TRANSFORMAÇÕES LINEARES ♦ Transformação Linear Sejam V e W espaços vetoriais reais. Dizemos que uma função T : V → W é uma transformação linear se a função T preserva as operações de adição e de multiplicação por escalar, isto é, se os seguintes axiomas são satisfeitos: TL1. Para quaisquer v, u ∈ V , T (v + u) = T (v ) + T (u ) . TL2. Para todo v∈V e para todo k ∈ R , T (k ⋅ v) = k ⋅ T ( v ) . Exemplos: 1) T : R 2 → R 2 ( x , y ) a T ( x, y ) = ( − x, − y ) Verificando os axiomas: TL1. T (( x , y ) + ( z , t )) = T ( x, y ) + T ( z, t) , para quaisquer ( x , y ), ( z, t ) ∈ R 2 ? T ((x, y ) + ( z, t)) = T ( x + z, y + t ) = (−( x + z ),− ( y + t )) = (− x − z,− y − t) T ( x , y ) + T ( z, t ) = ( − x,− y ) + (− z,− t ) = (− x − z ,− y − t ) Assim, a transformação linear T preserva a operação de adição de vetores. TL2. T (k ⋅ ( x, y )) = k ⋅ T ( x , y ) , para todo ( x , y ) ∈ R 2 e para todo k ∈ R ? T (k ⋅ ( x, y )) = T ( kx, ky ) = (− (kx ),−(ky )) = (k ( − x ), k ( − y )) = k ⋅ ( − x,− y ) = k ⋅ T ( x, y ) Assim, a transformação linear T preserva a operação de multiplicação por escalar. Considere v = (1,2 ) e u = ( −1,3) . T (v ) = T (1,2) = (−1, −2) T (u ) = T ( −1,3) = (1, −3) T (v ) + T (u ) = ( −1,−2 ) + (1, −3) = (0,−5) T (v + u) = T ((1,2) + (−1,3)) = T (0,5) = (0, −5) T (2 ⋅ v ) = T (2 ⋅ (1,2 )) = T (2,4) = (−2,−4 ) = 2 ⋅ (−1,−2) = 2 ⋅ T (1,2) = 2 ⋅ T ( v ) Y Y (x, y) y x X T -x T(x, y)=(-x, -y) X -y 2) T : R 3 → R 3 ( x, y , z ) a T ( x, y, z) = ( x , y ,0) T é uma transformação linear (Verifique !) Esta transformação linear associa a cada vetor do R3 sua projeção ortogonal sobre o plano XY. 61 Z Z (x, y, z) Y T Y T(x, y, z)=(x, y, 0) X X A transformação linear T0 : V → W tal que v a T 0 ( v ) = 0W é denominada Transformação Nula. Seja a transformação linear T : V → W . Se os conjuntos V e W são iguais, V = W , então T é denominada um Operador Linear. O operador linear I V : V → V tal que v a I V (v ) = v é denominado Operador Identidade. As transformações lineares T : V → R são denominadas Funcionais Lineares. Propriedades 1. Se T : V → W é uma transformação linear então T (0V ) = 0W . dem.: T (0 V ) = T ( 0V + 0V ) = T (0 V ) + T (0 V ) . Mas, T (0 V ) = T (0V ) + 0 W , pois T (0 V ) ∈ W e 0W é o elemento neutro em W. Assim, , T (0 V ) + T (0V ) = T (0 V ) + 0W . Logo, T (0V ) = 0W . Portanto, se T (0V ) ≠ 0W então T não é uma transformação linear. No entanto, o fato de T (0V ) = 0W não é suficiente para que T seja linear. Por exemplo, T : R 2 → R 2 tal que T ( x , y ) = ( x 2 , y 2 ) . T (1,2) = (12 ,2 2 ) = (1,4 ) T (3,5) = (3 2 ,5 2 ) = (9,25) T (1,2) + T (3,5) = T (10,29) T ((1, 2) + (3,5)) = T (4,7) = ( 4 2 ,7 2 ) = (16,49) Assim, T (v + u) ≠ T (v ) + T (u ) Embora, T (0,0) = (0,0) , T não é uma transformação linear. 2. Seja T : V → W uma transformação linear. Então T (k 1 ⋅ v1 + k 2 ⋅ v 2 + ... + k n ⋅ v n ) = k 1 ⋅ T (v1 ) + k 2 ⋅ T ( v 2 ) + ... + k n ⋅ T (v n ) v1 , v 2 ,..., v n ∈V e para quaisquer k1 , k 2 ,..., k n ∈ R . para quaisquer Corolário: Sabendo-se as imagens dos vetores de uma base do espaço vetorial V é possível determinar a transformação linear T : V → W . 62 Obtendo a Lei de uma Transformação Linear Seja T : R 2 → R 2 um operador linear tal que T (2,3) = (−1,5) e T (0,1) = (2,1) . Como encontrar a lei que define este operador? Solução: {(2,3), (0,1)} é base para R2 .(Verifique!) Portanto, qualquer vetor v ∈ R 2 pode ser escrito como combinação linear destes vetores. v = ( x , y ) = k 1 ⋅ (2,3) + k 2 ⋅ (0,1) com k1 , k 2 ∈ R . = ( 2k1 ,3k 1 ) + (0, k 2 ) = ( 2k1 ,3k 1 + k 2 ) Assim, x = 2k1 e y = 3k1 + k 2 . x 2 y − 3x Então, k1 = e k 2 = . 2 2 2 y − 3x x Logo, ( x, y ) = ( 2,3) + (0,1) . 