a valorizacao da filosofia contemporanea no ensino fundamental na

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FACULDADE DO MÉDIO PARNAÍBA
ESPECIALIZAÇÃO EM FILOSOFIA CONTEMPORÂNEA
A VALORIZAÇÃO DA FILOSOFIA CONTEMPORÂNEA NO ENSINO
FUNDAMENTAL NA VISÃO DE PAULO FREIRE
CAXIAS-MA
2010
1
MILENE FERNANDES DA SILVA PEREIRA
A VALORIZAÇÃO DA FILOSOFIA CONTEMPORÂNEA NO ENSINO
FUNDAMENTAL NA VISÃO DE PAULO FREIRE
Artigo apresentado como requisito para obtenção do
Certificado de Conclusão do Curso Especialização em
Filosofia Contemporânea pela Faculdade do Médio
Parnaíba – Campus Caxias-Ma.
Orientadora: Profª Francisca Jelma da Cruz Sousa.
CAXIAS-MA
2010
2
SUMÁRIO
RESUMO ................................................................................................................... 03
1 INTRODUÇÃO........................................................................................................03
2 DESENVOLVIMENTO ...........................................................................................05
2.1 Reflexões sobre a educação................................................................................09
2.2 Quem é o Educador para Paulo Freire................................................................14
2.3 Ensinar para Freire..............................................................................................15
2.4 Quem são os educandos para Paulo Freire .........................................................17
2.5 Reflexões sobre a Filosofia da Educação ...........................................................19
3 CONCLUSÃO..........................................................................................................22
REFERÊNCIAS ..........................................................................................................23
3
A VALORIZAÇÃO DA FILOSOFIA CONTEMPORÂNEA NO ENSINO
FUNDAMENTAL NA VISÃO DE PAULO FREIRE1
PEREIRA, Milene Fernandes da Silva2
RESUMO: O presente trabalho teve como objeto de investigação a importância da filosofia
contemporânea no ensino fundamental baseando no método e suas praticas educativas de
Paulo Freire. Teve-se como pressuposto fundamental para discorrer o assunto em pauta o
método de educação de Paulo Freire, método este que tem como visão primordial a educação
de no ensino fundamental, onde neste método o autor expõe a essencialidade do componente
estético da formação do educador e educando. O presente trabalho surgiu da preocupação a
partir do meu interesse pela filosofia voltada para o ensino fundamental, Onde se percebeu
que alguns alunos não gostam de filosofia por não ter o verdadeiro conhecimento filosófico e
não sebe ler e dialogar, a falta de aproximação entre professor e educando, que é de extrema
importância na vida do aluno. Para alcançar o objetivo proposto utilizou-se para realização
deste estudo a pesquisa bibliográfica através de leituras em livros e periódicos especializados.
O presente trabalho encontra-se estruturado da seguinte forma: inicialmente descreveu-se aos
saberes necessários á praticas educativas de Paulo Freire; em seguida delineou-se as fases de
aplicação do método, pressupostos do método, por último teceu-se as considerações finais
sobre o trabalho.
Palavras - Chave: A Valorização; Filosofia; Paulo Freire; Educador; Ensino Fundamental.
1 INTRODUÇÃO
Percebemos hoje certa desvalorização da Filosofia que é vista, muitas vezes, como
um saber que não apresenta resultados imediatos, logo, não tem utilidade para a sociedade,
que reivindica para si, conhecimentos científicos que possam trazer benefícios práticos para a
vida.
Mas ela se faz necessária para todos, pois no mundo globalizado de hoje, o homem
não pára mais para refletir sobre sua condição humana, já que seus esforços estão voltados à
busca incessante pela tecnologia e isso vem fazendo com que ele se subordine cada vez mais à
máquina onde “... de criador o homem passou a ser criatura de sua criação (...)” (Maia, 1998),
___________________________
1
Artigo Científico Apresentado ao Curso de Pós Graduação em Filosofia Contemporânea como Pré Requisito
Necessário para Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), sob Orientação da Professora Especialista Jelma da
Cruz Sousa.
2
Estudante do Curso de Pós Graduação em Filosofia Contemporânea , da Faculdade do Médio Parnaíba –
FAMEP, Caxias – MA.
4
perdendo desta forma o seu humanismo, sem pensarmos com isso em uma relação
maniqueísta entre o homem e a tecnologia.
É mister então, o retorno da atitude filosófica, que é caracterizada pela indagação,
principalmente nos problemas que concernem à educação, visto que a mesma, vem sofrendo
muitas transformações no decorrer do período histórico, que estão sendo acompanhadas de
forma crítica por alguns educadores mas que necessitam da atenção de todos os demais, pois
precisamos entender a escola que tínhamos e temos para saber então, a que queremos e lutar
para que a mesma seja efetivada (MORAES; MONTEIRO, 2002).
Neste sentido, o presente trabalho teve como objetivo analisar a importância da
valorização da Filosofia Contemporânea no Ensino Fundamental, apoiada nas práticas
metodológicas de Paulo Freire. Práticas educativas que têm uma visão primordial fazer com
que o aluno tenha um conhecimento filosófico amplo, que venha servir de subsídios nas suas
questões que vivenciam ou que venha a vivenciar no futuro. Favorecendo seus
desenvolvimentos e idéias próprias conceito, éticos, direito deveres, e acima de tudo seu
próprio valor. Para alcançar o objetivo proposto utilizou-se a pesquisa de revisão bibliográfica
co abordagem de natureza qualitativa.
Entendemos, portanto, que seja indispensável que aos alunos do ensino fundamental
seja ofertado uma boa disciplina de Filosofia, para que eles possam atuar posteriormente, de
forma mais crítica, numa realidade educacional complexa e que muitas vezes escamoteia suas
finalidades. É essencial que estes professores em potencial se mantenham em vigilância
crítica diante da realidade. E esta vigilância crítica é propiciada pelo estudo da Filosofia que é
ministrada pelos professores de Filosofia da Educação devendo estes, portanto, guiarem seus
alunos à construção de suas consciências filosóficas para que desta forma, eles possam atuar
na realidade educacional como mais que professores, na verdade, como educadores.
Dados esses procedimentos como razões suficientes para justificar o presente estudo
bem como o objetivo geral da pesquisa trata-se de valorizar a filosofia contemporânea e
propiciar ao aluno do ensino fundamental obter uma visão filosófica ampla, especificamente
atingir com essa pesquisa é o despertar ao aluno o gosto pela filosofia contemporânea
adquirindo novos conhecimentos e compreender a filosofia em sala de aula, buscando
respostas científicas para os problemas mencionados.
