A INDÚSTRIA DE CALÇADOS NO CONTEXTO SOCIOECONÔMICO DO MUNICÍPIO DE SALGADO-SE: uma proposta de investigação. Ricardo Santos Ribeiro RESUMO A economia de forma geral é considerada como fator principal das várias transformações que o homem fez e faz ao longo de sua existência, sempre com novas técnicas e meios inovadores para tais mudanças. As transformações socioeconômicas e infra estruturais ocorridas na paisagem do espaço do município de Salgado nas últimas décadas tornamse um viés de investigação. Dessa forma é feita a análise de uma nova paisagem e espaço levando em conta a importância econômica e social que o setor calçadista teve para o município, verificando seus reflexos nesse espaço, e na sua infraestrutura. Palavras-chaves: Crescimento Econômico. Indústria. Transformação Espacial. ABSTRACT The economy in general is considered as the main factor of the various transformations that the man did and does throughout his life, always with new techniques and innovative ways for such changes. Socio-economic and infrastructural transformations in Salgado municipality of space landscape in recent decades become a research bias. Thus is made the analysis of a new landscape and space taking into account the economic and social importance that the footwear sector had for the city, checking their reflections in this space, and its infrastructure. Keywords: Economic Growth. Industry.Space Transformation. INTRODUÇÃO Analisando um determinado lugar e relacionando-o com outros é possível perceber diferenças entre os mesmos em vários aspectos: aspectos físicos, culturais, sociais, econômicos e outros. Estudar a economia é essencial para entender problemas do cotidiano. Em muitos casos a ciência econômica contribui no entendimento da formação do espaço geográfico de um território, a exemplo do Brasil que teve seu espaço formado primordialmente através de atividades econômicas: a produção do café, a indústria açucareira, a extração do ouro e mais tarde instalações de indústrias multinacionais. Esta pesquisa mostra a dinâmica da economia brasileira desde a época da colonização até os dias, a importância do setor calçadista no período das primeiras indústrias do Brasil e os primeiros passos da industrialização do Nordeste brasileiro 145 considerando essa industrialização como essencial para o estudo da área pesquisada, sendo que o objetivo, é fazer uma análise da economia de Salgado/SE e a mudança do contexto social da população, tendo em vista a inserção mão-de-obra salgadense na indústria de calçados. Esta pesquisa é de suma importância para a população salgadense, assim como para um público que busca entender como acontecem processos de transições econômicas e sociais em pequenos municípios levando em conta também a deficiência de trabalhos voltados para uma análise desse mesmo cunho. Nela fica evidenciado principalmente como o ramo calçadista influenciou nas mudanças do quadro socioeconômico do município. A pesquisa inicia esboçando a importância da chegada da indústria de calçados Azaléia no município de Itaporanga D`ajuda-Se, pois, foi a partir dessa indústria que Salgado deu um passo importante na economia, além da mesma ter contribuído mais tarde com a instalações de indústrias da mesma linha no município. Ao final do trabalho responde as seguintes questões: houve transformações significativas na produção do espaço geográfico de Salgado, depois da chegada do setor calçadista? Qual a importância do setor no contexto social e econômico de Salgado desde o tempo de chegada até 2015? O resultado da pesquisa foi obtido através de questionários e entrevistas com pessoas do município de Salgado que foram ou são funcionários de indústrias de calçados, e comerciantes locais, além de várias pesquisas informais contempladas a partir de falas e comentários do dia-a-dia de ex-funcionários da Azaléia. A partir disso foi possível analisar a importância do setor calçadista na economia local e no contexto social da população salgadense nos últimos anos. Após toda pesquisa foi feito o levantamento e a análise dos dados e em seguida o esboços de gráficos com os resultados da pesquisa. CRESCIMENTO ECONÔMICO Perceber mudanças no espaço, tais como infraestrutura, transição do rural para o urbano, aumento do empreendedorismo, instalações de indústrias e outros, seja em território nacional, regional, estadual e até municipal, é perceber características que evidenciam um crescimento econômico ou mesmo um desenvolvimento econômico. 