UNIVERSIDADE FUMEC / FACE MESTRADO EM ADMINISTRAÇÃO MARKETING VIRAL COMO ESTRATÉGIA DE COMUNICAÇÃO PUBLICITÁRIA E SUA INFLUÊNCIA NA INTENÇÃO DE COMPRA E VISIBILIDADE DA MARCA SOB A ÓPTICA DO CONSUMIDOR ON-LINE KLEINIA ANJOS VIANNA BELO HORIZONTE – MG 2013 KLEINIA ANJOS VIANNA MARKETING VIRAL COMO ESTRATÉGIA DE COMUNICAÇÃO PUBLICITÁRIA E SUA INFLUÊNCIA NA INTENÇÃO DE COMPRA E VISIBILIDADE DA MARCA SOB A ÓPTICA DO CONSUMIDOR ON-LINE Dissertação apresentada ao Programa de PósGraduação da Faculdade de Ciências Empresariais – FACE – da Universidade FUMEC, como requisito parcial para obtenção do título de Mestre em Administração. Área de concentração: Organizações. Gestão Estratégica das Linha de Pesquisa: Estratégia e Tecnologia em Marketing. Orientador: Prof. Dr. José Marcos Carvalho de Mesquita. BELO HORIZONTE – MG 2013 A minha formação profissional não poderia ter sido concretizada sem a ajuda de meus queridos pais, Cleonice e Alair Anjos, que, no decorrer da minha vida, proporcionaram-me, além de extenso carinho e amor, os conhecimentos da integridade, da perseverança e de procurar sempre em Deus a força maior para o meu desenvolvimento como ser humano. Por essa razão, gostaria de dedicar e reconhecer a vocês minha imensa gratidão. AGRADECIMENTOS Primeiramente a Deus, por me amparar nos momentos difíceis, por me dar força interior para superar as dificuldades e apontar alternativas nas horas incertas. Aos meus pais, por acreditarem em mim, por me mostrarem o caminho do conhecimento e por sempre estarem ao meu lado nos momentos bons e ruins. Ao Paulo, por compreender minha ausência e tolerar meus momentos difíceis com carinho e amor. Aos meus irmãos, Ettienne e Alair Júnior, ouvintes e incentivadores sempre muito próximos. Aos grandes amigos Carine, Letícia, Cibelle, Clarice, Thiago, João, Codama e Luciana, pelo carinho, paciência e amizade. Sempre estiveram próximos e cúmplices, grandes parceiros nesta jornada. Ao Professor e orientador Dr. José Marcos Mesquita: obrigada pelos ensinamentos, disposição e confiança em meu trabalho. Sem sua colaboração, dificilmente teria realizado esse sonho. Aos Professores Dr. Alexandre Teixeira Dias e Dra. Cristiana Fernandes Muyder: meu agradecimento pelas grandes contribuições na banca de qualificação do projeto. Suas sugestões foram essenciais para a finalização deste trabalho. Ao Professor Dr. José Edson Lara, meu agradecimento pela sua gentileza em participar da banca de defesa desta dissertação, dividindo seu conhecimento para tornar melhor este estudo. A todos os professores da FUMEC, pelo convívio e compartilhamento de conhecimento. Aprendi muito com todos vocês. Aos funcionários da Secretaria, meu agradecimento por atenderem com muita presteza e dedicação cada uma das minhas solicitações de ajuda. A todos os colegas de mestrado e funcionários da FUMEC, obrigada pelo excelente convívio e por tornarem esta caminhada mais prazerosa. Às amigas Karen e Rachel, obrigada pelas inúmeras vezes que me apoiaram nesta caminhada. Grandes companheiras em todos os momentos do curso, vocês são muito especiais para mim. Aos inúmeros amigos das redes sociais que se mobilizaram e me ajudaram a ter uma amostra suficiente de questionários para a realização desta pesquisa. Um agradecimento especial a você, que posso não ter mencionado, mas que me ajudou, em algum momento, a chegar até aqui. “Lute com determinação, abrace a vida com paixão, perca com classe e vença com ousadia, porque o mundo pertence a quem se atreve e a vida é muito para ser insignificante”. Charles Chaplin RESUMO O presente estudo teve como objetivo avaliar a influência do marketing viral como estratégia de comunicação publicitária na intenção de compra e visibilidade da marca sob a óptica do consumidor on-line. A revisão da literatura procurou contextualizar o marketing na internet, os aspectos do marketing digital, os conceitos de marketing viral e como essa estratégia pode configurar uma alternativa para a comunicação publicitária atingir o consumidor no ambiente virtual, as redes sociais virtuais nos relacionamentos entre organizações e consumidores e entre os próprios consumidores, o panorama atual da produção científica sobre o marketing viral e os construtos: percepção do consumidor sobre campanhas publicitárias postadas na rede, marketing viral, visibilidade da marca e intenção de compra. Buscou-se analisar a relação positiva entre os construtos citados. Na investigação, foi realizada uma pesquisa descritiva, com variáveis quantitativas, totalizando 321 respondentes, por meio de um levantamento tipo survey eletrônico, com a adoção de um questionário estruturado, com questões que foram formuladas por perguntas fechadas de respostas na escala Likert. Os dados coletados foram analisados utilizando-se do método Partial Least Squares, possibilitando o trabalho com uma amostra reduzida. O software utilizado foi o Smart PLS 2.0 M3 com aplicações de técnicas de Análise Fatorial para estimar uma série de relações de dependência inter-relacionadas simultaneamente e Modelagem de Equações Estruturais. Como resultado, todas as hipóteses não foram rejeitadas, apontando a relação positiva estatisticamente entre os construtos percepção do consumidor sobre campanhas publicitárias postadas na rede, marketing viral, intenção de compra e visibilidade da marca. Os dados estatísticos serviram como base para a validação do modelo proposto neste trabalho. Palavras-chave: Marketing viral. Visibilidade da marca. Intenção de compra. Comunicação publicitária. ABSTRACT The present study had the objective of evaluating the influence of viral marketing, as a strategy of advertising communication, on the intention of purchase and brand visibility under the eyes of the online consumer. The goal of the literature review was to provide the context of marketing in the internet; of the aspects of digital marketing; the concepts of viral marketing and how this strategy can be an alternative for communication advertising to reach the online consumer; the virtual social networks in the relationships between organizations and consumers and between the consumers themselves; the current scenario of scientific literature on viral marketing and the constructs: consumers’ perception of advertising campaigns posted on the web, viral marketing, brand visibility and intention of purchase. The positive link between the constructs above was analyzed. During this investigation, a descriptive search was carried out, using quantitative variables, which corresponded to a total of 321 respondents, through an electronic survey that was composed of a structured questionnaire including closed questions for which the answers were in the Likert scale. The collected data were analyzed using the Partial Least Squares method, enabling the analysis with a reduced sample. The software used was the Smart PLS 2.0 M3, applying techniques of Factor Analysis to estimate a series of dependence relations simultaneously interrelated and Structural Equation Modeling. As a result, the hypothesis were not rejected, pointing to a statistically based positive link between the constructs consumers’ perception about advertising campaigns posted on the web, viral marketing, brand visibility and intention of purchase. The statistical data served as foundation to the validation of the model proposed in this study. Keywords: Viral marketing. Brand visibility. Intention of purchase. Advertising communication. LISTA DE FIGURAS FIGURA 1 – Modelo proposto para análise ............................................................................. 48 FIGURA 2 – Modelo Completo Ajustado................................................................................ 59 FIGURA 3 – Modelo Final Ajustado ....................................................................................... 59 FIGURA 4 – Modelo Final Ajustado – Valores t ..................................................................... 62 FIGURA 5 – Intenção de Compra vs. Sexo ............................................................................. 64 FIGURA 6 – Marketing Viral vs. Sexo .................................................................................... 64 FIGURA 7 – Marketing Viral vs. Escolaridade ....................................................................... 65 FIGURA 8 – Percepção de Campanhas Publicitárias vs. Sexo ................................................ 65 FIGURA 9 – Visibilidade da Marca vs. Escolaridade .............................................................. 66 FIGURA 10 –Visibilidade da Marca vs. Renda Mensal Individual ......................................... 66 LISTA DE QUADROS QUADRO 1 – Ações Táticas e Operacionais de Marketing na Era da Internet ....................... 15 QUADRO 2 – Ferramentas de Marketing Eletrônico .............................................................. 27 QUADRO 3 – Definições de Marketing Viral ......................................................................... 30 QUADRO 4 – Alternativas para Delimitação de Trabalhos sobre Marketing Viral ................ 42 QUADRO 5 – Questões e Respectivos Códigos ...................................................................... 58 LISTA DE TABELAS TABELA 1 – Estatísticas Descritivas do Questionário ............................................................ 55 TABELA 2 – Sexo dos Respondentes ...................................................................................... 56 TABELA 3 – Faixa Etária ........................................................................................................ 56 TABELA 4 – Grau de Escolaridade ......................................................................................... 56 TABELA 5 – Renda Mensal Individual ................................................................................... 56 TABELA 6 – Descrição do Modelo Ajustado 2....................................................................... 60 TABELA 7 – Cargas Cruzadas ................................................................................................ 61 TABELA 8 – Cargas Cruzadas das variáveis Latentes ............................................................ 61 TABELA 9 – Pesos dos Itens na Composição do Traço Ambiguidade ................................... 63 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 12 1.1 Justificativa e Problema ................................................................................................... 16 1.2 Objetivos ............................................................................................................................ 19 1.2.1 Objetivo Geral ................................................................................................................. 19 1.2.2 Objetivos Específicos ...................................................................................................... 19 2 REFERENCIAL TEÓRICO .............................................................................................. 20 2.1 Marketing na Internet ...................................................................................................... 