2 2 Aplicando o operador linear, 2 y − 3x x T ( x , y ) = T ( (2,3) + (0,1)) 2 2 x 2 y − 3x = ⋅ T ( 2,3) + ⋅ T (0,1) 2 2 x 2 y − 3x = ⋅ ( −1,5) + ⋅ (2,1) 2 2 x 5x 2 y − 3x = ( − , ) + ( 2 y − 3 x, ) 2 2 2 − 7x + 4 y =( , x + y) 2 − 7x + 4 y Logo, T ( x , y ) = ( , x + y) . 2 ♦ Operadores Lineares no Espaço Vetorial R2 Reflexão em torno do eixo X: T ( x, y ) = ( x,− y ) . Reflexão em torno do eixo Y: T ( x , y ) = ( − x , y ) . Reflexão em torno da origem: T ( x , y ) = (− x, − y ) . Y v+u v u X T(u) T(v+u) T(v) 63 Reflexão em torno da reta x = y : T ( x , y ) = ( y , x ) . Reflexão em torno da reta x = − y : T ( x , y ) = (− y ,− x) . Dilatação ou Contração de fator k na direção do vetor: T ( x , y ) = (kx, ky ) com k ∈ R . Se k > 1 : dilatação. T(v+u) Y T(v) v+u v T(u) u X Se k < 1 : contração. Se k < 0 : troca de sentido. Se k = 1 : operador identidade. Dilatação ou Contração de fator k na direção do eixo X: T ( x , y ) = (kx, y ) com k ∈ R, k > 0 . Se k > 1 : dilatação. Se 0 < k < 1 : contração. Dilatação ou Contração de fator k na direção do eixo Y: T ( x , y ) = ( x, ky ) com k ∈ R, k > 0 . Se k > 1 : dilatação. Se 0 < k < 1 : contração. Cisalhamento na direção do eixo X: T ( x , y ) = ( x + ky , y ) com k ∈ R . Y v+u u v T(v+u) T(u) T(v) X Cisalhamento na direção do eixo Y: T ( x , y ) = ( x, kx + y ) com k ∈ R . 64 Rotação: T ( x , y ) = ( x cosθ − y sen θ , x sen θ + y cos θ ) com 0 ≤ θ ≤ 2π . Y T(v+u) T(u) v+u T(v) v u X ♦ Núcleo e Imagem de uma Transformação Linear Núcleo de uma transformação linear T : V → W é o conjunto de vetores do espaço vetorial V cuja imagem é o vetor 0W . Notação: N (T ) = Ker(T ) = {v ∈V | T (v ) = 0 W } Imagem de uma transformação linear T : V → W é o conjunto de vetores de W que são imagem dos vetores do conjunto V. Notação: Im( T ) = T (V ) = {w ∈ W | T (v ) = w, para algum v ∈ V } V T W Im(T) N(T) 0W Propriedades 1. N (T ) é um subespaço vetorial de V. 2. Im(T ) é um subespaço vetorial de W. 3. Teorema do Núcleo e da Imagem : dimV = dim N (T ) + dim Im( T ) Exemplo: Seja T : R 2 → R 3 tal que T ( x, y ) = (0, x + y ,0) . N (T ) = {( x , y ) ∈ R 2 | T ( x, y ) = (0,0,0)} . Então, T ( x , y ) = (0, x + y,0) = (0,0,0) . Assim, x + y = 0 ∴ x = − y . Portanto, N (T ) = {( x , y ) ∈ R 2 | x = − y} = {(− y, y ), y ∈ R} . Uma base é {(−1,1)} e dim N (T ) = 1 . 65 Representação gráfica, Z Y (0,0,0) X Y X N(T) : x+y=0 Im( T ) = {T ( x, y ) = (0, x + y,0), para todo ( x, y ) ∈ R 2 } Uma base para o conjunto imagem é {(0,1,0)} e dim Im( T ) = 1 . Y Z R2 X T Y : Im(T) X Observe que, dim R 2 = dim N (T ) + dim Im( T ) , isto é, 2 = 1 + 1 . ♦ Transformação Linear Injetora Uma transformação linear T : V → W é injetora, se para quaisquer v, u ∈ V , se v ≠ u então T (v ) ≠ T (u ) . O que é equivalente a, se T (v ) = T (u ) então v = u . Exemplo: 1) A transformação linear T : R 2 → R 3 tal que T ( x , y ) = ( x , y , x + y ) é injetora. Sejam ( x , y ), ( z, t ) ∈ R 2 . Se T ( x , y ) = T ( z , t ) ∴( x, y, x + y ) = ( z , t, z + t ) . x = z Então y = t x + y = z + t Logo, ( x , y ) = ( z, t ) . 2) Seja o operador linear no R3 tal que T ( x , y , z ) = ( x,0,0) , que associa a cada vetor sua projeção ortogonal no eixo X. 66 Considere os vetores (2,1,3) e (2,0,−4 ) . Assim, T (2,1,3) = T ( 2,0,−4) = (2,0,0) . Então, T não é injetora, pois T (v ) = T (u ) com v ≠ u . Teorema: Uma transformação T : V → W é injetora se e somente se N (T ) = {0 V } . Assim, basta verificar se N (T ) = {0 V } para garantir que uma transformação linear T é injetora. Exemplo: Seja o operador linear em no R 2 tal que T ( x , y ) = (2 x, x + y ) é injetora, pois: N (T ) = {( x , y ) ∈ R 2 | T ( x , y ) = (0,0)} = {( x, y ) ∈ R 2 | (2 x, x + y ) = (0,0)} . 