147 Crescimento econômico e desenvolvimento econômico são termos indissociáveis, porém diferentes. Muitas vezes esses dois termos acabam confundindo alguns leitores por parecerem ser iguais. O crescimento econômico pode ser definido de forma mais simples como o acúmulo de riquezas, e desenvolvimento econômico como a distribuição das riquezas com o intuito de trazer melhorias nos índices sociais de uma determinada região ou território. O crescimento econômico pode ocorrer através do aumento continuo do produto nacional bruto (PNB), tanto em termos globais como per capita, ao longo do tempo, enquanto o desenvolvimento econômico refere-se a um estágio econômico social e político uma sociedade, caracterizada pela constante melhoria nos índices de produtividade dos fatores de produção aproveitamento da busca da eficácia dos recursos naturais, capital e trabalho, (PASSOS e NOGAMI, 2003, p. 543). Os referidos autores destacam ainda que o crescimento econômico é o crescimento do PNB per capita, da melhoria no padrão de vida e que para que isso ocorra de forma eficaz necessita da questão do crescimento populacional, a capacidade de acumulação de capital e o grau de desenvolvimento tecnológico. Dentro da questão populacional se entende que houve um crescimento econômico através da razão entre o produto nacional bruto e o crescimento populacional. Passos e Nogami (2003), diz que se o produto nacional bruto for maior que o aumento do contingente populacional em termos proporcionais, implica crescimento do produto per capita, se acontecer de forma contraria haverá por consequência redução na taxa de crescimento econômico. O outro fator importante é a tecnologia, que a partir do momento que é incrementada aos fatores econômicos, acaba facilitando muito nas diversas áreas, a exemplo do aumento da produção e do uso das melhores técnicas para se produzir. Assim o crescimento econômico é fruto de diversas variáveis, a exemplo do tempo, do espaço, da mão-de-obra, o acúmulo de capitais e outros. HISTÓRICO DO BRASIL E A INDÚSTRIA DE CALÇADOS O processo de formação da economia brasileira inicia-se logo após o seu descobrimento. Durante muito tempo o Brasil foi uma colônia de exploração, 148 principalmente pelos portugueses. Neste período a tecnologia era muito limitada. Segundo Borges e Chadarevian (2010), predominavam a monocultura e a mão-de-obra como principais fatores de produção. No primeiro momento o Brasil teve como principal produto de sua economia a cana-de-açúcar, produzida nas grandes fazendas, através da força braçal de escravos vindos do continente africano. Desde sua implantação, no século XVI, até quase o final do século XVIII, a produção açucareira foi o eixo da economia colonial. O açúcar constituía um produto nobre de exportação, por seu estoque no plano internacional. Até o século XVII, a produção cabocla era líder no mercado mundial, só vindo a perder esse lugar quando entraram no cenário americano as produções concorrentes, realizadas na América Central e nas Antilhas,(REGO e MARQUES 2003, p. 17). O ouro também exerceu papel importante na economia brasileira, já que sua descoberta na parte central do país impulsionou movimentos migratórios, Litoral-Centro, povoando estas áreas, a qual também incentivou a agricultura e a pecuária como suporte da produção mineradora. Segundo Rego e Marques (2003), o impacto causado pela produção mineradora repercutiu, tanto no quadro populacional, quanto na mudança da capital, deixando de ser na Bahia e passando a ser agora no Rio de Janeiro, tendo o intuito de facilitar as transações com Minas Gerais. Porém, o Brasil só iria apresentar um crescimento mais significativo no século XIX, quando começaram a serem instaladas as primeiras indústrias, a expansão da urbanização de cidades e a construção das primeiras ferrovias devido ao início da produção de café. Mesmo assim, o país sofria muito com a exploração, e crescia muito pouco, e mais tarde no século XX contou com fortes impactos negativos causados pelo exterior, a exemplo da grande crise de 1929, onde o Brasil perdeu milhares de sacas de seu produto base da economia. Isso porque seu principal aliado nas transações do café, o Estados Unidos, também sofreu com a crise, pois esta desabilitou o poder do comércio internacional de muitos países. 