EXPERIMENTAÇÃO ZOOTÉCNICA Profa. Dra. Amanda Liz Pacífico Manfrim Perticarrari [email protected] CONSIDERAÇÕES INICIAIS A determinação da área central de 95% sob a curva normal pode ser resolvida com o recurso de cálculo integral (MATEMÁTICA II). Para o caso específico do peso ao abate de suínos ( = 90 kg e = 12 kg). a) A definição da função matemática sob a qual se deseja calcular a área compreendida entre duas coordenadas quaisquer (função proposta por Gauss) ܻ = 1 12 2ߨ ିଽ మ ି ݁ ଶ ଵଶ మ 1 = ݁ି 30,0795 ିଽ మ ଶ଼଼ CONSIDERAÇÕES INICIAIS A determinação da área central de 95% sob a curva normal pode ser resolvida com o recurso de cálculo integral (MATEMÁTICA II). Para o caso específico do peso ao abate de suínos ( = 90 kg e = 12 kg). b) Integrar essa função entre essas duas coordenadas: o valor obtido será a área percentual em relação a área total sob toda a função (de −∞ a ∞) que corresponderia a 100% ௫మ න ௫భ 1 12 2ߨ ିଽ మ ି ݁ ଶ ଵଶ మ ௫మ 1 ݀ܺ = න ݁ି 30,0795 ௫భ ିଽ మ ଶ଼଼ ݀ܺ CONSIDERAÇÕES INICIAIS Se considerarmos ଵ = 90 kg (média) e o ଶ = 100 kg, por exemplo, a área calculada a partir da integração seria a área hachurada na figura abaixo e o valor final corresponderia ao percentual da população ali contida. CONSIDERAÇÕES INICIAIS Se considerarmos ଵ = 90 kg (média) e o ଶ = 100 kg, por exemplo, a área calculada a partir da integração seria a área hachurada na figura abaixo e o valor final corresponderia ao percentual da população ali contida. ௫మ 1 න 30,0795 ௫భ ିଽ మ ݁ ି ଶ଼଼ ݀ܺ ଵ 1 = න ݁ି 30,0795 ଽ ିଽ మ ଶ଼଼ ݀ܺ CONSIDERAÇÕES INICIAIS Para calcularmos o limite corretamente, sem ter que fazer cálculos de integrais, utilizamos a tabela de áreas sob a curva normal de uma variável caracterizada pela média zero e o desvio padrão 1 (Tabela A1) Esta tabela apresenta as áreas compreendidas entre o ponto central da distribuição, média zero, e qualquer valor de ݖ. A primeira coluna contém os valores inteiros e decimais da variável ݖe a cada coluna seguinte, o seu valor centesimal. MODELO NORMAL Definição: Dizemos que uma variável aleatória contínua tem distribuição Normal com parâmetros e ଶ , se sua função densidade é dada por: Notação: 1 2 ௫ିఓ మ ି ଶఙమ , ~ , ଶ para ∞ ∞. MODELO NORMAL A densidade é representada pela figura abaixo: Algumas propriedades: a) é simétrica em relação a . b) ⟶ 0 quando ⟶ ∞. c) max . ௫ Densidade Normal MODELO NORMAL Cálculo da Probabilidade 1 2 Média Variância ଶ ଶ ௫ିఓ మ ି ଶఙమ . MODELO NORMAL Se uma distribuição de valores de com média e o desvio padrão tiver uma constante somada (ou diminuída) a cada observação, a média do novo conjunto será , mas o desvio padrão permanece o mesmo . Variável 2 2 22=4 2=1 4 42=6 4=3 6 62=8 6=5 Média 4 42=6 4=3 Desvio 2 2 2 MODELO NORMAL Se uma distribuição de valores de com média e o desvio padrão tiver uma de suas observações multiplicada (ou dividida) por uma constante , a média dos valores obtidos será (ou s (ou ௦⁄) ത ) e o desvio padrão Variável 3 2 3∙26 2⁄ 1 4 3 ∙ 4 12 4⁄ 2 6 3 ∙ 6 18 6⁄ 3 Média 4 3 ∙ 4 12 4⁄ 2 Desvio 2 3∙26 2⁄ 1 Se a variável , peso ao abate, apresentou uma média de 90kg e um desvio padrão de 12kg, a transformação = − = − 90 garantirá uma nova