2 x = 0 Assim, x + y = 0 Então, N (T ) = {(0,0)} . ♦ Transformação Linear Sobrejetora Uma transformação linear T : V → W é sobrejetora se o conjunto imagem de T é o conjunto W, isto é, Im( T ) = W . Exemplo: O operador linear em R2 do exemplo anterior é injetor. Então, dim N (T ) = 0 . Pelo Teorema do Núcleo e da Imagem, dim R 2 = dim N (T ) + dim Im( T ) . Assim, 2 = 0 + dim Im( T ) ∴dim Im( T ) = 2 . Logo, Im(T ) = R 2 . ♦ Transformação Linear Bijetora – Isomorfismo Uma transformação linear T : V → W é bijetora quando for injetora e sobrejetora. Transformações lineares bijetoras são também denominadas isomorfismos e, conseqüentemente, V e W são denominados espaços vetoriais isomorfos. Exemplos: 1) T : R 2 → R 2 tal que T ( x, y ) = ( y, − x ) . 2) I V : V → V tal que I V (v ) = v . x y 3) T : Mat 2×2 (R ) → R 4 tal que T ( ) = (t , z, y , x ) . z t Uma transformação T : V → W é denominada de transformação invertível quando existir uma transformação T −1 : W → V tal que T o T −1 = I W e T −1 o T = I V . A transformação T −1 é denominada a transformação inversa de T. Teorema: Seja T : V → W uma transformação. A transformação T é bijetora se e somente se for invertível. Teorema: Seja T : V → W uma transformação linear invertível. Então a transformação T −1 : W → V é linear. Assim, transformações lineares bijetoras são transformações lineares invertíveis. 67 W V T T(v)=w v=T-1(w) T-1 Obtendo a Lei da Transformação Linear Inversa T −1 Seja o operador linear T : R 2 → R 2 tal que T ( x , y ) = ( 2 x, − y ) . O operador linear inverso T −1 será obtido da maneira a seguir: {(1,0), (0,1)} é uma base para R2. T (1,0) = (2,0) e T (0,1) = (0, −1) . Portanto, T −1 (2,0) = (1,0) e T −1 (0,−1) = (0,1) . Obtendo a lei de T −1 : ( x , y ) = k1 ⋅ (2,0) + k 2 ⋅ (0, −1) = (2 k1 ,0) + (0,− k 2 ) = (2 k1 ,− k 2 ) . x = 2 k1 Assim, y = −k 2 x Tem-se que, k1 = e k 2 = − y . 2 x Então, ( x, y ) = 2 ⋅ ( 2,0) + ( − y ) ⋅ (0, −1) . T −1 ( x, y ) = T −1 ( 2x ⋅ (2,0) + (− y ) ⋅ (0,−1)) = x2 ⋅ T −1 (2,0) + ( − y ) ⋅ T −1 (0,−1) = x2 ⋅ (1,0) + (− y ) ⋅ (0, −1) = (2x ,− y ) Logo, a lei é T −1 ( x, y ) = (2x ,− y ) . ♦ Matriz Associada a uma Transformação Linear Sejam V um espaço vetorial n-dimensional, W um espaço vetorial m-dimensional e T : V → W uma transformação linear. Considerando as bases A = {v1 , v 2 ,..., v n } de V e B = {w1 , w2 ,..., w m } de W e um vetor qualquer v∈V , tem-se: v = k 1 ⋅ v 1 + k 2 ⋅ v 2 + ... + k n ⋅ v n com k i ∈R, para todo i = 1,..., n . Aplicando a transformação linear T, T (v ) = T (k 1 ⋅ v 1 + k 2 ⋅ v 2 + ... + k n ⋅ v n ) T (v ) = k1 ⋅ T (v 1 ) + k 2 ⋅ T (v 2 ) + ... + k n ⋅ T (v n ) Além disso, T (v ) ∈W , portanto: T (v ) = l1 ⋅ w1 + l 2 ⋅ w 2 + ... + lm ⋅ w m com l j ∈R, para todo j = 1,..., m . (1) (2) 68 Como T (v i ) ∈ W , para todo i = 1,..., n . T ( v1 ) = a11 ⋅ w1 + a 21 ⋅ w2 + ... + a m1 ⋅ wm T ( v 2 ) = a12 ⋅ w1 + a 22 ⋅ w 2 + ... + a m 2 ⋅ w m ... T (v n ) = a1n ⋅ w1 + a 2 n ⋅ w2 + ... + a mn ⋅ w m (3) Substituindo (3) em (1), tem-se: T (v ) = k1 ⋅ (a11 ⋅ w1 + ... + a m1 ⋅ w m ) + k 2 ⋅ (a 12 ⋅ w1 + .. + a m2 ⋅ w m ) + ... + k n ⋅ (a 1n ⋅ w1 + ... + a mn ⋅ w m ) T (v ) = ( k1 a11 + k 2 a 12 + ... + k n a1n ) ⋅ w1 + ... + ( k1 a m1 + k 2 a m 2 + ... + k n a mn ) ⋅ w m (4) Comparando (2) e (4), tem-se: l1 = k 1a 11 + k 2 a12 + ... + k n a1n l2 = k 1a 21 + k 2 a 22 + ... + k n a 2 n ................................................ lm = k1 a m1 + k 2 a m 2 + ... + k n a mn Na forma matricial: l1 l2 ... = lm a11 a 21 ... a n1 a 12 a 22 ... a n2 ... a1n k 1 ... a 2 n k 2 . ... ... ... ... a mn k n ou seja, [T (v )] B = [T ] AB .[v] A A matriz [T ] BA é a matriz associada a transformação T em relação as bases A e B. Exemplo: Seja a transformação linear T : R 2 → R 3 tal que T ( x , y ) = ( x , y , x + y ) . Sendo A a base canônica do R2 e B a base canônica do R3, tem-se: T (1,0) = (1,0,1) = 1 ⋅ (1,0,0) + 0 ⋅ (0,1,0) + 1 ⋅ (0,0,1) e T (0,1) = (0,1,1) = 0 ⋅ (1,0,0) + 1 ⋅ (0,1,0) + 1 ⋅ (0,0,1) . 