Caso Clínico

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Geysa Câmara
Caso
colhido no HUWC no dia 17.05.09
ID:
A.S.M., feminino, 60 anos, natural
e procedente de Maranguape, parda,
viúva, católica, dona de casa.
Fonte
QP:
da história: a paciente
“desmaio”
 HDA:
Paciente previamente hígida até
sete anos atrás, quando descobriu ser
hipertensa ao abrir quadro de forte
cefaléia e paresia de MSD.
 Iniciou
tratamento com Captopril e
Atenolol.
 Em
abril de 2009, a paciente refere
ter tido uma sensação de indigestão
que durou cerca de 20 minutos. Logo
após,subitamente apresentou um
episódio de síncope, ocasião em que
foi encaminhada ao HUWC.
A
paciente ficou inconsciente por
cerca de 15 segundos e não
apresentou seqüelas.
Nega
dor precordial e dispnéia.
HPP:
Refere
ter tido sarampo.
Nega tranfusões e alergias.
Imunizações em dia, exceto por
Hepatite B.
Internamento anterior para retirada
da vesícula.
Hipertensa há 7 anos.
HPS:
Mora em casa de alvenaria, 5
cômodos, com banheiro, água
encanada, esgoto.
Vive com um parceiro e uma filha.
Não conhece o barbeiro.
HÁBITOS:
Tabagista há 42 anos
(aproximadamente 5 cigarros/dia)
Nega etilismo.
HF:
Pai faleceu aos 47 anos de AVC.
Mãe
faleceu aos 65 anos de IAM.
Têm
4 irmãos, sendo que 1 irmão
apresenta HAS e uma irmã apresenta
DM, HAS e dislipidemia.
IOA:
Geral:
Nega ganho ou perda de peso,
fraqueza, fadiga, febre, calafrios,
insônia ou anorexia.
Cardíaco:
leve desconforto
precordial.
Neurológico:
tontura.
Gastrointestinal:
pirose.
 Sinais
Vitais:
PA: 170x120mmHg
T: 36 graus
Pulso: 68 bpm
FR: 16 ipm
 Inspeção
geral : EGB, orientada, eupnéica,
cooperativa, normocorada, afebril,
acianótica, anictérica.
 Tórax/Pulmões:
MVU sem ruídos adventícios.
 Boa expansibilidade.
 Tórax/Coração:
Esterno Protuso
 RCR, 2T, segunda bulha hipofonética, sopro
diastólico(3+/6+) mais audível em foco
aórtico.

Foi solicitado um ECG que não demonstrou
alterações significativas.

Na radiografia observou-se um alargamento do
mediastino:

Foi pedida uma TC,onde pode ser
observada uma falsa luz na aorta,
caracterizando um aneurisma
dissecante de aorta.
ANEURISMA
*
Dilatação anormal localizada de um vaso
sanguíneo ou da parede do coração.
* Causas: aterosclerose, degeneração cística da
média, trauma, sífilis, infecções, etc.
* A aorta é geralmente o vaso afetado, sobretudo o
segmento abdominal (75%)
Aneurisma verdadeiro: aquele que é delimitado
por componentes da parede arterial ou do
coração enfraquecidos.
Aneurisma falso: é uma brecha na parede vascular
levando a um hematoma que se comunica
livremente com o espaço intravascular.
DISSECÇÃO (hematoma dissecante)
* Separação longitudinal entre os planos
laminares da túnica média, formando um
canal preenchido por sangue na parede.
Pode romper-se: morte súbita.
* Fatores de risco: HAS, Sd. Marfan, EhlersDanlos; coarctação da aorta, persistência
do canal arterial e defeitos da válvula
aórtica.
 Tipo
A:
Envolvimento da aorta
ascendente(65%)
 Tipo
B:
Não há envolvimento da
aorta ascendente.
 1)
Laceração da íntimaextravazamento de
sangue para a paredeformação de
hematoma intramural dissecante
Em 90% dos casos: apresenta-se como dor de
natureza súbita e prolongada, excruciante,
descrita pelo paciente como “cortante” ou
“rasgante”;
* Regiões de possível localização da sensação
dolorosa: torácica anterior, interescapular,
epigástrica e lombar (ordem decrescente de
freqüência);
* Diagnóstico diferencial importante de
IAM(nesse caso a dor é crescente)
* Padrão indolor: episódio neurológico súbito
(síncope).
 Causas
mais comuns de óbito:
 Ruptura
da dissecção para alguma das 3
cavidades corporais:
pericárdicatamponamento cardíaco,
pleural ou peritoneal.
 A dissecção retrógrada em direção à raiz
da aorta pode causar ruptura do aparato
valvar da aorta insuficiência aórtica.
 Dissecção para grandes artérias do
pescoço e rupturahemorragia severa
 Compressão de estruturas adjacentes.
* Vigilância da PA, FC, débito urinário, estado mental e sinais
neurológicos em UTI;
* Alívio da dor: analgésicos;
* Controle agressivo da PA: nitroprussiato de sódio, betabloqueadores, etc;
* Cirurgia:
Todos os casos tipo A(envolv. da aorta ascend) são cirúrgicos.
Na dissecção tipo B(sem envolvimento da aorta ascend) não
há consenso.A maioria preconiza tratamento clínico inicial
e caso haja aumento da falsa luz ou outra complicação
fazer a intervenção cirúrgica.
 Obliteração da luz falsa e posicionamento de prótese
interposta
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