20 2.2 Reflexões sobre a Era Digital ........................................................................................... 23 2.3 Marketing Viral ................................................................................................................ 28 2.4 Redes Sociais e Visibilidade da Marca ........................................................................... 32 2.5 Marketing Viral e a Intenção de Compra ...................................................................... 36 2.6 Panorama atual da Produção Científica sobre Marketing Viral ................................. 41 2.7 Modelo Proposto para Análise ........................................................................................ 45 3 METODOLOGIA................................................................................................................ 49 3.1 Delineamento da Pesquisa ............................................................................................... 49 3.1.1 Quanto à Abordagem...................................................................................................... 49 3.1.2 Quanto aos Objetivos ...................................................................................................... 50 3.1.3 Quanto aos Procedimentos de Coleta de Dados ............................................................ 50 3.2 Unidade de Análise ........................................................................................................... 51 3.3 Definição do Universo e Amostra da Pesquisa............................................................... 51 3.4 Coleta de Dados ................................................................................................................ 52 3.5 Tratamento de Dados ....................................................................................................... 52 3.6 Modelo de Equações Estruturais .................................................................................... 53 4 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS ......................................................................... 54 4.1 Estatísticas Descritivas dos Itens do Questionário ........................................................ 54 4.2 Validação do Modelo ........................................................................................................ 56 4.3 Descrição dos Construtos ................................................................................................. 62 4.3.1 Construtos Avaliados ...................................................................................................... 62 5 CONCLUSÕES.................................................................................................................... 67 5.1 Implicações Teóricas ........................................................................................................ 67 5.2 Limitações da Pesquisa .................................................................................................... 69 5.3 Desenvolvimento de Estudos Futuros ............................................................................. 70 6 REFERÊNCIAS .................................................................................................................. 73 APÊNDICE – QUESTIONÁRIO .......................................................................................... 82 12 1 INTRODUÇÃO As transformações nas tecnologias de telecomunicações, transporte e informática vêm acelerando o processo de evolução do marketing e apontando um novo desafio: adequar a comunicação e a mídia à realidade do século XXI. A comunicação unilateral com somente transmissões de mensagens e audiência passiva, conhecida como mídia de massa, cedeu lugar a uma lógica de redes em que o cliente assume o papel principal e escolhe quando, onde e como acessar a informação (CASTELLS, 1999). Segundo Schultz e Schultz (2004), existe uma evolução do marketing push, centrado na transmissão de mensagens e na interrupção, para o marketing pull, no qual o acesso é centrado no cliente. De acordo com Karsaklian (2001), todo o aparato disponibilizado pelas novas tecnologias e incorporado à rotina das pessoas possibilita a difusão de um marketing mais interativo. O cliente cada vez mais informado, participativo e exigente deixa de ser um coadjuvante nas relações com a empresa e passa a assumir um novo perfil que discute, pesquisa e ganha consciência de seu poder em um contexto sociocultural ampliado, como consumidores e cidadãos (CANCLINI, 2008). “Uma série de inovações tecnológicas tem dado importantes contribuições para a capacidade dos consumidores se tornarem os principais condutores do marketing interativo ao controlarem a quantidade e o tipo de informação que recebem” (BOONE; KURTZ, 2009, p.25). Diante da multiplicação de canais de informação e de consumidores cada vez mais participativos e exigentes, a eficiência da publicidade nos meios de comunicação de massa tem sido bastante discutida por profissionais de comunicação e marketing. De acordo com Salzman, Matathia e Oreilly (2003), o problema da propaganda tradicional consiste em pressupor certo nível de ingenuidade que não mais existe por parte do consumidor. Muitas empresas estão dependendo cada vez menos da publicidade paga. A publicidade nos meios de comunicação de massa não mais desempenha o papel central do marketing. Os consumidores estão saturados com milhares de anúncios publicitários no dia a dia. Para diminuir os gastos com publicidade de massa, bem como para encontrar novas formas de se comunicar com os consumidores, as empresas têm se voltado para outros métodos (CAFFERKY, 1999, p.15). A queda da audiência, os custos altos de produção e veiculação e o aumento de consumidores conectados à internet motivam as organizações a buscarem alternativas para difundir produtos e serviços de maneira inovadora e com maior eficiência (BENTIVEGNA, 13 2002). Diversas tendências estão despontando e provocando uma modificação na maneira de as empresas enxergarem a comunicação e o marketing. Os profissionais de marketing sugerem, como alternativa estratégica, a utilização de mídias alternativas. Segundo Sissors e Bumba (2001), são consideradas mídias alternativas aquelas que excluem as mídias tradicionais: televisão, rádio, revistas e jornais. [...] as formas de mídias tradicionais como a televisão, os jornais, as revistas e o rádio não são mais tão eficazes em promover vendas quanto o eram no passado, porque os mercados estão mudando e a mídia precisa chegar aos melhores clientes potenciais do produto de maneira menos seletiva (SISSORS; BUMBA, 2001, p.15). As mídias alternativas surgem como opções mais viáveis e interessantes no sentido de se atingirem públicos-alvo específicos. Possuem custos menores em relação às mídias tradicionais e não influenciam a perda de eficiência dos objetivos de comunicação. As novas mídias se incluem na tentativa de se atingir consumidores específicos dentro de um contexto de público alvo e produtos cada vez mais segmentados no mercado e ainda permitem maneiras inovadoras de despertar a atenção do público. Um dos meios de comunicação utilizados como opção de mídia para divulgação de produtos e serviços é a Internet. É oportuno salientar que a Internet está gerando transformações no modo de pensar e agir de toda a sociedade, propiciando a criação de novas estratégias para a conquista de mercados e clientes virtuais, a melhoria da eficiência nos processos gerenciais e o aumento de eficácia na consecução dos objetivos (DRUCKER, 2000). Sem limitações geográficas, a internet tornou possível a comunicação de maneira mais veloz e com maior facilidade. Nesse contexto, o marketing digital desempenha, atualmente, um papel importante no desenvolvimento de comunicação e relacionamento entre as organizações e seus clientes, criando novas atividades e serviços com a utilização da internet e dos recursos das comunidades virtuais. Segundo Albertin (2002), o marketing digital é entendido como um processo que tem forma completa ou parcial de ser realizado nas transações que se estabelecem em um ambiente virtual, servindo de infraestrutura para todas as pessoas envolvidas com sua realização e possuindo custos baixos e fácil acesso. As transformações sentidas criam um novo ambiente para os canais de comunicação de maneira geral e particularmente para a comunicação publicitária. As atitudes negativas do consumidor com relação à publicidade tradicional demonstram como a digitalização das mídias absorve o sujeito por sua capacidade de interatividade. 14 [...] a noção de ambiência midiática [...] necessita não somente de uma constelação de diferentes modos de se comunicar, mas de sujeitos que se representam nessa especialidade, comunicam-se, informam-se, trocam experiências e opiniões, deixam suas marcas (LACERDA, 2008, p.73). Falar com essa sociedade digitalizada não exclui a importância dos meios de comunicação de massa, que representam papel significativo na comunicação publicitária. Porém, devem ser considerados o crescimento do número de usuários das mídias digitais e o aumento da preferência por esses meios. “A atividade das comunidades virtuais é um perfeito exemplo da prática da liberdade de expressão a nível global” (CASTELLS, 2004, p. 76). Torres (2009) parte do pressuposto que boa parte dos consumidores de uma empresa acessa a internet e que o ambiente virtual afeta diretamente o marketing de uma organização, seja na comunicação corporativa, seja na publicidade, destacando a importância de investimento no mundo digital. De acordo com o autor, investir em marketing na internet não significa apenas criar um site, um blog ou realizar anúncios em banners; o investimento sem coordenação significa desperdício de recursos. Segundo o autor, é necessário entender, de forma geral, o marketing digital e, por conseguinte, planejar ações coordenadas e eficientes. Para isso, Torres (2009) relaciona as estratégias de marketing tradicional e as estratégias de marketing digital, complementando no marketing digital ações táticas e operacionais e tecnologias e plataformas empregadas na atualidade, como demonstra o QUADRO 1. Diante da necessidade que o indivíduo tem de compartilhar e gerar boca a boca espontâneo nas redes, o marketing viral pode ser uma alternativa no processo de comunicação publicitária entre consumidores nas redes. Ele se apoia nos recursos digitais oferecidos, com a intenção de disponibilizar aos consumidores o compartilhamento espontâneo de conteúdos, ao mesmo tempo em que impulsiona uma marca (BARICHELLO; OLIVEIRA, 2010). Uma vez que todo cliente que recebe informações de um amigo pode reproduzi-las e distribuí-las instantaneamente entre dezenas ou centenas de outros amigos, essa forma de marketing por intermédio da internet foi batizada de marketing viral. Da mesma forma que a gripe se espalha por meio de espirro, tosse e apertos de mãos, suas ofertas podem agora se espalhar por meio de cartões, cupons eletrônicos e emails do tipo convide um amigo. (ROSEN, 2001, p.190) 15 QUADRO 1 – Ações Táticas