EVIDÊNCIAS CIENTÍFICAS ACERCA DO TRAUMA CRANIOENCEFÁLICO: A VISÃO DO ENFERMEIRO NA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA Tatiana Melissa Lanski¹ Aline Ferreira¹ Aline França¹ Danielle Santos¹ Giulliano Almeida¹ Karinne Okada¹ Leiri Paris¹ Thais Castro¹ Juliana Ollé Mendes da Silva² Introdução: O traumatismo crânioencefálico (TCE) é um dos líderes de morbimortalidade no Brasil e no mundo, é definido como uma agressão ao cérebro causada por uma força física externa, ocorrendo alteração de consciência, comprometimento das habilidades cognitivas ou funcionamento físico. Pode ser temporário ou permanente e ainda apresentar comprometimento parcial ou total, onde as causas são por acidentes automobilísticos, ciclísticos e motociclísticos, lesões por arma de fogo, quedas, agressões e atropelamentos. As lesões cranioencefálicas podem ser classificadas em primárias e secundárias, abertas ou fechadas e os tipos de traumas podem ser leve, médio e de grave risco. Objetivo: Realizar uma revisão de literatura sobre a assistência ao paciente vítima de trauma crânio encefálico (TCE) em Unidade de Terapia Intensiva (UTI); Desenvolver a Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE), ao paciente vítima de TCE no contexto da terapia intensiva; Analisar um caso fictício, utilizando o método problematizador, destacando o cuidado de enfermagem, baseados na taxonomia NANDA. Método: Foram utilizadas duas metodologias para execução desta pesquisa, sendo utilizada a metodologia problematizadora por meio da aplicação do Arco de Maguerez que compreende sua aplicação em 05 etapas: Observação da realidade, Pontos chave, Teorização, Hipótese de solução e Aplicação a realidade; para a etapa de teorização foi utilizada a metodologia da revisão integrativa com base nas etapas propostas por Mendes, Silveira e Galvão (2008), com busca na BVS, no período de 2009 a 2013, utilizando as palavras chave: Traumatismo crânio encefálico, enfermagem, cuidados, com a seleção de 155 artigos. Foi possível capturar 11 artigos com base nos critérios de inclusão estabelecidos: somente artigos, idioma português, relacionados ao tema, desconsiderando os não disponíveis online e redundantes. Resultados: Com a análise do material capturado levantou-se que o traumatismo crânioencefálico é definido como uma agressão ao cérebro causada por uma força física externa, ocorrendo alteração de consciência, comprometimento das habilidades cognitivas ou funcionamento físico. As lesões cranioencefálicas podem ser classificadas em primárias e secundárias. As primárias são aquelas que ocorrem no momento do trauma. As lesões secundárias decorrem de agressões que se iniciam após o momento do acidente, resultantes da interação de fatores intra e extracerebrais, que se agregam para inviabilizar a sobrevivência de células encefálicas poupadas pelo ___________________ ¹ Acadêmicas de Graduação do Curso de Enfermagem, Faculdades Pequeno Príncipe (FPP). ² Enfermeira, Docente da Faculdades Pequeno Príncipe (FPP). Mestranda em Ensino nas Ciências da Saúde da Faculdades Pequeno Príncipe. trauma inicial. Mudanças no fluxo cerebral, inflamação e edema são os componentes da patogênese das alterações nos tecidos cerebrais. O cérebro fica contido por uma estrutura rígida, não complacente, onde um grau relativamente pequeno de tecido edemaciado pode aumentar a PIC (pressão intracraniana). A classificação do TCE em leve quando pontuação de 13 a 15 pontos, moderado quando pontuação de 09 a 12 pontos e grave quando 03 a 08 pontos. Atualmente utilizado mundialmente a Escala de Coma de Glasgow, descrita em 1974 Teasdale e Jennett. Essa escala serve para avaliar o nível de consciência e por apresentar um conjunto de exames físicos simples de serem realizados, avalia através do examinador a abertura ocular, melhor resposta verbal e melhor resposta motora, sendo atribuído