CURSO: ASTRONOMIA APLICADA À NAVEGAÇÃO PROFESSOR: ALEXANDRE RIBEIRO ANDRADE MÓDULO 1: MATEMÁTICA APLICADA NA ASTRONOMIA NÁUTICA Lista de exercícios 3: Ângulos e Arcos Ângulo é a região de um plano concebida pela abertura de duas semirretas que possuem uma origem em comum, chamada vértice do ângulo. A abertura do ângulo é uma propriedade invariante e é medida em radianos ou graus. comum e este modo foi o primeiro passo para medir um ângulo, objeto este que se tornou importantísimo no contexto científico. Na verdade, não se sabe quando o homem começou a medir ângulos, mas se sabe que estes eram medidos na Mesopotâmia e eram muito bem conhecidos quando Stonehenge foi construída, 2000 a.C. Quanto ao conceito de ângulo, temos algumas definições: Grécia antiga: "Um ângulo é uma deflexão ou quebra em uma linha reta". Euclides: "Um ângulo plano é a inclinação recíproca de duas retas que num plano têm um extremo comum e não estão em prolongamento". Em 1893, H.Schotten resumiu as definições de ângulo em três tipos: 1. A diferença de direção entre duas retas; 2. A medida de rotação necessária para trazer um lado de sua posição original para a posição do outro, permanecendo entrementes no outro lado do ângulo; 3. A porção do plano contida entre as duas retas que definem o ângulo. Em 1634, P.Henrigone definiu ângulo como um conjunto de pontos, definição esta que tem sido usada com mais frequência. Neste trabalho, aparece pela primeira vez o símbolo "<" para representar ângulo. Ângulos consecutivos: Dois ângulos são consecutivos se um dos lados de um deles coincide com um dos lados do outro ângulo. O conceito de ângulo aparece primeiramente em papiros gregos no estudo de relações envolvendo elementos de um círculo junto com o estudo de arcos e cordas. As propriedades das cordas, como medidas de ângulos centrais ou inscritas em círculos, eram conhecidas desde o tempo de Hipócrates e talvez Eudoxo tenha usado razões e medidas de ângulos na determinação das dimensões do planeta Terra e no cálculo de distâncias relativas entre o Sol e a Terra. Eratóstenes de Cirene (276 a.C.-194 a.C) já tratava de problemas relacionados com métodos sistemáticos de uso de ângulos e cordas. Desde os tempos mais antigos, os povos vêm olhando para o céu na tentativa de encontrar respostas para a vida tanto na Terra assim como entender os corpos celestes que aparecem à nossa vista. Assim, a Astronomia talvez tenha sido a primeira ciência a incorporar o estudo de ângulos como uma aplicação da Matemática. Na determinação de um calendário ou de uma hora do dia, havia a necessidade de realizar contagens e medidas de distâncias. Frequentemente, o Sol servia como referência e a determinação da hora dependia da inclinação do Sol e da relativa sombra projetada sobre um certo indicador (relógio de Sol). Para obter a distância que a Lua estava acima do horizonte, dever-se-ia calcular uma distância que nunca poderia ser medida por um ser humano comum. Para resolver este problema, esticava-se o braço e se calculava quantos dedos comportava o espaço entre a Lua e o horizonte ou então, segurava-se um fio entre as mãos afastadas do corpo e se media a distância. Os braços deveriam permanecer bem esticados para que a resposta fosse a mais fiel possível. A medida era diferente de uma medida AÔC e BÔC são consecutivos OC é o lado comum 1 AÔB e BÔC são consecutivos OB é o lado comum circunferência (não importa a medida do raio). Indicamos o ponto A como uma das interseções da circunferência com a reta horizontal. Tomamos um barbante com a mesma medida que o raio OA da circunferência. Fixamos uma das extremidades do barbante sobre o ponto A e esticamos o barbante sobre a circunferência. O ponto B coincidirá com a outra extremidade do barbante. Traçamos então o segmento de reta OB, que representa o outro lado