e Operacionais de Marketing na Era da Internet Estratégia de Marketing Comunicação Corporativa Relações públicas Marketing de Relacionamento Marketing Direto Publicidade e Propaganda Marketing de Guerrilha Publicidade e Propaganda Branding Estratégia de Marketing Digital Marketing de Conteúdo Marketing nas Mídias Sociais E-mail Marketing Marketing Viral Publicidade On-line Pesquisa de Mercado Branding Pesquisa On-line Ações táticas e Operacionais Geração de Conteúdo Marketing de Busca Exposição da Marca Ações em Redes Sociais Ações com blogueiros Newsletter Promoções Lançamentos Campanhas Postagem de vídeos, animações e músicas Publicações de widgets Banners Podcast e videocast Widgets Jogos on-line Links Patrocinados Buscas e Clipping Monitoramento de Marca Monitoramento de Mídias Tecnologias e Plataformas empregadas atualmente Redes Sociais Blogs Podcasts Quest-Post SEO/SEM Facebook, Twitter, Youtube, Pinterest, Linkedin, Blogs Instagram, Google + Email - AWEBER MAIL CHIMP KLICK MAIL SMS Redes sociais YouTube Widgets virais Sites e blogs Mídias sociais Google AdWords Google AdSense/ AdSense for Games Facebook ADS Google Docs, Qualtrics e Survs Redes Sociais Clipping Google Analytics Social Mention Fonte: TORRES, 2009. (adaptado) Segundo Sterne e Priore (2000), marketing viral abrange o planejamento e a execução de ações que têm como objetivo principal estimular o marketing boca a boca da empresa pela Internet, aproveitando-se das redes virtuais de contato. Com origem na Biologia, o nome viral diz respeito ao potencial de uma mensagem ser reproduzida rapidamente em progressões geométricas, proliferando-se de um hospedeiro para outro, tal qual um vírus. Fazendo uso dos recursos oferecidos pela internet, o marketing viral resgata os princípios da comunicação boca a boca, mas de forma on-line. O recurso utilizado parte do pressuposto de que a confiança nas pessoas é maior que nas empresas, até mesmo pela perda de credibilidade dos meios de comunicação: “7 em cada 10 pessoas que recebem um comunicado pelo computador passam-no adiante a outros amigos” (SALZMAN; MATATHIA; OREILLY, 2003, p.149). 16 Marketing viral é o processo de divulgação de uma mensagem publicitária, baseado no seu poder de contágio por pessoas próximas, como se fosse um vírus. A propagação em larga escala da mensagem só acontece por meio de uma ação colaborativa intensa dos indivíduos nas redes sociais (BARICHELLO; OLIVEIRA, 2010, p. 35). Nesse contexto, a estratégia de usar uma ação viral como estratégia de publicidade e propaganda oferece vantagens significativas. O baixo custo de uma campanha de ação viral é um dos motivos que levam uma empresa a investir nesse tipo de estratégia, já que o e-mail reduz os custos, pois os usuários fazem a maior parte do trabalho. O imediatismo também é considerado um fator relevante desse tipo de campanha. A velocidade com que a internet proporciona a propagação de informações por meio de e-mail, comunidades on-line e salas de bate-papo torna a comunicação instantânea, ainda que os usuários estejam muito distantes. De acordo com Barichello e Oliveira (2010), a liberdade de acesso à internet e ao universo da informação transformou o internauta em um consumidor que não pode mais ser entendido apenas como um receptor de mensagens. Atenta a isso, a comunicação publicitária tem criado estratégias cada vez mais interativas na esperança de conquistar a atenção desses novos consumidores. O marketing viral é uma delas. Neste estudo, o marketing viral será abordado como um fenômeno estratégico da comunicação publicitária, e não como um fenômeno que pode acontecer de maneira espontânea. Sabendo que os consumidores nunca estiveram tão interligados e conectados, é relevante buscar a compreensão de como essas ações virais podem interferir na busca por novos mercados considerando, ainda, aspectos como a intenção de compra e a visibilidade da marca. 1.1 Justificativa e Problema Profissionais de comunicação e marketing, comunidade acadêmica e organizações empresariais apontam a ineficiência da publicidade nos meios de comunicação de massa. Todas as pesquisas sociológicas referentes à mídia constatam a mesma coisa: o consumidor está ficando com raiva dos anúncios, foge dos comerciais, passa correndo as páginas publicitárias dos jornais, não memoriza mais, a publicidade torna-se transparente (TOSCANI, 1996, p.28). 17 Pelo excesso de mensagens publicitárias a que as pessoas estão submetidas diariamente, pela perda de credibilidade ou pelas mudanças de hábito de consumo dos meios de comunicação de massa, nota-se que os consumidores estão cada vez menos receptivos aos anúncios veiculados por esses meios. Kotler (2006) aponta a importância que as mídias tradicionais ainda possuem, mas defende a mesma ideia da perda de força, ressaltando a fragmentação do mercado e a consequente pulverização da mídia como um dos fatores principais. Segundo Barichello e Oliveira (2010), a chegada da internet trouxe inúmeras mudanças para a sociedade e para a comunicação publicitária tradicional, que passou a competir pela atenção do cliente com essa nova mídia, com o poder de oferecer informações mais personalizadas. Ciente disso, a comunicação publicitária começou a ampliar suas estratégias de acordo com o novo ambiente em que os consumidores estão inseridos. Na antiga propaganda, o consumidor era o ponto final de uma comunicação baseada numa relação emissor versus receptor, ou seja, as preocupações se encerravam com a assimilação da mensagem pelo consumidor. Na propaganda moderna, essa relação é só o começo da história. O consumidor é reconhecido como o principal potencializador e propagador da mensagem para outros grupos de pessoas (FIGUEIRA, 2006, p. 58). Somando-se a esse contexto a queda da audiência e os custos altos de produção e veiculação, a comunicação publicitária está sendo forçada a buscar alternativas inovadoras para conquistar e envolver os consumidores. Nesse sentido, a comunicação publicitária tão atuante nos meios massivos de comunicação volta-se também para o mercado digital. Diversas estratégias passam a ser utilizadas no meio on-line, como o chamado marketing viral. “O marketing viral pode ser descrito como qualquer estratégia que encoraje as pessoas a passar uma mensagem para outras pessoas” (CAVALLINI, 2008, p.33). Diversas empresas já utilizam as ações virais para alcançar seus respectivos públicos. Considerado um dos pioneiros na utilização dessa estratégia, o Hotmail é um exemplo de sucesso na inserção de campanhas virais no ciberespaço: Um provedor de serviços de Internet que oferecia uma conta de e-mail gratuitamente a todos que se cadastrassem. Todos os e-mails enviados por um assinante do Hotmail continham um rótulo simples na parte de baixo da mensagem: “Tenha um e-mail particular de graça em www.hotmail.com”. Os usuários, na verdade, estavam fazendo propaganda para outros usuários. O Hotmail gastou menos de 500 mil dólares em marketing e, em 18 meses, atraiu 12 milhões de assinantes (KOTLER, 2006, p. 549). 18 Segundo Graham (1999), desenvolver uma campanha de marketing viral é muito difícil, todavia se for criada uma mensagem que motive as pessoas a passarem sua comunicação adiante pela Internet e que suporte os benefícios de sua marca, então, existem todas as chances de sucesso. Outros autores, como Austin (1998), corroboram o pensamento e defendem a hipótese de que ainda é necessária uma combinação de fatores favoráveis, incluindo a sorte, para que a mensagem boca a boca contagie o mercado consumidor. Bentivegna (2002) agrega a ideia e considera o marketing viral uma importante ferramenta de divulgação de produtos e serviços por meio de canais interpessoais e um componente essencial no composto de comunicação de diversas empresas. Já Barichello e Oliveira (2010) apontam o marketing viral como forte estimulador na visibilidade de uma marca. Do ponto de vista acadêmico, nota-se que, mesmo diante de inúmeros resultados de pesquisas bibliográficas que demonstram a importância da comunicação boca a boca para a elaboração de estratégias de marketing (DYE, 2000; PIRES, 2003), alguns autores ainda consideram a escassez de trabalhos produzidos sobre a perspectiva digital, se comparados com outras pesquisas pertencentes à área de conhecimento da disciplina (COSTA; SOARES, 2009; DE BRUYN; LILIEN, 2008; VILPPONEN; WINTER; SUNDQVIST, 2006). Tantas considerações apontam o marketing viral como uma estratégia que necessita ser bem definida e pesquisada antes de aplicada. Partindo desse pressuposto e do argumento de que muitos trabalhos contribuem para o desenvolvimento de dimensões específicas do marketing (HOWARD et al.,1991), tem-se a seguinte questão de pesquisa: qual a influência do marketing viral, como estratégia de comunicação publicitária, na intenção de compra e visibilidade da marca sob a óptica do consumidor on-line? 19 1.2 Objetivos 1.2.1 Objetivo Geral Avaliar a influência do marketing viral, como estratégia de comunicação publicitária, na intenção de compra e visibilidade da marca sob a óptica do consumidor online. 1.2.2 Objetivos Específicos Os objetivos específicos contemplam: desenvolver escalas para mensurar os construtos percepção do consumidor sobre campanhas publicitárias postadas na rede, marketing viral, visibilidade da marca e intenção de compra; avaliar a percepção do consumidor a respeito do marketing viral como estratégia de comunicação publicitária; avaliar a relação entre marketing viral e intenção de compra; Navaliar a relação entre marketing viral e visibilidade da marca; avaliar a relação entre visibilidade da marca e intenção de compra. 