Sintomas de deficiência em manjericão

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Anais da XI Jornada de Iniciação Científica da UFRRJ
Sintomas de deficiência em manjericão (Ocimum basilicum L.), em resposta à
omissão de macronutrientes, ferro e boro
Carlos Domingos da Silva1, Paulo Roberto Gomes Pereira2, Dilma Daniela Silva3
& Ellen Rúbia Diniz4
1. Professor da Universidade Federal Fluminense, Departamento de Zootecnia, Rua Vital Brazil Filho, 64, Niterói, RJ.
E-mail: [email protected]; 2. Professor da Universidade Federal de Viçosa, Departamento de Fitotecnia, Campus
Universitário, Cep 36570-000, Viçosa, MG; 3. Bolsista de Iniciação Científica da Universidade Federal de Viçosa,
Departamento de Solos; 4. Estagiária, Estudante de Agronomia da Universidade Federal de Viçosa, Departamento de
Fitotecnia.
Palavras-chave: Ocimum, Basil plant, Nutrients, deficiency.
parcialmente enraizadas em viveiros. No Brasil,
existem cerca de onze espécies, CORRÊA et al.
(1994). A grande importância do manjericão está nas
folhas, que é a parte econômica da planta, por
possuírem trichomas/glândulas que sintetizam óleos
voláteis tais como metil-cavicol (estragol), linalol,
cineol, eugenol, citrol e outros, WERKER at al.,
(1993). Cultivos comerciais podem atingir 40 ton./
ha/ano de matéria fresca e 120 kg de óleo essencial,
MARANCA (1992). Trabalhos de melhoramento, no
gênero, permitiram alcançar produtividade de 40
toneladas de matéria fresca e 160 kg de óleo, em
três cortes/ha/ano, onde o eugenol chegou a
aproximadamente 80% do conteúdo do óleo, que é
o mais procurado no mercado. As folhas secas e os
óleos têm grande demanda nas indústrias alimentar,
farmacêutica, cosmética e na perfumaria, GUPTA
(1994). O teor de óleo nas folhas frescas é de
aproximadamente 0,15%, com rendimento entre 24
e 30 kg ha-1, GIACOMETTI (1989). Na medicina
homeopática é recomendado como estimulante
digestivo, antineurótico, tônico, entre outros. As
pesquisas médicas vêm apontando seu efeito
positivo sobre o sistema imunológico em pacientes,
UPADAYAY (1994). Na fitotecnia, GUPTA (1994),
constatou ações fúngicas de seu óleo sobre o gênero
Pythium e MARTINS et al. (1994) sobre Rhizoctonia,
bem como SINGH et al. (1993), na conservação de
bananas. Foi confirmado também ação inseticida do
óleo sobre insetos da ordem Homóptera em caupi,
OFUYA e OKUKU (1994) e sobre mosquitos dos
gêneros Culex e Aedes, MARTINS et al. (1994). Os
macro e micro nutrientes são a principal fonte de
elementos reguladores das funções metabólicas dos
vegetais e são indispensáveis ao desenvolvimento
normal de suas atividades vitais. O conhecimento
dos sintomas de deficiência é fundamental e, faz-se
Abstract
Basil plants (Ocimum basilicum L.) were grow in
nutritive solution with nutrient omission under
greenhouse conditions for a period of fifty one days
at the Viçosa Federal University. The experiment
aimed the identification and characterization of
mineral deficiency symptoms caused by
macronutrients omission, iron and boron in basil
plants. The plants were submitted to tree replicates
using the following less P (-P); less K (-K); less Ca
(-Ca); less Mg (-Mg); less (-S); less Fe (-Fe) and
less B (-B). The results indicated that calcium, iron
and nitrogen couse the visual symptoms of nutritional
need which showed to be more characteristic and
appeared first. Plant growth was more affected by
the Ca-omitted treatment. There was a reduction in
the dry matter weight of the lower aerial part for the
Ca-omitted treatment and the one with P omission.
The S-omitted treatment showed the highest weight
of root dry matter. The omission of any of these
elements affected the contents of the other nutrients.
Introdução
O manjericão ( Ocimum basilicum L.), planta
aromática, também conhecida como manjericão
doce, alfavaca e alfavaca doce, pertencente à família
Labiateae, originário da Índia, difundiu-se pela África
e Europa através dos árabes, de onde originou o
nome alfavaca. GIACOMETTI (1989). Planta
herbácea, anual ou perene, que atinge cerca de 60
cm de altura, galhos quadrangulares, pilosos quando
novos, muito ramificados, folhas opostas, ovais,
pecioladas, de cor verde-clara, propaga-se por
estaquia ou por sementes. As estacas são
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necessário, pois auxilia no conhecimento do estado
nutricional da cultura, na interpretação dos efeitos
da adubação já efetuada e ainda ajuda a estimar, o
grau de fertilidade do solo. Permite também,
distinguir sintomas provocados por agentes
patogênicos daqueles de carência nutricional. O
objetivo do experimento foi identificar e caracterizar
os sintomas de deficiência mineral, ocasionados pela
omissão de macronutrientes, ferro e boro, em plantas
de manjericão.
mudas foram selecionadas e transferidas para os
recipientes definitivos. Para o cultivo
experimental, foram utilizados vasos de plástico
com tampa, cuja capacidade era de 9 litros, os
quais receberam sistema de aeração artificial e
duas plantas de manjericão. A solução era
substituída semanalmente e, diariamente
realizava-se manutenção do volume e corrigia-se
o pH em 5,5, com NaOH 0,1N ou HCl 0,1N.
