas necessidades”. Cobra (1994) comenta que o próprio vendedor é a pessoa mais indicada para sentir o mercado e as suas necessidades, podendo sugerir ações estratégicas e táticas visando à valorização dos negócios desenvolvidos pela empresa. Keegan e Green (2000, p. 4) complementam que “quem estuda mercados mundiais encontrará padrões universais e diferenças culturais”. 21 Com um número tão grande de novos produtos e tecnologias no mercado, os consumidores sentem-se intimidados, e com isso, entra a credibilidade do produto e da empresa por trás desse produto. Os comerciantes entendem que não há consumidores iguais, e que é muito difícil atender as necessidades e satisfações de todos da mesma maneira. Para atender a todos, os comerciantes orientam seus esforços a grupos menores, dentro do mercado maior. Estas igualdades, similaridades, podem se basear em características pessoais, comportamento de compra ou formação psicológica (SHEWE e SMITH, 1982). Para Westwood (1996), o mercado é o foco principal da empresa. Pois para elaborar a estratégia geral da empresa, formular o produto ou serviço corretamente e decidir como comercializar, é importante também ter conhecimento das informações relevantes que sejam conhecidas sobre o produto ou serviço que estão no mercado. Faz-se necessário conhecer a participação de mercado, como é distribuída, quem são os usuários, qual a freqüência que compram, se os clientes utilizam apenas uma marca ou várias e como fazem suas escolhas. As principais fontes de oportunidades no mercado são: fornecer um novo produto ou serviço; fornecer de maneira nova, ou melhor, um produto ou serviço existente; fornecer algo escasso (KOTLER, 2000). Keegan e Green (2000, p. 4) complementam que “quando uma empresa consegue criar mais valor para os consumidores do que seus concorrentes, diz-se que ela tem vantagem competitiva na indústria em que atua.” 2.4 CLIENTE O cliente é tratado na literatura de forma estratégica, pois cada vez mais, as empresas estão correndo atrás dos consumidores e buscando torná-los clientes fiéis. Ao se tornar um cliente fiel, em troca, o consumidor quer que suas necessidades sejam entendidas e atendidas individualmente. Segundo os Professores do Departamento de Mercadologia da FGV - EAESP (2003, p.38), cliente “é uma pessoa ou unidade organizacional que desempenha um papel no processo de troca ou transação com uma empresa ou organização. Dizem também que cliente pode ser tanto o cliente potencial como o cliente atual de uma empresa”. 22 Nickels & Burk (1999, p. 6) acrescentam: “cliente é um indivíduo ou organização que compra ou troca alguma coisa de valor pelos produtos do vendedor”. O cliente é a peça fundamental em qualquer negócio, pois é ele quem vai adquirir os produtos comercializados e dar um feedback, consolidando assim a empresa e a marca. Cobra (1993) comenta que o relacionamento com os fornecedores e, principalmente, com os clientes e consumidores é de extrema importância para a organização conseguir alcançar o seu diferencial estratégico. Enfatiza também que o serviço ao cliente faz parte do marketing, uma vez que concebido e agregado ao produto. A satisfação do cliente é um elemento fundamental, tanto no serviço antes da venda, durante e principalmente no pós-venda. A este propósito, Cobra (1994, p. 161) acrescenta: Para muitos vendedores, a venda termina quando o cliente dá pedido; essa é sem duvida, uma falsa premissa. Na verdade, a venda não termina nem mesmo quando o cliente paga, ou dá um novo pedido; o ciclo é continuo e permanente, até que o cliente cerre definitivo suas portas. Já Stanton e Spiro complementam que: O vendedor deve saber tudo que for possível sobre os negócios do cliente potencial – seu porte, suas atuais práticas de compras, a localização de suas instalações, o nome dos seus executivos e, o mais importante, os nomes das pessoas que tomam as decisões de compras e daquelas que têm influência nas compras. Uma das funções da área de vendas é conhecer bem o cliente e isso pode vir a ser uma estratégia. Desta forma, a organização vai dando suporte visando à manutenção de seu cliente que já é fiel, e em busca de novos clientes. 2.5 VAREJO Quando se fala de varejo, pode-se dizer que o varejista tem uma função muito importante na estrutura de distribuição de um determinado produto, pois segundo Professores do Departamento de Mercadologia da FGV – EAESP (2003, p.145), 23 O varejista é o intermediário que se encarrega de realizar a venda para os consumidores finais – os que farão uso pessoal do produto, geralmente em pequenos lotes. E ainda, cabe ao varejista manter o estoque dos produtos que comercializa, oferecendo variedade aos seus consumidores. Para Godri (1997), varejo é a comercialização direta ao consumidor final em pequenas quantidades. A este propósito, Las Casas (2002, p. 223) comenta: Quando uma empresa vende ao consumidor final, ela está praticando uma atividade varejista. Muitas empresas estão ligadas ao varejo dos mais variados tipos, como lojas, butiques, padarias, restaurantes, supermercados, farmácias, drogarias, postos de gasolina etc. O varejista acaba ajudando o fabricante do produto, uma vez que distribui seus produtos para uma maior quantidade de clientes em lotes pequenos. Las Casas (2002, p. 223) complementa: “devido a grande quantidade de estabelecimentos na atividade varejista, alguns autores fizeram esforço para classificá-los de forma compreensível e prática”. Existem vários tipos de varejistas, com ou sem loja e organizações de varejo. Kotler (2000) mostra os principais tipos, como pode ser visto no quadro a seguir. TIPO DE VAREJISTAS Loja de especialidade DESCRIÇÃO Uma linha restrita de produtos com uma grande variedade, como lojas de vestuário, lojas de artigos esportivos, lojas de moveis, floricultura e livrarias. Loja de departamentos Varias linhas de produtos, sendo cada linha operada como um departamento separado. Supermercado Operações de auto-serviço relativamente grandes, de baixo custo, baixa margem e alto volume, projetadas para atender a todas as necessidades de alimentação, higiene e limpeza doméstica. Loja de conveniência Lojas relativamente pequenas, localizadas próximo a áreas residenciais, funcionando em horários prolongados durante toda a semana e exibindo uma linha limitada de produtos de conveniência de alta rotatividade a preços ligeiramente mais altos. Loja de descontos Mercadoria-padrão vendidas a preços mais baixos, com margens menores e volume maior. Varejista off-price (de Mercadorias compradas a valores inferiores aos preços liquidação) normais de atacado e vendidas a preços inferiores aos de varejo. 24 varejo. São de propriedades dos fabricantes e por eles operadas; normalmente vendem sobras de estoque, produtos que saíram de linha ou artigos com defeito. Lojas de descontos São de propriedade de empreendedores ou de divisões de independentes grandes corporações de varejo e por eles operadas. Clubes de atacadistas Vendem uma seleção limitada de produtos de mercearia, utensílios e roupas de marca e uma variedade de outros produtos vendidos com grandes descontos a seus sócios, que pagam anuidades. Super loja Ocupa um espaço médio de 3.500m² de área de vendas e vende praticamente todos os itens, de alimentação ou não, que os consumidores costumam comprar. Geralmente oferece serviços como lavanderia, lavagem a seco, conserto de sapatos, troca de cheques e pagamento de contas. Um novo grupo denominado dominadores de categorias oferece grande sortimento de uma categoria particular de produtos e atendimento diferenciado. Showroom de vendas por Ampla seleção de mercadorias de alto preço, alta rotatividade catalogo e marcas vendidas com descontos. Os clientes encomendam as mercadorias de um catalogo na loja e então retiram essas mercadorias em uma área de entrega dentro da loja. Quadro 02: Principais tipos de varejistas Fonte: Adaptado de Kotler (2000, p.541-542) Lojas de fábrica Kotler (1993) mostra alguns tipos de varejo, com loja e sem loja, retratando que o cliente não necessita ir até a loja, por exemplo. As compras eletrônicas, ultimamente, vêm crescendo muito rapidamente