O professor tem que estar ciente de suas atitudes que podem influenciar
profundamente na vida do aluno positivo ou negativamente, e entender, em certas ocasiões,
pontos falhos do aluno tem que ajudá-lo, com humildade e tolerância proporcionando o
5
dialogo entre ambos amando todos de maneira iguais, essa postura ética é essencial para o
professor que é chamada de ética universal do ser humano, o homem e a mulher para o autor
são os únicos seres capazes de com alegria e esperança de suas mudanças, pois ao ensinar se
aprende e aprendendo se ensina.
2 Desenvolvimento
Define-se o Período Contemporâneo da Filosofia como aquele em que se consuma a
superação do positivismo, entendido globalmente como a crença no desaparecimento dos
problemas que sustentaram a meditação filosófica através dos tempos, graças ao progresso das
ciências. Apenas para explicitar o que tenho em mira, tal superação está consumada na
Alemanha na altura da Primeira Guerra Mundial, quando há de novo uma corrente filosófica
dominante, o neokantismo, principal marco referencial da Filosofia contemporânea naquele
país (PAIM, 2007).
Partindo deste pressuposto, qual seria o objetivo principal da filosofia contemporânea
no ensino fundamental? Nada mais natural, portanto, que substituir a preocupação central com
os conteúdos por uma identificação das competências que, se imagina, e as quais terão as
necessidade de adquirir em seu processo de ensino fundamental, priorizando as experiências
sociais de cada aluno. É nesse sentido que o conhecimento da filosofia mera alcançar e
aprimorar uma visão critica do aluno em um objetivo em si mesmo, mas que passa a ser
compreendido como um instrumento para a compreensão do mundo.
O que levou a fazer esta pesquisa foi o interesse pelas novas práticas filosóficas
educativas, que basta mudar a forma de condução das aulas no sentido de priorizar as
necessidade do aluno e discutir e analisar suas questões, almejando uma mudança cultural,
social e política do educando, pois estamos vivendo em uma época em que a sociedade sofre
grandes transformações rápidas, no qual, as pessoas são capazes de alcançar e muitas vezes
imprevisíveis, em todos os setores, classe sociais e culturais da vida humana. Pois, faz se
necessário dizer que a filosofia é extremamente necessária na construção da aprendizagem
do aluno e obter um conhecimento seguro.
E nos levam aos questionamentos que levará a avaliar nossas formas de vida, e que se
forem, de fato, as melhores escolhas para nós, elas serão mantidas tal e qual se apresentam,
não teríamos o que temer. “Se considerássemos também que, caso descubramos que nossas
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formas de vida não são as melhores escolhas, teríamos a possibilidade de modificá-las,
tornando nossas vidas melhores, pensar por si mesma”, capaz de refletir sobre seu processo
social e de buscar caminhos para construir novas formas de vida.
O principal objetivo da filosofia é promover a sociedade para que as pessoas possam
viver melhor, nos apontando os caminhos de multiplicidade de maneiras de pensar e nos
levando aos conceitos de formas de acontecimento na ação da criação. Consiste em
reaprender a ver o mundo, e nos possibilita levantar soluções, proporcionando um olhar
vivenciado de forma critica, atuante decisivo em todas as ações, planejamento projeto e
concepções da vida prática.
A realidade do educando no sentido de compreender as diferenças culturais e as
distâncias lingüísticas existentes na escola para que o educador possa planejar e executar o
curso, selecionar os objetivos educacionais, os métodos de ensino e a própria avaliação do
processo ensino-aprendizagem. A realidade que o aluno conhece e vive não é somente aquela
empiricamente apreendida; é também, a realidade sonhada, a das idéias, das crenças, das
emoções, das aspirações, das fantasias, dos desejos (FREIRE, 1979).
O docente quando tenta conhecer a realidade do aluno costuma dar mais importância
aos aspectos empíricos que constituem uma parte desta realidade, e impõe a ela um
significado diferente do que o aluno lhe atribui. Desconhece as dimensões simbólicas da
realidade, sem o quê é impossível ter acesso ao mundo do educando e visão sobre ele. Para
Freire, a comunicação não é apenas fundamental nas relações humanas, mas a inter-relação de
seus elementos básicos permite certa autonomia ao processo educativo. O esquema
comunicativo básico na relação educador - educando deve ser uma relação social igualitária e
dialogal, que produza conhecimento (LIMA, 1996, p.621).
A pedagogia da autonomia nos revela a essência do grandioso educador cujo
objetivo voltado para a construção da formação do professor e suas relações com o educando,
suas reflexões criticas do processo de busca educativas, sem duvidas foi uma das maiores
inspirações de Freire que introduz essa obra esclarecendo suas razões para analisar as praticas
pedagógicas dos professores em relação á autonomia de ser e de saber do educando,
priorizando as necessidades e as praticas educativas, e o conhecimento que o aluno traz para
a sala de aula.
Segundo Freire (1996), enfatizar que o pensamento do professor não é superior e
nem mais inteligente, porque pode dominar o conhecimento que o aluno ainda não domina,
mas o aluno participa da mesma forma do processo da construção da aprendizagem.
7
O educador tem que amar o que faz e a sua profissão e saber amar, e acima de tudo
querer bem os educando dedicar-se doar-se e trocar experiências gostar de aprender incentivar
a aprendizagem sentindo prazer em ver seu aluno descobrindo os conhecimentos, nunca
descartar as possibilidades a respeito dos saberes do educando como falsa separação radical
entre seriedade do professor e a afetividade do aluno, com muita responsabilidade e ética,
competente segurança e generoso, não rejeitar qualquer discriminação entre raça classe e meio
social cultural e econômico (FREIRE, 1996).
Em fim precisando estar sempre disposto para ouvir e dialogar fazendo momento de
liberdades para seus alunos possa debater e compreender suas aulas, percebendo os
problemas educativos da sociedade, e seus principais pontos cardeais a rigorosidade
metódica, a pesquisa, a ética e estética o melhor a competência profissional, o respeito pelos
saberes do educando e o reconhecimento de suas identidades social e cultural.