20 2 REFERENCIAL TEÓRICO Neste capítulo, serão apontados os pilares teóricos que embasam o presente estudo. Inicialmente, será abordada a evolução do conceito de marketing, assim como os novos aspectos estratégicos configurados a partir das comunicações baseadas na internet. Posteriormente, serão expostas as características da internet como mídia e seu impacto na comunicação publicitária e no comportamento do consumidor que passa a exercer um novo papel nesse contexto. Nesse sentido, serão apresentados os aspectos do marketing digital como importante ferramenta estratégica para a implementação de comunicações, processamento de informações e transações comerciais. Em seguida, serão abordados os conceitos de marketing viral e como essa estratégia pode configurar uma alternativa para a comunicação publicitária atingir o consumidor no ambiente virtual. Ainda na sequência, será apontada a influência das redes sociais virtuais nos relacionamentos entre organizações e consumidores e entre os próprios consumidores, para que a comunicação publicitária possa utilizá-los como propagadores de mensagens na internet. Logo após, será apontada uma reflexão sobre como o marketing viral pode influenciar a intenção de compra de consumidores on-line. Finalmente, serão apresentadas as reflexões sobre as origens e o estado atual da produção científica sobre o marketing viral, com a intenção de indicar alternativas para futuros trabalhos sobre o tema. 2.1 Marketing na Internet De acordo com Limeira (2007), o marketing era considerado uma atividade de massa, e os consumidores atuavam de forma passiva. Diante da evolução das tecnologias, da economia e dos padrões de consumo, surgiu o marketing segmentado, no qual as empresas criam estratégias e ações voltadas para grupos específicos. Com a chegada dos anos 90, surge o conceito de marketing individualizado ou marketing um a um, fazendo com que as organizações procurem tratar seus clientes de maneira mais próxima e interativa. A Associação Americana de Marketing considera o marketing “uma função organizacional e um conjunto de processos para criar, comunicar e entregar valor aos clientes e para gerenciar as relações com os consumidores, de modo a beneficiar a organização e seus 21 stakeholders” (AMA, 20091) (tradução do autor). Kotler (2006) parte para uma definição de caráter mais social quando afirma que o marketing envolve a identificação e a satisfação das necessidades humanas e sociais, em que pessoas ou grupo de pessoas obtêm o que necessitam ou desejam por meio da criação, da oferta e da livre troca de produtos e serviços com outros. Etzel et al. (2001) comentam que muitas pessoas ainda associam o marketing ao processo de vendas, porém é importante destacar que a diferença entre ambos é que vender enfoca o produto, dando ênfase ao lado interno da organização, enquanto o marketing destaca o lado externo, ou seja, o desejo do cliente. Segundo Lambin (2000), o marketing possui dois lados: o estratégico e o operacional. A face operacional está relacionada à ação tática, cujo horizonte se apoia no curto/médio prazo e nos 4 P’s – preço, produto, praça e promoção. Já o marketing estratégico se apoia nas necessidades dos indivíduos e das organizações. Ainda de acordo com o autor, o marketing estratégico tem função de seguir a evolução do mercado de referência e identificar os diferentes produtos e mercados atuais ou potenciais, na base de análise da diversidade de necessidades a satisfazer (LAMBIN, 2000). Boone e Kurtz (2009) afirmam que essa orientação voltada para o consumidor resulta em maiores lucros em longo prazo do que filosofias gerenciais voltadas a alcançar metas em curto prazo. O desafio de atingir o cliente, mesmo com a concorrência brutal de muitas marcas e produtos com qualidades semelhantes e preços similares, faz com que o marketing estratégico seja uma alternativa para as organizações na busca incessante por inovação, novos mercados e redução de custos. É nesse cenário que a internet torna-se uma ferramenta de marketing estratégico, afinal permite à empresa responder a essas necessidades e desafios com mais eficiência que o marketing operacional. Silva e Oliveira (1997, p.5) analisam as ações de marketing estratégico nesse novo meio da seguinte forma: Como consequência da globalização, os Produtos (bens e serviços) podem ser criados e produzidos em diferentes locais, cabendo à empresa o papel da busca pela expansão do conceito de produto, via internet, através dos serviços de atendimento ao consumidor e de pós-vendas. O Preço, que é uma decorrência da percepção do cliente, passa a ter seu foco sobre os meios de pagamento e as questões legais e de segurança nas transações, refletindo os custos de produção e distribuição na Rede. A Praça ou Distribuição expande-se para o espaço virtual da própria Rede, na busca pela distribuição de produtos on-line, em qualquer tempo e lugar. A Promoção ou Comunicação é realizada na Web, incorporada como nova mídia, em seu caráter de interatividade. (grifos do autor) 1 Disponível em http://www.marketingpower.com. 22 Os avanços da internet alteraram significativamente as ações de marketing. Diante de sua popularização e expansão, a rede mundial de computadores passou a ser um meio de comunicação de marketing, sendo que, além de ser um meio de informação e entretenimento, também é utilizada para propagar mensagens promocionais, divulgar propagandas e ainda influenciar as decisões de compra (ANDRADE; MAZZON; KATZ, 2006a) Com a internet, o consumidor ou a organização interessada em comprar ou vender determinado produto ou serviço pode interagir na busca de informações de seu interesse e não precisa limitar-se somente ao que é exposto inicialmente. Diante das perspectivas que se abrem com a customização de massa, a tecnologia da internet permite, a baixo custo, um nível cada vez mais significativo de personalização dos serviços de atendimento (CHELBA, 2000). É importante compreender que a internet possibilita que os consumidores tenham acesso a um grande número de informações com alta velocidade e eficiência, logo os meios digitais acabam por influenciar a busca de informações e nas melhores decisões feitas pelos clientes (HAWKINS; MOTHERSBAUGH, 2007). Já por parte das empresas, o alcance mundial e a possibilidade de se conseguir um marketing direcionado foram os motivos que causaram grande interesse por esse meio (DRÈZE; HUSSHERR, 2003). Nota-se que o investimento em internet vem crescendo consideravelmente. Segundo dados do Monitor Evolution do IBOPE Media (IBOPE, 2013), no total do último ano, foram investidos cerca de R$ 6,5 bilhões na web, valor 21% superior aos 5,4 bilhões consolidados em 2011. De acordo com Laudon e Laudon (2004), a internet é uma ferramenta poderosa para vendas e marketing, pois oferece capacidades para interação e personalização dos clientes que não são encontradas em outros canais. Carson (2005) salienta que é fundamental para as empresas entenderem o que está sendo dito sobre sua marca. Nesse sentido, a internet torna-se vantagem para os profissionais de marketing, pois permite que conversas e discussões feitas por consumidores e stakeholders possam ser acompanhadas e arquivadas para futuras consultas. Segundo Kozesinski e Toledo (2012), diversos aspectos novos surgem nas comunicações de marketing baseadas na internet. Uma mudança significativa é que a comunicação não ocorre apenas entre o consumidor e o fornecedor, mas também com outros consumidores e com os concorrentes dessa organização. O conteúdo e a informação deixam de ser controlados apenas pela empresa, pois entre emissor e comunicador existe um ambiente mediador criado para ser vivenciado por ambos simultaneamente. 23 Para Cravens e Piercy (2007), mesmo existindo várias estratégias de marketing relacionadas à internet, elas se resumem nas seguintes: formação em um modelo empresarial separado, como um empreendimento independente ou como uma iniciativa de uma empresa existente; criação de um canal separado de cadeia de valores, diretamente do produtor para o usuário final; uso da internet como recurso de informação; uso da internet para publicidade e atividades promocionais de vendas. Lindgren (2001) considera a internet um instrumento de grande potencial nas estratégias de marketing de uma organização, pois permite que a empresa incremente a presença e o valor de sua marca no mercado. Laudon e Laudon (2004) enfatizam que a internet possibilitou que muitas atividades de uma empresa, ou mesmo todas, pudessem ser realizadas por meio de um único canal eletrônico. Nesse cenário, conclui-se que as estratégias de marketing na internet envolvem inovação nos processos e adequação das organizações a esse novo contexto. Diferentemente da orientação para o mercado que marcou o início do século passado, hoje as organizações vivem a orientação para o marketing com foco no cliente. 2.2 Reflexões sobre a Era Digital Os avanços tecnológicos apresentaram novas oportunidades para as mídias existentes e o surgimento de novas mídias. A internet é um exemplo de nova mídia criada por uma inovação tecnológica que trouxe inúmeras oportunidades para a comunicação com o consumidor. Ranchhod (2004) considera a internet uma mídia ativa que necessita de novas estratégias de marketing, também ativas, ao invés de passivas. Segundo Freoa (2007), a internet veio para se agregar à mídia tradicional e tem sido um importante meio para comunicação pessoal e empresarial. Essa interação é fundamental, pois a modernidade exige que as estratégias de marketing sejam elaboradas de forma única para cada veículo de comunicação. Coulter e Sarkis (2005) se referem às mídias tradicionais como o conjunto dos seguintes veículos: outdoors, mala direta, revistas, jornais, rádio e televisão. Já a internet é considerada como uma nova mídia. Porém, diante da transformação de muitas mídias existentes, talvez o mais correto seja chamá-las de mídias digitais (CÔRREA, 2008). 24 A internet apresenta duas características importantes como mídia, uma referente ao feedback: capacidade de igualdade do emissor, mídia e receptor no processo de comunicação (BORDIA, 1997). A televisão, por exemplo, não executa essa função, pois o receptor exerce um papel passivo à medida que não participa do processo de comunicação. A segunda é a capacidade de interatividade em tempo real, característica exclusiva de mídias interativas (HOFFMAN; NOVAK, 1996). É importante compreender que, diante do processo de comunicação em ambientes virtuais, pessoas compartilham informações por diversas razões, entre elas prestígio e status (CRUZ; FILL, 2008), ou por necessidade de manifestar impressões sobre compras, de modo a contribuir com os outros participantes da rede (DE BRUYN; LILIEN, 2008). Isso acontece devido ao fato de a internet, como mídia, apresentar os instrumentos necessários, para que as pessoas criem comunidades com interesses semelhantes, para troca de informações e experiências (MAYA; OTERO, 2002). Nesse sentido, é importante compreender que as mídias digitais devem ser analisadas não somente pelo seu aspecto tecnológico, mas também pelos seus aspectos culturais. Sua linguagem deve ser entendida para compreensão das novas formas culturais e representações sociais apresentadas a partir das interações experimentadas em sua utilização. Muito mais do que mudanças técnicas nos meios de comunicação, a digitalização das mídias criou novas relações entre os indivíduos, permitiu que eles se tornassem produtores de conteúdos e, a partir dessa nova lógica de produção, passassem a disseminar pontos de vista nunca antes vistos/ouvidos/lidos nos meios tradicionais (BARICHELLO; OLIVEIRA, 2010, p.32). Já não existe apenas um emissor e um receptor em posições previamente estabelecidas. Na nova ambiência midiática, existem inúmeros indivíduos que inserem conteúdos e atuam como mídia exercendo papel relevante na comunicação. As transformações trazidas pelo advento da internet ultrapassam o ambiente virtual e se estendem aos diversos setores da sociedade, modificando os hábitos dos indivíduos e das organizações. Essa mudança também representou uma transformação nas comunicações publicitárias tradicionais, que, ciente dos fatores que contribuem para a diminuição da eficácia da propaganda de massa, passaram a mudar suas estratégias com a intenção de se aproximar novamente do consumidor. 