1 0 Então, [T ] = 0 1 . 1 1 A B 2 Por exemplo, [(2,3)] A = . 3 2 1 0 2 Obtém-se, [T (2,3)] B = [(2,3,5)]B = 3 = 0 1 ⋅ . 5 1 1 3 Sejam as bases não canônicas A = {(1,2 ), (3,5)} e B = {(1,2,0), (2,−3,1), (0,−1,1)}. 1 7 Assim, T (1,2) = (1,2,3) = 2 ⋅ (1,2,0) + (− ) ⋅ ( 2, −3,1) + ⋅ (0,−1,1) e 2 2 16 7 55 T (3,5) = (3,5,8) = ⋅ (1,2,0) + (− ) ⋅ (2, −3,1) + ⋅ (0,−1,1) . 3 6 6 69 16 2 3 1 A Então, [T ] B = − 2 − 76 . 7 55 6 2 − 1 Por exemplo, [(2,3)] A = . 1 16 103 2 3 − 1 Obtém-se, [T (2,3)] B = [(2,3,5)]B = − 12 − 76 ⋅ = − 23 1 17 7 55 6 3 2 As matrizes associadas a alguns dos operadores lineares no espaço vetorial R2 em relação a base canônica 0 x x 1 Reflexão em torno do eixo X: = ⋅ − y 0 − 1 y kx k 0 x Dilatação ou Contração de fator k na direção do vetor: = ⋅ ky 0 k y x 1 0 x Cisalhamento na direção do eixo Y: = ⋅ kx + y k 1 y x cosθ − y senθ cosθ − senθ x Rotação: = ⋅ x sen θ + y cosθ senθ cosθ y ♦ Operações com Transformações Lineares 1. Adição Sejam T1 : V → W e T 2 :V → W transformações lineares. Define-se a adição de T1 com T2 como sendo a transformação linear: (T1 + T2 ) : V → W v a (T1 + T2 )(v) = T1 ( v ) + T2 (v ) Matricialmente, [T1 + T2 ] BA = [T1 ] BA + [T2 ]AB , onde A é uma base de V e B uma base de W. Exemplo: Sejam T1 : R 3 → R 3 tal T2 ( x, y , z ) = (0,0, z ) . A transformação soma é (T1 + T2 ) : R 3 1 0 0 0 Ainda, [T1 ] = 0 2 0 , [T2 ] = 0 0 0 0 1 que T1 ( x, y, z ) = ( x,2 y , z ) e T2 : R 3 → R 3 tal que → R 3 tal que (T1 + T2 )( x , y , z ) = ( x,2 y,2 z). 0 0 1 0 0 0 0 e [T1 + T2 ] = 0 2 0 em relação a base canônica 0 0 2 0 1 do R3. 70 2. Multiplicação por Escalar Sejam T : V → W uma transformação linear e k ∈ R um escalar. Define-se a transformação linear produto de T pelo escalar k como sendo: (k ⋅ T ) : V → W v a ( k ⋅ T )(v ) = k ⋅ T ( v) Matricialmente, [k ⋅ T ]BA = k ⋅ [T ] BA , onde A é uma base de V e B é uma base de W. 1 2 Exemplo: Seja [T ] = 0 1 e k = 2 . 3 0 Então, T ( x , y ) = ( x + 2 y, y,3 x ) e (2 ⋅ T )( x , y ) = (2 x + 4 y,2 y,6 x ) . 2 4 Ainda, [2 ⋅ T ] = 0 2 = 2 ⋅ [T ] 6 0 3. Composição Sejam T1 : V → U e T2 : U → W transformações lineares. Define-se a composta de T1 com T2 como sendo a transformação linear: (T2 o T1 ) : V → W v a (T2 o T1 )(v ) = T2 (T1 (v )) Matricialmente, [T 2 o T1 ]CA = [T2 ]CB ⋅ [T1 ] BA , onde A é uma base de V , B é uma base de U e C é uma base de W. Exemplo: Sejam os operadores lineares no R2, T1 ( x, y ) = ( 2 x + y, − y ) e T2 ( x, y ) = ( 2 y ,− x + 3 y ) . (T1 o T 2 )( x, y ) = T1 (T2 ( x , y )) = T1 ( 2 y ,− x + 3 y )= (2( 2 y ) + (− x + 3 y ),−( − x + 3 y )) = (− x + 7 y, x − 3 y ) (T 2 o T1 )( x, y ) = T2 (T1 ( x, y )) = T 2 ( 2 x + y ,− y )= (2( − y ),−(2 x + y ) + 3( − y )) = ( −2 y ,−2 x − 4 y ) 1 2 0 2 Com relação a base canônica: [T1 ] = e [T2 ] = . 0 − 1 − 1 3 1 0 2 − 1 7 1 0 − 2 2 0 2 2 Assim, [T1 o T 2 ] = ⋅ = e [T 2 o T1 ] = ⋅ = . 0 − 1 − 1 3 1 − 3 − 1 3 0 − 1 − 2 − 4 Propriedades de Transformações Invertíveis Sejam T : V → W , T1 : V → W e T 2 : W → U transformações lineares invertíveis e k ∈ R, k ≠ 0 . 1. (T −1 ) −1 = T 2. (k ⋅ T ) −1 = k −1 ⋅ T −1 −1 3. (T 2 o T1 ) −1 = T1 o T 2 −1 71 ♦ Exercícios 1) Verificar se as transformações são lineares: T : R3 → R2 a) ( x, y , z ) a T ( x, y, z ) = ( x 2 , y + z ) b) T : R3 → R2 ( x , y , z ) a T ( x, y , z ) = ( x,2 y ) c) T : R2 → R2 ( x , y ) a T ( x, y ) = ( x + a, y + b), a , b ∈ R − {0} d) T : R3 → R ( x, y , z ) a T ( x, y, z ) = x − 3 y + 1 e) T : R2 → R ( x, y ) a T ( x, y ) = x 2) Para que valores de k ∈ R a transformação no R3 tal que T ( x , y , z ) = (2 x + 3k , y ,3 z) é linear? 