do ângulo AOB. A medida do ângulo AOB é 1 radiano. Ângulos adjacentes: Dois ângulos consecutivos são adjacentes se, não têm pontos internos comuns. AÔB e BÔC são ângulos adjacentes. Consideremos duas retas concorrentes cuja interseção seja o ponto O. Estas retas determinam quatro ângulos. Os ângulos que não são adjacentes são opostos pelo vértice. Outra unidade é muito utilizada nos primeiros níveis educacionais é o grau. Ela é obtida pela divisão da circunferência em 360 partes iguais, obtendo-se assim um ângulo de um grau, sendo que a notação desta medida usa um pequeno o colocado como expoente do número, como 1º. Acerca de elementos geométricos relacionados com a Astronomia pouco se conhece. Sabe-se que Aristarco propôs um sistema que tinha o Sol como centro pelo menos 1500 antes de Copérnico, no entanto este material histórico se perdeu na noite do tempo. O que ficou, do ponto de vista histórico foi um tratado escrito por volta de 260 a.C. envolvendo tamanhos e distância do Sol e da Lua. A congruência entre ângulos é uma noção primitiva. Dizemos que dois ângulos são congruentes se, superpostos um sobre o outro, todos os seus elementos coincidem. A divisão do círculo em 360 partes iguais aparece mais tarde e não existe qualquer razão científica. Talvez exista uma razão histórica que justifique a existência de tal número no contexto de estudos do povo babilônio, que viveu entre 4000 a.C. e 3000 a.C. Este povo realizava muitos estudos no trato de terrenos pantanosos e construções de cidades e tinha interesse pela Astronomia assim como pela sua relação com conceitos religiosos (eram politeistas) e para viabilizar tais procedimentos, criaram um sistema de numeração com base 60 (sistema hexagesimal). Na figura acima, temos que ABC e DEF são ângulos congruentes. Usamos a notação para denotar ângulos congruentes. Dois ângulos opostos pelo vértice são sempre congruentes. A unidade de medida de ângulo no Sistema Internacional é o radiano e o processo para obter um radiano é o seguinte: Tomamos um segmento de reta OA. Com um compasso centrado no ponto O e abertura OA, traçamos um arco de circunferência AB, sendo que B deve pertencer ao outro lado do ângulo AOB. Se o comprimento do arco for igual ao comprimento do segmento OA, diremos que este ângulo tem medida igual a 1 radiano (1 rad). Não se sabe ao certo quais as razões pelas quais, foi escolhido o número 360 para se dividir a circunferência, sabe-se apenas que o número 60 é um dos menores números menores do que 100 que possui uma grande quantidade de divisores distintos, a saber: 1, 2, 3, 4, 5, 6, 10, 12, 15, 20, Uma forma prática de visualizar isto é tomar uma reta horizontal passando pelo centro de uma 2 30, 60, razão forte pela qual este número tenha sido adotado. ----A LUA MOSTRA A POSIÇÃO DO SOL O primeiro astrônomo grego a dividir o círculo em 360 partes foi Hipsicles (180 a. C.), seguido pelos caldeus. Por volta de 150 a. C. encontramos uma generalização de Hiparco para este procedimento. Olhe para a Lua a noite ou durante o dia. Se ela não estiver muito cheia nem toda escura, você vai poder notar as cúspides, que são aquelas pontas da parte iluminada do disco lunar, principalmente na semana que antecede e na que sucede a Lua Nova. Imagine que o limbo (bordo) iluminado do disco lunar é um arco indígena, com as cúspides sendo as extremidades. Ligue-as por uma linha reta e você terá a corda. Agora, calcule para onde uma flecha vai, se for disparada por esse arco. Dividir um círculo em 6 partes iguais era algo muito simples para os especialistas daquela época e é possível que se tenha usado o número 60 para representar 1/6 do total que passou a ser 360. Outro fato que pode ter influenciado na escolha do número 360 é que o movimento de translação da Terra em volta do Sol se realizava em um período de