valores para cada achado no paciente. O paciente com TCE leve de baixo risco que se apresenta assintomático, alerta e neurologicamente normal deve ser observado por algumas horas, o TCE de médio risco, são os pacientes que apresentam amnésia pós traumática, distúrbios de memória, sincope após traumatismo, suspeita de lesão penetrante, fratura de crânio sem lesão intracraniana e politraumatizados devem ser observados com maior cautela, já o TCE de alto risco pode desenvolver lesões em crianças espancadas, gestantes e pacientes com distúrbios de coagulação. Devem sempre ser submetidos à TC de crânio, e mesmo com resultado normal, devem ser internados e mantidos em observação para estabilização do quadro neurológico, as condutas nos pacientes que apresentam o TCE, principalmente na forma grave, são complexas e exigem atenção do médico e da equipe multiprofissional durante o tratamento, a fim de evitar lesões secundárias e reduzir ao máximo as sequelas do trauma craniano, melhorando a sobrevida e a qualidade de vida dos pacientes. Conclusão: As condutas aos pacientes com TCE, principalmente em casos graves, são complexas e exigem atenção da equipe multiprofissional durante o tratamento do paciente. Apesar do objetivo central do tratamento do TCE ser evitar lesões secundárias através do controle rigoroso da hipotensão e da hipóxia cerebral com monitoramento da PIC e do fluxo sanguíneo cerebral, devem ser considerar outras condutas, que apresentam altos índices de recomendação por inúmeros estudos e protocolos para o paciente traumatizado, com a finalidade de reduzir ao máximo as sequelas do trauma craniano, melhorando a sobrevida e a qualidade de vida dos pacientes. O enfermeiro, pela própria natureza da profissão, se insere em todas as esferas de cuidado, considerase imperativo que ações de enfermagem sejam estabelecidas com ênfase na prevenção do trauma, mas os aspectos relativos ao tratamento e reabilitação da vítima não podem ser omitidos. Outro aspecto que precisa ser considerado é o fortalecimento das redes de apoio ao cuidador daqueles pacientes que se encontram debilitados, visando à integralidade a assistência em parceria com a família e o núcleo de cuidado, objetivando o seu retorno à sociedade em condições de capacidades funcionais mais próximas possível de sua condição pré-trauma. Descritores: Traumatismo crânio encefálico, enfermagem, cuidados. Referências: ___________________ ¹ Acadêmicas de Graduação do Curso de Enfermagem, Faculdades Pequeno Príncipe (FPP). ² Enfermeira, Docente da Faculdades Pequeno Príncipe (FPP). Mestranda em Ensino nas Ciências da Saúde da Faculdades Pequeno Príncipe. ANDRADE, A. F. et al. Mecanismos de lesão cerebral no traumatismo cranioencefálico. Revista Assoc. Med. Bras; 55 (1): 75-81, 2009; São Paulo – SP. COLOMBO, A. A., BERBEL, N. A. N. A Metodologia da Problematização com o Arco de Maguerez e sua relação com os saberes de professores. Semina: Ciências Sociais e Humanas, v. 28, nº 2, p. 121 – 146, jul – dez, 2007. Londrina – PR. GENTILE, J. K. A. et al. Condutas no paciente com trauma cranioencefálico. Revista Bras. Clin. Med. 9 (1): 74 – 82, 2011. São Paulo – SP. MORGADO, F. L., ROSSI, L. A. Correlação entre a Escala de Coma de Glasgow e os achados de imagem de Tomografia computadorizada em pacientes vítimas de trauma cranioencefálico. Radiol. Bras; 44 (1): 35 – 41, jan – fev. 2011, Sorocaba – SP. MORGADO, F. L., ROSSI, L. A. Correlação entre a Escala de Coma de Glasgow e os achados de imagem de Tomografia computadorizada em pacientes vítimas de trauma cranioencefálico. Radiol. Bras; 44 (1): 35 – 41, jan – fev. 2011, Sorocaba – SP. ___________________ ¹ Acadêmicas de Graduação do Curso de Enfermagem, Faculdades Pequeno Príncipe (FPP). ² Enfermeira, Docente da Faculdades Pequeno Príncipe (FPP). Mestranda em Ensino nas Ciências da Saúde da Faculdades Pequeno Príncipe.