nos últimos anos. VAREJO SEM LOJA MARKETING DIRETO VENDA DIRETA Mala direta Porta a porta Marketing por catálogo Reuniões domésticas Telemarketing resposta direta de televisão Quadro 03: Varejo sem loja Fonte: Adaptado de Kotler (1993, p.35) VENDA POR MÁQUINA Venda automática de produtos Serviços de entretenimento Caixa eletrônico LOJAS DE VAREJO VOLUME DE SERVIÇOS Self-service LINHA DE PRODUTO Loja especializada ÊNFASE NO DISTRIBUIDOR PREÇO Lojas de Cadeia desconto empresarial Serviço limitado Loja de Varejista “ponta Cadeia departamento de estoque” voluntária cooperativa varejista GRUPO DE LOJAS Centro comercial de bairro Shopping center e regional de 25 Supermercados Lojas de conveniência Loja mista, superloja e hipermercado. Negócio de serviços Quadro 04: Lojas de varejo Fonte: Adaptado de Kotler (1993, p.35) Cooperativa de consumidores Organização de franquia Conglomerado de merchandising Shopping center comunitário Shopping center de vizinhanças Cobra (1997, p.336) afirma que “as organizações varejistas sofrem como quaisquer outros organismos, a influência do ciclo de vida desenvolve-se em quatro estágios básicos: crescimento inicial, desenvolvimento acelerado, maturidade e declínio”. O sucesso do varejista de uma pequena ou grande empresa depende de quanto incorpora o conceito de varejo. Seu conceito é de orientar o gerenciamento que faz o varejista enfocar a determinação das necessidades do mercado-alvo e a satisfação das necessidades mais eficientes que seus concorrentes (LEVY e WEITZ, 2000). Kotler (2000, p.545), concordando com os autores acima, diz que “os varejistas precisam realizar pesquisas de marketing periódicas para certificar-se de que estejam alcançando e satisfazendo seus clientes-alvo”. Para Miranda (1997, p.95), “as funções de marketing descritas referem-se ao conjunto de atividades operacionais em qualquer estabelecimento de varejo, e é fácil ver que, bem ou mal, todos os estabelecimentos varejistas desempenham essas funções”. A estratégia principal dos varejistas é a seleção do mercado-alvo, estreitando os mercados potenciais para segmentos mais lucrativos, afirma Sandhusen (2000). Segundo Kotler & Armstrong (2003, p.336), O varejo engloba todas as atividades envolvidas na venda de bens ou serviços diretamente a consumidores finais para uso pessoal, e não empresarial. Muitas instituições – fabricantes, atacadistas e varejistas – fazem varejo. Mas a maior parte do varejo é feita por varejistas: empresas cujas vendas vêm primordialmente do varejo. Varejo, para Cobra (2003 p.272), 26 é o representante de vendas de uma ampla linha de produtos, de um ou mais fabricantes. Assume estoques, expõe e vende produtos de diversas marcas, quase sempre dentro de uma linha de comércio: alimentos, roupas, eletrônicos, automóveis, sapatos, perfumes e cosméticos etc. Exerce uma grande variedade de funções, faz propaganda de uma ou mais marcas, oferece garantia adicional aos prazos de garantia do fabricante, presta informações de mercado para o fabricante, entre outras atividades. Com essa visão dos autores, pode-se notar que o varejista é uma peça fundamental na estrutura de distribuição de um produto, pois ele ajuda o fabricante com a distribuição, propaganda e demais condicionantes que fazem com que o produto tenha sucesso no mercado. 2.6 ADMINISTRAÇÃO DE VENDAS Administrar as vendas de uma organização não é fácil tarefa. Os gerentes de vendas devem atuar sempre para que esse setor seja eficiente e dê bons resultados para empresa. O setor de vendas é um dos setores mais importantes da organização e sempre o mais cobrado por resultados que sejam satisfatórios para o crescimento da mesma. Segundo Churchill Jr. & Peter (2000 p. 518), a “administração de vendas é o planejamento, direcionamento e controle das atividades de vendas pessoais da organização”. Stanton & Spiro (1999, p. 49) acrescentam: É difícil administrar uma força de vendas de forma inteligente sem um bom conhecimento do processo de venda. Embora debates inflamados sobre a necessidade de o gerente de vendas ter uma boa e bem sucedida experiência de vendas tenham ocorrido na área de marketing durante décadas, o bom-senso favorece o gerente competente e conhecedor do campo que ele administra. Para Cobra (1994, p. 21), “a atividade de vendas é classificada como ferramenta promocional entre propaganda, promoção de vendas, merchandising e relações públicas”. Os esforços da força de vendas precisam ser administrados. Eles são governados por um plano de vendas, isto é, a declaração formal das metas e estratégias de vendas. A elaboração e o controle dos 27 planos de venda são as atividades básicas da administração de vendas (CHURCHILL JR. e PETER, 2000, p. 518). Na tomada de decisão ou na elaboração de estratégias, é muito importante que o gerente de vendas aja com cautela, analisando bem o cenário em busca da melhor alternativa. De acordo com Kotler & Armstrong (2003, p.416): Os gerentes de marketing enfrentam diversos dilemas no momento de elaborar a estratégia e a estrutura da força de vendas. Como deverão ser estruturados os vendedores e suas tarefas? Que tamanho deverá ter a força de vendas? Os vendedores deverão vender sozinhos ou trabalhar em equipe com outros profissionais da empresa? Devem vender em campo ou por telefone? Segundo os autores citados acima, as empresas enfrentam um grande dilema na hora de decidir como organizar a estrutura de vendas, como organizá-la de forma que seja alcançado o retorno que se deseja, seu tamanho, a quantidade de profissionais, como se desenvolverá o trabalho, entre outras questões. Na concepção de Cobra (1994, p. 21): Num passado não muito distante, o gerente de vendas era um homem apenas preocupado em gerenciar negócios, fechando vendas. Hoje com a complexidade de multinegócios, ele deve ser um estrategista de campo, ao mesmo tempo planejando e tomando decisões. Tendo em vista essa dificuldade, cada vez mais se faz necessário que o gerente de vendas tenha capacidade de administrar cada etapa do processo de vendas, elaborando estratégias, seleção de pessoal e treinamento adequado para o bom andamento do setor. Las Casas (2002, p. 20-22) cita algumas influências da administração de vendas no ambiente interno da empresa: • Composto de marketing: há vários elementos do composto de marketing que afetam as atividades de departamento de vendas. • Aos recursos da companhia: uma equipe de vendas pode ser reduzida se a empresa não tiver condições de aumentar sua capacidade de produção ou se estiver passando por condições financeiras precárias. 28 • A atitude da administração: alguns gerentes ou diretores dão muita atenção ao departamento de vendas, enquanto outras não. • Localização do departamento de vendas: ocupa lugar acima das principais funções mercadológicas, enquanto em outras esta subordinado ao departamento de marketing. Para Kotler & Armstrong (2003, p. 416): Gerenciamento da força de vendas, nada mais é que a análise, planejamento, implantação e controle das atividades da força de vendas. Abrangem a elaboração da estratégia e da estrutura da força de vendas e a seleção, o treinamento, a remuneração, a supervisão e a avaliação dos vendedores da empresa. Essas importantes decisões de força de vendas estão apresentadas na figura a seguir. Elaboração da Estratégia e da Estrutura da força de vendas Recrutamento e Seleção de vendedores Treinamento dos Vendedores Remuneração dos Vendedores Avaliação Supervisão dos dos Vendedores Vendedores Figura 02- Principais etapas do gerenciamento da força de vendas Fonte: Kotler & Armstrong (2003, p.416) Na visão de Kotler & Armstrong (2003, p.416): No que diz respeito à estrutura da força de vendas, a empresa pode adotar uma entre diversas diretrizes para repartir a responsabilidade sobre as vendas. A decisão é simples quando ela vende uma linha de produtos para um único setor e tem clientes em diversas localidades. Nesse caso, deveria utilizar uma estrutura de vendas por 29 território. Contudo, se ela vende muitos produtos a diversos tipos de clientes, talvez fosse necessária uma estrutura de força de vendas por cliente ou um misto das duas. Segundo