3) Seja Matn×n (R) o espaço vetorial das matrizes quadradas n × n sobre R e M ∈ Matn ×n (R ) uma matriz arbitrária qualquer. A transformação T : Mat n×n ( R) → Matn ×n (R ) tal que T ( A) = A ⋅ M + M ⋅ A é linear? 4) Sejam v = (0,1), u = (1,0), t = (2,1) e w = (1,2) e T : R 2 → R 2 tal que T ( x , y ) = (2 x,2 y ) , que define a dilatação de fator 2 na direção do vetor. Represente v, u , t, w, T (v ), T ( u), T (t ) e T (w) em um sistema de eixos cartesianos. 1 2 x 5) Considere a transformação linear T : R 2 → Mat2×1 (R ) tal que T ( x , y ) = ⋅ . 0 3 y Determine T (1,1), T ( −3,4) e T ( x, y ) . 6) Encontre a lei que define a transformação linear cada vetor v = ( x, y ) à sua reflexão em torno do eixo Y. Determine T ( −2, −3) . Represente no sistema de eixos cartesianos. 7) Seja T : R 3 → R 2 uma transformação T (1,1,1) = (1,1) . Indique a lei de T. linear tal que T : R2 → R2 que faz associar T (1,0,0) = ( 2,4 ), T (0,1,0) = (3,5) e 8) Seja T : R 3 → R 2 uma transformação linear definida por T (1,1,1) = (1,2), T (1,1,0) = (2,3) e T (1,0,0) = (3, 4) . a) Determine T ( x , y, z) . b) Determine ( x, y , z ) ∈ R 3 tal que T ( x , y, z) = (−3,−2 ) . c) Determine ( x, y , z ) ∈ R 3 tal que T ( x , y , z ) = ( 0,0) . 72 9) Calcule o núcleo e o conjunto imagem das transformações abaixo: T : R3 → R2 a) ( x , y , z ) a T ( x, y, z ) = ( x + 2 y + 3 z,3x + 2 y + z ) b) T : R2 → R3 ( x, y ) a T ( x, y ) = ( x + y,2 x − y ,− x + 3 y ) 10) Ache uma transformação linear T : R 3 → R 2 cujo núcleo seja gerado pelo vetor (1,1,0) . 11) Determinar um operador linear no R3 cujo conjunto imagem seja gerado por {(2,1,1), (1, −1,2)} . 12) Indique a lei de T −1 para cada uma das transformações lineares: T : R2 → R2 a) ( x , y ) a T ( x, y ) = ( y, − x) b) IV :V → V v a I V (v ) = v T : Mat2× 2 (R ) → R 4 c) 13) x z y x a T ( t z y ) = ( t , z, y , x ) t Seja o operador linear T no R3 tal que T ( x , y, z) = ( x + 2 y , y, x + z) . Mostre que T é um isomorfismo e indique sua inversa. 14) Considere B = {v, u , w} uma base do R3, onde v = (1,2,3) , u = (2,5,3) e w = (1,0,1) . a) Ache uma fórmula para a transformação linear T : R 3 → R 2 tal que T (v ) = (1,0) , T (u ) = (1,0) e T ( w) = (0,1) . b) Encontre uma base e a dimensão do N (T ) . c) Encontre uma base e a dimensão da Im(T ) . d) T é invertível? Justifique sua resposta. 15) Seja T : R 3 → R 2 tal que T ( x , y, z) = ( x + y , x + z ) . Indique: a) [T ] BA considerando A e B bases canônicas. b) [T ] CD onde C = {(1,0,0), (0,−1,0), (0,0,2)} e D = {(1,2), (3,5)} . c) [T ( v) ]D onde v = (1,1,0 ) . 16) Sejam S e T operadores lineares no R2 definidas por S ( x , y ) = ( x + 2 y , y ) e T ( x , y ) = ( x ,3 y ) . Determine: a) S + T b) (2 ⋅ S ) + (4 ⋅ T ) c) S o T d) S o S 73 17) Escolha alguns vetores de R2, represente-os no plano cartesiano. Em seguida encontre a imagem de cada um deles em relação ao operador S anterior. Represente essas imagens no plano cartesiano. Observe o que acontece. 18) Repita os mesmos passos do exercício anterior, para o operador T. 2 0 19) Seja T a transformação linear determinada pela matriz 4 0 . 0 − 4 a) Indique a lei da transformação. b) Calcule T (−2,1) . 20) Seja T o operador linear no R3 definido por T ( x , y, z) = (2 y + z, x − 4 y,3x ) . a) Encontre a matriz de T na base B = {(1,1,0), (1,0,1), (1,0,0)} . b) Encontre [T (1,0, −1)]B utilizando [T ] BB . 1 0 2 21)Seja T a transformação linear associada a matriz 3 0 − 1 . 2 0 0 a) Ache uma base para N (T ) . b) Ache uma base para Im(T ) . c) T é sobrejetora ? E injetora? d) Determine a matriz associada a T em relação a base {(1,2,0), (0,−1,1), ( 0,1,2)} . 22) Seja T : R 2 → R 3 a transformação linear definida por T ( x, y ) = ( x + 2 y, − x ,0) . a) Ache a matriz associada a T relativa as bases A = {(1,3), (−2,4)} e B = {(1,1,1), (2,2,0), ( 3,0,0 )} . − 1 b) Use a matriz para calcular [T (v )] B onde [v ] A = . 