aproximadamente 360 dias, o que era uma estimativa razoável para a época. Hiparco mediu a duração do ano com grande exatidão ao obter 365,2467 dias, sendo que atualmente esta medida corresponde a 365,2222 dias. Tipos de Ângulos Com relação às suas medidas, os ângulos podem ser classificados como: reto, agudo, obtuso e raso. Texto e imagem do livro: BARROS, G. M. “Astronomia sem mistérios : uma introdução à astronomia náutica”. ARCO É a porção compreendida entre dois pontos (os extremos) de uma curva. Existem, por exemplo, o arco de circunferência (também chamado de arco de círculo), o arco de elipse, etc. O arco que corresponde à metade de uma circunferência é uma semicircunferência; a quarta parte é um quadrante. Designa-se como amplitude de um arco (de circunferência) a medida do ângulo com vértice no centro da circunferência correspondente e definido pelos extremos do arco. Designa-se como corda o segmento de reta que une os extremos de um arco de circunferência. Quando dois arcos de circunferência compartilham a mesma corda (têm os mesmos extremos), diz-se que são arcos suplementares. Designa-se como flecha o segmento de reta perpendicular a uma corda cujas extremidades são o ponto médio da corda e o ponto correspondente no arco. A unidade de medida de arco do Sistema Internacional de Unidades (SI) é o radiano, mas existem outras medidas utilizadas pelos técnicos que são o grau e o grado. Este último não é muito usado. Radiano: Medida de um arco que tem o mesmo comprimento que o raio da circunferência na Em problemas reais, os ângulos nem sempre possuem medidas associadas a números inteiros, assim precisamos usar outras unidades menores como minutos e segundos. A notação para 1 minuto é 1' e a notação para 1 segundo é 1". Subdivisões do grau Assim 1 grau = 1 ângulo reto dividido por 90. 1 minuto = 1 grau dividido por 60. 1 segundo = 1 minuto dividido por 60. Exemplo: Expressar a medida do ângulo 35º 48' 36" como fração decimal do grau. 35º48'36" = 35º + 48' + 36" = 35º + (48/60)º + (36/3600)º = 35º + 0,80º + 0,01º= 35,81º 3 qual estamos medindo o arco. Assim o arco tomado como unidade tem comprimento igual ao comprimento do raio ou um radiano, que denotaremos por "1 rad". Grau: Medida de um arco que corresponde a 1/360 do arco completo da circunferência na qual estamos medindo o arco. Grado: É a medida de um arco igual a 1/400 do arco completo da circunferência na qual estamos medindo o arco. REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS BARROS, G. M. “Astronomia sem mistérios : uma introdução à astronomia náutica”. 4ª Ed. - Porto Alegre: FormaDiagramação, 2009. http://pessoal.sercomtel.com.br/matematica/fundam/geo metria/geo-ang.htm#m112b02 http://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%82ngulo Exemplo: Para determinar a medida em radianos de um arco de comprimento igual a 12 cm, em uma circunferência de raio medindo 8 cm: Para converter em grau, basta aplicar uma regra de três: Exercícios 1) Use a regra de três para converter ângulos em graus em radiano: a) d) g) j) m) 360º 280º 175º 95º 32º b) 330º e) 245º h) 160º k) 80º n) 15º c) 300º f) 200º i) 115º l) 46º 2) Converta o ângulo fracionário decimal em minuto e segundos, se possível. a) d) g) j) m) 36,34º 280,45º 165,4º 93,1º 321,4º b) 330,5º e) 24,5º h) 160,9º k) 82,4º n) 25,6º c) 3,6º f) 20,33º i) 105,76º l) 48,8º 3) Converta o ângulo em minuto e segundos em ângulo decimal, se possível. a)35º 34’ 32” d)28º 21’ 21” g)16º 54’02” j) 91º 57’ 21” m) 224º 44’ 12” 4) 5) b) 330º 40’ 12” e) 23º 59’ 50’ h)183º 44’ 32” k) 8º 12’ 25” n) 216º 32’ 17” c) 13º 33’ f) 2º 22’ 2” i)11º 11’ 3” l) 4º 23’ 34” Escreva os ângulos obtidos do exercício (3) em radianos. Em uma circunferência de raio igual a 10, calcular as medidas dos arcos subtendidos pelos ângulos dados pelo exercício (3): 4