25 As mudanças perceptivas, comportamentais e culturais provocadas pela digitalização das mídias alteraram a forma como os consumidores encaram a publicidade. Eles passaram a exigir muito mais da nova propaganda, inserida em uma ambiência na qual a interação passa a ser um dos atributos mais valorizados do anúncio (BARICHELLO; OLIVEIRA, 2010, p.35). Segundo Oliveira (2012), a tecnologia influencia a comunicação, e a publicidade está atenta às tendências e acompanha novas formas de chegar a esse consumidor. Existe, nos dias de hoje, uma fusão do on-line e do off-line, e essa sinergia obriga a comunicação publicitária a mudar. Snyder-Duch (2001) afirma que, para se adaptar a essas transformações, a comunicação publicitária deve se tornar mais interativa. Com o objetivo de conquistar mais do que audiência, o desafio deve ser conquistar a atenção dos consumidores. Já Chimenti e Nogueira (2007) acreditam que a indústria da publicidade enxerga nas novas mídias apenas inovações incrementais, talvez pelo desinteresse em aumentar o uso dessas mídias, o que poderia gerar consequência no sistema de remuneração baseado em um comissionamento de 20% investido pelo anunciante. Existe uma tendência para recomendação de mídias tradicionais em detrimento de novas mídias. Essa atitude é resultado das métricas utilizadas nas mídias baseadas em internet: considerando o potencial de mensuração desses veículos, a maioria das indústrias de publicidade utiliza medidas como o CPM (custo por mil pessoas impactadas), método semelhante à medição de audiência das redes de TV (RODRIGUES; CHIMENTI; NOGUEIRA, 2011). A ausência de métricas uniformes para os diversos formatos expostos na internet cria dificuldade de comparações entre veículos e compromete o processo de decisões relacionadas às campanhas (SHEN, 2002). Neste ambiente, mídias tradicionais, dotadas de métricas de audiência, e novas mídias, caracterizadas por suas métricas de atenção, competem pela preferência de consumidores e pela verba dos anunciantes. A despeito da necessidade dos anunciantes de rentabilizar suas campanhas publicitárias e aperfeiçoar os processos de avaliação de desempenho das mesmas, verificou-se que o investimento em veículos tradicionais vem crescendo, enquanto a audiência entregue tem se reduzido (RODRIGUES; CHIMENTI; NOGUEIRA, 2011, p.1). Nesse contexto de instabilidade, novas tendências em comunicação e marketing surgem para que as empresas possam redesenhar suas estratégias e alcançar a atenção dos consumidores diante dos desafios impostos pela fragmentação da audiência. A comunicação publicitária volta o olhar para as estratégias de marketing vinculadas no mundo on-line, bem como para as possibilidades que esse meio pode oferecer. 26 “O meio denso e confuso pode se tornar uma oportunidade. Basta que se tratem as informações com diferencial e exponha sua marca de modo interessante e persuasivo, sem tomar o espaço limite imposto pelo consumidor” (FARIAS; LEBON, 2011, p.5). Uma oportunidade de reconquistar a atenção do consumidor surge com o marketing eletrônico ou digital. De acordo com Gabriel (2010), as tecnologias digitais provocam uma revolução no marketing tradicional. O consumidor, que antes atuava de forma passiva, passa a ser o protagonista do contexto estratégico. Essa transformação causa mudança na forma de relacionamento da marca com o consumidor, pois passa a existir uma relação entre clientes que utilizam diversas plataformas digitais para estreitar os laços com a marca. Merino (2006) considera o marketing digital uma evolução do marketing tradicional e aponta fatores como: abrangência de camadas formadoras e multiplicadoras de opinião; oferta de interatividade imediata com o consumidor; redução de custos e agilidade na relação com fornecedores; e fácil acesso às informações sobre produtos e serviços. Com a evolução da tecnologia da informação e da comunicação, especialmente a internet, o marketing evoluiu para o chamado marketing eletrônico, e-marketing ou marketing digital, conceito que expressa o conjunto de ações de marketing intermediadas por canais eletrônicos como a internet, em que o cliente controla a quantidade e o tipo da informação recebida (LIMEIRA, 2007, p. 9). Torres (2009) analisa o marketing digital a partir do pressuposto de que a maior parte dos clientes de uma organização acessa a internet e que esse ambiente afeta diretamente o marketing de uma organização, seja na comunicação corporativa, seja na comunicação publicitária, e afetará a empresa mesmo que ela não invista no mundo digital. Ainda de acordo com o autor, investir em marketing digital não significa apenas a organização criar um site, um blog ou realizar anúncios com banners; o investimento sem coordenação e monitoramento significa desperdício de recursos. É necessário compreender as estratégias de marketing eletrônico e planejar ações coordenadas e que estejam ligadas. De acordo com Reedy, Schullo e Zimmerman (2001, p.26), os recursos e ferramentas de marketing eletrônico são: “[...] basicamente orientados para a implementação de comunicações; processamento de informações e transações comerciais”. Conforme demonstra o QUADRO 2, é possível destacar algumas ferramentas de marketing eletrônico. 27 QUADRO 2 – Ferramentas de Marketing Eletrônico Ferramenta Conceito É o planejamento e a estrutura que estão envolvidos com sites que estão na rede de internet, pode ser considerada muito importante para qualquer página de empresas e relacionamento. Webdesign Tende a multidisciplinaridade, uma vez que a construção de páginas web requer subsídios de diversas áreas técnicas, além do design propriamente dito: áreas como arquitetura da informação, programação, usabilidade, acessibilidade entre outros. Evolui o conceito de Webdesign e explora toda a potencialização da interação entre o usuário Armazém de que navega no site da organização e a própria organização. Armazena dados de navegação, Dados configura estatísticas e fornece importante base de conhecimento sobre hábitos e preferências de um usuário e potencial consumidor. São instrumentos que viabilizam transações comerciais em ambientes eletrônicos, aliando a tecnologia das telecomunicações aos recursos de informática. Podem-se ilustrar os cartões e-commerce magnéticos, pagers, scanners ópticos, CD-ROMs, transmissores de frequência modulada e demais ferramentas no relacionamento vendedor e cliente, no contexto de transmissão de dados e interatividade. Ação que se utiliza da comunicação de marketing em espaços de televisão, mídia, sites, em telenovelas e outros, na intenção de reforçar as mensagens de divulgação feitas ou mesmo Merchandising iniciar a propaganda. É considerado como uma mídia rápida e eficaz, pois é a única em que a mensagem conta com os três elementos-chave para concretização de uma venda: o consumidor, o produto e o dinheiro. É a referência às técnicas de marketing que tentam explorar redes sociais preexistentes para produzir aumentos exponenciais em conhecimento de marca, modelo ou tipo de produto, com processos similares à extensão de uma epidemia quando alcança a sociedade virtual. Viral Marketing viral se utiliza, às vezes, para descrever alguns tipos de campanhas de marketing baseadas na internet, incluindo o uso de blogs, de sites aparentemente amadores, e de outras formas para criar o rumo de um novo produto ou serviço. São os grupos ou espaços específicos na internet que permitem o compartilhamento de dados e informações, de caráter geral ou específico, das mais diversas formas (textos, arquivos, Redes Virtuais imagens, fotos, vídeos etc.). Há também a formação de grupos por afinidade, amizade, com ou sem autorização, e de espaços específicos para discussão, debates, convites e apresentação de temas variados (comunidades, fóruns, Twitter, sites de relacionamento, entre outros). Fonte: GODIM, 2001; REEDY; SCHULLO; ZIMMERMAN, 2001. (adptado) Conforme Paula e Gil (2010), a utilização dessas ferramentas deve se adequar às necessidades mapeadas e aos objetivos propostos e ainda combinar mais de uma ferramenta de maneira simultânea e coordenada, se assim for necessário. Kearney (2001) afirma que as estratégias de marketing que funcionarão na economia digital seguem em torno de três ideias principais: desmembrar o produto: é importante que o cliente possa encontrar ou montar seus produtos ou serviços juntando o que realmente atenderá suas necessidades; redefinir o mercado: significa cortar ao máximo a presença de intermediações oferecendo precificação diferenciada e atendendo de maneira estratificada a amplitude e a profundidade dos produtos e serviços ofertados no mercado digital; fomentar as comunidades de clientes: estimular os clientes a criarem redes sociais colaborará com a expansão dos negócios a outras classes de clientes. 28 Nota-se que o ponto central do marketing digital é o consumidor, e, diante das plataformas digitais, as organizações podem aproximar-se dos clientes e compreender melhor o comportamento deles, resultando em uma adequada formulação de estratégias. 2.3 Marketing Viral A comunicação boca a boca foi compreendida no passado como um dos fatores que exercem influência no que os consumidores sabem, fazem ou sentem (BUTTLE, 1998). A ação de estar ou não satisfeito resulta em opiniões positivas ou negativas que afetam a comercialização de produtos ou serviços (ANDERSON, 1998) e a propagação de informações entre clientes (GOLDENBERG; LIBAI; MULLER, 2001). O advento da internet e a criação de comunidades virtuais permitiram que o fenômeno da comunicação boca a boca alcançasse territórios livres de delimitações geográficas (DE BRUYN; LILIEN, 2008) e que os clientes criassem resistência à comunicação publicitária tradicional (LESKOVEC; ADAMIC; HUBERMAN, 2007). É importante ressaltar que a popularização da internet impôs às organizações uma nova forma de se comunicar com os seus públicos e ainda trouxe inúmeras oportunidades de promover seus produtos e serviços. Os profissionais de marketing que trabalham com internet estão usando o marketing viral como uma forma de boca a boca, ou boca-mouse, para atrair a atenção para seus sites. O marketing viral envolve a transmissão de produtos, de serviços ou de informações desenvolvidos pela empresa de um usuário para o outro (KOTLER, 2006, p. 548). O marketing viral é uma forma de multiplicar uma mensagem boca a boca por meio da internet. Existem diversas maneiras de se propagarem essas mensagens, tais como: email, vídeo, áudio, jogos, websites, redes sociais, fotografias ou documentos. Comparadas à comunicação boca a boca tradicional, as estratégias de marketing viral são mais eficazes devido a sua capacidade de expandir rapidamente e à falta de pressão social de uma comunicação face a face. O fenômeno do marketing viral está diretamente relacionado à comunicação boca a boca, porém ocorre exclusivamente em ambientes virtuais. De Bruyn e Lilien (2008) destacam três características que diferenciam o marketing viral da comunicação boca a boca 29 tradicional: não envolve contato face a face e pressupõe a propagação de conteúdos somente eletrônicos; as mensagens podem ser ignoradas, já que não são solicitadas; conteúdos de fontes próximas possuem mais chances de serem aceitos. De acordo com Almeida, Coelho e Tete (2011), a terminologia marketing viral recebeu várias contribuições nos últimos anos, porém não adquiriu definição consensual. Os autores apontam características que apresentam divergências entre as pesquisas consultadas: Em primeiro lugar, não há consenso se o marketing viral trata-se de uma ação mercadológica controlada, patrocinada e desencadeada por determinada empresa ou um mero processo informal de disseminação e repetição de conteúdos promovido por indivíduos. Em segundo lugar, apenas parte dos autores pesquisados destacaram que a mensagem encaminhada possui característica exponencial, ou seja, é capaz de se espalhar e de se multiplicar em escala. Por último, enquanto alguns concluem que a ação ocorre exclusivamente na internet, outros não restringem a prática ao ambiente on-line (ALMEIDA; COELHO; TETE, 2011, p.4). O QUADRO 3 demonstra as diferentes definições para o marketing viral apresentadas pelos autores pesquisados por Almeida, Coelho e Tete (2011). Mesmo diante de tantas definições, não há como negar que o conceito-chave na abordagem de marketing viral diz respeito a como o desenvolvedor de estratégias de marketing pode realizar ações capazes de, diante de um esforço inicial, alcançar escalas comparáveis ao poder disseminador da comunicação publicitária com o uso de mídias de massa, com menos custos e que, ao mesmo tempo, utilize o próprio consumidor com a função de disseminador positivo da mensagem (ANDRADE; MAZZON; KATZ, 2006a). 