Churchill Jr. & Peter (2000 p. 519): Os gerentes de vendas e de marketing devem decidir como organizar as forças de vendas. Para obter o máximo de seus vendedores, eles estabelecem territórios de vendas, grupos de clientes atuais e potenciais designados a determinados vendedores, filiais, revendedores ou distribuidores. Visando otimizar os processos relacionados à área de vendas e marketing, os gerentes de vendas designam tarefas para cada colaborador envolvido no processo, como por exemplo, dividir as vendas por regiões, por produtos, e focar o marketing em algum produto específico ou público-alvo. Na concepção de Cobra (1994 p. 271), “todo o processo de constituição de uma adequada força de vendas tem inicio no traçado do perfil adequado do vendedor e prossegue através do recrutamento”. Las Casas (2002) afirma que o bom desempenho nas atividades de vendas só será executado se o gerente de vendas contar com uma equipe capacitada e motivada, sendo que o recrutamento e a seleção são atividades relevantes para formação de uma equipe eficiente. Moreira (2005, p. 236) complementa: “o recrutamento consiste em utilizar um conjunto de técnicas capazes de fornecer à empresa um número adequado de pessoas necessárias ao alcance de seus produtos”. Também se faz importante priorizar o treinamento na área de vendas. Para Las Casas (2002, p. 152), “o treinamento de vendas pode ser encarado como forma de otimização dos investimentos na área. Como os custos de recrutamento e seleção são geralmente muito elevados, através do treinamento pode-se objetivar maior retorno do investimento feito na contratação”. Cobra (1994, p. 152) complementa “o treinamento de vendas pode ser encarado como forma de otimização dos investimentos da área. Como os custos de recrutamento e seleção são geralmente muito elevados, através do treinamento pode-se objetivar maior retorno do investimento na contratação”. 30 Depois do treinamento, cabe ao gerente de vendas determinar a remuneração de cada cargo. Conforme Stanton (1999, p. 234), “existe um estreito relacionamento entre o planejamento estratégico de marketing de uma empresa e o plano de remuneração de sua força de vendas. O plano de remuneração tem uma influência direta no sucesso da implantação do plano de marketing”. Já na visão de Las Casas (2002, p. 130): Pelos efeitos que pode causar no plano de marketing, a remuneração da força de vendas exige da administração certa atenção. É recomendável que as atividades dos vendedores estejam em sintonia com o planejamento de marketing para que os esforços sejam direcionados no mesmo sentido. Kotler (2003, p. 603) destaca que “para atrair vendedores de alta qualidade, a empresa precisa desenvolver um plano de remuneração atraente. Eles gostam de renda regular, recompensa extra para desempenho acima da média e pagamento justo por experiência e antiguidade”. Kotler (2003, p. 606) ainda complementa: “os novos vendedores recebem um território, um pacote de remuneração, treinamento e supervisão. Todas as pessoas que trabalham para alguém são supervisionadas. A supervisão representa o interesse natural e continuo da empresa pelas atividades de seus funcionários”. Sobre este aspecto, Stanton e Spiro (1999, p. 290) esclarecem: “embora liderança refira-se à abordagem geral da gerência à motivação, a supervisão é a operação e controle do dia-a-dia da força de vendas”. Kotler (2003, p. 611) ainda afirma: A Administração obtém informações sobre seus vendedores de várias maneiras. A fonte mais importante são os relatórios de vendas. Informações adicionais são obtidas por meio de observação pessoal, cartas de cumprimentos e reclamações recebidas de clientes e conversas com outros vendedores. Para Cobra (1994, p. 434), “através de uma análise de vendas, a administração pode observar se todos os territórios vendem de forma que cubram igualmente as quotas de vendas e de lucro. Observa-se, também, se não há classes de clientes que não contribuem para o lucro da empresa”. 31 O departamento de vendas deve ser organizado. Autores renomados citam algumas formas de realizar esta organização. 2.6.1. Formas de organização Stanton e Spiro (1999, p. 73) salientam que “o sistema mais utilizado para dividir a responsabilidade e a autoridade de linha pelas operações de vendas talvez seja a organização geográfica – a força de vendas é agrupada com base nos territórios geográficos”. Segundo Las Casas (2002, p.20-22), a organização de vendas por território tem como base a divisão geográfica, sendo que os vendedores atuam em territórios específicos, sendo assim responsáveis pelo desempenho local. Cobra (1994, p. 239) enfatiza: “a maioria das empresas designa seus vendedores para territórios específicos, dentro dos quais passa a agir especializadamente por produtos ou tipos de clientes”. Este tipo de venda é mais recomendado para clientes homogêneos e que estejam muito concentrados, tendo assim uma maior flexibilidade, contato mais próximo com vendedores, redução dos custos de visita. Nesse tipo de estrutura, cada pessoa é indicada para uma área geográfica separada, denominada região, onde fará suas vendas. Um número razoável de pessoas representando regiões contíguas é colocado sob a coordenação de um executivo regional, que se subordina ao gerente geral de vendas. (STANTON e SPIRO, 1999, p.73). Sobre organização de vendas por clientes, Las Casas (2002, p.20-22) cita que, nesse sistema, se atribui uma quantidade x de clientes a determinados vendedores, os quais são responsáveis por seu atendimento e venda. Stanton e Spiro (1999, p. 73) acrescentam: “uma empresa pode beneficiar-se da especialização regional em seu departamento de vendas de muitas maneiras. Por exemplo, esta estrutura normalmente assegura melhor cobertura da totalidade do mercado e melhor controle da força de vendas”. Logo, os vendedores, neste tipo de organização, ficam mais próximos dos clientes, atendendo melhor suas necessidades e conhecendo com mais afinco seus 32 problemas. Uma das desvantagens desta organização é o alto custo com as visitas mais freqüentes. Já Stanton e Spiro (1999, p. 73) ressaltam que “uma desvantagem da organização geográfica de vendas é que normalmente não há especializações nas atividades de marketing”. No que diz respeito à organização de vendas por produto, Las Casas (2002, p.20-22) pensa que, nesse sistema de organização, existe a necessidade de se indicar diversos administradores e vendedores por cada um deles, cada produto, pois cada produto tem suas particularidades e diferenças técnicas, as quais poderão exigir atendimentos e conhecimentos específicos. Stanton e Spiro (1999, p. 73) destacam que “a principal vantagem dessa forma de organização é a atenção especializada dada a cada linha de produtos pela força de vendas”. Por outro lado, este tipo de organização apresenta a desvantagem de aumento do custo da empresa, pela existência de mais vendedores por produtos diferenciados, terem que se deslocar ao mesmo cliente. Stanton e Spiro (1999, p. 73) compreendem que “a maior dificuldade reside talvez no fato de às vezes mais de um vendedor de uma empresa visita o mesmo cliente. Isso não só é uma duplicação cara em esforços, como também podem provocar ressentimentos por parte dos clientes”. Existe também a especialização por mercado, que é baseada na divisão de departamentos por tipos de clientes classificando-os pelo ramo de negócio ou pelo canal de distribuição. Na percepção de Stanton e Spiro (1999, p. 77), “a utilização da especialização por mercado nas estruturas organizacionais tem crescido nos últimos anos, enquanto especialização por produtos, pelo menos em alguns setores, tem diminuído”. A organização do setor de vendas é fundamental para que se tenha um controle de todos os envolvidos e que se possa delimitar as funções a cada colaborador, designando as regiões de atuação os clientes a serem atendidos e os clientes potenciais, atendimento desde o fechamento do pedido até a entrega da mercadoria, fazendo com que o cliente esteja satisfeito com o atendimento do mesmo. Las Casas (2002, p.17-19) mostra a importância de vendas para a sociedade: 33 • Importância