O professor tem que estar ciente de suas atitudes pode influenciar profundamente na
vida do aluno positivo ou negativamente, e entender, em certas ocasiões, pontos falhos do
aluno tem que ajudá-lo, com humildade e tolerância proporcionando o diálogo entre ambos
amando todos de maneira iguais, essa postura ética é essencial para o professor que é
chamada de ética universal do ser humano, o homem e a mulher para o autor são os únicos
seres capazes de com alegria e esperança de suas mudanças, pois ao ensinar se aprende e
aprendendo se ensina.
O educador tem que amar o que faz e a sua profissão e saber amar, e acima de tudo
querer bem os educando dedicar-se doar-se e trocar experiências gostar de aprender incentivar
a aprendizagem sentindo prazer em ver seu aluno descobrindo os conhecimentos, nunca
descartar as possibilidades a respeito dos saberes do educando como falsa separação radical
entre seriedade do professor e a afetividade do aluno, com muita responsabilidade e ética,
competente segurança e generoso, não rejeitar qualquer discriminação entre raça classe e meio
social cultural e econômico (FREIRE, 1979).
Em fim precisando estar sempre disposto para ouvir e dialogar fazendo momento de
liberdades para seus alunos possa debater e compreender suas aulas, percebendo os
problemas educativos da sociedade, e seus principais pontos cardeais a rigorosidade
metódica, a pesquisa, a ética e estética o melhor a competência profissional, o respeito pelos
saberes do educando e o reconhecimento de suas identidades social e cultural.
O professor tem que estar ciente de suas atitudes pode influenciar profundamente na
vida do aluno positivo ou negativamente, e entender, em certas ocasiões, pontos falhos do
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aluno tem que ajudá-lo, com humildade e tolerância proporcionando o dialogo entre ambos
amando todos de maneira igual, essa postura ética é essencial para o
professor que é
chamada de ética universal do ser humano, o homem e a mulher para o autor são os únicos
seres capazes de com alegria e esperança de suas mudanças, pois ao ensinar se aprende e
aprendendo se ensina.
O método proposto por Paulo Freire sugere e estimula a inserção do adulto iletrado no
seu contexto social e político, na sua realidade, promovendo o despertar para a cidadania
plena e transformação social (FREIRE, 1982).
Este método consiste de três momentos dialéticos e interdisciplinarmente entrelaçados:
a) A investigação - temática pela qual aluno e professor buscam, no universo vocabular do
aluno
b) A tematização - momento da tomada de consciência do mundo, através da análise dos
significados sociais dos temas e palavra; e da sociedade onde ele vive as palavras e temas
centrais de sua biografia;
c) A problematização – etapa na qual eles buscam superar uma primeira visão mágica por uma
visão crítica, partindo para a transformação do contexto vivido.
Pressupostos do método no processo de Estudo da Realidade (fala do educando) e a
Organização dos Dados (fala do educador). Surgem os temas geradores, extraídos da
problematização e da prática de vida dos educandos. Os conteúdos de ensino são resultados de
uma metodologia dialógica. Por isso cada pessoa, cada grupo envolvido na ação pedagógica
dispõe em si próprio, ainda que de forma rudimentar, dos conteúdos necessários dos quais
partes.
Partindo deste pressuposto Barreto (1998, p. 4) descreve que:
[...] o importante não é transmitir conteúdos específicos, mas despertar uma nova
forma de relação com a experiência vivida, por isto a transmissão de conteúdos
estruturados fora do contexto social do educando é considerada “invasão cultural”
ou “depósito de informações”, ou seja, não emergiu do saber popular. Portanto, antes
de qualquer coisa, é preciso conhecer o aluno enquanto individuo inserido num
contexto social de onde deverá sair o conteúdo a ser trabalhado.
Faz-se necessário dizer que é de extrema importância que o educador seja um autor
construtor, facilitador, e formadores de conteúdos em um processo de construção de
conhecimentos e aprendizagem criando as possibilidades em troca de ensinamentos, sendo
conhecedor de suas necessidades de acordo com suas realidades de sua vida social cultural e
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política sem quaisquer formas de discriminação aceitando os riscos e desafios inovando, com
muita ética e responsabilidade, e o mais importante amar o que faz e conhecer o educando
partindo desta afirmação podemos
trabalhar o conteúdo que nos almejamos como
educadores.
2.1 Reflexões sobre a Educação
Para Paulo Freire é preciso considerar a realidade social que está pautada na trama das
relações e das correlações de forças que formam a totalidade social. É preciso perceber as
particularidades na totalidade, porque nenhum fato ou fenômeno se justifica por si mesmo,
isolado do contexto social onde é gerado e se desenvolve.
O homem e a mulher como seres sociais são capazes de agir, de representar sua ação e
expressá-la de modo objetivado. No momento de criar e recriar a realidade procuram
representá-la. No entanto, o discurso que os homens e mulheres fazem da sua situação
concreta é conflituoso, visto que o lugar que ocupam na sociedade também o é. Seus discursos
são submetidos a pressões particulares de interesses de classes sociais. Dessa forma, as
representações ideológicas são determinadas pelas estruturas das relações sociais.
É a unidade dialética que gera um atuar e um pensar críticos sobre a realidade para
transformá-la. A consciência crítica é anárquica. Não poderá conduzir à desordem. Entretanto,
não é a conscientização que pode levar o povo a “fanatismos destrutivos”. Pelo contrário,
somente a conscientização poderá inseri-lo no processo histórico, como sujeito, evitando os
fanatismos e propiciando uma visão crítica da realidade, evitando, assim, o medo da
liberdade. No entender de Paulo Freire (2002, p. 24), “O medo da liberdade, de que
necessariamente não tem consciência o seu portador, o faz ver o que não existe”.
O compromisso, próprio da existência humana, só existe no engajamento com a
realidade e só assim ele é verdadeiro. A neutralidade frente aos valores, ao histórico, ao
mundo, acaba por refletir o medo que se tem de revelar o compromisso contra os homens, sua
humanização, por parte daqueles que se dizem neutros. Estão “comprometidos” consigo
mesmo, com seus interesses e como este não é um compromisso real e verdadeiro, assumem
uma neutralidade impossível.
Faz-se necessário reconhecer a humanização não apenas como viabilidade ontológica,
mas como realidade histórica. Humanização e desumanização estão inseridas na história num
contexto real, concreto e são possibilidades dos homens como seres inconclusos e conscientes
10
de sua inconclusão.