30 QUADRO 3 – Definições de Marketing Viral Autoria Jurvertos e Draper (1997) Phelps et al. (2004) Definição Comunicação boca a boca virtual entre consumidores cuja mensagem patrocinada por determinada empresa se espalha virtualmente. Criação de mensagens virtuais que contemplam conceitos absorvidos por indivíduos que entram em contato com a mensagem original via internet. Estratégia que encoraja indivíduos a encaminhar mensagens de marketing para outros, criando potencial para crescimento exponencial na influência e na exposição da mensagem. Promoção individualizada e repetitiva em comunidades virtuais que se espalha como um vírus, com potencial de multiplicação e modificação conforme indivíduos interagem uns com os outros. Processo que encoraja comunicação honesta em redes de consumidores. Doeble, Toleman e Beverland (2005) Processo que encoraja indivíduos a encaminhar informações de marketing em ambiente hipermídia. Graham (1999) Wilson (2000) Morris, Schindehutte e LaForge (2002) Little (2005) Porter e Golan (2006) Vilpponen, Winter e Sundqvist (2006) Trata-se da estratégia que encoraja indivíduos a repassar uma mensagem de marketing para outros, criando potencial para o crescimento exponencial tanto na exposição quanto na influência da mensagem. Formato de comunicação consumidor-consumidor, gratuito, de conteúdo provocativo e patrocinado por empresas, com o objetivo de persuadir determinada audiência a encaminhar o conteúdo a outros, via internet. Comunicação boca a boca em situações em que efeitos positivos de rede prevalecem, e o influenciador possui posição ativa e positiva sobre esse efeito. Troca consumidor-consumidor informal, eletrônica e direta de informações sobre determinado produto ou serviço. Trata-se de um modelo de comunicação com públicos da internet que pressupõe que a Silva (2008) mensagem irá se disseminar por contágio de pessoas próximas ao público inicialmente alcançado, num espiral de crescimento constante. Fonte: ALMEIDA; COELHO; TETE, 2001. (adaptado) Cruz e Fill (2008) Jurvetson (2000) afirma que os efeitos de ações de marketing viral são mais poderosos que os exercidos pela comunicação publicitária tradicional, por conter endosso implícito de consumidores próximos em redes de relacionamento. Já a comunicação publicitária tradicional funciona como comunicação paga, impessoal, massificada e de conteúdo com controle do patrocinador (OGDEN; CRESCITELLI, 2007). Silva (2008) comenta que o marketing viral exerce grande influência sobre o indivíduo em seu meio social, por estar na dicotomia existente ente marketing de interrupção e marketing de permissão. O marketing de interrupção apresenta ao público-alvo numerosos estímulos de propaganda e promoções com a intenção de fazer com que o consumidor possa sucumbir à determinada oferta; já no marketing de permissão, as organizações oferecem aos clientes a oportunidade de aceitar, de maneira voluntária, aquilo que está sendo apresentado (GODIN, 2000). 31 Ainda de acordo com Silva (2008), essa realidade abre espaço para que os consumidores de uma organização possam agir como coautores e participantes no processo de comunicação, e não somente como receptores. Segundo Bentivegna (2002), não é simples a realização de estratégias de marketing viral de sucesso. Mais que o desafio criativo de criar mensagens virtuais inéditas e divertidas, é fundamental que a organização tenha uma compreensão profunda dos seus consumidores para melhor administrar aspectos como relevância e complexidade da mensagem. Quem constrói uma estratégia de marketing viral deve ter a preocupação de causar uma boa sensação no indivíduo diante do conteúdo provocativo da mensagem, assim o receptor será estimulado a repassar essa mensagem para a sua rede de contatos. Para isso, o conteúdo deve ser, de alguma maneira, extraordinário, com mensagens que sejam emocionalmente ricas ou divertidas o suficiente para provocar a disseminação (PORTER; GOLAN, 2006). Essa situação colabora com a honesta comunicação entre a rede de contatos do consumidor. O papel de destaque está nas pessoas que não são frequentes disseminadoras de mensagens, que possuem um impacto importante no processo, pois personalizam e selecionam mais o público (PHELPS et al., 2004). O grande desafio para que a estratégia de marketing viral tenha sucesso advém menos de ausência de tecnologia disponível e muito mais da falta de disposição gerencial de buscar novas formas de administrar o relacionamento com os consumidores (SHETH; PARVATIYAR, 2000). Nesse contexto, diante de todas as mudanças tecnológicas, sociais e de comportamento do consumidor, as organizações estão repensando suas formas de atuar no ambiente virtual. A principal maneira de acompanhar essas mudanças é adaptar-se aos novos meios, às novas ferramentas. Assim, tanto a internet quanto o marketing estão se tornando desafios e grandes oportunidades para que a comunicação publicitária possa trabalhar a promoção de produtos e serviços. 32 2.4 Redes Sociais e Visibilidade da Marca Para a área de marketing, é fundamental a compreensão de novas tecnologias adotadas pelos consumidores diante da velocidade do surgimento de inovações. Novos desafios surgem à medida que o avanço tecnológico permite a criação de diversos perfis de usuários de produtos, refletindo a necessidade de implementação de diferentes mecanismos para sensibilização do consumidor (KIMURA; BASSO; MARTIN, 2006). Ao mesmo tempo em que exige novas estratégias de marketing, o avanço tecnológico cria novos canais de comunicação com os clientes. Esses novos canais, baseados na internet, podem ter um impacto relevante na disseminação de um produto, por intermédio do marketing boca a boca. Considerando o marketing viral dentro do contexto das redes sociais, surge uma alternativa eficaz para que a atividade empresarial utilize os próprios consumidores na propagação de mensagens na internet. Vídeos, fotos, arquivos de áudio e links para websites são recebidos e repassados aos contatos da rede de relacionamento, formando o marketing viral. Esse modo de veicular uma campanha publicitária pode trazer resultados interessantes (SILVEIRA; MATTOS, 2009). As redes sociais são consideradas o conjunto de atores que se ligam por meio de relações sociais (BURT, 2000). De acordo com esse conceito, conclui-se que as redes sociais virtuais são reconhecidas como uma estrutura social formada por indivíduos ou organizações que estão ligados por uma ou mais maneiras de interdependência, que se manifestam em uma interação mediada pela internet (SANGWAN; GUAN; SIGUAW, 2009). É importante compreender que a configuração em rede já é inerente ao ser humano, que forma grupos semelhantes nos quais estabelece relações de trabalho, amizade, ou seja, relações que se desenvolvem e se modificam com o tempo. Segundo Tomaél, Alcará e Di Chiara (2005), as redes sociais constituem uma das estratégias usadas pela sociedade para compartilhamento de informações e experiências. Krogh, Ichijo e Nonaka (2001) complementam enfatizando que as redes sociais são motivadas por empatia, convivência e convergência de interesses. De acordo com Recuero (2009), nas redes sociais virtuais, os indivíduos são julgados e percebidos por suas palavras. Para se aproximar ainda mais da interação face a face, os indivíduos postam fotos e informações que são capazes de gerar empatia e individualidade. As interações ocorridas entre os usuários, estabelecidas a partir da formação 33 de comunidades virtuais, causam uma interação ainda maior entre os membros da rede. Essa interatividade é o atrativo principal dentro dessas comunidades (DALMORO et al., 2010). De acordo com Mizruchi (2009), as redes sociais podem explicar a influência estrutural de grupos na atividade econômica, já que estão em posição de destaque nas relações entre pessoas, mercado e organizações. Nesse sentido, as múltiplas redes sociais utilizadas tanto por consumidores quanto por organizações podem se tornar ferramenta importante, com custo relativamente baixo, para monitoramento de hábitos de consumo e acompanhamento de clientes. “Os clientes criam experiências compartilhadas que podem levar a marca para uma direção que talvez seja interessante para a empresa” (SCHMITT, 2000, p. 195). A relevância da utilização de redes sociais virtuais, como estratégia de marketing, pelas organizações para divulgação de sua marca deve ganhar maior atenção e importância. Mesmo que a empresa não queira, ela pode ser inserida no meio, caso consiga atrair a atenção de algum consumidor que admire a sua produção comercial. A partir daí, resta ao proprietário da marca utilizar-se dos benefícios que esse tipo de aproximação ao público pode oferecer (SILVEIRA; MATTOS, 2009, p.13). Avaliar as percepções dos consumidores em relação à própria marca e à da concorrência permite a obtenção de feedbacks sobre o posicionamento da marca e a elaboração de produtos e serviços que interessem o consumidor. Gitomer (2006) destaca a importância de pensar no fortalecimento da marca. O constante acompanhamento de opiniões compartilhadas pelos consumidores cria oportunidade para que as empresas atuem de modo assertivo, garantindo a manutenção da imagem perante os mercados já conquistados e a atratividade da marca para clientes potenciais. Uma marca de sucesso está apta a manter um alto nível de aceitação entre seu público, mesmo frente a um mercado competitivo. Na perspectiva das empresas, uma marca com valor pode beneficiar a companhia com uma sólida base para lançamento e licenciamento de novos produtos, amenizando a necessidade da luta por preços e promoção para garantir a participação de mercado, além de ajudar a criar resistência contra os ataques da concorrência (SILVEIRA; MATTOS, 2009, p.3). Pensando na perspectiva do consumidor, a marca