149 No momento da eclosão da Crise de 1929, o Brasil vivenciava mais um contexto de superprodução, abalando os programas de valorização do café, pois, ao mesmo tempo, a bolsa de Nova York despencava, e, em todo o mundo, muitas empresas foram fechadas. Assim, milhares de desempregados foram para as ruas e os empréstimos restringidos, uma vez que o crédito desaparecerá das praças. Logo, a maneira encontrada para não desestabilizar o mercado cafeeiro foi à queima dos excedentes de cafés, um recurso que já vinha sendo utilizado desde princípios do século,(BORGES e CHADAREVIAN 2010, p. 22). A fase seguinte é a da industrialização, considerada tardia, pois há muito tempo antes da implantação da indústria no Brasil, vários países do mundo já haviam aderido o modelo, inicialmente na Inglaterra onde ocorreu a primeira Revolução Industrial. O período da escravidão ainda no século XIX, foi importantíssimo para o surgimento de uma mão-de-obra assalariada, favorecendo consequentemente a implementação das indústrias no território brasileiro. O período de 1880 a 1930 pode ser considerado a “grosso modo” como os 50 anos da industrialização do Brasil. [...] mais de 55% da capacidade instalada da indústria, registrada pelo recenseamento de 1920, foi criada em 1905-1919; aproximadamente um quarto dela em 1884-1894; e apenas 96%, até 1884. Em 1884, havia no Brasil apenas 200 empresas industriais. Em 1889, o número aumentou para 600 (60% das quais eram têxteis). Mais de 450 empresas industriais foram fundadas em 1890-1895. Em 1907, o número de empresas registradas como industriais chegou a 3,2 mil, e em 1920, a 13,3 mil, (REGO e MARQUES 2003, p. 52). Ora, vale ressaltar que esse período não foi somente de glória para o Brasil, pois além da grande crise mundial de 1929, que deflagrou a economia, segundo Rego e Marques (2003), houve também grandes mobilidades sociais, inclusive a formação do Partido Comunista do Brasil pelo proletariado, em resposta ao início da formação do capitalismo. O capitalismo é um modelo econômico adotado por vários países industrializados, porém é considerado um sistema instável, ou seja, países que adotam esse sistema terão períodos de auge na economia e períodos de profundas crises. Rego e Marques (2003), afirmam que as economias iniciam um período de crescimento apoiado no aumento da produção, do consumo, e de investimentos. De repente, acontecem abalos nos investimentos, nas vendas e na produção, acarretando um grande déficit no crescimento econômico. 150 Um bom exemplo disso são as oscilações na economia do Brasil, a crise de 1929, o auge do governo de Getúlio Vargas, a crise de 1962 a 1967 e o milagre econômico em 1968 -1973, o Brasil retorna novamente a uma crise no ano de 1980 juntamente com uma grande inflação, na década de 90 acontece à estabilização com a criação do plano real. De 1998 a 2002, outra crise, fez com que Fernando Henrique Cardoso recorresse ao FMI, aumentando ainda mais a dívida externa. O Brasil só retorna a crescer economicamente no governo de Luís Inácio Lula da Silva, e mais tarde no governo de Dilma Roussef é deflagrada outra grande crise no país. Todas essas oscilações na economia brasileira comprovam que o capitalismo é um sistema cíclico instável, ou seja, qualquer economia capitalista terá momentos de grandes e de pouco crescimento ou mesmo de nenhum crescimento após investigações futuras. Segundo Rego e Marques (2003), essa instabilidade cíclica atinge, em alguns momentos, dimensões e consequências significativas, abalando profundamente, um grande número de países, configurando crises econômicas mundiais. Voltando ao contexto, a geopolítica mundial após a Guerra Fria irá deflagrar ainda mais o mercado externo brasileiro em todas as vertentes. O ápice do capitalismo globaliza o mundo e vários países se desenvolvem em função da tecnologia altamente avançada. Outros países que praticam o socialismo começam a abrir portas para o mercado externo capitalista após uma grande queda do sistema socialista, oferecendo mão-de-obra barata e bastante excedente e isenção de impostos. Tudo isso fez com que países ganhassem amplitude no mercado externo e atraíssem cada vez mais empresas para seus territórios. Neste contexto o Brasil permaneceu atrasado, tendo que passar por crises de vários setores industriais. A indústria de calçados brasileira sofreu bastante com a competitividade do mercado exterior enfraquecendo assim sua produção e afetando bastante sua economia. O Brasil não perdeu sua importância econômica na produção de seus produtos base a exemplo do setor têxtil e a indústria de calçados, porém a competitividade do mercado exterior devido ao modernismo tecnológico acaba deixando o país enfraquecido nesses setores, pois a diferença na quantidade produzida, no pagamento