2 − 1 2 23) Seja T a transformação linear associada a matriz 3 0 . 2 1 a) Qual a lei que define T? b) Determine o núcleo de T e uma base para N (T ) . c) Determine a imagem de T e uma base para Im(T ) . 24) Seja a transformação linear T : R 3 → R 2 tal que T ( x , y , z ) = (2 x − y + 3z,4 x + 2 y + 3z ) . a) Considerando A e B as bases canônicas do R3 e do R2 , encontre [T ]B . b) Considerando A = {(1,1,0), (0,1,1), (1,0,1)} uma base do R3 e B = {(1,1), (1, −1)} uma base do R2, A encontre [T ]B . A 25) Seja a transformação linear T : R 2 → R 3 tal que T ( x , y ) = (2 x + y, y, x + y ) . Encontre: a) A matriz de T em relação a base canônica b) A matriz de T em relação as bases A = {(1,−2), ( 0,1)} e B = {(1,0,0), (0,2,1), (0,0,3)} . 74 2 − 1 26) Considere [T ] = 1 0 onde A = {(1,0), ( −1,1)} e B = {(1,2,3), (0, −1,1), (0,0,2)} . Encontre as 0 2 coordenadas de [T (v )] B sabendo que as coordenadas de v em relação à base canônica do R2 são − 1 . 2 A B 27) Sabendo que a transformação linear Tθ : R 2 → R 2 , cuja matriz em relação à base canônica é cos ? − sen ? x , aplicada a um vetor [v ] = indica a rotação do vetor v de um ângulo θ . sen ? cos ? y cosθ − sen θ Assim, [Tθ ] = ⋅ [v ] . sen θ cos θ Utilizando a matriz de rotação, determine o vértice C = ( x, y ) de um triângulo retângulo e isósceles em A, onde A = (2,1) e B = (5,3) . − 2 0 0 28) Seja 0 1 0 a matriz associada a um operador T em relação à base {(1,0,1), (0,−1,1), (0,0,1)} . 0 0 2 Determine a lei de T. ♦ Respostas 1) b) Sim 2) k = 0 3) Sim 3 5) T (1,1) = 3 5 T ( −3,4 ) = 12 x + 2y T ( x , y ) = 3y (S + T )( x, y ) = (2 x + 2 y ,4 y ) (2 ⋅ S + 4 ⋅ T )( x , y ) = (6 x + 4 y ,14 y ) (S o T )( x, y ) = ( x + 6 y ,3 y ) (S o S )( x, y ) = ( x + 4 y , y ) T ( x , y ) = (2 x,4 x ,−4 y ) T (−2,1) = (−4,−8, −4) 1 1 − 3 20) a) [T ] B = 3 3 3 2 − 3 − 4 16) a) b) c) d) 19) a) b) 1 b) [T (1,0, −1)] B = 3 − 5 21) a) base N (T ) : {(0,1,0)} b) base Im( T ) : {(1,3,2 ), (2,−1,0)} c) Nem injetora nem sobrejetora. 2 4 1 10 20 d) [T ] A = 0 3 3 1 − 5 − 10 3 3 75 6) T ( x , y ) = ( − x , y ) e T (−2, −3) = (2,−3) 7) T ( x , y, z) = (2 x + 3 y − 4 z ,4 x + 5 y − 8 z ) 8) a) T ( x , y, z) = (3x − y − z,4 x − y − z) b) {(1,6 − z, z), z ∈ R} c) {(0, y ,− y ), y ∈ R} 9) a) N (T ) = {( z, −2 z, z), z ∈ R} Im(T ) = R 2 b) N (T ) = {(0,0)} Im( T ) = {( x , y, z) ∈ R 3 | −5 x + 4 y + 3 z = 0} 12) a) T −1 ( x, y ) = ( − y , x ) b) I V−1 = I V t z c) T −1 ( x , y , z , t ) = y x − 3x + y + 3 z 9 x − 3 y − z 14) a) T ( x , y, z) = ( 8 , 8 ) b) N (T ) = {( 3y , y ,0), y ∈ R} base N (T ) : {(1,3,0)} dim N (T ) = 1 c) Im(T ) = R 2 base Im(T ) : {(1,0), (0,1)} dim Im( T ) = 2 d) Não, pois T não é injetora. 1 1 0 15) a) [T ] BA = 1 0 1 5 6 − 2 b) [T ]CD = 1 − 2 − 2 − 7 c) [T (v )] D = 3 0 0 0 1 22) a) [T ] = − 2 1 b) [T (v )] B = 52 8 4 0 3 3 23) a) T ( x , y ) = ( − x + 2 y ,3x ,2 x + y ) b) N (T ) = {(0,0)} A B c) Im( T ) = {( x, y, z) ∈ R 3 | 3x + 5 y − 6 z = 0} base Im( T ) : {(−1,3,2 ), (2,0,1)} 2 − 1 3 24) a) [T ] BA = 2 3 4 b) [T ] BA = − 7 2 5 2 − 7 2 3 2 6 − 1 0 1 2 1 A 25) a) [T ] = 0 1 b) [T ] B = − 1 12 0 1 1 1 6 A B 0 26) [T (v )] B = 1 4 27) C = (0,4) ou C = ( 4,−2) 28) T ( x, y, z ) = ( −2 x, y,−4 x + y + 2 z ) 76 ♦ Apêndice C – Teoremas Teo33. Se T : V → W é uma transformação linear então T (0V ) = 0W . Teo34. Seja T : V → W uma transformação linear. Então T (k 1 ⋅ v1 + k 2 ⋅ v 2 + ... + k n ⋅ v n ) = k 1 ⋅ T (v1 ) + k 2 ⋅ T ( v 2 ) + ... + k n ⋅ T (v n ) , para quaisquer v1 , v 2 ,..., v n ∈V e para quaisquer k1 , k 2 ,..., k n ∈ R . dem.: (indução em n). Base: Para k = 2 . T (k 1 ⋅ v1 + k 2 ⋅ v 2 ) = T (k 1 ⋅ v 1 ) + T (k 2 ⋅ v 2 ) = k1 ⋅ T (v 1 ) + k 