representa uma clara diferença entre os produtos. Uma marca na qual o consumidor confia apresenta menor risco e diminui a dissonância cognitiva (DOYLE, 1990). Essa confiança resulta em lealdade, e uma marca que alcança esse nível de comprometimento causa junto ao cliente um compromisso de recompra, intensificando 34 repetidas compras, mesmo diante de influências situacionais e esforços de marketing que podem causar uma mudança de comportamento. A lealdade é compreendida como uma disponibilidade do cliente em associar à marca valores únicos (CHAUDHURI; HOLBROOK, 2001; OLIVER, 1999). Segundo Thakor e Kohli (1996), diversos fatores relacionados à reação dos consumidores diante das marcas podem auxiliar para que seja identificado o valor da marca, incluindo a imagem da marca, a personalidade da marca, a afinidade da marca, os relacionamentos da marca, o carisma da marca, a atitude da marca e suas semelhanças. No conceito apresentado por Oliver (1999), destaca-se o construto da lealdade ligado ao consumo, em acordo com a definição de Shet (1974), que diferencia a lealdade dos consumidores entre os diferentes papéis. Outro fator importante nessa definição é a ideia de lealdade multimarcas. O consumidor pode entender um conjunto de marcas como semelhantes e incluí-las nas suas opções de escolha. Essas marcas podem, ao longo do tempo, ser repetidamente compradas, demonstrando a lealdade multimarcas. Nesse contexto, a definição considera que a lealdade acontece se existir opção de escolha, caracterizada por influências situacionais e esforços de marketing capazes de resultar em uma mudança de comportamento (OLIVER, 1999). Diante do exposto, é possível perceber como é complexo o processo de posicionamento de marcas. É fundamental a utilização de estratégias de marketing bem elaboradas, para que as organizações possam atrair a atenção dos consumidores e gerar comentários positivos sobre sua marca. Nota-se que o avanço na utilização de redes sociais em todo o mundo fez com que as organizações passassem a encarar essas ferramentas como negócio, isto é, uma forma importante de interação com os consumidores e divulgação de sua marca. Seguem algumas ferramentas utilizadas: 1. Blog: os blogs eram conhecidos apenas como um modelo digital de diários de adolescentes. Atualmente, possuem uma grande aceitação, principalmente no jornalismo (PINHO, 2003). Alguns blogs se transformaram em importantes meios de informação e, em alguns casos, podem ser considerados mídias alternativas, nas quais o consumidor busca informações sobre produtos e serviços. 2. Orkut: foi criado por Orkut Buyukkokten e desenvolvido em 2001. É um site popular no Brasil, e o cadastro nessa rede é livre. Funciona por meio de perfis individuais e comunidades e possui participantes com interesses comuns. Segundo Recuero (2009), inicialmente para participação, era necessário o convite de algum 35 membro, o que valorizou a participação dos indivíduos. Posteriormente, a entrada foi permitida a qualquer interessado em fazer parte da rede. As comunidades existentes, como, por exemplo, “Eu odeio a Tim” ou “Odeio a Rede Globo”, são criadas pelos participantes e funcionam como fóruns de discussão sobre produtos e serviços prestados. 3. Facebook: lançado em fevereiro de 2004, nos Estados Unidos, como um site de relacionamento social destinado aos alunos que ingressavam na universidade, após terminar a High School. A ideia de Mark Zuckerberg, criador da plataforma, era criar uma rede de contatos para jovens. A página inicial dos usuários dessa rede demonstra as últimas atualizações feitas pelos contatos da rede de relacionamentos. Nesse mural, acontecem as principais interações, e tudo o que é postado fica visível para toda a rede de contatos. Esses contatos podem interagir com o conteúdo postado por intermédio de ferramentas disponibilizadas pelo site, como “curtir” o que foi publicado ou mesmo responder a informações ou compartilhá-las. Essas interações fazem do Facebook uma ferramenta dinâmica, sendo que as atualizações podem ser feitas de computadores ou smartphones. 4. Twitter: lançado por Jack Dorsey, Biz Stone e Evan Williams em 2006, o sistema é conhecido como microblog da internet, dadas as especificidades que o caracterizam. O usuário pode escrever até 140 caracteres diante da pergunta principal: “O que você está fazendo?” (CARMONA, 2009). Empresas podem ficar conectadas aos seus clientes, e também pode ser usado para obter informações rapidamente e compartilhá-las com os usuários interessados nos negócios oferecidos pela organização. 5. YouTube: foi criado em fevereiro de 2005 e permite que seus usuários carreguem e compartilhem vídeos em formato digital. O YouTube cria ídolos momentâneos que ficam expostos à fama por causa do grande número de acessos a determinado vídeo. Essa ferramenta é importante, pois permite que algumas empresas que produzem vídeos e os postam no YouTube enviem mensagens com link, após a postagem, torcendo, assim, para que se torne viral (SILVEIRA; MATTOS, 2009). 6. Instagram: é uma rede social utilizada para compartilhamento de fotos, criada em outubro de 2010. Essa ferramenta possibilita que os usuários tirem fotos, personalizem essas fotos por meio de efeitos visuais disponíveis na rede e ainda compartilhem com outros integrantes do Instagram. Os demais usuários podem comentar as fotos postadas e interagir por meio da rede. 36 7. LinkedIn: lançada em 2003, essa rede é utilizada por profissionais de diversas áreas de atuação que buscam relacionamentos voltados para o mundo dos negócios. Normalmente, esses profissionais já estão inseridos no mercado de trabalho e já possuem uma rede de networking. O objetivo do site é ampliar a rede de relacionamento dos usuários por meio de contatos estabelecidos na rede ou por indicação de profissionais com os quais o usuário já teve oportunidade de interagir. Muitas organizações estão enxergando as redes sociais como negócio diante da possibilidade de interação com o seu público-alvo. Trepper (2000) comenta que um dos pioneiros no uso da internet como negócio foi o catálogo on-line, que apresentava apenas algumas informações sobre produtos e serviços. Atualmente, muitas organizações sofisticaram sua forma de atuação, e as redes sociais passaram a ser utilizadas de maneira mais elaborada e vista como estratégia de negócio. 2.5 Marketing Viral e a Intenção de Compra As estratégias de marketing viral são embasadas no fato de que atitudes e ações das pessoas são influenciadas socialmente pelo comportamento de alguns outros indivíduos. Segundo Delre, Jager e Janssen (2007), se parte do grupo social de uma pessoa possui um produto, é bem provável que esse indivíduo compre o mesmo produto, mesmo sem existir uma necessidade. Schiffman e Kanuk (2000) comentam que os clientes procuram informações sobre um produto por meio de comunicação boca a boca com pessoas cujas opiniões são valorizadas. Os consumidores passam mais tempo pensando sobre suas escolhas e buscando informações alternativas acerca de produtos e serviços quando vislumbram algum risco. Quanto mais informações e recomendações o consumidor possui sobre um produto ou serviço, mais previsíveis são as consequências e menor será o risco percebido (SCHIFFMAN; KANUK, 2000). O consumidor relaciona o produto ou serviço às informações que tem sobre ele, quando se estabelece uma intenção de compra. Dowling e Staelin (1994) afirmam que o grau de conhecimento sobre um produto ou serviço pode estar associado à percepção do risco em relação ao mesmo ou à incerteza sobre a necessidade de adquirir aquele bem ou serviço. 37 A intenção de compra pode variar de acordo com o nível de conhecimento do produto que afeta o risco percebido da compra pelo consumidor. Os consumidores que têm maior conhecimento sobre o produto conseguem inferir melhor os benefícios do produto em comparação àqueles que têm baixo conhecimento sobre o mesmo. Essa concepção afeta diretamente a intenção de compra, pois há maior propensão de comprar um produto já conhecido ao invés de um novo produto e de buscar mais informações sobre um produto desconhecido do que um produto conhecido (RANGEL NETTO, 2012, p. 22). Diante do constante desenvolvimento das tecnologias de informação e da grande quantidade de informações disponibilizadas na internet, o consumidor depara-se com uma diversidade de opções para a tomada de decisão. De acordo com Henning-Thurau et al. (2004), a internet aumentou as opções disponibilizadas aos clientes na busca de informações sobre produtos e serviços. Diversos consumidores procuram opiniões de outros consumidores e se interessam por compartilhar suas próprias opiniões e percepções sobre produtos e serviços por meio do boca a boca eletrônico ou marketing viral. Os autores apontam alguns fatores que estimulam o boca a boca eletrônico: preocupação com outros clientes: essa iniciativa não reflete nenhum ganho pessoal ou monetário relacionado aos comentários postados na rede. A atitude parte de um desejo em auxiliar outros consumidores com suas decisões de compra, ou impedir que outros clientes passem por experiências negativas com a aquisição de produtos ou serviços; auxílio para a organização: Essa iniciativa resulta da satisfação do cliente com a organização e uma necessidade de retribuir o bom serviço prestado ou a qualidade do produto adquirido; necessidade de inserção em comunidades on-line: nessa situação, os clientes postam suas opiniões sobre produtos e serviços nas redes sociais ou em comunidades específicas com a intenção de marcar presença em comunidades virtuais e usufruir das vantagens sociais desse vínculo. Pesquisas demonstram que a maior parte dos sites de redes sociais pressupõe a existência de relações sociais (BOYD; ELLISON, 2007). É fundamental compreender que, nessa complexa rede, um ator se relaciona com amigos com interesses em comum e esses amigos possuem relacionamentos com outras pessoas que podem ter interesses diferentes. Diante dessa facilidade de relacionamento e de manifestações de opiniões, o cliente pode disseminar uma mensagem negativa ou positiva sobre determinada empresa, e essa opinião será propagada rapidamente pela coletividade (RAMALHO, 2010). 