para a economia: ...com maiores vendas, os consumidores se beneficiam com mais produtos; consequentemente, crescendo a produção, cresce no nível de empregos e investimentos. • Melhor padrão de vida: os vendedores levam aos consumidores produtos que proporcionam conforto. • Aperfeiçoamento do produto: as empresas precisam de vendedores para desenvolve mercado. • Manutenção da atividade empresarial: a empresa é fonte geradora de custos, a partir da origem de sua existência. • Desenvolvimento de profissionais: o setor de vendas é um importante departamento para o desenvolvimento de profissionais de alto nível. • De acordo com Cobra (2003, p.353): Administrar vendas significa liderar o processo. Quando uma empresa não administra todas as etapas da venda, ela poderá estar perdendo negócio e o que é pior: clientes. Para não perder clientes é preciso administrar todas as etapas da venda até a entrega do produto, e mais, é preciso administrar o relacionamento com o cliente (...) Para focar o relacionamento a empresa deve administrar o cliente como uma conta bancária de vulto. E deve medir com freqüência o grau de satisfação de seus clientes, a fim de inibir situações de perda de clientes. É preciso também que a força de vendas seja competente e competitiva. Após a estrutura de vendas estar definida, o próximo passo, segundo Kotler (2000), seria a constituição do tamanho da força de vendas, pois o setor de vendas é um dos mais importantes e costuma ser um dos mais caros da empresa. Quanto maior, mais caro fica e os custos aumentam consideravelmente. Stanton e Spiro (1999, p. 102) abordam que, “na maioria das organizações, a força de vendas é o único grupo que produz receitas diretamente. Dessa forma, a força de vendas está diretamente envolvida na execução dos planos estratégicos de marketing da empresa”. No que diz respeito ao tamanho de sua força de vendas, a empresa primeiramente precisa definir a forma de recrutamento de seus vendedores, decidir entre vendedores fixos ou representantes, e algumas outras variantes para se montar sua equipe de vendas. 34 Churchill & Peter (2000, p.520) questionam: Como recrutar vendedores brilhantes, criativos, motivados e dispostos a permanecer no trabalho? O processo de recrutamento envolve uma série de atividades, desde a de decidir se serão contratados vendedores ou representantes autônomos, até a de selecionar indivíduos para cargos específicos dentro da área de vendas. Na visão de Stanton e Spiro (1999, p. 102), “evidentemente, o processo de seleção e o tipo de vendedores contratados devem ser condizentes com o planejamento estratégico de marketing da empresa”. Como o setor de vendas é quem gera diretamente as receitas para a empresa, a seleção de pessoal merece uma atenção especial, pois é o ponto de partida para o desenvolvimento de um grupo que vai representar a empresa e, consequentemente, vir a gerar as receitas. Ainda de acordo com Churchill & Peter (2000, p.521), Em qualquer que seja a rota escolhida para montar a força de vendas, os gerentes de vendas precisarão encontrar vendedores para representar os produtos da organização. Para tanto, podem começar a prospecção simplesmente pedindo sugestões a seus contatos no setor. Se querem encontrar representantes autônomos experientes, os gerentes podem realizar uma sondagem em feiras comerciais ou veicular anúncios classificados nos jornais locais. Segundo os autores citados, uma das partes mais importantes da administração de vendas é o recrutamento dos vendedores, pois os mesmos serão os responsáveis pelo contato direto com o cliente. Eles passarão a imagem da empresa, são como o espelho da organização e isso conta muito para o cliente, pois a propaganda de um cliente satisfeito vale, às vezes, mais que propagandas na mídia. Para Cobra (1994), com o decorrer do tempo, em muitos momentos se cria a necessidade de um perfil de vendedor diferente que venha a superar as expectativas criadas não somente pela organização, mas pelo cliente que ela almeja atender e renovar assim os desafios que se renovam. Cobra (1994) distingue os tipos de vendedores atuais: 35 • Consultor de negócios: deve ajudar o cliente a comprar e precisa orientá-lo no seu próprio negócio. • Vendedor tecnológico: munido de notebook e de uma parafernália de recursos tecnológicos, o vendedor deve saber utilizá-los para organizar e agilizar suas vendas. • Trade marketing: eficaz como gerenciador de categorias de produtos ou de marcas. A venda passa a ser apenas uma parte do processo de marketing. O vendedor deve agir como consultor de negócios e ainda ter conhecimento tecnológico para atender e esclarecer duvida de produtos e serviços. E o vendedor de varejo, para defender a marca de seus produtos no ponto de venda, deve agir como trade-marketing, ou seja, como gerente de categorias de produtos. Além de todos esses quesitos que um vendedor tem que seguir, há a necessidade de ele ser ético, pois segundo Cobra (2003, p. 357): A venda em qualquer circunstancia precisa ser ética. Quando um vendedor promete algo que não pode cumprir, incide em erro passível de punição pelo Código de Defesa do Consumidor, como “venda enganosa”. Prometer e não cumprir é imperdoável. Stanton e Spiro (1999, p. 464) enfatizam, a este propósito: Os vendedores estão expostos a maiores pressões éticas do que as pessoas em muitos outros cargos. Trabalham em condições relativamente sem supervisão; são responsáveis principalmente por gerar as receitas da empresa, o que, às vezes, pode ser muito estressante; deparam-se continuamente com problemas que exigem soluções singulares, o que também é desgastante; e muitas vezes, também são avaliados com base em objetivos de curto prazo. 2.7 RELACIONAMENTO DE VENDAS Nos dias atuais, com a concorrência acirrada e o cliente cada vez mais exigente, as empresas estão mais preocupadas em dar um atendimento preferencial a seus clientes, entender suas necessidades e o que fazer para atendê-las. 36 Nesse sentido, Nickels & Burk (1999, p.104) sustentam que: o comportamento do consumidor compreende todas as decisões e atividades do consumidor ligadas á escolha, compra uso e descarte dos bens e serviços. Como se pode verificar nessa definição, as empresas devem prestar atenção ao comportamento do consumidor que ocorre antes da compra e que continua até muito além do momento em que o produto foi utilizado, indo ao descarte do produto após seu uso. McKenna (1999, p. 18) afirma: “uma equipe de vendas bem-sucedida desenvolve clientes e não apenas pedidos”. Kotler (1993) complementa que o vendedor cria um vínculo entre a empresa e o cliente, e é através dele que o cliente adquire confiabilidade na empresa e a mesma obtém informações sobre os clientes, por isso é importante que o departamento de vendas seja bem estruturado. Para Stanton e Spiro (1999, p. 4), “os clientes estão mais sofisticados e mais exigentes do que no passado. Já não se preocupam em apenas comprar produtos; em vez disso, estão mais interessados em encontrar soluções para seus problemas empresariais”. O que os clientes compram, por que eles compram, quando compram, onde compram e como compram: são algumas perguntas que as organizações fazem e, com isso, conseguem entender melhor seu cliente, dando um atendimento diferenciado. Assim, o cliente vê que suas expectativas e necessidades foram atendidas, fazendo com que se torne fiel aquele produto ou empresa. Nickels & Burk (1999, p. 6) afirmam que “os clientes estão se tornando participantes mais ativos no processo de troca. Um crescente número de negócios, por exemplo, está trabalhando junto com os fornecedores para desenvolver produtos que atendem melhor as suas necessidades”. Na visão de Stanton e Spiro (1999), aquele vendedor estilo porta-a-porta, contador de histórias e tapinha nas costas, já saiu de moda e nos dias atuais com o aumento da competitividade, surgiu um novo tipo de vendedor, um profissional qualificado que pode assumir tanto funções gerenciais quanto de um consultor de marketing, pois ele tem um relacionamento direto com o cliente e sabe quais necessidades precisam ser supridas para atingir a eficiência e eficácia nas vendas. 