de salários a várias pessoas e os impostos cobrados, acaba deixando o produto final brasileiro mais caro e menos cobiçado no exterior, já que o país ainda não possuía uma tecnologia que substituísse o homem pela máquina. (ZINGANO 2012 p. 28), afirma que “o ambiente da 151 economia brasileira, no início da década de 1990, é caracterizado por elevadas taxas de inflação e pela abertura comercial da economia, com quedas das alíquotas de importação”. Segundo Corrêa 2011, a indústria de calçados brasileira passou por um longo processo, partindo de um modelo artesanal até chegar a um modelo fabril onde teve seu papel importante principalmente na década de 70, quando começou a exportar de forma significativa, tendo um bom desenvolvimento tecnológico. No Brasil, a maior parte das indústrias de calçados localiza-se no Sul e Sudeste do país, destacando-se a Vale dos Sinos, localizada no Rio Grande do Sul devido as grandes concentrações de matéria-prima nessas regiões. O que acontece é exatamente a expansão das indústrias, devido à formação de um novo espaço brasileiro através da construção de estradas, aumentando as distribuições destas indústrias nos últimos anos, principalmente no Nordeste em busca de mão-de-obra barata, incentivos governamentais, taxas de impostos mais baratas e às vezes isentas. [...]. As empresas calçadistas do Sul e do Sudeste foram se deslocando para o Nordeste à procura de mão-de-obra mais barata, incentivos dos governos estaduais, em alguns casos, buscando adequar-se à produção voltada para o mercado externo, pois a pressão da concorrência obrigou o calçadista brasileiro, além de outras providências, a reduzir custos de produção e transporte. O Nordeste possui uma vantagem quando se lembra desse aspecto, devido à sua localização privilegiada em relação aos Estados Unidos, nosso principal importador, (CORRÊA 2001, p. 69). Mesmo com tantos interesses por traz, esses deslocamentos de indústrias do Sul e Sudeste para Nordeste, foram de grande importância para essa região, já que a mesma possuía um desenvolvimento industrial atrasado e poucos postos de empregos a qual ocasionava grande fluxo migratório de pessoas em busca da empregabilidade. A indústria de calçados tem forte papel na economia brasileira, sendo uma das maiores produções do mundo. No Nordeste teve grande importância principalmente nas décadas de 1990 a 2000, a qual era produzida 14% de toda produção brasileira nessa região, que ainda era pioneira quando se trata de um contexto mais industrializado. O polo calçadista do Nordeste ganhou mais força a partir do início da década de 90 com a migração de grandes empresas calçadistas do Sul e do Sudeste para essa região. A produção atual de calçados na região Nordeste ainda é desconhecida. Todavia, as exportações de calçados nordestinas, em 2000, corresponderam a14% do total de calçados exportados pelo Brasil. Pode-se destacar o Estado do Ceará, com uma 152 participação de 78% no total de calçados exportados pelo Nordeste e 11% no total do Brasil, colocando-o como o terceiro maior exportador brasileiro de calçados. Apesar da pequena produção, outros estados como Paraíba, Bahia, Pernambuco, Sergipe e Rio Grande do Norte vêm aumentando sua participação no mercado. (CORRÊA 2001, p. 75). De acordo com Zingano (2012), a produção calçadista ganha êxito na década de 1960. No entanto Corrêa (2001), afirma que é na segunda guerra mundial que o Brasil exporta mais produtos de coturnos principalmente para o exército venezuelano. O NORDESTE E SUA INDUSTRIALIZAÇÃO Conforme já foi citado, nos anos de 1970 as indústrias instaladas no Brasil concentravam-se principalmente no Sul e no Sudeste, as outras regiões tinham sua economia diversificada, porém voltada para uma agricultura familiar não mecanizada. O êxodo rural foi um processo acarretado após essa mecanização, transformando o Brasil em um país de caráter urbano através das migrações do campo para a cidade. No Nordeste essas migrações aconteciam em alta escala, principalmente para o Sudeste, devido às condições de vida precária apresentada nessa região. Perdendo grande parte do mercado externo devido à concorrência do exterior, o Brasil teria que encontrar novos meios de produzir mais com menos custo e encontrar um mercado consumidor. Pensava-se então em distribuir a economia através de uma política de desenvolvimento do Nordeste por meio de processos industriais, desenvolvimento esse não totalmente preocupado com a situação populacional e sim no capital. Ao desconcentra-se, aproveitou