Ao visualizar o inédito viável como um sonho, uma utopia, como algo que se
concretiza no cotidiano, o homem e a mulher começam a desvelar a sua libertação como
realidade possível de ser alcançada. O estar no mundo significa empenharem-se em ações,
reflexões e lutas. O homem e a mulher oprimidos, abstratos, a - históricos, passam a fazer
parte do mundo, com uma percepção consciente, crítica e participativa, o que representa sua
vocação ontológica. Diz Freire (2001, p. 85):
Nunca falo da utopia como uma impossibilidade que, às vezes, pode dar certo.
Menos ainda, jamais falo da utopia como refúgio dos que não atuam ou [como]
inalcançável pronúncia de quem apenas devaneia. Falo da utopia, pelo contrário,
como necessidade fundamental do ser humano. Faz parte de sua natureza, histórica e
socialmente constituindo-se, que homens e mulheres não prescindam em condições
normais, do sonho e da utopia.
De acordo com a utopia vivemos em um mundo socialmente capaz de designar que as
pessoas existiriam em uma sociedade perfeita, onde imaginaria na qual todos os cidadãos
seria iguais e viveria em uma harmonia, que seria uma necessidade essencial do ser humano,
com essa definição tentamos passar um plano que não entendemos e não podemos penetrar, se
dizermos que a vida é uma utopia, seria então inverdades para uns , mas encontrarmos outros
que concordariam com este ideal, e podemos perguntar o que seria verdadeiramente real?.
Vygotsky aponta que construir conhecimento implica numa ação partilhada, que
implica num processo de mediação entre sujeitos. Nessa perspectiva, a interação social é
condição indispensável para a aprendizagem. A heterogeneidade do grupo enriquece o
diálogo, a cooperação e a informação, ampliando conseqüentemente as capacidades
individuais. As relações sociais se convergem em funções mentais.
Do ponto de vista do processo de formação da mente humana, Vygotsky (1991a, p.64)
evidencia o processo de internalização, que consiste em várias transformações:
a) Uma operação que inicialmente representa uma atividade externa é reconstruída e
começa a ocorrer internamente. [...] b) Um processo interpessoal é transformado
num processo intrapessoal. Todas as funções no desenvolvimento da criança
aparecem duas vezes: primeiro, no nível social, e, depois, no nível individual;
primeiro, entre pessoas (interpsicológica), e, depois, no interior da criança
(intrapsicológica). [...] c) A transformação de um processo interpessoal num
processo intrapessoal é o resultado de uma longa série de eventos ocorridos ao longo
do desenvolvimento.
11
Assim, a partir da mediação do outro ocorre o desenvolvimento dos níveis superiores
da mente. Através da mediação a criança se apropria dos modos de comportamento e da
cultura, representativos da história da humanidade.
Vygotsky afirma o desenvolvimento cultural como desenvolvimento social, mas não
no sentido literal do desenvolvimento das aptidões latentes e, muitas vezes, vindas de fora.
Mais freqüentemente, o deslocamento de estruturas do exterior para o interior: uma relação de
ontogenia
e
filogenia
diferente
da
ocorrida
no
desenvolvimento
orgânico.
No
desenvolvimento orgânico, a filogenia é potencial e é repetida na ontogenia. No
desenvolvimento social, existe uma interação real entre filogenia e ontogenia e essa interação
constitui a principal força impulsionadora de todo o desenvolvimento.
A proposição da educação como um ato dialógico por Paulo Freire e da linguagem
como principal elemento mediador no processo educacional por Vygotsky, traz como ponto
comum a centralidade do diálogo na ação pedagógica.
Paulo Freire defende a educação como ato dialógico, destacando a necessidade de uma
razão dialógica comunicativa onde o ato de conhecer e de pensar estariam diretamente
relacionados. O conhecimento seria um ato histórico, gnosiológico, lógico e também
dialógico.
Paulo Freire (1985) destaca o diálogo como a forma mais segura para a educação e a
libertação de todos os homens, opressores e oprimidos. A forma imperativa de transmissão do
conhecimento, característica do modelo tradicional, só faz, segundo ele, reforçar a dominação
cultural e política, impedindo a conscientização dos homens.
Acredita na arte do diálogo, na contraposição de idéias que leva a outras idéias. Em sua teoria
fica claro que o diálogo consiste em uma relação horizontal e não vertical entre as pessoas
envolvidas em uma relação.
De acordo com Vygotsky (1991b), são estreitas as relações que ligam o pensamento
humano à linguagem, uma vez que os significados das palavras, que são construídos
socialmente, cumprem tanto a ação de representação quanto a de generalização, o que permite
a reconstrução do real ao nível do simbólico. Essa reconstrução representa a condição de
criação de um universo cultural e a construção de sistemas lógicos de pensamento, que
possibilitam a elaboração de sistemas explicativos da realidade. Do mesmo modo, essa dupla
função permite a comunicação da experiência individual e coletiva.
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Vygotsky (1991b, p. 131-132) conclui que:
A relação entre o pensamento e a palavra é um processo vivo: o pensamento nasce
através das palavras. Uma palavra desprovida de pensamento é uma coisa morta, e
um pensamento não expresso por palavras permanece uma sombra. A relação entre
eles não é, no entanto, algo já formado e constante; surge ao longo do
desenvolvimento e também se modifica. [...] As palavras desempenham um papel
central não só no desenvolvimento do pensamento, mas também na evolução
histórica da consciência como um todo. Uma palavra é um microcosmo da
consciência humana.
A noção da construção do conhecimento de ambos tem o mesmo ponto de partida e de
chegada. Freire aponta como ponto de partida as necessidades populares e Vygotsky, os
conhecimentos espontâneos; os dois apontam o conhecimento científico como ponto de chegada.
Paulo Freire aponta o conhecimento como produto das relações entre os seres humanos e
destes com o mundo. Os seres humanos devem buscar respostas para os desafios encontrados
nestas relações. Para isso devem reconhecer a questão, compreende-la e imaginar formas de
responde-la adequadamente. Daí outras questões se colocam e novos desafios aparecem. Assim se
constitui o conhecimento, ou seja, a partir das necessidades humanas. Conhecer, na teoria
freireana, é uma aventura pessoal num contexto social. Paulo Freire aponta ainda o conhecimento
relacional. Diz ele (2001, p. 53):
O envolvimento necessário da curiosidade humana gera, indiscutivelmente, achados
que, no fundo, são ora objetos cognoscíveis em processo de desvelamento, ora o
próprio processo relacional, que abre possibilidades aos sujeitos da relação da
produção de inter-conhecimentos. O conhecimento relacional, no fundo, interrelacional, “molhado” de intuições, adivinhações, desejos, aspirações, dúvidas,
medo a que não falta, porém, razão também, tem qualidade diferente do
conhecimento que se tem do objeto apreendido na sua substantividade pelo esforço
da curiosidade epistemológica.