37 Cobra (1994, p. 161) acrescenta que “tão importante como vender é administrar a venda, pois até que o cliente receba e aceite a mercadoria, constante em seu pedido, a venda é apenas um compromisso de compra e venda sem grande valor legal (a menos que conste um contrato legal)”. Para Stanton e Spiro (1999), é muito importante que as áreas de vendas e de marketing entendam que trabalhar como uma equipe traz muito mais benefícios para a empresa do que rivalidade que existe entre essas áreas, pois unidos podem criar estratégias que se transformarão em diferencial competitivo. Stanton e Spiro (1999, p. 11) acrescentam ainda que “essa nova geração de vendedores procura levar para a sua empresa os desejos dos clientes, estimulando o desenvolvimento de novos produtos”. No próximo capítulo, será abordada a descrição do método utilizado na elaboração do trabalho. 3 DESCRIÇÃO DO MÉTODO Neste item, descreve-se a metodologia utilizada para o desenvolvimento do trabalho, visando atingir os objetivos propostos inicialmente. Na perspectiva de Gil (1995, p. 43), “pode-se definir pesquisa como o processo formal e sistemático de desenvolvimento do método cientifico. O objetivo fundamental da pesquisa é descobrir respostas para problemas mediante o emprego de procedimentos científicos”. Uma vez que é necessário coletar dados para o desenvolvimento do trabalho, foi utilizado, então, o método de pesquisa que se caracteriza como descritivo. Oliveira (1999, p.128) destaca que a pesquisa descritiva tem por finalidade observar, registrar e analisar os fenômenos sem, entretanto, entrar no mérito do seu conteúdo. Não há interferência do investigador, que apenas procura descobrir, com o necessário cuidado, a freqüência com que o fenômeno acontece. Na mesma ótica, Vergara (1998, p. 45) afirma que: A pesquisa descritiva expõe característica de determinada população ou de determinado fenômeno. Pode também estabelecer correlações entre variáveis e definir sua natureza. Não tem compromisso de explicar os fenômenos que descreve, embora sirva de base para tal explicação. Pesquisa de opinião insere-se nessa classificação. A presente pesquisa classifica-se também como estudo de caso. Para Gil, (1999, p.72), este tipo de pesquisa “(...) é caracterizado pelo estudo profundo e exaustivo de um ou de poucos objetos, de maneira a permitir o seu conhecimento amplo e detalhado (...)”. Ainda de acordo com Gil (1995, p. 45), algumas pesquisas descritivas são mais complexas e permitem não apenas saber a existência de relações entre variáveis, mas sim determinam a natureza dessas relações. A abordagem da pesquisa demonstra-se como do tipo qualitativa. Segundo Richardsom (1999, p.79), a pesquisa qualitativa “(...) pode ser uma forma adequada para entender a natureza de um fenômeno social(...)”, descrevendo a complexidade de determinado problema, analisar e interpretar variáveis, 39 compreender e classificar processos dinâmicos vividos por grupos sociais, contribuindo no processo de mudança de determinado grupo, possibilitando o entendimento do comportamento dos indivíduos. Mas na visão de Goode e Hatt (1973, p. 398), a pesquisa moderna não deve separar os “qualitativos” e “quantitativos” ou o ponto de vista “estatístico” e “não estatístico”. Não importa quão precisa sejam as medidas, o que é medido continua a ser uma qualidade. Um dos instrumentos de coleta dos dados utilizado foi a entrevista semiestruturada. A entrevista foi aplicada junto ao gerente responsável pelo departamento de vendas, que foi entrevistado no dia 06 de outubro de 2006. As respostas possibilitaram obter muitas informações sobre as atividades desenvolvidas no processo de vendas. O pesquisador utilizou também a pesquisa documental, na medida em que os documentos, listas e dados sobre o estudo realizado na área de vendas foram úteis ao estudo. Os dados levantados na empresa Alumplast Indústria de PVC Ltda. foram coletados com entrevistas aos profissionais designados na função administrativa, sendo um gerente responsável e quatro vendedores internos. Sobre a interpretação e análise dos dados, foi realizado o cruzamento das respostas através do processo analítico-descritivo, constituindo uma boa referência para análise ao problema em estudo. 40 4 RESULTADOS DA APLICAÇÃO Este capítulo trata, inicialmente, da caracterização da empresa, citando seu histórico, onde se pode conhecer a trajetória desta empresa que vem se destacando no mercado em que atua, os produtos comercializados. Os dados apresentados foram obtidos por entrevista não estruturada ao diretor chefe da empresa e também em pesquisa ao site da organização - www.alumplast.com.br. 4.1 CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA A empresa Alumplast Indústria de PVC Ltda. iniciou suas atividades em 15 de setembro de 1984, localizada na Avenida Ivo Silveira em Florianópolis, onde permaneceu por aproximadamente 10 anos. Tempos depois, a empresa manteve seu escritório neste endereço, mas mudou sua fábrica para um galpão próprio no Rio Grande, município de Palhoça, onde esteve sediada por mais 5 anos. Depois, mudou para um galpão alugado onde a fábrica e o escritório ficavam no mesmo no mesmo local, às margens da BR 101 em São José, onde esteve fixada por mais 3 anos. Com o crescimento da demanda, surgiu a necessidade de expandir a fábrica para um local mais apropriado e com maiores recursos. Atualmente, a sua sede está instalada no distrito industrial do município de São José. Inicialmente, a empresa manteve seu foco na fabricação de esquadrias de alumínio e instalação de forro PVC. Nesta época, suas vendas concentravam-se somente no varejo. No decorrer dos anos, o seu fundador, Jonas Benjamim Geraldo, vislumbrando um mercado promissor, com o uso de recursos próprios, decidiu investir na industrialização de perfilados de PVC. fabricando a linha de forros e acessórios. Então, a empresa passou a atuar também no atacado. A instalação da indústria de PVC surgiu da identificação, por parte do empresário, de um nicho de mercado pouco explorado na época - esta foi uma das dez primeiras indústrias a fabricar a linha de forros de PVC no Brasil. Atualmente, a Alumplast Ind. PVC Ltda. vem comercializando seus produtos para todos os estados brasileiros, tendo como principais clientes lojas de materiais 41 de construção, lojas de decoração, instaladores de forro e divisórias, além de construtoras. A empresa conta com representantes específicos para cada região, com uma forte atuação nas regiões sul e sudeste. O sucesso obtido com este segmento vem superando as expectativas iniciais e está proporcionando à empresa a possibilidade de entrar no mercado internacional, com alguns contatos para exportação de seus produtos, e negociações adiantadas no mercado do Mercosul, nos Estados Unidos e no Oriente Médio. A empresa, ciente de seu papel, tem como missão satisfazer seus clientes com atendimento personalizado, oferecendo produtos de qualidade e diversidade, sempre perseguindo a melhoria contínua dos processos. E sua visão está voltada a realizar um constante processo de pesquisa, procurando identificar os anseios de seu público consumidor. Busca ainda adequar o marketing mix da empresa com as características peculiares do segmento, sendo também responsável pelo estabelecimento de um eficaz e eficiente relacionamento com o público de interesse. Os produtos, desde o fabricante até o consumidor, percorrem diversos caminhos, chamados de canais de distribuição. Envolvem atacadistas, varejistas, representantes comerciais, enfim, intermediários de marketing que, agregando margens de comercialização, levam os produtos ou serviços ao local onde o comprador potencial se encontra, em tempo e momento convenientes a estes compradores em condições de transferir a posse do produto. Os canais de distribuição dos produtos da empresa Alumplast Ind. de PVC Ltda. são empresas que, geralmente, trabalham no ramo de materiais de construção, decoração e acabamentos em geral. Elas trabalham com estoque próprio, fazendo os pedidos quando necessário. A empresa não mantém distribuidores próprios ou em regime de consignação. Os revendedores têm o seu diferencial dependendo da sua capacidade de compra, idoneidade e interesse do mesmo com relação ao produto. A Alumplast oferece para seus clientes mostruários gratuitamente, bem como assistência pessoal, com visitas periódicas de vendedores. 