Aflatoxinas em nozes e frutas secas comercializadas do Brasil

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AFLATOXINAS EM NOZES E FRUTAS SECAS COMERCIALIZADAS NO BRASIL
Carlos Augusto Mallmann, Claudia Hoffmann Kowalski, Carlos Alberto A. Almeida,
Paulo Dilkin, Lisandra Mürmann, Márcia Dilkin, Roberta R. Carvalho. Laboratório de
Análises Micotoxicológicas – LAMIC, Universidade Federal de Santa Maria, RS.
Frente as recentes exigências sanitárias do mercado mundial de alimentos, o controle
de micotoxinas em frutas e sementes é de suma importância. A contaminação pode
ocorrer durante as diferentes fases de desenvolvimento, colheita, armazenamento ou
processamento dos mesmos. As aflatoxinas são metabólitos secundários produzidas
por fungos toxigênicos do gênero Aspergillus. São passíveis de causarem efeitos
tóxicos em humanos e animais. Quatro aflatoxinas possuem importância toxicológica
reconhecida: B1, B2, G1 e G2. Dentre estas, a aflatoxina B1 é a mais tóxica e de maior
incidência em substratos vegetais. Quando ingeridas, as aflatoxinas afetam
principalmente o fígado, sendo que os principais sinais clínicos e patológicos são as
hemorragias, imunodepressão, lesões que podem induzir carcinomas, além de
apresentar efeitos teratogênicos e mutagênicos. O objetivo deste trabalho consistiu na
determinação da incidência de aflatoxinas em nozes e ameixas secas,
comercializadas no Brasil durante o ano de 2002. O Laboratório de Análises
Micotoxicológicas (LAMIC) analisou 93 amostras, sendo 23 amostras de nozes
(castanhas, nozes e amêndoas) e 70 de frutas secas (uvas passas, damascos,
ameixas secas e pêras secas). O método empregado para a extração, purificação e
quantificação das aflatoxinas foi o preconizado por MALLMANN et al. (2000). A
primeira etapa deste, consiste na extração com acetonitrila:água (84:16, v/v),
secagem, ressuspenssão com acetonitrila:água:ácido acético (840:160:5, v/v/v),
seguida de purificação automatizada com sílicas, derivatização com ácido
trifluoracético e injeção em sistema de cromatografia líquida equipado de detector de
fluorescência. Das amostras analisadas, 10,8% (10) apresentaram contaminação por
aflatoxinas. As nozes apresentaram 21,7% (5) de positividade, seguidas pelas frutas
secas com 7,1% (5). Uma amostra de ameixas secas apresentou 102µg/kg de
aflatoxinas, sendo esse valor superior ao limite máximo permitido pela legislação do
Mercosul para alimentos destinados ao consumo humano que é de 20µg/kg. A
pesquisa revela dados preocupantes para a saúde humana, pois 10,8% das nozes e
frutas secas analisadas apresentaram contaminação por aflatoxinas. Enfatizamos a
necessidade de um programa de controle eficaz, que assegure alimentos isentos
deste contaminante natural.
MALLMANN, C.A. et al., Automation of the analytical procedure for the simultaneous
determination of aflatoxins AFB1, AFB2, AFG1 and AFG2. In: International IUPAC
Symposium on Mycotoxins and Phycotoxins. 2000. Guarujá – São Paulo – Brasil. 2125 de maio, p. 35.
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