Encefalopatia alcoólica 2014

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RESPOSTA RÁPIDA 417/2014
Encefalopatia Alcoólica
SOLICITANTE
Drª Herilene de Oliveira Andrade
Juíza de Direito Comarca de Itapecerica
NÚMERO DO
PROCESSO
DATA
0335.14.1606-4
25/07/2014
Ao NATS,
Solicito parecer acerca do(s) insumo(s) em uso pela parte autora quanto ao
SOLICITAÇÃO fornecimento e substituibilidade, no prazo de quarenta e oito horas, conforme
documentos médicos que seguem anexo.
Atenciosamente,
Herilene de Oliveira Andrade
Juíza de Direito
Comarca de Itapecerica

NATS_SA
RESPOSTAS
1ª – Encefalopatia alcoólica secundaria – Beum®
Na falta de maiores informações, vamos caracterizar a Encefalopatia alcoólica
secundaria como Encefalopatia de Wernicke, que é uma doença causada pelo
déficit de tiamina, geralmente associada ao alcoolismo, e é caracterizada pela
tríade de ataxia, oftalmoplegia e confusão mental. Se não tratada prontamente,
cursa com mortalidade e morbidade consideráveis, inclusive com sequelas
importantes. É uma manifestação mais aguda e não parece ser a situação do
paciente, no entanto a solicitação é pela liberação de Beum®.
Beum® (tiamina)
Trata-se de uma vitamina do complexo B – vitamina B1.
Os usos aprovados pela ANVISA são: indivíduos dependentes de álcool e
indivíduos com problemas crônicos de absorção intestinal.
A tiamina (Beum) está disponível no SUS.
2ª – Vitaminose D ??? Vitamina D - Provavelmente Hipovitaminose D
A pré-vitamina D é produzida na pele, onde, através de foto-reação mediada
pela luz solar, isomeriza-se em vitamina D. A doença causada pela deficiência
de vitamina D em indivíduos adultos se estabelece de forma sutil, com
hipocalcemia leve, hiperparatireoidismo reacional, gerando perda do osso
trabecular e estreitamento do osso cortical, o que leva a um risco aumentado
de fraturas. O padrão-ouro para o diagnóstico de hipovitaminose D é a
dosagem de 25-hidroxivitamina D no soro, e valores abaixo de 50 nmol/L
seriam suficientes para causar aumento na concentração sérica do hormônio
da paratireóide e perda óssea. Fatores de risco para esta doença são pouca
exposição à luz solar, envelhecimento da pele e doenças que alteram o
metabolismo da vitamina D. Seu tratamento é feito através da reposição oral de
vitamina D, o que o torna fácil e barato.
Também é necessário cuidar para não supertratar o paciente, pois o excesso
de vitamina D causa efeitos colaterais: têm sido relatados casos de secura da
boca, dor de cabeça, polidipsia, poliúria, perda de apetite, náuseas, vômitos,
fadiga, sensação de fraqueza, aumento da pressão arterial, dor muscular,
prurido e perda de peso.
O SUS disponibiliza a vitamina D
3ª Insuficiência Venosa Crônica nos MMII – Venovaz® ou Flavenos®
Trata-se de medicamento que tem como substância ativa a diosmina e a
hesperidina. Este medicamento tem indicação de bula para o tratamento das
manifestações da insuficiência venosa crônica, funcional e orgânica dos
membros inferiores e tratamento dos sintomas funcionais relacionados à
insuficiência venosa do plexo hemorroidário.
Esse medicamento não está incluído na RELAÇÃO NACIONAL DE
MEDICAMENTOS ESSENCIAIS (RENAME) e portanto não é fornecido pelo
SUS.
Uma revisão sistemática da Cochrane avaliou o uso de flebotônicos (como a
diosmina) em insuficiência vascular periférica e concluiu que não há
evidências de benefícios clínicos com o uso do medicamento.
Em nota técnica 64/2012, o Ministério da Saúde avaliou o medicamento
diosmina para insuficiência venosa e concluiu que não há comprovação de
benefício com o uso do medicamento.
Não há recomendação para Venovaz® ou Flavenos®
4ª Depressão – Citalopran
Diante de seu potencial de causar confusão, é importante diferenciar os
múltiplos usos do termo “depressão”. Depressão pode se referir a
uma variação normal do estado de humor de um indivíduo, a um sintoma
associado a diferentes transtornos mentais ou a uma síndrome específica
caracterizada por uma constelação de sinais e sintomas. São várias os
diagnósticos associados a síndromes depressivas.
A alteração psíquica fundamental da depressão enquanto transtorno mental ou
síndrome é a alteração do humor ou afeto. Assim sendo, os sintomas mais
marcantes são o humor triste e o desânimo. A estes se associam uma
multiplicidade de outros sintomas afetivos, instintivos, neurovegetativos,
ideativos e cognitivos, relativos à autovaloração, à psicomotricidade, à vontade,
eventualmente associados também a sintomas psicossomáticos.
O tratamento farmacológico de primeira linha das síndromes depressivos é
realizado com agentes antidepressivos. Existe hoje uma grande variedade de
medicamentos antidepressivos disponíveis no mercado. No entanto, não
existem diferenças significativas entre eles no que concerne à sua eficácia, não
havendo, portanto, critérios objetivos para escolha do medicamento a ser
usado. Esta deve ser feita a partir de critérios subjetivos, dentre os quais custo
e acessibilidade devem ser considerados.
De forma geral, os Inibidores Seletivos da Recaptação da Serotonina (ISRS)
são considerados medicamentos de primeira linha para o tratamento dos
transtornos depressivos e dos transtornos de ansiedade. Um dos ISRS, a
fluoxetina, está incluída tanto na lista de medicamentos essenciais elaborada
pela OMS como na Relação Nacional de Medicamentos Essenciais
(RENAME), sendo disponibilizada pelo SUS em Unidades municipais e
Estaduais de Saúde.
Não há justificativa para utilização do Citalopran em substituição ao
medicamento disponibilizado pelo SUS: Fluoxetina
Conclusão
 Beum® - tiamina está disponível no SUS.
 Vitamina D – está disponível no SUS
 Não há recomendação para Venovaz® ou Flavenos®
 Não há justificativa para utilização do Citalopran em substituição
ao medicamento disponibilizado pelo SUS: Fluoxetina
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