Vive-se um momento de profundas transformações. Não se sabe ao certo para onde se
caminha e nem qual o caminho a trilhar. A sociedade atual encontra-se em profunda crise, na
qual somos remetidos a repensar nossos valores e atitudes. Como nos aponta Gramsci, citado
por Gadotti (1998, p. 86), «vivemos um momento histórico no qual o bloco hegemônico
dominante entra em crise, frente à ameaça de um novo bloco histórico».
Nesse contexto incerto, o papel do profissional da educação precisa ser repensado.
Segundo Gadotti (1998), faz-se mister que o professor se assuma enquanto um profissional do
humano, social e político, tomando partido e não sendo omisso, neutro, mas sim definindo
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para si de qual lado está, pois se apoiando nos ideais freire anos, ou se está a favor dos
oprimidos ou contra eles. Posicionando-se então este profissional não mais neutro, pode
ascender à sociedade usando a educação como instrumento de luta, levando a população a
uma consciência crítica que supere o senso comum, todavia não o desconsiderando.
Nessa perspectiva, entende-se que o povo de posse desse saber mais elaborado poderá
vir a ter condições de se proteger contra a exploração das classes dominantes se organizando
para a construção de uma sociedade melhor, menos excludente, e realmente democrática. Não
se pode esperar que tal organização brote espontaneamente, mas sim por meio da educação
que pode caminhar lado a lado com a prática política do povo. Sendo assim, o profissional da
educação assume aqui um papel, sobretudo político.
Educadores e educadoras precisam engajar-se social e politicamente, percebendo as
possibilidades da ação social e cultural na luta pela transformação das estruturas opressivas da
sociedade classista. Para isso, antes de tudo necessitam conhecer a sociedade em que atuam e
o nível social, econômico e cultural de seus alunos e alunas.
Precisam entender também que, analisando dialeticamente, não há conhecimento
absoluto, pois tudo está em constante transformação. Usando os dizeres de Gadotti (1998),
«todo saber traz consigo sua própria superação». Portanto, não há saber nem ignorância
absoluta: há apenas uma relativização do saber ou da ignorância. Por isso, educadores e
educadoras não podem se colocar na posição de ser superiores, que ensinam um grupo de
ignorantes, mas sim na posição humilde daqueles que comunicam um saber relativo a outros
que possuem outro saber relativo.
Como educador engajado em um processo de transformação social necessita-se que
esses profissionais acreditem na educação, e, mesmo não tendo uma visão ingênua,
acreditando que essa sozinha possa transformar a sociedade em que está inserida, e acreditem
que sem ela nenhuma transformação profunda se realizará.
É preciso confiar nessas mudanças e esperar o inesperado, pois como nos diz Edgar
Morin (2001, p. 92):
Na história, temos visto com freqüência, infelizmente, que o possível
se torna impossível e podemos pressentir que as mais ricas
possibilidades humanas permanecem ainda impossíveis de se realizar.
Mas vimos também que o inesperado torna-se possível e se realiza;
vimos com freqüência que o improvável se realiza mais do que o
provável; saibamos, então, esperar o inesperado e trabalhar pelo
improvável.
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No entanto, como professores e professoras se vêem frente a essas questões? Que
espaço reserva para discutir suas funções sociais? Será que no seu dia-a dia, entre uma escola
e outra, fazem tal reflexão ou acabam sucumbindo ao sistema, mergulhando num fazer sem
fim? A sociedade e a escola têm valorizado os profissionais da educação, ou, como nos aponta
Arroyo (2202, p. 9), vêem esses como «um apêndice, um recurso preparado, ou
despreparado?
Sendo assim, objetivou-se com a execução desse trabalho promover discussão teórica
que substanciasse a reflexão dos professores e professoras sobre o papel social de sua
formação, apoiando-se no referencial freireano. Para tal utilizou-se das seguintes
metodologias: pesquisa teórica sobre a importância da filosofia da educação, sobre o papel
social do professor, e sobre a politização do professor enquanto agente de transformação.
2.2 Quem é o Educador para Paulo Freire
É aquele que em sala problematiza é democrático; provoca discussão entre os
participantes, permite conhecer o homem e mulher como sujeitos da história, pois valoriza a
experiência de vida que cada um possui. Deve possuir competência no campo teórica,
competência técnica profissional. Engajamento político. Deve possuir compreensão e
compromisso com a realidade na qual trabalha. Na relação professor aluno, o professor se
coloca em círculo para dialogar e demonstrar igualdade, deixando claro que este apenas é
possuidor de conhecimentos teóricos.
O Educador deve agir como mediador do processo educacional, tem como meta
organizar os conteúdos de forma que se tenham informações de diversas áreas, sem que se
separem, estudando a questão como um todo (FREIRE, 1982).
O professor deve investigar o aluno, deve levar em consideração o conhecimento
prévio deles, encontrando mecanismo de fazer com o que os alunos dialoguem e reflitam
antes aceitar algum conceito como certezas absolutas e inabaláveis. Terá que fazer o exercício
da transferência dos conhecimentos que faça sentido ao ser humano. Para o educador a
motivação e essencial para toda é qualquer atividade humana. Em particular do ponto de vista
do educador não é possível afirmar que um determinado sujeito, esteja motivado para
aprender algo sem que tenha sido capaz de identificar, num segundo, certo grau de
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consciência do valor do aprendizado e do crescimento intelectual. A motivação de ambos,
alunos e mestre está tão ligada que é impossível tratar de uma sem a outra.
Em síntese, o papel do educador segundo Freire (1982), é mediar a aprendizagem,
priorizando, nesse processo, a bagagem de conhecimentos trazida por seus alunos, ajudandoos a transpor essas informações para o "conhecimento letrado". É aquele que já possui um
conhecimento e não e negado. Problematiza a realidade para compreendê-lo. Participa das
atividades, dialoga com professor.