42 4.1.1. Produtos A Alumplast Ind. de PVC Ltda fabrica forros pvc em diversos padrões: - Branco 150x8mm / 200x6mm / 200x8mm / 300x8mm - Marfim 150x8mm - Cinza 150x8mm - Mogno 150x8mm - Cerejeira 200x8mm Estes são produtos de fácil instalação, não requerendo mão-de-obra especializada, de fácil limpeza e que dispensa pintura. Além disso, o produto possui boa durabilidade, não deteriora, não empena, não mancha, é anti-inflamável, impermeável e possui boa qualidade termo-acústica. O principal objetivo da empresa com os produtos de pvc é oferecer aos clientes uma solução quando estes precisam, em qualquer ambiente, de um design moderno aliado à durabilidade e qualidade. Além disso, fabrica venezianas de PVC ideais para janelas de alumínio de correr, diminuindo os custos de fabricação da janela em aproximadamente 60%. O principal produto é o forro de PVC (200x6mm) branco, sendo responsável por 32% das vendas, muito utilizado em ambientes maiores, ideais para postos de gasolina e igrejas. A empresa se preocupa em dar ênfase aos outros produtos, já que o produto acima citado vende por si próprio, e com essa visão é que os esforços estão mais concentrados nestes outros produtos, pois sua produção fica ociosa não sendo atingida num total, como já acontece com o forro de PVC de (200x6mm). A seguir, o organograma, com a descrição dos departamentos da empresa Alumplast: 43 DIRETOR GERAL DEPARTAMENTO DE VENDAS DEPARTAMENTO DEPARTAMENTO ADMINISTRATIVO FINANCEIRO Figura 3 – Organograma da Alumplast Fonte: Dados da empresa (2006) O Diretor geral é o responsável por todos os setores, e trabalha no setor que faz o planejamento, cria as regras, define as metas a serem cumpridas, é o responsável por todas as decisões tomadas na empresa. O Departamento de vendas é responsável pelas vendas, pelo cumprimento das metas estabelecidas pelo diretor; é também onde o cliente encontra apoio no pós-venda. Este departamento conta com o auxílio de seu gerente de vendas, que tem a função de selecionar, treinar, supervisionar e dar suporte para seus vendedores internos. O Departamento administrativo é responsável por todas as atividades relacionadas com a área administrativa da empresa. O Departamento financeiro é quem controla, libera crédito e cuida de todas as operações financeiras da empresa. 4.2 ORGANIZAÇÃO ATUAL DA ADMINISTRAÇÃO DE VENDAS Conforme relatos obtidos com a gerente responsável, o departamento de vendas conta com 4 vendedores e 10 representantes terceirizados. Na empresa 44 Alumplast, o setor de administração de vendas é estruturado de uma maneira muito simples. O profissional responsável em receber todos os pedidos enviados a empresa externamente fica a cargo dos próprios vendedores, que agilizam todas as etapas para efetivar a venda. Desta forma, conforme relatado, os vendedores da empresa Alumplast são responsáveis pelo contato com seus clientes, passando para o gerente de vendas somente os pedidos quando estes já se encontram fechados com o cliente. Neste ambiente se apresenta no departamento designado setor de venda da Alumplast, estruturado a partir do gerente de vendas, responsável por todo o processo de operação de vendas, e ao mesmo tempo, o mesmo designa ao diretor administrativo, que encaminha o pedido até a linha de produção. Desta forma, todas as etapas que ocorrem na empresa no que diz respeito a vendas passam pela mão deste profissional, que possui bom conhecimento na respectiva área Frente a tais observações, foi constatado que a empresa, em seu processo de vendas externas, está estruturada da seguinte forma: 1- Vendedor prospecta um novo cliente; 2- O vendedor apresenta os produtos da empresa ao cliente (neste momento, o vendedor já entra em contato com o gerente de vendas, solicitando o preço e o prazo de pagamento, para o determinado produto a ser vendido) 3- Quando a empresa adquire um novo cliente conquistado pelo representante, a emissão de pedido acontece da seguinte maneira: • O cliente é visitado, o negócio é fechado, o representante emite o seu pedido juntamente com o cadastro padrão, que depois é enviado por email ou por fax para a Alumplast. • O vendedor responsável por aquele representante emite um pedido interno de fabricação do produto juntamente com o pedido de controle financeiro, anexa o cadastro com os dois pedidos e repassa para ser aprovado pelo financeiro juntamente com o diretor da empresa. • Não tendo nenhuma restrição no cadastro, o pedido é conferido e enviado à produção; após sua fabricação o cliente retira na própria empresa ou então é acionada a transportadora indicada. 45 • Quando a venda é fora do estado, a empresa costuma deixar a mercadoria em algum redespacho na cidade de são Paulo – SP sempre indicado pelo cliente. 4- Nos dizeres do responsável, os vendedores se apresentam, de forma geral, com a função de buscar novos clientes, atender aqueles que já são parceiros/clientes da empresa, atender aos clientes que procuram pelos serviços que ligam para a empresa, e são atendidos. 5- Cada vendedor também é responsável por selecionar seus representantes em cada região pré-destinada para tal vendedor os quais irão ser supervisionados pelo mesmo. 6- Quanto aos representantes, os quais não são exclusivos, a empresa procura selecionar aqueles que tenham representações de algum produto líder no seu segmento, pois os mesmos contam com uma vasta carteira de clientes com quem já mantêm uma parceria e fidelização. Isso facilita a apresentação da marca Alumplast, e acaba também possibilitando que a empresa já entre no mercado conquistando a credibilidade junto aos seus novos revendedores, além dos representantes que visitam os mesmos periodicamente, mantendo um contato mais direto. 7- Os vendedores internos passam a dar suporte para os mesmos a fim de conferir se estão sendo bem atendidos e se as suas expectativas estão sendo superadas. 8- Dentro da empresa, há uma programação de fabricação de cada produto, pois em essencial existem 3 (três) modelos de forros (branco) que o cliente tem a opção de pedir sob medida. Geralmente, 2ª, 3ª e 4ª feira são fabricados só modelos de (150X8mm) e o (200X6mm), dependendo da quantidade de pedido pode-se esticar o prazo até 5ª feira, e na 6ª feira é fabricado o forro de 300X8mm. 9- Os modelos em cores só são fabricados quando o estoque está baixo, não tendo assim a opção de se fabricar sob medida. 10- Os acabamentos também só são fabricados quando o estoque está baixo, pois a empresa trabalha com controle de estoque mínimo, para não deixar acabar o produto. 11- No que se diz respeito à produção, o gerente informa que a fabricação dos produtos é feita sob medida, o que permite à empresa ter um diferencial sobre seus concorrentes. Como a fabricação é semanal, a disponibilização da mercadoria para 46 o cliente é muito rápida, então desde a chegada do pedido sob medida até o término da fabricação demora em torno de 3 dias, sabendo que os produtos em barra de 6 metros o despacho é imediato após a aprovação do cadastro. 12- Clientes antigos já tem o pedido liberado imediatamente. 4.3 ESTRUTURA DA FORÇA DE VENDAS Para melhor entender o Departamento de vendas e a sua força de vendas, o gerente responsável foi entrevistado. Procurou-se apontar como está o ambiente desta organização tendo como parâmetro as questões referentes ao recrutamento, seleção, treinamento, perfil do vendedor e condições de trabalho, para fins de compreender se a empresa possui um bom desempenho deste setor. Desta forma, segue abaixo a descrição das questões e suas respostas: 1) De que forma é feito o recrutamento na empresa? Através de anúncios em jornais de grande porte e circulação estadual e nacional ou através de indicações de pessoas conhecidas de algum vendedor ou Diretor da empresa. 2) De que forma é feita a seleção? Através de analise de currículos e entrevista pessoal. Não são feitos testes psicográficos. 