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Doença de Genoino pode piorar com estresse,
avaliam médicos
Preso desde sexta (15), deputado passou por cirurgia cardíaca em julho. Quadro vascular
pede monitoramento médico próximo, diz cardiologista
Matéria publicada em 22 de Novembro de 2013
A doença vascular do deputado licenciado José Genoino (PT-SP) é grave e situações
de estresse podem trazer risco de piora, de acordo com especialistas ouvidos pelo G1.
Eles tiveram acesso ao laudo sobre o estado de saúde do parlamentar do PT feito por
médicos legistas da Polícia Civil do Distrito Federal. O petista foi preso no último sábado
(16) junto com outros réus condenados no processo do mensalão, entre eles o exministro José Dirceu.
Nesta quinta (21), Genoino passou mal e foi levado da penitenciária da Papuda, em
Brasília, para o Instituto de Cardiologia do DF. O presidente do STF e relator do
processo do mensalão, ministro Joaquim Barbosa, determinou que Genoino fosse
submetido à avaliação de uma junta médica da UnB. O resultado servirá de base para
que ele decida se atenderá ao pedido da defesa de Genoino de cumprimento da pena
em prisão domiciliar.
“Ele tem uma doença vascular grave, avançada, e está no pós-operatório recente de
uma cirurgia muito grande”, diz o cardiologista João Fernando Ferreira, diretor da
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Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (Socesp). Segundo ele, estar
submetido a uma situação de grande estresse, como a prisão, pode trazer riscos de
piora. “Ele precisa de monitoramento e cuidado médico próximo.”
A situação mais grave relatada pelo laudo, de acordo com especialistas, é o fato de
Genoino ter se submetido, em julho, a cirurgia para tratar um caso de dissecção da
aorta. Segundo o médico Abrão Cury, cardiologista do Hospital do Coração (HCor), tratase de “uma doença grave, uma situação que configura emergência”. Cury observa que
as considerações se referem à doença de maneira geral, e não especificamente ao caso
de Genoino.
Ferreira explica que a aorta é uma grande artéria que sai do coração, de onde partem os
ramos que levam o sangue para os tecidos do corpo. A estrutura da parede da aorta tem
três camadas, para aguentar a pressão do bombeamento do sangue. A dissecção da
aorta ocorre quando o sangue se desvia do interior da artéria para o interior da parede e
passa a correr entre as camadas dessa estrutura. “É uma doença que tem uma
mortalidade altíssima, das doenças vasculares mais graves que existem.”
A cirurgia para tratar o problema envolve o implante de uma prótese no local onde
começou a dissecção, para isolar a área e prevenir que a aorta se rompa.
Hipertensão e colesterol alto
O laudo menciona que Genoino tem um histórico de hipertensão e de dislipidemia. Este
último quadro é caracterizado por níveis altos de colesterol ou triglicérides, ou ambos,
de acordo com Cury. “Esses pacientes apresentam distúrbio no metabolismo dessas
substâncias e o controle é feito por meio da dieta – evitando ingestão de alimentos com
maior teor de gordura animal e carboidratos – e também por medicamentos”, diz o
médico.
Cury explica que tanto a hipertensão quanto a dislipidemia são caracterizadas pelo
aumento do risco de desenvolver doenças nas artérias. A associação dessas doenças,
portanto, pode ter contribuído para o quadro de dissecção da aorta.
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Insuficiência vascular periférica
Outra condição mencionada pelo laudo é a insuficiência vascular periférica,
caracterizada por problemas nas artérias ou veias que irrigam os membros inferiores ou
superiores. A situação também é mais comum em pacientes com hipertensão e
dislipidemia. Segundo Ferreira, Genoino provavelmente deve estar sendo tratado com
anti-hipertensivos e anticoagulantes.
“Tem determinados tipos de anticoagulante, cuja dose tem que ser controlada por
exames de sangue. A cada duas semanas, por exemplo, deve-se colher o exame para
monitorar a resposta do remédio e fazer ajustes”. Caso não haja o controle regular, de
acordo com Ferreira, há risco de sangramento.
O controle da alimentação também é essencial nos cuidados para esse tipo de paciente,
segundo os especialistas: são recomendados alimentos com pouco teor de sal e de
gordura. Fazer atividades físicas regularmente, controlar o peso, não fumar e não beber
álcool em exagero também são hábitos que devem ser adotados, além da redução do
nível de estresse.
“Sabemos que essas situações liberam muita adrenalina no sangue, aumentam a
frequência cardíaca e a pressão arterial. Em um indivíduo previamente doente e no pósoperatório, a presença de estresse pode ser prejudicial. É um indivíduo que necessita de
cuidados realmente rígidos”, diz Ferreira.
Fonte: G1
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