Educar reflete o elemento central da pedagogia freiriana. Paulo Freire acreditava que a
Educação só cumpriria a sua função fundamental, qual seja, a humanização de mulheres e
homens, caso se transforma- em ferramenta de mudança social. Tinha consciência de que ela
não pode fazer a transformação social, em termos estruturais. Afirmava, porém, que nenhuma
mudança profunda na sociedade aconteceria sem a Educação. Por sua natureza, esse espaço
privilegiado da cultura não deve esperar os desdobramentos econômicos e políticos para
mudar. Para Freire, a Educação sozinha não revoluciona a sociedade, mas ela pode
transformar pessoas para linguagem, é o duplo movimento da existência humana de ler e
transformar o mundo.
2.3 Ensinar para Freire
Não é transmitir conhecimento, mas criar as possibilidades para a produção do saber
precisar pensar certo para só então ensinar e pensar certo deve ensinar os conteúdos mas
também ensinar a pensar certo norteando por este saber deve reforçar a capacidade critica do
educando auxiliando-o a tornar-se criador, investigador, inquieto, rigorosamente curioso,
humilde e persistente
Ensinar exige rigorosidade metódica. O educador na sua pratica docente deve
desenvolver sua a capacidade critica do educando levando em considerações as suas
curiosidade, uma das suas tarefas principais do educador é trabalhar com os educandos a
rigorosidade metódica, portanto o papel do educador não é só apenas ensinar os conteúdos e
sim ensinar a pensar certo essa é umas das condições necessárias éticos e gerador dos seus
próprios conhecimentos vivenciados. Exige pesquisa, na há saber e nem ensino sem pesquisa
porque diante das pesquisas é que encontramos o saber buscando e reprocurando só será
possível o conhecer e o saber, se tivermos a curiosidade e a capacidade de conhecer e saber
estimulando aos conhecimentos dos educando.
Exige respeito aos saberes dos educados. É preciso estabelecer umas intimidades entre
16
os saberes curriculares fundamentais aos alunos e a experiência social que eles têm como
indivíduos. Respeitar e utilizar esses saberes.
Exige estéticas e éticas Se, se respeita a natureza do ser humano, o ensino dos
conteúdos não pode dar-se alheio à formação moral do educando. Educar é formar com
estética e ética, só tornamos éticos quando seremos capazes de intervir, valorizar, escolher,
comparar, decidir e de romper, são estas as condições dadas aos seres éticos.
Exige a corporeificação das palavras pelo exemplo os professores ensina os conteúdos
que trabalha com rigorosidade de acordo a pensar certo, pensar certo é fazer certo,
trabalhando em clima de fazer certo buscando seriamente a segurança na sua argumentação
para assegurar o desenvolvimento do pensar do educando partindo daí irá a pensar e fazer
certo. Exige risco, aceitação do novo e rejeição a qualquer forma de discriminação.
Exige reflexão crítica sobre a prática. A prática docente crítica envolve o movimento
decidido e dialético entre o fazer e o pensar sobre o fazer. O "pensar certo" tem que ser
produzido pelo próprio aprendiz em comunhão com o professor formador. Não é transferir
conhecimentos, mas criar as possibilidades para a sua própria produção ou a sua construção.
Exige o reconhecimento de ser condicionado. Equivaler a seres condicionados, mas
conscientes do inacabado, e, por isso, sabemos que podemos ir além dele. Esta é a diferença
entre o ser condicionado e o ser determinado.
Exige respeito à autonomia do ser do educando. O respeito à autonomia e à dignidade
de cada um, é um imperativo ético e não um favor que podemos ou não conceder uns aos
outros. Entre o ser acondicionado e o ser determinado. Exige humildade, tolerância e ação em
conservação dos direitos dos educadores. Exige alegria e esperança. Existe uma estreita
relação entre a alegria necessária à atividade educativa e a esperança. Exige curiosidade. A
prática da curiosidade chamada à imaginação, a compreensão, As emoções a capacidade de
conjeturar, de conferir. Exige comprometimento Freire ressalta aqui a importância de
aproximar o discurso do desempenho, o discurso teórico à prática, pois afinal o professor é o
exemplo para os alunos.
Em fim exige que todos estes saberes fossem aplicados com muita responsabilidade
humildade, tolerância, respeito, bom senso, reconhecimento generosidade e luta em defesa
dos direitos dos educadores.
17
2.4 Quem são os educandos para Paulo Freire
A relação entre a educação enquanto subsistema e o sistema maior são relações
dinâmicas contraditórias. As contradições que caracterizam a sociedade como está sendo,
penetram a intimidade das instituições pedagógica em que a educação sistemática se está
dando e alterando o seu papel ou o seu esforço reprodutor da ideologia dominante.
Do ponto de vista crítico é tão impossível negar a natureza política do processo
educativo quanto negar o caráter educativo do ato político. Quanto mais ganhamos esta
clareza através da prática, mais percebemos a impossibilidade de separar a educação
educador e educando da política e do poder.
Dessa forma, o professor necessita ser um atento pesquisador dos saberes que o aluno
possui – saberes que obteve em sua vida, suas emoções, de suas brincadeiras, suas relações co
o outro e o mundo e fazer dos mesmos “ganchos” para os temas que ensina. Afirmar a uma
classe, por exemplo, que “clima é o conjunto de fenômenos metodológicos que caracterizam o
estado médio da atmosfera em um ponto da superfície terrestre” é convidá-lo á aprendizagem
mecânica.
A aprendizagem significativa, nesse caso, comece com a coleta do que o aluno sabe,
não só sobre o ar e o tempo, a chuva e o vento, o calor e o frio, mas também sobre a vida, o
espaço e as emoções, e usado esses saberes, deles fazer um meio para se explicar os conceitos
desejados.
Os resultados obtidos com esse projeto serão fáceis de serem constatados, que a
valorização da filosofia no ensino fundamental designará que não dá para o aluno pensar
analisar refletir, e questionar suas questões sem os conhecimentos e reflexões filosóficos,
assim como não dá para um professor pedagogo ensinar a disciplina filosofia se ele não tiver
os conhecimentos filosóficos, porque para ensinar filosofia os professores são orientados a
trabalhar os conteúdos que já são dados normalmente, mas de forma flexiva de acordo com
as suas realidades dos seus dia a dia, exercitando dialogo, o aprender a falar, ouvir, e
reconsiderar e ampliar as suas idéias, á serem desenvolvidas nas praticas metodologias para
um bom desempenho do educando.