um capital barato e antecipou sua ida para a região, pois o começo da crise coincidira com o início do funcionamento do sistema de incentivos fiscais para o desenvolvimento do Nordeste, subsidiando fortemente inversões privadas que para lá foram canalizadas, (CLEMENTINO 2012p. 11). De acordo com Moreira (1979), o Nordeste foi utilizado como um elemento de estratégia funcionado como área de expansão industrial, onde se teve investimentos nas várias vertentes, como o álcool, o açúcar, a indústria têxtil,etc. O setor têxtil desde muito tempo vem sendo praticado no Nordeste, porém no início a produção se dava através do trabalho manual, onde a renda era insignificante, no entanto já começava a atrair um mercado consumidor. 153 As atividades artesanais são quase sempre tradicionais de certas áreas e se originam na época colonial, quando as populações do interior viviam em uma economia mais ou menos fechada, tendo se desenvolvido em função do abastecimento de pequenos e médios núcleos populacionais. Deste tipo, por exemplo, é o artesanato de tecelagem, bastante desenvolvido na Bahia, no Ceará e no Rio Grande do Norte, na Bahia, nas áreas mais ocidentais, casos há em que a atividade artesanal é feita visando a produção de mantas e de tecidos, cabendo ao empresário e a seus empregados realizar a cultura do algodão, a colheita, o descaroçamento, a fiação e a tecelagem. (ANDRADE 1977 p. 112) Foi somente mais tarde com a industrialização, através de uma tecnologia avançada que a produção artesanal ganhou um melhor caráter econômico. Assim, o fator tecnológico acelera a produção e dinamiza a economia nordestina, melhorando significativamente os índices sociais de sua população. A INDÚSTRIA DE CALÇADOS: origem e importância para salgado FIGURA 1–Mapa da localização do município de Salgado Fonte: GONÇALVES. 2011 154 Desde quando se tornou município, Salgado tinha apenas sua economia voltada para os bens e serviços, ou seja, a única economia era gerada pelo governo federal e por empresas prestadoras de serviços, sendo por muito tempo insignificante, além de ter o município de Boquim e Lagarto com melhores condições de comércio para a população salgadense. Os empregos que foram gerados nas indústrias dos municípios de Estância, Itaporanga D`ajuda, e Lagarto começaram a mudar esse quadro. Entre as empresas, MARATÁ, AMBEV e Azaléia, esta última destaca-se como importantíssima para Salgado, pois foi a partir do seu surgimento em Itaporanga D`ajuda em 1989 que o quadro econômico e social da população começou a ter bons níveis de desenvolvimento, isso porque a empresa empregava cerca de 200 pessoas de Salgado, sendo que naquela época os salários pagos pela mesma ao assalariado, trabalhador que não possui altos cargos na empresa, equivalia a aproximadamente três salários mínimos, além de participar do lucro da empresa, aumentando ainda mais o salário nos meses de maiores produções. Os empregados da Azaléia ao receber o salário pela primeira vez diziam ficar abismados com a quantidade de dinheiro recebida, segundo eles, só não ampliou sua economia quem não soube fazer um bom investimento. As empresas que se deslocaram do Sul e do Sudeste para o Nordeste tinham como foco encontrar uma mão-de-obra qualificada e barata, ou seja, exploração e produção de baixo custo. No entanto, a empresa que viria a instala-se em Itaporanga D`ajuda não tinha esse propósito, e sim o de trazer emprego e desenvolvimento para populações carentes de renda e desenvolvimento, isso é perceptível pelos níveis de salários que eram pagos. Dentro da Azaléia, a mão-de-obra salgadense se destacava, estando sempre presente nas tarefas do dia-a-dia de trabalho, além de possuir funcionários bastante qualificados nas suas funções, foi justamente por isso que havia cada vez mais admissões de trabalhadores de Salgado e esse também foi um dos motivos que levou a primeira indústria de calçados a se instalar em Salgado logo após o fechamento da Azaléia em 2006. Dentre vários motivos que levaram o fechamento da empresa, alguns funcionários destacam a morte do principal fundador Nestor de Paula que deixou a empresa nas mãos 155 dos filhos e de outros acionistas, o que viria a sofrer muito com a desorganização, primeiramente começando pelo fator salário que desabou de quase três para um pouco mais que o mínimo para quem fosse novo na empresa. Os mais antigos continuaram a receber bons salários, isso acarretava revoltas internas, pois quem era novo fazia a mesma função de quem estava há muito tempo