média zero e um desvio ainda de 12, assim ~ 0, 12 Se após a transformação anterior dividíssemos todas as observações assim obtidas por = 12, então a nova ଵଶ distribuição manteria a média zero e um desvio = 1, ଵଶ ~ 0, 1 , − − 90 = = 12 sendo, portanto a mesma distribuição com áreas já registrada na tabela z. MODELO NORMAL Para evitar a multiplicação desnecessária de tabelas para cada par de valores , ଶ , utiliza-se uma transformação que conduz sempre ao cálculo de probabilidades com uma variável de parâmetros 0, 1 , isto é, média zero e variância 1. Considere Assim, ~ , ଶ é defina uma nova variável $~ 0, 1 . $ . MODELO NORMAL Os valores para determinar 0 $ % , % & 0 são apresentados na tabela abaixo. MODELO NORMAL Exemplo: Para ~ , , temos: 2 2 2 0 1 0,3413. Correspondendo a área sombreada no gráfico. MODELO NORMAL Exercício: Para ~ , , obter 0 : 0 0 0 0 ଶଷ 0,2486. Correspondendo a área sombreada no gráfico. MODELO NORMAL Podemos, ainda, calcular as probabilidades de intervalos com extremos negativos, utilizando os correspondentes intervalos na parte positiva. Outro recurso importante é a utilização do complementar, por exemplo: '3 ିఓ ௦ 0,5 0 ଵ ଷ ' ଷିఓ ௦ $' ଵ ଷ 0,5 0,1293 0,3707. MODELO NORMAL A tabela também pode ser utilizada no sentido inverso, isto é, dada uma certa probabilidade, desejamos obter o valor que a originou. Exemplo: Quanto vale tal que 0 0,4. Procurando no corpo da tabela, a probabilidade que mais se aproxima de 0,4 é 0,3997; correspondendo a 1,28 que será o valor de . Assim, 0 1,28 0,4. MODELO NORMAL Exemplo: Quanto vale tal que 0 0,4. Procurando no corpo da tabela, a probabilidade que mais se aproxima de 0,4 é 0,3997; correspondendo a 1,28 que será o valor de . Assim, 0 1,28 0,4. Lembrando que ଶ ିത ௦మ , então neste caso temos: ⇒ ∙ ଶ APLICAÇÕES PRÁTICAS 01. Uma granja avícola caracterizada por uma produção média diária de 3.000 ovos, pensando em média 55g e com desvio padrão de 12g, vende seus produtos segundo os respectivos pesos. Uma panificadora deseja reservar diariamente 30 dúzias de ovos industriais (com peso inferior a 38g), por serem mais baratos, para a fabricação de pães e bolos. Será que a granja poderá atender este pedido? SOLUÇÃO APLICAÇÃO PRÁTICA 1 Considere a variável peso de ovos de uma granja avícola em g Sabe-se que 55 g e 12g SOLUÇÃO APLICAÇÃO PRÁTICA 1 Vamos calcular a probabilidade do peso dos ovos dessa granja avícola ser inferior a 38 g 38 ିത ௦ 38 ଷ଼ିହହ ଵଶ 38 ିଵ ଵଶ 38 ≅ 1,42 38 0,5 0 1,42 20 0,5 0,4222 0,0778. Portanto a probabilidade de se encontrar ovos mais leves que 38g na granja é de 7,78% SOLUÇÃO APLICAÇÃO PRÁTICA 1 Sabendo que a granja produz 3.000 ovos por dia, quantos ovos comerciais essa granja de capacidade de produzir? 