É levar ao aluno um conhecimento mais amplo de pensar, analisar, avaliar, refletir
sobre suas questões vivenciadas, que irão servir para todas as suas vidas requer, sobretudo,
que os adolescentes adquiram competências para lidar com as situações que vivenciam ou que
venham a vivenciar no futuro. Despertando o gosto pela filosofia contemporânea, adquirindo
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novos conhecimentos para uma compreensão reflexiva, para seu desenvolvimento social e
cultural do aluno.
A presente pesquisa sobre a valorização da filosofia contemporânea no ensino
fundamental, teve um principal foco mostrar a importância da valorização da filosofia aos
adolescentes, voltada para o ensino fundamental, esclarecendo os aspectos dos ensinos
filosóficos contemporâneo, sobre aos saberes necessários á praticas educativas nas escolas de
Caxias, através de orientações teóricas metodológicas ligadas ao cotidiano do aluno, para
tornar o estudo mais significativo optou-se por uma pesquisa bibliográficas em livros, de
Paulo Freire.
Para o desenvolvimento deste trabalho, optou-se pela descrição e pela analise
reflexões nos tratamentos das informações levantadas o que proporcionou expressar os pontos
relevantes por questões norteadoras abordadas, haja vista os resultados possibilitam à
compreensão a importância do tema, dados esses procedimentos como razões suficientes para
justificar o presente estudo bem como buscar respostas científicas para os problemas
mencionados.
Faz-se necessário também, pois, promove a horizontalidade na relação educadoreducando, a valorização de sua cultura, de sua oralidade, pois tem seu caráter humanístico.
Conclui-se, portanto, que as praticas educativas de Freire rompe com a concepção utilitária do
ato educativo.
2.5 Reflexões sobre a Filosofia da Educação
Toda teoria pedagógica tem seus fundamentos baseados num sistema filosófico. É a
filosofia que, expressando uma concepção de homem e de mundo, dá sentido à Pedagogia,
definindo seus objetivos e determinando os métodos da ação educativa. Nesse sentido, não
existe educação neutra. Ao trabalhar na área de educação, é sempre necessário tomar partido,
assumir posições. E toda escolha de uma concepção de educação é, fundamentalmente, o
reflexo da escolha de uma filosofia de vida (Haydt, 1997, p. 23).
Inicia-se então uma discussão sobre a filosofia da educação, buscando referencial que
clarifique sua função na área educacional. A filosofia pode contribuir para que a educação
seja pensada, analisada e refletida, saindo assim do ativismo, ou seja, do fazer pelo fazer, sem
respaldo que norteie o porquê e o para quê destina-se esse fazer.
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Ao pensar filosoficamente, o educador foge da simplicidade, da ingenuidade e das
explicações mágicas ao interpretar os problemas do cotidiano, buscando aprofundar sua
análise, não se satisfazendo com as aparências, buscando a causalidade dos fatos de forma
inquieta e intensa.
Silva (1992, p. 32), em um texto de bastante relevância, discute que professores e
professoras, em seu fazer diário, preocupam-se em demasia com métodos e técnicas em um
verdadeiro endeusamento dessas questões, como se a educação pudesse melhorar a partir da
metodologia de ensino, não querendo aqui minimizar a importância das metodologias; porém,
atentando para que, por vezes, se esquecem de buscar base conceitual que respalde e sustente
tais metodologias, o que deixa bastante explícito na seguinte citação:
[...] qualquer método ou técnica encontra seus fundamentos numa
psicologia educacional, o que, por sua vez, encontra seus
fundamentos numa filosofia da educação. O culto indiscriminado da
técnica somente terá fim quando os professores se lembrarem dessa
ligação, ou pelo menos, começarem a refletir sobre certas coisas que,
para eles, supostamente são reservadas só para iniciados ou
privilegiados. A educação brasileira não precisa de pílulas
«metodologicol»; ela precisa, isso sim, é de uma injeção de filosofia
e política.
A citação vai ao encontro das idéias de Severino (2001), que nos faz entender que é
tarefa da filosofia da educação «intencionalizar a prática educacional», dando respaldo para
que essa prática seja pensada, refletida, construída e reconstruída, enfim, seja uma prática não
apenas empírica, mas também reflexiva, que se aporte na epistemologia. Para tal, entende que
a filosofia não deve ser vista como uma ciência isolada, mas sim que busca se apoiar em
fundamentos históricos e sociológicos.
Procurando contextualizar o surgimento da filosofia da educação, Severino (2001, p.
121) aponta que o pensar contemporâneo busca na ciência, na razão, a explicação para as
causas primeiras, fugindo de toda espécie de transcendentalismo tão presente no pensar
medieval, sendo assim «o racionalismo naturalista moderno transfigura a cosmovisão da
cultura ocidental e instaura uma avassaladora dessacralização da natureza e da cultura». Fato
este que, antes de tudo, atinge as ciências naturais, e, a seguir, as humanas das quais se
originam as ciências da educação. Nessa perspectiva, a educação passa a ser pensada por meio
da ciência, tendo à filosofia da educação a função de justificar a utilização de recursos
20
técnico-científicos que levem ao máximo o desempenho dos sujeitos envolvidos no processo
de ensino e aprendizagem.
A educação brasileira é atingida por essa forma de pensar, segundo Severino (2001,
p.122), nos ideários escolanovistas, que emergem como contraponto à educação tradicional
jesuítica, a qual influencia por séculos a escola brasileira. Para a Escola Nova:
A educação é considerada o único instrumento apropriado para
a construção de uma sociedade laica e justa, gerenciada por um
aparelho estatal que se inaugura a partir de um projeto político
iluministicamente concebido e juridicamente implementado.
O escolanovismo é fortemente influenciado pelas idéias de John Dewey, de quem
Anísio Teixeira é interlocutor no Brasil. As idéias da Escola Nova aportam-se na psicologia
do desenvolvimento, o que faz com que essa disciplina seja, até os dias atuais, bastante
prestigiada nos cursos de formação de professores, de acordo com Mitsuko, citado por
Severino (ídem). A psicologia «genético-estrutural», pensada por Piaget e seus seguidores,
continua influenciando a atualidade educacional brasileira, o que Severino (2001, p. 124)
analisa à luz da filosofia sob o seguinte prisma:
O construtivismo mostra a vinculação entre os processos epistêmicos, psíquicos e
pedagógicos. Por sua configuração categorial e objetivos, o construtivismo propõe a
articulação de uma concepção do sujeito epistêmico com a atividade do sujeito educando,
mediados por um sujeito psíquico.