3) Qual o período de experiência? O período de experiência é de 90 dias. 4) Poderia descrever as características desejadas de um vendedor? As características desejadas são: • Pró-ativo • Capaz de trabalhar em equipe • Jovem • Líder • Boa comunicação e escrita • Motivado 47 5) Qual o perfil dos vendedores atuais? O perfil dos vendedores atuais se encaixa nas características citadas na pergunta anterior, pois os mesmos foram selecionados há pouco tempo, quando se buscou pessoas com estas características. 6) Quais tarefas atribuídas aos vendedores? Além de vender os produtos da empresa, trabalhar com pré e pós venda, buscando aumentar sua carteira de clientes e fidelizar os clientes atuais. 7) Sobre participação em eventos e treinamento, qual é a freqüência dos vendedores? É feito um treinamento anual, buscando sempre cursos disponíveis no mercado relacionado a vendas. 8) Como são remunerados? Os vendedores internos são remunerados com um salário fixo mais comissão, além de uma ajuda de custo (combustível) e vale alimentação. 9) Vocês trabalham com pós-vendas? Já pensaram em trabalhar? Como já apresentado na resposta da pergunta 06, a equipe trabalha com pósvendas. 10) Você julga adequado o perfil dos seus vendedores? Julgo adequado, pois temos uma equipe jovem, dinâmica, motivada e próativa, características que considero dentro do perfil que desejamos. 11) O que você poderia falar sobre as vendas, os vendedores da empresa e o faturamento da mesma? Estamos em busca de incremento nas vendas, através de visitas periódicas a todos os clientes da empresa. Esta opção de visita aos clientes, motivou os vendedores que estão conhecendo pessoalmente a sua carteira (antes o 48 contato era por telefone). Esta ação está fazendo com que o faturamento da empresa cresça e com o tempo chegue e alcance o esperado pela direção. 12) Quais materiais e equipamentos são disponibilizados pela empresa aos vendedores? Material impresso promocional da empresa, além de recursos de informática, com um banco de dados extenso suficiente para o bom trabalho dos vendedores. Através da aplicação da entrevista, podemos notar que o recrutamento da empresa é baseado em anúncios em jornais de grande circulação estadual e nacional, podendo a indicação vir de algum vendedor ou através da direção da empresa. Tratando da seleção de seus vendedores, é feita uma análise de currículos e entrevista pessoal, e não existe a realização de teste psicográfico. A busca é de profissionais que sejam pró-ativos, capazes de trabalhar em equipe, que sejam jovens, tenham liderança, boa comunicação e sejam motivados, que trabalhem com o pré e pós-vedas buscando aumentar sua carteira de clientes e fidelizando seus clientes antigos. Sobre o treinamento com os vendedores, a empresa procura disponibilizar cursos sobre venda anualmente para aumentar seus conhecimentos. Em relação às características dos atuais vendedores, o gerente julga adequado, pois a equipe é jovem, dinâmica, motivada e pró-ativa, características que considera dentro do perfil desejado pela diretoria. Ainda segundo o gerente de vendas, quando lhe perguntado sobre as vendas da empresa, seus vendedores e o faturamento da mesma, ele respondeu que estão em busca de incremento nas vendas, através de visitas periódicas aos clientes. Com estas visitas houve uma maior motivação por parte dos vendedores em ter o contado direto com o cliente e, assim, conhecendo pessoalmente a sua carteira de clientes. Antigamente o contato era por telefone, e esta mudança fez com que as vendas tivessem um aumento. Diante deste contexto, podemos perceber a visão do gerente de vendas da empresa Alumplast Indústria de PVC Ltda. Percebe-se que a empresa vem 49 conquistando novos mercados, com metas pré-estabelecidas pra o próximo ano. Existe a necessidade de a empresa se estruturar para enfrentar seus concorrentes já que cada vez a disputa por mercado é mais acirrada. Para se obter mais informações sobre esta atuação da empresa, foram entrevistados os quatro vendedores. Desta maneira, os envolvidos com este processo puderam apresentar sua percepção sobre treinamento, vendas, melhorias necessárias, condições de trabalho, pontos fortes e fracos, entre outros, mostrando desde a maneira como ingressaram na empresa, até seus pontos de vista a respeito de como a empresa opera com seu processo de vendas. 4.3.1. Entrevistas com os vendedores 1) Como você ficou sabendo da oferta de trabalho? Vendedor 1 – Através de um vendedor da empresa. Vendedor 2 – Através de anúncio em jornal. Vendedor 3 – Anúncio em jornal e entrevista. Vendedor 4 – Indicação. 2) Como você foi selecionado? Vendedor 1 – Através de entrevista. Vendedor 2 – Através de entrevista. Vendedor 3 – Entrevista. Vendedor 4 – Por entrevista. 3) Você recebeu treinamento quando ingressou na empresa? Quais? Vendedor 1 – Orientação dos vendedores mais antigos. Vendedor 2 – Sim, os vendedores deram suporte durante duas semanas. Vendedor 3 – Sim, orientação dos vendedores quando necessário. Vendedor 4 – Sim, os vendedores me passaram as orientações e quando necessário era ajudado. 4) Você recebe treinamentos com freqüência? Vendedor 1 – Sim, quando necessário. Vendedor 2 – Somente em reuniões. 50 Vendedor 3 – Nenhum treinamento fora da empresa, somente os específicos. Vendedor 4 – Não. 5) Avalie seus conhecimentos sobre internet. Vendedor 1 - Quase técnico. Vendedor 2 – Básico. Vendedor 3 – Técnico. Vendedor 4 – Básico. 6) Você utiliza internet nas vendas? Por quê? Vendedor 1 - Sim, pois possibilita acesso a vários bancos de dados além da correspondência eletrônica. Vendedor 2 – Por ser um modo ágil e barato. Vendedor 3 - A internet é o meio mais barato de se comunicar com seus clientes e possibilita acesso a um grande número de informações. Vendedor 4 – Sim, muitos clientes preferem enviar pedidos e até manter contato pela internet, até por questão de custo. 7) O que você acha que pode ser melhorado nas suas condições de trabalho? Vendedor 1 – Maior autonomia para fechar os pedidos. Vendedor 2 – Mais treinamento, flexibilidade por parte da direção. Vendedor 3 – Há uma pressão muito grande por parte da direção, falta flexibilidade. Vendedor 4 – Ambiente carregado, a busca constante por metas. 8) Como você avalia a quantidade de vendedores para a empresa? Vendedor 1 – Suficiente pela demanda apresentada no mercado. Vendedor 2 – Quadro com a quantidade exata. Vendedor 3 – Suficiente. Vendedor 4 – Poderia ser reduzido. 9) Como você avalia as tarefas de seu cargo? 51 Vendedor 1 – Fácil, porém não específicas, pois o vendedor além de fechar a venda ainda é responsável pelo transporte da mercadoria o que muitas vezes impede a negociação. Vendedor 2 - Ótimas a serem cumpridas. Vendedor 3 – Necessárias, é desde o contado do cliente, transporte e pósvendas. Vendedor 4 – Tudo que se espera de um vendedor, o pré-vendas e o pósvendas. 10) Enumere 5 pontos fortes e 5 pontos fracos da empresa: Vendedor 1 – Fortes: Solidez, entrega em curto prazo, atendimento aos clientes, ambiente de trabalho amistoso, cumprimento das leis trabalhistas ao pé da letra. Fracos: não caberia julgar os pontos fracos, pois sou apenas funcionário, contudo, poderia destacar alguns itens como preço, medo de perder tira a vontade de ganhar. Vendedor 2 – Fortes: Qualidade, linha de produtos ótima, equipe de vendas pró ativa, localização privilegiada, entrega rápida. Fracos: entregas programadas, às vezes, deixam de ser programadas, inflexibilidade nas propostas no que diz respeito a valores, muita cobrança, pouca motivação e preços altos. Vendedor 3 – Fortes: empresa familiar, qualidade nos produtos que comercializa, localização em área industrial e próximo a BR, agilidade nas vendas, entrega. Fracos: preço, falta de planejamento de marketing, cursos de reciclagem para aprimoramento, inflexibilidade e falta de motivação. Vendedor 4 – Fortes: Definição de metas, remuneração quando se alcança as metas, entrega, qualidade dos produtos e fácil comunicação com o presidente. Fracos: preços, alguns procedimentos burocráticos e inflexibilidade na hora do fechamento das vendas. Após a coleta de dados, através de pesquisa com os vendedores, pode-se concluir que este estudo se faz importante para se conhecer melhor o desempenho do departamento de vendas, com vistas a descobrir seus pontos fortes e, futuramente, melhorar os pontos fracos. 