trabalhando. A. R., ex-funcionário da Azaléia, acredita que o fechamento foi motivo da padronização desses salários já que muitos dos funcionários estavam recebendo mais que outros. Entretanto o jornal de São Paulo, Estadão (2006), diz que as demissões e logo após o fechamento da Azaléia, foram devido à existência de uma superprodução encalhada, prejuízos nas exportações por conta do baixo valor do dólar e a concorrência com as indústrias chinesas que produziam nove bilhões de sapatos por ano. Salgado agora vive uma triste realidade, pois a empresa que dava emprego a quase 200 pessoas está fechada. No entanto muitos funcionários saíram bem estabilizados economicamente, possuindo casas na sede urbana do município de Salgado e propriedades na zona rural. Isso porém, não era o fim para a economia de salgado, pois como foi citado acima o fechamento da Azaléia foi o motivo principal para a abertura da primeira indústria de calçados em Salgado no ano de 2008, a Fernanda Weber (WE), fundada por Srº L., que no passado foi um dos pequenos acionista da Azaléia. Salgado estava responsável pelo o corte e pela costura dos cabedais, nome dado ao couro no processo de produção, e o município de Nossa Senhora Aparecida-Se, pela montagem dos calçados. O investimento não obteve o êxito esperado. De acordo com C. E. F., ex-gerente de produção da Fernanda Weber (WE), o capital de giro que Srº L. possuía não era o suficiente para fazer o lançamento do produto no mercado, ou seja, qualquer empresa precisa divulgar o seu produto e vender por um período de tempo obtendo apenas uma pequena margem de lucro, somente depois da aceitação do produto pelo mercado é que seu preço será elevado e o empreendedor começará a ter seus primeiros saldos aquisitivos. Outro motivo, segundo C., foi que Srº L. quis começar sua vida de empreendedor em um patamar acima do de um microempreendedor, pagando altos salários a alguns funcionários, o que acabou desestabilizando sua economia e falindo em apenas um ano e meio a Fernanda Weber (WE), causando seu fechamento em 2009. 156 Em 2010 chega a Salgado a West Coast, que igualmente a Azaléia possui sua matriz no Sul, e algumas filiais no Nordeste, sendo esta uma empresa têxtil, que se especifica principalmente na produção de calçados. A West Coast começou a produzir em Salgado no dia 03 de Maio de 2010, iniciando apenas com 13 funcionários aumentando a cada dia esse número, chegando em 2015 com 270 funcionários distribuídos em dois galpões. FIGURA 4 – Setor de corte da West Coast Fonte: o autor, 2015. FIGURA 5 – Setor de costura da West Coast Fonte: o autor, 2015. 157 O intuito da empresa, segundo o gerente geral de produção, C. F., é investir cada vez mais no município, por perceber a boa qualidade e rapidez na produção dos calçados, isso quer dizer que um número maior de pessoas serão contratadas gerando mais emprego e renda para o município. Dentro da produção, já foram aprimoradas máquinas com grande capacidade tecnológica, o que aumenta o ritmo e facilita o trabalho, a exemplo da máquina programada, também conhecida como Brother. Com esta máquina são costurados 20% a mais de caçados por hora quando comparada com uma máquina comum. A pesquisa feita em alguns comércios locais e com funcionários da própria West Coast, revela a importância que a indústria de calçados possui em Salgado atualmente. A indústria por muito tempo foi algo insignificante no município, mas que nos últimos anos tem se mostrado como fator principal em uma mudança de caráter econômico e social. O Gráfico 1 a seguir mostra o comportamento do PIB de salgado ao longo dos anos do novo século. GRÁFICO 1 - PIB geral do munícipio de Salgado 140.000,00 120.000,00 118.825,00 valor 100.000,00 80.000,00 78.311,00 60.000,00 40.000,00 PIB GERAL R$56.962 34.215,00 20.000,00 0,00 ano 2000 ano 2004 ano 2008 ano 2012 Fonte: Deepask, adaptado. O gráfico mostra que nos anos 2000, 2004 e 2008, a variação do crescimento do PIB se manteve em um padrão de aproximadamente R$ 22.000,00, mas que no período de 2008 a 2012, esse padrão chegou a quase duplicar, quando alcançou os R$ 40.514,00 de variação. Foi nesse mesmo período que a indústria teve um crescimento bastante significativo ficando a frente da agropecuária destacando-se como a segunda fonte de renda do município, estando atrás apenas da economia de bens e serviços. Observa-se 158 que por muito tempo a agropecuária foi a segunda maior fonte de renda do município, o que de fato já não acontece nos dias atuais, pois após a chegada da empresa