EFEITO DA DENSIDADE POPULACIONAL E ALTURA DE CORTE NA PRODUÇÃO DE MANJERICÃO (Ocimum basilicum L.) Luiz Henrique Tutida Yokota1 (PROIC/Fundação Araucária UEL), José Roberto Pinto de Souza1(orientador). e-mail: [email protected] Universidade Estadual de Londrina/Centro Agrárias/Departamento de Agronomia/Londrina-PR 1 de Ciências Área: Agronomia. Sub-área: Fitotecnia. Palavras-chave: planta condimentar, crescimento, brotação. Resumo: A produção de plantas medicinais, aromáticas e condimentares tem se mostrado uma importante alternativa aos cultivos agrícolas tradicionais. Porém, muitos produtores têm se aventurado no seu cultivo, porém, poucos estão obtendo êxito. Por essa razão, torna-se necessário avaliar o comportamento dessas espécies perante praticas agronômicas como análise da densidade populacional e a altura de corte. Sendo assim, o objetivo desse trabalho foi avaliar o efeito da densidade populacional e a altura de corte na produção de manjericão. O experimento foi desenvolvido em vasos nas estufas do departamento de Agronomia. O delineamento experimental utilizado foi o de blocos casualizados com distribuição fatorial 2x2, duas alturas de corte (quatro e oito nós a partir da superfície do solo) e duas densidades (uma ou duas plantas por vaso), com 11 repetições. Os parâmetros avaliados foram altura da planta, área foliar, matéria seca de folha, diâmetro, número de folhas, número de nós, número de ramos e número de brotações. O aumento da densidade de plantas de manjericão por vaso promoveu a redução do diâmetro do colo e a utilização de corte das plantas de manjericão a altura do oitavo nó. Introdução A produção de plantas medicinais, aromáticas e condimentares tem se mostrado uma importante alternativa aos cultivos agrícolas tradicionais. Entre as espécies de maior importância econômica, destaca-se o manjericão, que, no Brasil, é cultivado principalmente por pequenos produtores rurais que o comercializam como condimento (TEIXEIRA et al., 2002). De acordo com Monteiro (2009), a demanda crescente desse tipo de produto ocorre em função dos atuais apelos de alimentação saudável e também pelo interesse das indústrias por produtos derivados do cultivo de plantas aromáticas e condimentares. Anais do XIX EAIC – 28 a 30 de outubro de 2010, UNICENTRO, Guarapuava –PR. Neste contexto, Chaves et al., (2002), salienta que devido à grande demanda por produtos aromáticos e condimentares, muitos produtores têm se aventurado no seu cultivo, porém, poucos estão obtendo êxito. Há falta de informações relacionadas a técnicas de cultivo de cada região. Por essa razão, torna-se necessário avaliar o comportamento dessas espécies perante praticas agronômicas como análise da densidade populacional e a altura de corte, devido à carência de informações na literatura e pela importância desse fator no número de rebrotas e do aumento da biomassa da planta. Sendo assim, o objetivo desse trabalho foi avaliar o efeito da densidade populacional e a altura de corte na produção de manjericão (Ocimum basilicum L.). Material e métodos O experimento foi desenvolvido em vasos nas estufas do departamento de Agronomia, Centro de Ciências Agrárias, Universidade Estadual de Londrina, Londrina, PR, localizado nas coordenadas de 23º23' de Latitude Sul e 51º11' de Longitude Oeste de Greenwich, altitude média de 566 m e clima classificado como tipo Cfa, segundo Köeppen, e precipitação média anual de 1615 mm. As mudas utilizadas foram produzidas com sementes adquiridas no comércio local. As mudas de manjericão foram transferidas para vasos cerâmicos de 4,0 Kg de capacidade com superfície superior de 330 cm². Os vasos foram preenchidos com uma mistura de duas partes de esterco bovino curtido, uma parte de bagacilho e duas partes de solo de subsuperfície. O delineamento experimental utilizado foi o de blocos casualizados com distribuição fatorial 2x2, duas alturas de corte (número de quatro e oito nós deixadas no caule a partir da superfície do solo) e duas densidades (uma ou duas plantas por vaso), com 11 repetições. Foram realizados o controle fitossanitário das pragas e doenças nas de manjericão durante todo o desenvolvimento do experimento. A primeira colheita (corte) foi realizada 65 dias após o transplantio. Os parâmetros avaliados foram altura da planta (APA), área foliar (AF), diâmetro do colo da planta (DC), número de folhas, (NF), número de nós (NN), número de ramos (NR) e número de brotações (NB) e matéria seca de folha (MSF). A APA foi determinada em centímetros, com o auxílio de uma régua milimetrada, com medida a partir do nível do solo até o ápice da planta. A AF foi determinada por uma régua milimetrada medindo o maior comprimento versus a maior largura da folha. O DC foi expresso em centímetros e medido na região onde se iniciava o aparecimento dos primórdios radiculares, com o auxílio de um paquímetro. Os NF, NN, NR e NB foram obtidos através da contagem das folhas, nós e brotações emitidas pelas plantas em cada parcela. As folhas coletadas foram acondicionadas em sacos de papel identificados e colocados em estufa a 40°C até atingir 12% de teor de umidade, e em seguida pesadas para obter MSF. Anais do XIX EAIC – 28 a 30 de outubro de 2010, UNICENTRO, Guarapuava –PR. Os dados coletados foram submetidos a analise de variância e a comparação das médias foi efetuada pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. Resultados e Discussão Os dados de altura, diâmetro do coleto, número de folhas, número de nós, número de ramos, matéria seca de folhas e área foliar das plantas de manjericão são apresentados na Tabela 1, e o número de brotações na Tabela 2. Tabela 1: Dados médios de altura (APA), diâmetro do coleto (DC), número de folhas (NF), número de nós (NN), número de ramos (NR), matéria seca das folhas (MSF) e área foliar (AF) das plantas de manjericão mantidas sob duas densidades de plantas por vaso. Londrina. 2010. Trat. D1 D2 C.V. (%) APA (cm) 64,95 a 64,24 a 22,08 DC (cm) 0,65 a 0,57 b 13,32 NF 105,68 a 104,77 a 33,45 NN 13,32 a 12,86 a 18,69 NR 19,68 a 18,05 a 23,51 MSF (g) 7,68 a 7,45 a 53,08 AF (cm²) 32,70 a 28,01 a 27,30 Médias seguidas pela mesma letra na coluna, não apresentam diferenças significativas entre si a 5% de probabilidade pelo teste de Tukey. Tabela 2: Dados médios do número de brotações das plantas de manjericão mantidas sob duas densidades plantas por vaso e duas alturas de corte. Londrina. 2010. Tratamentos Uma planta por vaso (D1) Duas plantas por vaso (D2) Deixando quatro nós (AC1) Deixando oito nós (AC2) AC1*D1 AC1*D2 AC2*D1 AC2*D2 C.V % Número de brotações 7,45 a 8,77 a 6,23 a 10,00 b 5,54 a 6,91 a 6,91 a 10,64 b 29,08 Médias seguidas pela mesma letra na coluna, não apresentam diferenças significativas entre si a 5% de probabilidade pelo teste de Tukey. O aumento da densidade de plantas proporcionou redução do diâmetro do colo das plantas de manjericão (Tabela 1) enquanto os outros parâmetros avaliados não foram afetados. A altura da parte aérea combinada com o diâmetro do colo constitui importante parâmetro morfológico para predizer o desenvolvimento das plantas. O valor resultante da divisão destes dois parâmetros representa no equilíbrio do desenvolvimento das plantas (CARNEIRO, 1995). Anais do XIX EAIC – 28 a 30 de outubro de 2010, UNICENTRO, Guarapuava –PR. O número de brotações não foi afetado pelo aumento do número de plantas por vaso. Verificou-se aumento de 62,3% no número de brotações com a utilização de corte na altura do oitavo nó (Tabela 2). Quando se trabalha com densidade maior deve-se utilizar corte mais alto para proporcionar maior número de brotações. Conclusões O aumento da densidade de plantas de manjericão por vaso promoveu a redução do diâmetro do colo e a utilização de corte das plantas de manjericão a altura do oitavo nó. Agradecimentos A Fundação Araucária pela concessão da bolsa de Iniciação Cientifica, a Universidade Estadual de Londrina pela oportunidade de desenvolver este projeto e ao meu orientador, professor Doutor José Roberto Pinto de Souza, pelos ensinamentos repassados. Referências CARNEIRO, J.G.A. A produção e controle de qualidade de mudas florestais. UFPE, 1995; 451p. CHAVES, F.C.M. Produção de biomassa, rendimento e composição de óleo essencial de alfavaca-cravo (Ocimum gratissimum L.) em função da adubação orgânica e épocas de corte. Tese de Doutorado, - UNESP, Botucatu, 2002. MONTEIRO, R. Desenvolvimento de menta e produção de óleo essencial em diferentes condições de manejo. Tese de Mestrado, Universidade Federal do Paraná, 2009. TEIXEIRA, J.P.F. et al. Essential oil contents in two cultivars of basil cultivated on NFT-hydroponics. In: Proceedings of the First Latin-American Symposium on the Production of Medicinal, Aromatic and Condiments Plants. Acta Horticulturae, v.569, p.203-208. 2002. Anais do XIX EAIC – 28 a 30 de outubro de 2010, UNICENTRO, Guarapuava –PR.