Porém, ao reconhecer a contribuição dessa teoria para a filosofia da educação,
Severino (2001, p. 124) aponta uma crítica ao reducionismo que percebe na mesma:
O construtivismo traz grande contribuição à Filosofia da Educação, sobretudo no
plano epistemológico, ao comprovar que o conhecimento não se dá por intuição ou
representação, mas mediante a construção conceitual. [...] Mas sua proposta filosóficoeducacional esbarra na redução da educação ao processo ensino/aprendizagem, naturalizandoo por demais, não levando em conta as especificidades políticas das relações sociais aí
envolvidas.
Severino (2001, p.128) prossegue em sua análise criticando também teóricos
cientificistas que delegam a filosofia da educação apenas à «validação da metodologia de
investigação e de expressão do conhecimento científico», tornando-se uma «filosofia das
ciências da educação». Nessa perspectiva, a filosofia da educação traz em si dois aspectos: o
21
instrumental e o crítico. Entende-se por instrumental o embasamento teórico que a filosofia
pode oportunizar para a resolução de problemas práticos. Por sua vez, o crítico deve despertar
o constante questionamento sobre a prática. «Para tais teóricos, o conhecimento científico é o
único capaz de verdade e fundamento plausível da ação; qualquer critério do agir humano só
pode ser técnico e funcional, nunca ético, estético ou político».
Essa vertente teórica no campo da filosofia, segundo Severino, não atenta para a
subjetividade presente na área da educação, nem para as ilusões, erros e ideologias que
perpassam a consciência humana, sendo acusada de reducionismo epistemologista ao apoiarse apenas na ciência e na técnica. Para Severino (2001, p. 128):
[...] a Filosofia da Educação precisa implementar uma reflexão
epistemológica sobre si mesma. [...]. Seu papel é descrever e debater a
construção do objeto-educação, pelo sujeito. Sua dupla missão é se
justificar e também rearticular os esforços da ciência, para que estes se
justifiquem, avaliem e legitimem a atividade epistêmica como processo
tecido no texto/contexto da realidade histórico-cultural.
Nessa perspectiva, cabe à filosofia da educação empenhar-se na construção de uma
imagem de homem como sujeito da educação, buscando uma visão integradora que leve em
consideração a historicidade desse ser.
3 CONCLUSÃO
Em Caxias maranhão estima que as pessoas 12% da população com mais de 10 anos
não gosta da disciplina de filosofia por não ter o verdadeiro conhecimento Filosófico,
enquanto que a reformulação do ensino médio no Brasil, estabelecida pela Lei de Diretrizes e
Bases da Educação Nacional (LDB/96) e regulamentada pelos PCN – Parâmetros Curriculares
Nacionais – e pelas DCN – Diretrizes Curriculares Nacionais –, procurou atender a uma
reconhecida necessidade de atualização da educação brasileira, propondo que o ensino médio
deixasse de ser apenas preparatório para o ensino superior ou profissionalizante e assumisse a
responsabilidade de completar a educação básica. Aprimoramento do educando como ser
humana, a sua formação ética, o desenvolvimento de sua autonomia intelectual e de seu
pensamento crítico, sua preparação De acordo com a LDB/96, o ensino médio passaria a ter
22
como objetivos: o para o mundo do trabalho e o desenvolvimento de competências para
continuar seu aprendizado (Art. 35).
A filosofia contemporânea é um bom começo na vida de qualquer cidadão, alem de
tornar um conhecimento prazeroso, é um caminho que ajuda a melhorar a vida das pessoas,
aprimorando o conhecimento geral oferecendo subsídios para refletir , analisar, avaliar de uma
forma carinhosa sobre o mundo.
Durante a infância e adolescência o indivíduo passa por um processo de socialização
aprende o que se ensina o certo e o errado com os pais , provedores e outros que o estima , e
começa agir de acordo com o que é ensinado de acordo com seu senso comum, e a filosofia
nós favorece seus desenvolvimentos de idéias próprias conceitos, éticos, direitos deveres e
acima de tudo seu próprio valor. Vale ressaltar que todo isso vivenciamos os fatos na vida
cotidiana através do questionamento, análise pesquisa e reflexões. Então se define que os
ensinamentos filosóficos são de uma grande importância para os alunos do ensino
fundamental para aprimorar suas dificuldades de pensar e construir seus próprios valores.
Define sua postura como éticos, e por essa ética e realmente inseparável das praticas
educativas, não importa se trabalhamos com jovens ou adultos o importante é que não há
docência sem discência.
Faz-se necessário também, pois, promove a horizontalidade na relação educador e
educando, a valorização de sua cultura, de sua oralidade, pois tem seu caráter humanístico.
Os resultados obtidos com essa pesquisa apontam ao aluno um conhecimento mais
amplo de pensar, analisar, avaliar, refletir sobre suas questões vivenciadas, que irão servir para
todas as suas vidas requer, sobretudo, que os adolescentes adquiram competências para lidar
com as situações que vivenciam ou que venham a vivenciar no futuro, muitas delas novas e
inéditas. Nada mais natural, portanto, que substituir a preocupação central com os conteúdos
por uma identificação das competências que, se imagina, eles terão necessidade de adquirir
em seu processo de ensino no fundamental. Priorizando as suas experiências sociais de cada
aluno. É nesse sentido que o conhecimento da filosofia mera alcançar e aprimorar uma visão
critica do aluno em um objetivo em si mesmo, mas que passa a ser compreendido como um
instrumento para a compreensão do mundo, portanto, as praticas educativas de Freire rompe
com a concepção utilitária do ato educativo.
23
REFERÊNCIAS
ANTUNES, Celso. Como Transformar Informações em Conhecimento. 2ª edição.
Petrópolis – RJ: Editora Vozes, 2001.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: Saberes necessários à prática educativa. 20ª
edição; São Paulo: Paz e Terra, 1996.
LUCKESI, Cipriano Carlos. Filosofia da Educação.São Paulo: Cortez, 1990.
PAIM, Antonio. A Filosofia Brasileira Contemporânea: Estudos complementares à
História das Idéias Filosóficas no Brasil. Vol. VII 2ª edição 2007.
SEVERINO, Antônio Joaquim (2001): «Identidade e tarefas da filosofia da educação», in
Educação, sujeito e história, São Paulo, Olho D’água.
SILVA, E. T. (1992): Os (des)caminhos da escola: traumatismo educacionais, 4.ª ed, São
Paulo, Cortez.
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