West Coast em Salgado houve uma mudança nesse cenário. Agora quem passa a ser a segunda fonte de renda do município é a indústria, o que não tira também à importância que tem a agropecuária dentro do município. O Gráfico 2 a seguir mostra a variação que teve a indústria e a agropecuária nos anos de 2000 a 2012. GRÁFICO 2 – Variação da indústria e da pecuária em Salgado 18000 16000 15.291,00 14000 12.771,00 12000 10000 10.832,00 11.178 9.835 9.126 8000 6000 10.387,00 agropécuaria 7.490,00 5.260 indústria 5.926 4000 2000 387,25 0 273,5282,78 ano ano ano ano ano ano ano ano ano ano ano ano ano 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 Fonte: Deepask, adaptado. Na zona rural acontece cada vez mais grande fluxo migratório de pessoas em direção à cidade, aumentando consequentemente o espaço urbano e transformando-o cada vez mais, principalmente nas áreas de expansão da cidade o que não acontecia com frequência. Os conjuntos habitacionais junto á indústria formam uma relação de complementação, pois com a chegada da indústria os conjuntos ganharam novas formas e deixaram de ser “deserto”, sendo estes os principais meios de procura para a instalação de pessoas que viriam da zona rural para trabalhar na cidade, valorizando assim muito as casas e os terrenos baldios dos mesmos. A indústria agora se torna referência para a economia do município, sendo esta uma fonte importante de renda, para o crescimento e movimentação da economia como 159 mostra o Gráfico 3 que corresponde a importância desse setor para a população entrevistada. GRÁFICO 3 - Importância do setor industrial geração de empregos 17% 33% movimentaçao da economia 8% crescimento e desenvolvimento único setor industrial 25% não souberam ou não responderam 17% Fonte: Pesquisa de campo, 2015. Geração de empregos é um fator bastante importante, quando se refere a um pequeno município que ainda carece muito da inserção de tecnologias que melhorem e se torne em mais atrativos para outros tipos de setores, pois esse é o único setor industrial que existe em Salgado, que gera um quantitativo significativo de empregos. Referindo-se ao contexto socioeconômico, os entrevistados colocaram em pauta a boa distribuição da economia do município, que era baseada apenas em prestações de serviços, trabalhos em órgãos públicos e baixíssima empregabilidade nos comércios. Fazendo uma análise do valor em reais recebido pela West Costa verifica-se que: 270 empregados recebendo em torno de R$ 850,00 reais por mês têm-se aproximadamente o total de R$ 230.000,00. Supondo que metades desses empregados gastem pelo menos 50% de seus salários no próprio município isso daria aproximadamente R$ 400.000,00 de reais mensais de circulação de dinheiro em Salgado. Contudo, esse último dado é apenas uma simulação, pois não se tem dados concretos do quanto é gasto pelos empregados no município, podendo haver variações de um mês para o outro. A questão social relacionada à qualidade de vida foi pouco citada, o que revela ainda a carência de outras áreas de trabalhos e melhores investimentos no município. O 160 Gráfico 6, mostra os dados dos entrevistados acerca da questão socioeconômica no município de Salgado nos últimos anos. GRÁFICO 6 - Questão Socioeconômica 7% 33% qualidade de vida distribuição econômica empregabilidade 60% Fonte: Pesquisa de campo, 2015. Outro ponto importante na economia foi o favorecimento que a indústria deu para a abertura de vários comércios. Dados coletados no principal centro de Salgado revelam que o comércio sofreu fortes alterações chegando até duplicar após o ano de 2010, conforme aponta o Gráfico 7. GRÁFICO 7 - Novos Comércios em Salgado 3% 27% antes de 2010 após 2010 não informaram 70% Fonte: Pesquisa de campo, 2015. 161 O centro urbano de Salgado do município já não é o mesmo, notam-se maiores fluxos de pessoas, que por sua vez começaram a comprar mais no Município. Com isso Salgado pula do zero e passa a contribuir com o PIB do estado de Sergipe em 1% no ano de 2013, segundo dados do IBGE. O Gráfico 8 mostra a questão da valorização e infraestrutura e desenvolvimento. GRÁFICO 8 - Desenvolvimento e Infraestrutura 18% valorização e desenvolvimento 0% infraestrutura não soube informar 82% Fonte: Pesquisa de campo, 2015. Em relação a esse tópico, a grande maioria ressaltou sobre a questão da valorização e do desenvolvimento. Essa valorização de fato acontece se considerar o crescimento econômico, porém a questão do desenvolvimento é apenas a impressão que fica de um pequeno crescimento