Casa&Cia Blumenau Quarta-feira 14.10.2009 JORNAL DE SANTA CATARINA CARLOS EDLER BOTÂNICA DICAS PARA DEIXAR O APARTAMENTO MAIS CHEIO DE VIDA E BELEZA COM A AJUDA DE PLANTAS Correio Braziliense P lantas ajudam a humanizar uma residência: demonstram carinho e atenção de quem mora no imóvel. Mantê-las em apartamento, no entanto, é um desafio, especialmente para os leigos em jardinagem. Qual a melhor espécie a escolher? Onde devem ficar? Como suprir a necessidade do sol? Uma coisa é certa: não basta escolher no viveiro ou na floricultura a que mais chamar a atenção. É preciso obedecer critérios para evitar que a planta morra pouco tempo depois de chegar ao novo lar. Em geral, as plantas próprias para apartamento agregam uma característica em comum: são mais exuberantes pela folhagem e não pelas flores. A paisagista e engenheira agrônoma Juliana Viana explica que as plantas de floração farta dependem quase sempre da incidência direta do sol por períodos prolongados de tempo. – Poucos imóveis propiciam isso. Mas, mesmo sem flores, é possível cultivar um jardim bonito e interessante – afirma. A combinação de três fatores determina o sucesso de um jardim em apartamento. Além da escolha das espécies favoráveis, é preciso observar as características do vaso e o processo de adubação. Por serem incapazes de retirar substratos direto da terra, torna-se indispensável que as plantas instaladas em vasos recebam nutrientes. – Adubos orgânicos costumam ser absorvidos mais lentamente. Os artificiais são importantes, principalmente após a plantação, pois têm a dosagem correta para o desenvolvimento da planta – explica. A sacada, privilegiada pela entrada de sol, é um bom espaço para manter espécies bonitas e saudáveis em vasos Jardim nas alturas DICAS Adubação ✓ Orgânica - Praticamente todos os dejetos naturais (cascas de frutas, esterco, restos de alimentos etc.) são adubos orgânicos em potencial. O problema está no cheiro. Para apartamentos, uma boa alternativa é o húmus de minhoca, que não apresenta odores. Outra solução é o uso de casca de ovos (secas e trituradas) sobre a terra. Devem ser adicionados anualmente à terra do vaso ✓ Química - O mais comum entre os adubos químicos é o NPK, composto por nitrogênio, fósforo e potássio. Há no mercado outras opções que são absorvidas inclusive pelas folhas. Outro composto eficiente é o calcário, fonte de magnésio e cálcio. A adubação química deve ser repetida a cada seis meses Preparo do vaso ✓ O vaso ou jardineira deve ser forrado com brita ou argila expandida para ajudar no escoamento da água. Use uma camada de aproximadamente 4cm. Para evitar que os drenos sejam entupidos pela terra, separe-a do forro grosso com manta bidin, tecido altamente permeável. Faça na terra uma cova para que a muda seja transplantada. O ideal é não tirá-la da terra de origem: corte o saquinho ou tire do vaso sem destruir o torrão. Encha o recipiente com terra adubada até bem próximo da borda. Com o tempo, ela tende a compactar e ficará no nível ideal, a uns 5cm do topo. Quando chegar nesse estágio, poderá espalhar argila expandida ou cascas de árvore na superfície Umidade ✓ A rega deve ser feita com critérios. No momento do plantio, é importante que o vaso seja encharcado, até que a água escoe. As irrigações posteriores devem ser feitas quando percebe-se que a parte superior da terra está seca (teste, pressionando a terra com um dedo). Em geral, deve-se colocar 20% do volume do vaso _ em um vaso de 5 litros, por exemplo, põe-se um litro de água. A rega deve ser feita à noite ou no início da manhã, para evitar que o calor “cozinhe” as raízes Poda ✓ A poda é importante para ajudar no desenvolvimento da planta. É importante estabelecer um intervalo razoável entre as podas para que a planta possa se recuperar, trazendo novos brotos. Quando for mudar a terra do vaso, deve-se podar as raízes. Corte-as pela metade, a contar de onde começa o tronco. Não haverá prejuízo. Em um vaso, as raízes mais profundas perdem a função de buscar nutrientes, que passa a ser desempenhada pelas raízes mais superficiais Fontes: Juliana Viana e o livro Plantas ornamentais do Brasil, de Henri Lorenzi e Hermes Moreira de Souza