2 ⋅ T (v 2 ) por TL1 e TL2. Passo: (Hipótese de Indução) Supor que vale a igualdade para k ∈ N, k > 2 , isto é, T (k 1 ⋅ v1 + k 2 ⋅ v 2 + ... + k n ⋅ v n ) = k1 ⋅ T (v1 ) + k 2 ⋅ T (v 2 ) + ... + k n ⋅ T ( v n ) . Vale a igualdade para k + 1 vetores ? T ((k1 ⋅ v1 + k 2 ⋅ v 2 + ... + k n ⋅ v n ) + k n +1 ⋅ v n +1 ) = por TL1. T (k 1 ⋅ v 1 + k 2 ⋅ v 2 + ... + k n ⋅ v n ) + T ( k n +1 ⋅ v n +1 ) = por TL2. T (k 1 ⋅ v 1 + k 2 ⋅ v 2 + ... + k n ⋅ v n ) + k n +1 ⋅ T (v n +1 ) = por hipótese de indução. k1 ⋅ T ( v1 ) + k 2 ⋅ T (v 2 ) + ... + k n ⋅ T (v n ) + k n +1 ⋅ T ( v n +1 ) . Assim, T (k 1 ⋅ v1 + ... + k n ⋅ v n + k n +1 ⋅ v n +1 ) = k1 ⋅ T ( v1 ) + ... + k n ⋅ T (v n ) + k n +1 ⋅ T ( v n +1 ) Logo, vale a igualdade para todo n ∈ N, n ≥ 2 . Corolário34: Sabendo-se as imagens dos vetores de uma base do espaço vetorial V é possível determinar a transformação linear T : V → W . Teo35. Seja T : V → W é uma transformação linear. Então i) T (− v ) = −T (v ) , para todo v∈V . ii) T (v − u ) = T (v ) − T (u ) , para quaisquer v, u ∈ V . Teo36. Seja T : V → W uma transformação linear e S um subespaço vetorial do espaço vetorial V então T ( S ) = {w ∈W | existe s ∈ S tal que T ( s ) = w} é um subespaço vetorial do espaço W. dem.: (Sub1) Por hipótese, S ≤ V . Por Sub1, 0V ∈ S . Pelo Teo33, T (0V ) = 0W . Logo, 0W ∈ T (S ) . (Sub2) Sejam w1 , w 2 ∈ T ( S ) . Então, existem v1 , v 2 ∈ S tais que T (v1 ) = w1 e T (v 2 ) = w 2 . Assim, w1 + w 2 = T ( v1 ) + T (v 2 ) = T (v1 + v 2 ) por TL1. Como, S ≤ V . Pelo fechamento para operação de adição em S, v1 + v 2 ∈ S . Então, w1 + w 2 ∈ T ( S ) . Logo, vale o fechamento para operação de adição em T (S ) . (Sub3) Sejam w ∈T ( S ) e k ∈ R . Então, existe v ∈ S tal que T (v ) = w . Assim, k ⋅ w = k ⋅ T (v ) = T (k ⋅ v) por TL2. Como, S ≤ V . Pelo fechamento para operação de multiplicação por escalar em S, k ⋅ v ∈ S . Então, k ⋅ w ∈ T (S ) . 77 Logo, vale o fechamento para operação de multiplicação por escalar em T (S ) . Teo37. N (T ) é um subespaço vetorial de V. Teo38. Im(T ) é um subespaço vetorial de W. Teo39. (Teorema do Núcleo e da Imagem) Seja T : V → W uma transformação linear . Então dimV = dim N (T ) + dim Im( T ) . dem.: Considere dim N (T ) = t e {v1 , v 2 ,..., v t } ⊆ N (T ) uma base para N (T ) . Seja dim Im( T ) = s e {w1 , w 2 ,..., w s } ⊆ Im( T ) uma base para Im(T ) . Existem u1 , u 2 ,..., u s ∈ V tais que T (u1 ) = w1 , T (u 2 ) = w 2 ,..., T (u s ) = w s . (1) Considere o conjunto {v1 ,..., v t , u1 ,..., u s } ⊆ V . Se v∈V então T (v ) ∈ Im( T ) . Como [w1 ,..., w s ] = Im( T ) , existem l1 ,..., l s ∈ R tais que T (v ) = l1 ⋅ w1 + ... + l s ⋅ w s . (2) Considere o vetor u = l1 ⋅ u1 + ... + l s ⋅ u s − v . (3) Assim, T (u ) = T (l1 ⋅ u1 + ... + l s ⋅ u s − v) . Pelo Teo34, T (u ) = l1 ⋅ T (u1 ) + ... + ls ⋅ T (us ) − T ( v) . De (1), T (u ) = l1 ⋅ w1 + ... + l s ⋅ w s − T (v ) . De (2), T (u ) = T ( v) − T (v ) . Assim, T (u ) = 0 W . Então, u∈ N (T ) . Mas, [v1 ,..., v t ] = N (T ) . Então, existem k1 ,..., k t ∈ R tais que u = k1 ⋅ v1 + ... + k t ⋅ v t . (4) De (3) e (4), l1 ⋅ u1 + ... + l s ⋅ u s − v = k1 ⋅ v1 + ... + k t ⋅ v t . Assim, v = l1 ⋅ u1 + ... + l s ⋅ u s − k 1 ⋅ v1 − ... − k t ⋅ v t . Então, [v1 ,..., v t , u1 ,..., u s ] = V . (5) Seja k1 ⋅ v1 + ... + k t ⋅ v t + k t +1 ⋅ u1 + ... + k t + s ⋅ u s = 0 V , com k1 ,..., k t +s ∈ R . (6) Assim, T (k 1 ⋅ v 1 + ... + k t ⋅ v t + k t +1 ⋅ u1 + ... + k t +s ⋅ u s ) = T (0V ) . Pelo Teo33, T (k 1 ⋅ v1 + ... + k t ⋅ v t + k t +1 ⋅ u1 + ... + k t +s ⋅ u s ) = 0W . Pelo Teo34, k1 ⋅ T (v 1 ) + ... + k t ⋅ T ( v t ) + k t +1 ⋅ T (u1 ) + ... + k t +s ⋅ T (u s ) = 0W Mas, {v1 ,..., v t } ⊆ N (T ) . Então, T (v1 ) = 0 W ,..., T ( v t ) = 0 W . (7) De (1) e (7), k1 ⋅ 0 W + ... + k t ⋅ 0 W + k t +1 ⋅ w1 + ... + k t +s ⋅ w s = 0 W . Assim, k t +1 ⋅ w1 + ... + k t +s ⋅ w s = 0 W . Como, {w1 ,..., w s } é uma base para Im(T ) . Então, {w1 ,..., w s } é linearmente independente. Tem-se, k t +1 = ... = k t + s = 0 . Substituindo em (6), k1 ⋅ v1 + ... + k t ⋅ v t = 0V . Como, {v1 ,..., v t } é uma base para N (T ) . Então, {v1 ,..., v t } é linearmente independente. Tem-se, k1 = ... = k t = 0 . Então, {v1 ,..., v t , u1 ,..., u s } é linearmente independente. (8) 78 De (5) e (8), {v1 ,..., v t , u1 ,..., u s } é uma base de V. Logo, dimV = t + s = dim N (T ) + dim Im( T ) . Teo40. Seja T : V → W é uma transformação linear. T é uma transformação linear injetora se e somente se N (T ) = {0 V } . dem.: (→) Se T é uma transformação linear injetora então N (T ) = {0 V } ? Considere v ∈ N (T ) qualquer. Então, T (v ) = 0 W . Pelo Teo33, T (0V ) = 0W . Assim, T (v ) = T (0V ) . Como T é uma transformação linear injetora. Se T (v ) = T (0V ) então v = 0V . Logo, N (T ) = {0 V } . (←) Se N (T ) = {0 V } então T é uma transformação linear injetora ? Sejam v, u ∈V tais que T (v ) = T (u ) . Assim, T (v ) − T (u) = 0W . Pelo Teo35, T (v − u ) = 0W . Mas, N (T ) = {0 V } . Assim, v − u = 0 V . Então, v = u . Logo, T é uma transformação linear injetora. Teo41.Seja T : V → W é uma transformação linear injetora e {v1 , v 2 ,..., v n } ⊆ V um conjunto de vetores linearmente independente. O conjunto {T ( v1 ), T ( v 2 ),..., T ( v n )} ⊆ W também é linearmente independente. Teo42.Seja T : V → W é uma transformação linear injetora e dimV = dim W . Então a transformação linear T é sobrejetora. Teo43.Seja T : V → W uma transformação. A transformação T é bijetora se e somente se for invertível. Teo44. Seja T : V → W uma transformação linear e {v1 , v 2 ,..., v n } ⊆ V . Se [v1 , v 2 ,..., v n ] = V então [T (v1 ), T (v 2 ),..., T (v n )] = Im( T ) . Teo45. Sejam T : V → W e R : W → U transformações lineares. Então a transformação composta ( R o T ) : V → U tal que ( R o T )(v ) = R (T (v )) é linear. Teo46. Sejam T : V → W e R : W → U transformações lineares bijetoras. Então i) a transformação inversa T −1 : W → V é linear. ii) ( R o T ) −1 = T −1 o R −1 Teo47. Seja Q : V → W , R : V → W , S : W → U e T : W → U transformações lineares e k ∈ R . Então i) (S + T ) o Q = (S o Q) + (T o Q) ii) T o (Q + R ) = (T o Q ) + (T o R ) iii) (k ⋅ T ) o Q = k ⋅ (T o Q ) = T o (k ⋅ Q) 79 Teo48.Sejam V e W espaços vetoriais e {v1 , v 2 ,..., v n } uma base V. Se o vetor v i pode ser associado a um vetor w i ∈W , para todo i = 1,..., n então existe uma única transformação linear T : V → W tal que T (v i ) = wi , para todo i = 1,..., n . Teo49. Seja L(V , W ) (ou Hom(V , W ) ) o conjunto de todas as transformações lineares de V em W e as seguintes operações: + : L(V , W ) × L (V , W ) → L(V , W ) (T1 , T2 ) a T1 + T2 tal que (T1 + T2 )(v ) = T1 (v ) + T 2 (v ) ⋅ : R × L (V , W ) → L(V ,W ) (k , T ) a k ⋅ T tal que ( k ⋅ T )(v ) = k ⋅ T (v ) Então [ L(V , W ), R ,+,⋅] é um espaço vetorial. Teo50. Se dimV = n e dimW = m então dim L (V , W ) = nm . O conjunto L(V , R ) ou Hom(V , R) ou V * de todos os funcionais de V em R é denominado espaço vetorial dual de V. Teo51. Seja V um R-espaço vetorial munido de um produto interno e um dado vetor u ∈ V . A função f u : V → R tal que f (v) =< u, v > é um funcional. Teo52. Seja V um R-espaço vetorial munido de um produto interno. A função T : V → V * tal que T (v ) = f v é uma transformação linear. Teo53. Sejam V um R-espaço vetorial munido de um produto interno e f : V → R um funcional. Então existe um único vetor v ∈ V tal que f (u ) =< v, u > , para todo u ∈ V , isto é, a função T : V → V * tal que T (v ) = f v é um isomorfismo. Corolário53. Se dimV = n então dimV * = n . 80