econômico e comercial que o município teve nos últimos anos, por não saber diferenciar os entrevistados fazem desses dois termos um só. O desenvolvimento é um tema mais amplo e mais distante da realidade de um país subdesenvolvido. O ponto interessante é a infraestrutura que acabou não sendo citada pelos entrevistados, por não terem compreendido o questionário ou porque relacionou de forma direta essa questão com a valorização, de imóveis e terrenos. Atualmente a quantidade de pessoas que pretendem comprar terreno no centro urbano é enorme, contudo há a problemática, pois mesmo o município tendo melhorado sua infraestrutura com a chegada da indústria e a construção de três grandes conjuntos habitacionais, a cidade de Salgado ainda não possui capacidade suficiente para abrigar grandes volumes de migrantes, no que pode acarretar em problemas urbanos futuros. 162 A empresa já está há cinco anos em Salgado, no entanto não se firmou e isso acaba deixando muitos comerciantes amedrontados, pois o fechamento da indústria acabaria desestabilizando a economia do município o que consequentemente ocasionaria na diminuição do poder de compras das pessoas impactando todo o comércio. O fato da empresa ainda não está estabilizada é decorrente de problemas políticos o que deveria ser a solução, pois no sistema econômico o governo e suas esferas devem ser agentes essenciais no crescimento e desenvolvimento da economia , como já foi citado no corpo desta pesquisa. A empresa pediu colaboração do prefeito da cidade, com a construção de um prédio, assim a empresa cresceria, contrataria mais funcionários, firmava-se e iria oferecer melhores condições de trabalho. No período político houve até propostas sobre o assunto, mas logo após foi percebido o desinteresse sendo descartada qualquer possibilidade de construção do galpão após a eleição. Os funcionários agora ficariam de mãos atadas e ouvindo boatos de fechamento da indústria a todo o momento, pois a mesma queria maior capacidade de produção e os galpões já não suportavam mais a contratação de pessoas. Atualmente o que acontece é uma mobilidade da própria empresa para manter-se na cidade, segundo o gerente de produção, a West Coast está pretendendo alugar um galpão na cidade o que de fato ainda não aconteceu, mas que já está com um projeto encaminhado. CONSIDERAÇÕES A indústria no mundo globalizado e com forte influência do sistema capitalista, assume um papel de suma importância no desenvolvimento local. Em Salgado a indústria atingiu escalas que não eram imaginadas. As transformações ocorridas no espaço salgadense são notórias, quando comparadas com o período anterior da indústria. A economia do município ganhou uma nova dinâmica e acarretou na abertura de vários comércios na cidade além do aumento demográfico no centro urbano, atribuindo assim novas configurações na paisagem do município. O setor industrial da linha de produção de calçados ocasionou uma nova realidade para o município de Salgado, o qual nunca teve indústrias de grande porte com importante envergadura para empregabilidade. A população agora se encontra mais 163 fixada, não dependendo tanto da migração para trabalhar em outros locais fora do município. O comércio se expandiu e começou a oferecer o que antes não era oferecido, exatamente por conta do baixo consumo. Como se sabe, o sistema econômico capitalista funciona baseado na lei da oferta e da procura tendo o consumo como fonte para sua sobrevivência, mas para consumir é preciso ter empregos, tendo emprego tem dinheiro, e consequentemente poder de compras, o que atribui crescimento econômico de seus bens de produção e consumo. Tendo essa teoria econômica como base, ficou evidente que todas essas transformações espaciais ocorridas no município de Salgado foram acarretadas pelo fator industrial, pois ao longo dos anos o município crescia, mas em um patamar muito baixo, somente após o ano de 2010 que se pôde ver maiores modificações, sendo estas uma adequação para o novo cenário que vive o município. REFERÊNCIAS ANDRADE, Manuel Correia de. Geografia Econômica do Nordeste: o espaço e a economia nordestina: Atlas S.A, 3º ed. 1977. ANTÃO, Danielle Gonçalves; ROCHA, Joice Reis. Produção Do Espaço Urbano E Impactos Ambientais Na Cidade De Salgado-Se: 2013Disponível em:<http://fjav.com.br/revista/Downloads/EdicaoEspecialdaPosLatoSensuemTerritorioDes envolvimentoMeioAmbiente2013/Artigo74_88.pdf.>Acesso em: 13 nov. 2014 ANTÃO, Danielle Gonçalves. 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