52 Os dados das entrevistas mostram que a oferta de trabalho se apresenta de diversas maneiras: anúncios em jornais conhecidos na região, indicação de terceiros, recrutamento em empresas especializadas etc. Todos os vendedores foram selecionados através de entrevistas; quanto ao treinamento, todos foram unânimes em afirmar que ao ingressar na empresa receberam orientações dos vendedores mais antigos, e ao longo do tempo, quando se faz necessário, são feitos outros tipos de treinamentos para aprimorar os seus conhecimentos e melhorar os seus desempenhos. A Internet vem sendo o meio de comunicação mais utilizado nos meios empresariais, sendo uma ferramenta muito importante, pois possibilita a otimização dos processos. A Alumplast Indústria de PVC Ltda. disponibiliza aos seus colaboradores este recurso no fechamento de pedidos, visando a redução de custos. Em comum acordo, os vendedores consideram a empresa um ótimo local para se trabalhar, destacando a comunicação e o inter-relacionamento entre os colaboradores, gerentes e diretor. Mas em contraponto, todos gostariam de ter mais flexibilidade e autonomia na hora da venda. Muitas vezes, em uma empresa familiar, como a estudada, fica difícil descentralizar o poder de tomada de decisão do presidente. A quantidade de vendedores que a empresa conta hoje vem suprindo as suas necessidades, pois eles conseguem atender toda a cartela de clientes e dar suporte aos seus respectivos representantes, além de buscar novos clientes. Quanto às tarefas que são realizadas, os entrevistados as consideram fáceis de serem cumpridas, pois basicamente o vendedor tem que se preocupar com a venda e o pós-venda. Em alguns casos específicos, fica aos cuidados dos vendedores o agenciamento do transporte das mercadorias. Os vendedores identificaram alguns pontos fortes e fracos, nos quais se destacam como pontos fortes: a solidez da empresa, qualidade dos seus produtos, entregas em curto prazo, o bom atendimento aos clientes e o suporte no pós venda, localização, cumprimento das obrigações trabalhistas Referente aos pontos fracos, pode-se destacar: o preço mais elevado se comparado aos seus concorrentes, inflexibilidade da gerência, e pouca motivação. 53 4.4 PROPOSTA DE MELHORIA NO SETOR DE VENDAS O desenvolvimento do estágio proporcionou ao acadêmico o conhecimento das necessidades da empresa no setor de administração de vendas. Observou-se a necessidade de reestruturar o departamento de vendas da empresa, em busca da eficiência e eficácia para melhor atender os seus clientes. De acordo com os dados obtidos com a pesquisa, notou-se ainda a necessidade de a empresa adotar uma política administrativa que reflita a sua estrutura do processo de vendas, sendo que os principais pontos a serem observados são: • Sobre planejamento de vendas, cabe ressaltar que é possível precaverse contra eventualidades futuras, adequando a empresa às atividades necessárias. Além disso, o planejamento contribui para a redução de custos, pois as operações passam a ser estabelecidas dentro dos padrões de racionalidade e eficiência, para melhor aproveitamento dos recursos disponíveis. • Um outro ponto de grande importância é a questão do recrutamento dos vendedores, pois essa etapa requer técnicas especializadas e deveria ser feita por pessoas com um conhecimento maior sobre o assunto. É nessa etapa que se forma a equipe que cuidará das vendas da empresa, responsável por seu faturamento. • Observou-se a necessidade de um treinamento mais intenso com os vendedores, fazendo com que haja um aperfeiçoamento nas técnicas de vendas a serem utilizadas pelos mesmos, o que pode resultar em maior motivação. • Verificou-se a necessidade de um planejamento estratégico para a empresa, definindo a estratégia corporativa, os objetivos de marketing, a estratégia de marketing e, finalmente, um plano de marketing. A empresa se mostra bastante sólida em sua estrutura e segura de suas atividades comerciais para com seus clientes, no entanto, torna-se necessário uma atenção maior com as atividades relacionadas a vendas. Já foi dito que este setor 54 desempenha um papel vital e de grande importância para a mesma. Portanto, devese buscar sempre o aperfeiçoamento dos processos, satisfazendo assim seus clientes com atendimento personalizado e produtos de ponta. 55 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS O trabalho proposto definiu, inicialmente, os objetivos a serem atingidos. Assim, descreve-se, a seguir, cada um deles e o resultado obtido. Com a finalização do trabalho pode-se ter uma visão detalhada daquilo que se vê na literatura sobre marketing e a realidade percebida no meio organizacional. Toda empresa que possui como meta atingir a supremacia no seu segmento de mercado deve ater-se aos mínimos detalhes na elaboração do seu planejamento, procurando estar sempre atenta às oportunidades de mercado para que não seja ultrapassada pela concorrência. A implantação de mudanças tanto técnicas quanto operacionais causa impacto sobre como as pessoas trabalham. Portanto, a administração de uma organização deverá planejar estratégias, visando fornecer aos seus operadores condições para que os mesmos entendam os novos procedimentos e conhecimento de tecnologias utilizadas. O que se pode notar é que, com um programa de recrutamento e seleção melhor estruturado, juntamente a um projeto de reciclagem e treinamento dos antigos funcionários, a empresa poderá obter a otimização dos processos na área de vendas, visando à redução de custos, a agilidade no atendimento aos clientes e também um incremento na conquista de novos clientes. Na revisão de literatura, foram apresentados tópicos relacionados ao tema estudado com a visão de autores renomados, que conceituam tópicos como marketing, administração de vendas, cliente, mercado. A fundamentação teórica serve de apoio para a intervenção na empresa em estudo. O primeiro objetivo deste estudo, que tratava da verificação dos procedimentos adotados na atual administração de vendas, foi atingido no capítulo quatro do estudo, onde se podem conferir as atividades realizadas pela empresa. O objetivo seguinte, que tratava de descrever a estrutura da força de vendas, também foi atingido no capítulo quatro, através de pesquisa estruturada com os vendedores. O que se pode notar é que, com a reestruturação do setor, a empresa só tende a ganhar, pois para se manter competitiva é necessário inovar e criar estratégias pautadas nos objetivos e metas da organização. 56 O terceiro e último objetivo, que preconizava identificar os pontos fortes e fracos da estrutura da força de vendas, também foi atingido através da pesquisa com os vendedores. Foi através da identificação dos pontos fracos que se chegou à conclusão de que o departamento de vendas precisa ser reestruturado e modernizado com um novo plano de recrutamento e seleção. Além disso, observouse a necessidade de um treinamento mais intenso com os vendedores, fazendo com que haja um aperfeiçoamento nas técnicas de vendas a serem utilizadas pelos mesmos, o que pode resultar também em maior motivação. A seguir, propõem-se duas sugestões de encaminhamentos para trabalhos futuros: • Elaborar um plano de recrutamento e seleção para a empresa; • Elaborar um plano de marketing, focado a conquista de novos clientes. REFERÊNCIAS ARANTES, Affonso C. A. et al. Administração mercadológica: princípios e métodos. 3. ed. Rio de Janeiro: Fundação Getulio Vargas, 1978. CHURCHILL JR.; PETER, Gilbert. Criando valor para o cliente. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2000. COBRA, Marcos. Administração de Marketing no Brasil. São Paulo: Cobra Editora & Marketing, 2003. ________. Administração de vendas. 4. ed. São Paulo: Atlas, 1994. ________. Marketing competitivo: Uma abordagem estratégica. São Paulo: Atlas, 1993. ________. Marketing básico: uma abordagem brasileira. 4 ed. 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