TRAUMATISMO CRANIO ENCEFALICO EM PACIETE IDOSO: relato de caso Áida Raíssa Batista MENDES1 Elaine Cristina Silva do CARMO2 Sérgio Ricardo MAGALHÃES3 1-2 Acadêmicas do curso de Medicina da Universidade Vale do Rio Verde (UninCor) E-mail: [email protected] 3 Docente da disciplina de Iniciação Científica da Universidade Vale do Rio Verde (UninCor). RESUMO O traumatismo cranioencefálico (TCE) é uma disfunção cerebral, transitória ou permanente, que resulta do impacto entre o crânio e um agente externo. A incidência de TCE em pacientes idosos tem elevado ao se ter em vista o aumento progressivo da expectativa de vida observado nas últimas décadas. Na tentativa de reduzir a mortalidade e morbidade, várias formas de e protocolos são utilizados pelos diversos serviços, entretanto, não há um consenso sobre qual deles oferece a melhor terapêutica mas é de conhecimento que o tratamento deve ser instituído de maneira rápida e eficaz. Os impactos da lesão variam de pessoa para pessoa em função dos fatores pessoais, assim como dos fatores associados à lesão ou à reabilitação. Este trabalho tem por objetivo relatar o caso de uma senhora de 86 anos que deu entrada no Hospital João XXIII mediante queda de escada de 4 degraus e que evoluiu com piora progressiva do quadro e óbito. Palavras-chave: Traumatismo Crânio Encefálico, lesão cerebral em idosos e Injúria cerebral. INTRODUÇÃO Geografia e Estatística a média de vida de um A população mundial com idade igual ou Segundo o nas próximas Instituto de 72,7 publica por apresentar índices elevados de décadas. Brasileiro é tem se tornado um problema de saúde 15% da população geral, com expectativa aumento brasileiro anos. Tendo em vista este novo paradigma superior a 60 anos compreende mais de de cidadão mortalidade e morbidade. O paciente idoso de possuem aspectos que os tornam mais 21 Revista de Iniciação Científica da Universidade Vale do Rio Verde, Três Corações, v. 1, n. 2, 2011, p. 21-24.. vulneráveis se comparados com pacientes que solicitou RX cervical e lombar e mais jovens. Aqueles por apresentarem um tomografia cérebro mais atrofico e ossos mais porosos identificar são mais suceptivo a hemorragias. O uso Apresentou hematomas difusos em tórax e de membros, diferentes medicamentos também computadorizada a gravidade hematoma lesões. subdural agudo, constitui um fator determinante a evolução edema clinica uma vez que podem alterar os midriáticas ( 6mm), fixas e arreativas, fatores hemodinâmicos e causar interações ausência medicamentosas. Os traumas podem variar reflexo oculocefálico, ausência de reflexo desde vestíbulo e reflexo de tosse. Hipocorada, escoriações nenhum risco contusões ou de superficiais, vida, ferimentos até sem grandes graves palpebral das para de reflexo hidratada, que e anictérica, facial, pupilas corneopalpebral, acianótica, taquidispneica, FC: 110bpm, Saturação de causam a morte instantânea da vítima. oxigênio correspondendo a 90. A paciente foi entubada e submetida a controle dos RELATO DE CASO sinais vitais, onde não foram obtidos Paciente de 86 anos, sexo feminino, resultados leucoderma, casada, aposentada como progressiva do quadro durante 2 horas, educadora, deu entrada ao pronto socorro chegando a 3 pontos na escala de glasgow. do hospital João XXIII acompanhada da Foi encaminhada para o bloco cirúrgico filha, que relatou queda de uma escada que onde continha descompressiva chegou quatro degraus. inconsciente, A paciente satisfatórios foi realizada que com piora craniectomia evoluiu com foi avaliada de sangramento abundante. Durante a cirurgia acordo com a escala de Glasgow e a o RNI da paciente chegou a 13, o que resposta neurológica foi correspondente a resultou em 5 pontos. com aumento de pressão intracraniana ( hemorragia craniana grave PIC) seguida de cirurgia para colocação de A paciente não apresentava comorbidades válvula para monitoramento de PIC. A e não fazia uso de nenhum medicamento. paciente foi encaminhada para o CTI e Ao exame foram observadas fraturas em evolui para óbito após quadro de choque mandíbula, fêmur e traumatismo craniano estabelecido em 3 horas após a cirurgia. as quais foram avaliadas pela ortopedia 22 Revista de Iniciação Científica da Universidade Vale do Rio Verde, Três Corações, v. 1, n. 2, 2011, p. 21-24.. DISCUSSÃO A dependendo da gravidade da lesão, o gravidade do tratamento conservador é a melhor opção. traumatismo cranioencefálico ( TCE) no idoso é No caso apresentado, a paciente sofreu classificada de acordo com a escala de uma queda na qual teve diversas áreas coma acometidas, no entanto o que levou ao mal de Glasgow, sendo de suma importância na evolução dos pacientes prognóstico acometidos. Ao iniciar o tratamento de um posterior estado de choque. A intervenção paciente com diagnóstico de TCE deve-se cirúrgica foi realizada em tempo hábil de levar causas, forma a diminuir sequelas futuras. O solicitar exames de neuroimagem, bem procedimento visava diminuir a pressão como realizar avaliação neurológica do intracraniana causada pela hemorragia paciente, principalmente através da escala abudate, de Glasgow. Entre as principais causas de subitamente TCE em idoso, estão queda acidental e propiciando à ocorrência de sangramento, acidente automobilístico, e os achados o qual gerou mal prognóstico levando a mais comuns nos exames de imagem são paciente à óbito. em hemorragia consideração intracerebral suas e contusão foram as hemorragias e no entanto o RNI se elevou durante a cirurgia, CONCLUSÃO cerebral. Existem vários protocolos no que O diz respeito à tratamento, no entanto, traumatismo cranioencefalico em pacientes idosos é grave e tem aumentado 23 Revista de Iniciação Científica da Universidade Vale do Rio Verde, Três Corações, v. 1, n. 2, 2011, p. 21-24.. significativamente nas ultimas décadas observada na paciente. Apesar dos achados tornado problema de saúde publica. Para e da idade o traumatismo crânio encefálico classificar o gravidade do trauma adouta-se deve ser encarado de forma seria e sem a escala de gasgow. Esta é determinante os delongas pelos profissioais de saúde. passos posteriores. O artigo em questão chama a atenção ao relatar o caso de uma REFERÊNCIAS senhora idosa vitima de queda e que evoluiu a óbito em curto espaço de tempo. 1. A.T.L.S; American College of Como em muitos idosos essa injuria neurológica cursa com Surgeons, 1997, EUA. prognóstico desfavorável uma vez que repercute com 2. Holanda.L., Manual de achados individuais e globais da idade. Neurocirurgia, 1995, São Paulo. Sendo assim o tratamento é feito de forma individualizada protocolos que Atualmente é tratamento e será baseado norteiam comum conservador o 3. Schirmer. M., Neurocirurgia, 1195, em São Paulo. saber. optar evitando pelo 4. Almeida,G., M., Traumatismos as Crânio-encefálicos, 1980 São intecorrencias cirúrgicas por processos mais invasivas como, por Paulo. exemplo, 5. Medcurs, Trauma, 2004 Rio de hemorragias que evoluem para choque , Janeiro. 24 Revista de Iniciação Científica da Universidade Vale do Rio Verde, Três Corações, v. 1, n. 2, 2011, p. 21-24..