Durante o período de 20 dias após o transplante
das mudas, as plantas foram observadas
diariamente, anotando-se a evolução dos
sintomas. Após o período de observação, as
plantas foram colhidas e divididas em raiz, parte
aérea em 1/3 superior e 2/3 inferior. Realizaramse as seguintes medidas: comprimento da raiz,
altura da parte aérea e número de nós do ramo
principal. Para obtenção do peso da matéria seca
o material foi levado para a estufa a 65 + 50 C por
48 horas
Material e Métodos
O experimento foi realizado em casa de
vegetação, no Departamento de Fitotecnia da
Universidade Federal de Viçosa (MG), tendo sido
utilizado delineamento em blocos casualizados,
com 3 repetições e 9 tratamentos, totalizando 27
unidades experimentais (cada vaso com duas
plantas): 1) solução nutritiva completa; 2) omissão
de nitrogênio (-N); 3) omissão de fósforo (-P); 4)
omissão de potássio (-K); 5) omissão de cálcio
(-Ca); 6) omissão de magnésio (-Mg); 7) omissão
de enxofre (-S); 8) omissão de boro (-B); e 9)
omissão de ferro (-Fe). Para obtenção das mudas,
utilizou-se a parte apical dos ramos. As estacas,
contendo duas gemas e com 12 cm de
comprimento,
foram
colocadas
para
enraizamento, em solução nutritiva de
HOAGLAND e ARNON (1950) n o 2, Utilizaram-se
bandejas de polietileno com capacidade de 13
litros com tampa de lâmina de isopor, onde foram
dispostas 30 estacas de manjericão, no
espaçamento de 10 x 10 cm. O período de
enraizamento foi de 21 dias. Renovou-se a
solução nutritiva a cada 10 dias quando então as
.
Resultados e Discussão
Através das análises químicas da matéria seca das
plantas, obtiveram-se os teores de N, P, K, Ca, Mg,
S, Fe e B. Durante os primeiros 20 dias de
desenvolvimento as plantas de manjericão cultivadas
em solução nutritiva com omissão de nutrientes,
apresentaram sintomas visuais de carência
nutricional. O Quadro 01, adaptado de MARSCHNER
(1995), apresenta a relação entre a mobilidade dos
nutrientes minerais no floema e os sintomas iniciais
de deficiência apresentados pelas plantas de
manjericão, que receberam tratamentos com
omissão de nutrientes.
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QUADRO 01.
Sintomas de
deficiências
nutricionais e mobilidade de nutrientes.
QUADRO 02. Altura média de plantas (A.M.P),
comprimento de raiz principal (C.R) e número de
nós do ramo principal (N.R.P).
ALTA MOBILIDADE
Aparecimento
dos
sintomas
de
deficiência
TRAT
inicialmente nas folhas mais velhas:
N
P
e queda;
Completo
-N
-P
-K
- Ca
- Mg
-S
- Fe
-B
C. V. %
bronzeamento seguido de necrose e abscisão;
internerval e posteriormente manchas amarelas
no ápice, correlacionando mobilidade;
Mg
S
C.R
N.R.P.
o N apresentou os sintomas esperados:- clorose
as folhas apresentaram inicialmente leve clorose
K
A.M.P
os sintomas ocorreram em folhas velhas e novas;
os primeiros sintomas manifestaram-se nas
folhas novas da planta.
MOBILIDADE INTERMEDIÁRIA
--------------- cm ------------36,13 a
36,57 ab
24,63 bc
36,00 ab
26,13 b
40,17 a
35,08 a
38,67 ab
c
16,71
16,33 c
29,38 ab
44,50 a
35,04 a
46,00 a
26,13 b
28,33 b
34,50 a
39,33 ab
9,67
10,58
7,53 a
6,42 ab
5,67 ab
7,17 a
4,42 b
6,08 ab
6,92 a
5,17 ab
6,00 ab
13,27
As médias nas colunas seguidas pela mesma letra, não
diferem estatisticamente pelo teste de Tukey a 5%.
Espera-se que o aparecimento dos sintomas de
deficiência surja de forma generalizada na
planta:
Fe
B
Conclusões
Amarelecimento em toda a planta;
Não houve condições de tecer conclusões pelo
Os resultados obtidos permitiram as seguintes
conclusões: os sintomas visuais de carência
nutricional mais característicos e que surgiram
primeiro foram o de Ca, Fe e N; o tratamento – Ca
foi o que mais afetou o crescimento das plantas;
constatou-se redução no peso da matéria seca da
parte aérea inferior, nos tratamentos – Ca e – P; o
tratamento -S apresentou o maior peso de matéria
seca da raiz; a omissão de qualquer dos elementos
influenciou no teor dos demais nutrientes.
curto espaço de tempo experimental.
BAIXA MOBILIDADE
Sintomas iniciais nas folhas mais novas:
Ca
Não foi possível concluir sobre a evolução dos
sintomas.
Verificou-se influência dos tratamentos sobre o teor
dos nutrientes, nas partes analisadas da planta.
Observou-se que o tratamento com omissão de
cálcio afetou negativamente as variáveis em estudo
(Quadro 02) o que era esperado, principalmente no
sistema radicular, uma vez que sua deficiência
conduz à paralisação do crescimento da raiz,
mediante a inibição da divisão celular.
Agradecimentos e Auxílio Financeiro
Os autores agradecem às Universidades Federal
Fluminense e Federal de Viçosa, pela oportunidade
de realização deste trabalho. À CAPES e ao CNPq,
pelas bolsas concedidas.
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Anais da XI Jornada de Iniciação Científica da UFRRJ
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