3.000 100% 7,78% assim, 3.000 7,78 23.340 233,4 100 100 Logo, essa granja tem capacidade de produzir de 233 a 234 ovos industriais, ou seja, de 233 a 234 ovos mais leves que 38g. Portanto a granja NÃO poderá atender o pedido da panificadora, que exige 360 ovos comerciais diariamente. APLICAÇÕES PRÁTICAS 02. Se um abatedouro de suínos se interessar por animais com peso mínimo de 90 kg, qual a porcentagem de indivíduos que estará apta para o abate quando a média do lote for 95 kg e o desvio padrão 15 kg? SOLUÇÃO APLICAÇÃO PRÁTICA 2 Considere a variável peso de suínos em kg Sabe-se que 95 kg e 15 kg SOLUÇÃO APLICAÇÃO PRÁTICA 2 Vamos calcular a probabilidade do peso dos suínos serem superiores a 90 kg ! "# 90 ିത ௦ 90 ଽିଽହ ଵହ 90 ିହ ଵହ 38 ≅ 0,33 38 0,5 0 0,33 20 0,5 0,1293 0,6293. Portanto a probabilidade do peso dos suínos serem superiores a 90kg, ou seja, a porcentagem de indivíduos que estará apta para o abate é de 62,93% EXERCÍCIOS E1. Doentes, sofrendo de certa moléstia, são submetidos a um tratamento intensivo cujo tempo de cura foi modelado por uma densidade Normal, com média 15 e desvio padrão 2 (em dias). Considere : tempo de cura, assim ~ 15, 4 . a) Qual a proporção desses pacientes que demora mais de 17 dias para se recuperar? b) 17 Qual a probabilidade de um paciente, escolhido ao acaso, apresentar tempo de cura inferior a 20 dias? 20 c) Qual o tempo máximo necessário para a recuperação de 25% dos pacientes? SOLUÇÃO DO EXERCÍCIO a) Qual a proporção desses pacientes que demora mais de 17 dias para se recuperar $ %& ? $ 17 ିଵହ ସ $ ଵିଵହ ସ $ 17 $ 1 $ 17 0,5 0 1 $ 17 0,5 0,3413 0,1587. Portanto, a proporção desses pacientes que demora mais de 17 dias para se recuperar é de 15,87% SOLUÇÃO DO EXERCÍCIO b) Qual a probabilidade de um paciente, escolhido ao acaso, apresentar tempo de cura inferior a 20 dias '# ? 20 ିଵହ ସ ଶିଵହ ସ 20 2,5 20 0,5 0 2,5 20 0,9938. Portanto a probabilidade de um paciente, escolhido ao acaso, apresentar tempo de cura inferior a 20 dias é de 99,38% SOLUÇÃO DO EXERCÍCIO c) Qual o tempo máximo necessário para a recuperação de 25% dos pacientes? A proporção de cura para o conjunto de pacientes é interpretada como a probabilidade para um único paciente, genericamente escolhido. Assim, precisamos obter um valor ! tal que: ! 0,25, então: ିଵହ ସ ௧ିଵହ ସ ௧ିଵହ ସ 0,25. Com o uso da tabela, obtemos: ௧ିଵହ ସ 0,67 ⟹ ! 13,33. Assim, 25% dos pacientes ficarão curados antes de, aproximadamente, 14 dias. EXERCÍCIOS E2. Se em um criatório o peso ao nascer de bezerros machos da raça Gir foi modelado por uma densidade Normal, com média de 23kg e o desvio padrão 3 kg, entre quais valores de peso ao nascer estará 95% dos bezerros ali nascidos? Considere : peso ao nascer de bezerros machos da raça Gir, assim ~ 23, 3 . SOLUÇÃO DO EXERCÍCIO Neste exercício, desejamos saber quanto vale tal que 0,95. Desta maneira devemos calcular: 0 Sabendo que െ ܿ ൌ ିఓ ఙ 0,475 ⇒ 1,96 ൌ ିଶଷ . ଷ Então: 1,96 ⇒ 1,96 ∙ 3 23 17,12 0 Sabendo que ܿ ൌ , , ିఓ ఙ ൌ 0,475 ⇒ 1,96 ିଶଷ . ଷ Então: 1,96 ⇒ 1,96 ∙ 3 23 28,88 Portanto o peso ao nascer estará 95% dos bezerros ali nascidos será de , kg, ou seja, entre 17,12 a 28,88 kg. SOLUÇÃO DO EXERCÍCIO E3. Em uma turma do oitavo ano, a altura dos alunos apresenta distribuição normal com média 162 cm e desvio padrão de 6cm. Qual a probabilidade de um aluno sorteado aleatoriamente ter mais de 170 cm. Resposta. Considere X: altura dos alunos em uma turma do oitavo ano (cm) 170 ିଵଶ ଷ 170 ଼ ଵିଵଶ ଷ 1,33 170 0,5 0 ! 1,33 0,5 0,4082 0,0918 170 9,18% Portanto a probabilidade de um aluno sorteado aleatoriamente ter mais de 170 cm é de 9,18%