38 Recuero (2009) reforça a ideia e afirma que os laços sociais são reforçados à medida que as interações via redes sociais são realizadas e que os interesses individuais refletem no grupo em que o usuário está conectado. Existem inúmeras ferramentas on-line disponíveis para compartilhar ideias sobre produtos, serviços e marcas e ainda contar com a contribuição de outros consumidores que têm servido de fonte de informações objetivas para diversas maneiras de consumo (KOSINETS, 2002). Dalmoro et al. (2010) complementam o pensamento e destacam a capacidade dos usuários de influenciarem as decisões de compra dos demais por meio de tweets e posts. Essas influências são resultado da rede social formada, pois, ainda segundo os autores, os usuários recebem mensagens de pessoas com quem mantêm algum laço, seja de amizade ou admiração. Essas opiniões compartilhadas na rede podem influenciar as decisões de compras de outros usuários, principalmente se o responsável pelos tweets ou posts for alguém com muita credibilidade na rede, considerado um formador de opinião. Considerando esse cenário, Goldsmith e Horowitz (2006) comentam que o boca a boca eletrônico exerce um papel fundamental no comércio eletrônico. Empresas estão cada vez mais interessadas no poder dessa forma de influência interpessoal para valorização de suas marcas. Os recursos disponíveis na internet oferecem oportunidades para que as empresas possam implementar o boca a boca eletrônico em suas estratégias de comunicação, estabelecendo e gerenciando seus relacionamentos com os consumidores (DELLAROCAS, 2003). Cuneo (1994) aponta que muitas empresas já estão atentas a esse fenômeno e empregam técnicas para acelerar a difusão de novos produtos e serviços fazendo uso do boca a boca. Bentivegna (2002) corrobora a ideia afirmando que as empresas podem maximizar o potencial de ações virtuais de marketing boca a boca e aponta o marketing viral como alternativa. Segundo Krishnamurthy (2001), o marketing viral tem como objetivo utilizar a comunicação consumidor-consumidor para propagação de informações a respeito de produtos e serviços, uma vez que o resultado pode refletir uma adesão mais rápida por parte do mercado consumidor e ainda uma estratégia de custos relativamente baixos. De acordo com Graham (1999), o marketing viral significa criar mensagens virtuais que contenham conceitos que possam ser absorvidos pelos indivíduos que interajam com a mensagem na internet. Os conteúdos dessas mensagens devem ser interessantes o suficiente para incentivar o consumidor a disseminá-las pela rede. 39 Bentivegna (2002) aponta seis fatores que podem influenciar o sucesso das mensagens de marketing viral, a saber: familiaridade com a marca da empresa que realiza a ação de marketing viral: já que qualquer empresa pode realizar campanhas promocionais na rede, os usuários tendem a replicar mensagens de empresas conhecidas por receio de repassar mensagens enganosas; desenvolvimento de uma massa crítica de amplificadores da mensagem: os usuários tendem a repassar mensagens quando recebem de pessoas de sua rede de relacionamento. Nesse sentido, torna-se importante cativar uma quantidade inicial de usuários que, de acordo com seu perfil e hábitos de consumo, possam ser potenciais amplificadores virtuais da mensagem da organização; baixa complexidade da mensagem: quanto maior a complexidade da mensagem, menor a tendência de essa mensagem ser disseminada com rapidez; existência de incentivos para a replicação da mensagem: a mensagem pode ser repassada com maior agilidade se for ofertado algum tipo de incentivo para essa disseminação. Não necessariamente precisa ser um incentivo monetário; componente de diversão na mensagem: usuários que recebem mensagens com aspectos lúdicos tendem a repassá-las com maior facilidade e agilidade. ineditismo da ação de marketing viral: uma mensagem que contenha caráter inédito gera maior interesse e entusiasmo no usuário, resultando em propagação com maior agilidade; Mesmo diante de tantos esforços para formular uma campanha de marketing viral que possa interferir na intenção de compra do consumidor, essa decisão é um processo complexo por parte do cliente. Bettman (1999) argumenta que o modelo de tomada de decisão pressupõe uma sequência de estágios mentais que os clientes vivenciam durante a decisão de compra. De acordo com o autor, essa sequência envolve as seguintes etapas: identificação do problema: o consumidor entende que existem alternativas para resolver a situação apresentada, porém pode ainda não possuir interesse ou informações suficientes para compreender os benefícios que a solução pode trazer; interesse: o consumidor tem consciência da situação-problema, apresenta algum interesse e faz opção por procurar mais informações sobre o produto ou serviço; decisão final: nesta situação, o consumidor faz opção pela compra do produto ou serviço. 40 Bettman (1999) comenta que, nesse processo, cada etapa concluída é fator condicional para o resultado positivo da próxima etapa, porém, se o consumidor identifica o problema por intermédio do contato com uma fonte que seja persuasiva, como, por exemplo, um amigo ou formador de opinião, os estágios de identificação do problema e interesse podem ocorrer simultaneamente. Para De Bruyn e Lilien (2008), a comunicação boca a boca desempenha papel fundamental no fluxo das informações disponibilizadas e pode influenciar cada estágio da tomada de decisão do consumidor. De acordo com De Bruyn e Lilien (2008), as interações eletrônicas entre amigos constituem uma maneira de se transformar redes de relacionamentos eletrônicas em redes de influência eletrônicas. Com intensidades diferentes, os usuários das redes exercem influências uns sobre os outros. Os autores ainda destacam que esse tipo de comunicação não só atinge a atenção do consumidor, mas também desencadeia interesse e pode resultar na adoção de produtos e em conversão em vendas. Inúmeros autores vêm pesquisando a relação do boca a boca eletrônico com as decisões de consumo (SENECAL; NANTEL, 2004; GODES; MAYZLIN, 2004; HUNG; LI, 2007; CHEUNG; LEE; RABJONH, 2008; HONG; CHO, 2011; YOO; LEE, 2012). Um comportamento anterior ao comportamento real é a intenção, isto é, a predisposição para a execução de um determinado comportamento. De acordo com Mowen e Minor (2003, p.143), “as intenções de comportamento são definidas como as expectativas de se comportar de determinada maneira em relação à aquisição, ao descarte e ao uso de produtos e serviços”. Schiffman e Kanuk (2000) apontam os inputs socioculturais como fatores de contribuição na influência do processo de decisão do consumidor. O input, segundo os autores, tem como base as influências externas que constituem fonte de informação sobre determinado produto ou serviço e que influenciam o consumidor com relação a valores, atitudes e comportamentos sobre determinado produto ou serviço. Esses inputs representam diversas influências não comerciais, como, por exemplo, as opiniões de amigos, o uso de produtos ou serviços por familiares, comentários de conhecidos, entre outros. De Bruyn e Lilien (2008) corroboram a ideia e argumentam que a influência exercida está diretamente ligada às características da fonte. Algumas características exercem maior influência nas primeiras etapas do processo de tomada de decisão, outras terão maior impacto nas etapas finais do processo. Os autores comentam que alguns fatores devem ser considerados ao se analisar a influência da comunicação boca a boca no processo de tomada de decisão do consumidor. Eles argumentam que decisões tomadas pelo receptor da 41 informação boca a boca na rede estão relacionadas ao grau de interação entre emissor e receptor: no processo de identificação do problema, o receptor primeiramente faz opção por prestar atenção ou não à informação compartilhada pelo emissor relacionada a um produto ou serviço. Nessa etapa, dar atenção ao comentário compartilhado na rede pode resultar em fortalecimento do relacionamento entre as partes, e não dar atenção pode enfraquecer o relacionamento; na etapa de interesse, os receptores podem desenvolver maior interesse pela mensagem compartilhada e decidir por investigar as opiniões de outros participantes da rede. Nessa etapa, a importância do relacionamento entre receptor e consumidor assim como as experiências do emissor exercem influência na busca de maiores informações sobre os benefícios de se adquirir o produto ou o serviço; na etapa que diz respeito à decisão final, o receptor da mensagem boca a boca já reuniu todas as informações sobre o produto ou serviço e decidirá pela compra analisando o custo-benefício. O grau de relacionamento entre o emissor e o receptor da informação afetará a decisão final pela compra. Nesse contexto, conclui-se que a comunicação boca a boca sempre assumiu um papel importante no processo decisório do consumidor como fonte de informação segura e confiável. A internet possibilitou a propagação de informações e permitiu que os consumidores pudessem compartilhar suas opiniões sobre marcas, produtos e serviços com um incontável número de pessoas gerando a comunicação boca a boca eletrônica. Nesse sentido, o marketing viral pode ser uma alternativa para que as empresas consigam atingir os clientes de maneira customizada e com custos menores que a contratação de mídias tradicionais. 2.6 Panorama atual da Produção Científica sobre Marketing Viral O objetivo desta seção é apresentar reflexões sobre as origens e o estado atual da produção científica sobre marketing viral, com a intenção de indicar alternativas para futuros trabalhos sobre o tema. O termo marketing viral foi popularizado por Jurvetson e Draper (1997), quando os autores buscaram compreender os motivos que levaram ao sucesso uma empresa de 42 serviços de correio eletrônico gratuito que aumentou sua base de clientes de zero para 12 milhões por meio de uma estratégia fundamentada na internet (JURVETSON, 2000). A partir desse momento, o conceito recebeu contribuições, mas não adquiriu uma definição consensual e estabelecida, o que provoca uma evolução descontinuada para o termo e, em consequência, para o campo de pesquisa (ALMEIDA; COELHO; TETE, 2011). O estudo de Almeida, Coelho e Tete (2011) realizou uma seleção de 19 publicações científicas sobre o tema marketing viral e indicou quatro categorias para alternativas de futuros trabalhos conforme o QUADRO 4. QUADRO 4 – Alternativas para Delimitação de Trabalhos sobre Marketing Viral Categoria Definição do conceito e contextualização do arcabouço teórico Identificação de características, proposição de técnicas, modelos de implementação ou avaliação de ações de marketing viral Análise da estrutura de rede proveniente do processo de comunicação em ambientes virtuais Motivação ou comportamento de disseminadores ou receptores de conteúdos encaminhados Autores Porter e Golan (2006) Silva (2008) Andrade, Mazzon e Katz (2006a) Bentivegna (2002) Cruz e Fill (2008) Doeble, Toleman e Beverland (2005) Lans et al. (2010) Silveira e Mattos (2009) Subramani e Rajagopalan (2003) Woerndl et al. (2008) Leskovec, Adamic e Huberman (2007) Vilpponen, Winter e Sundqvist (2006) Yang et al. (2010) Andrade, Mazzon e Katz (2006b) De Bruyn e Lilien (2008) Doeble et al. (2007) Ho e Dempsey (2010) Phelps et al. (2004) Xavier e Summer (2009) Fonte: ALMEIDA; COELHO; TETE, 2001. (adaptado) Porter e Golan (2006) realizaram pesquisa exploratória com o objetivo de destacar as diferenças entre o marketing viral e a propaganda veiculada na televisão. De acordo com os autores, as iniciativas virais se baseiam em aspectos estruturais da internet, e, para que ocorra a disseminação dos conteúdos, as mensagens devem incluir elementos provocativos que produzam sensações positivas nos receptores e o desejo de compartilhar o conteúdo recebido (PORTER; GOLAN, 2006). O estudo propôs definição para o termo e realizou uma análise de conteúdo para identificar os aspectos diferenciadores. O trabalho de Silva (2008) aborda diversas estratégias de marketing e procura situar o papel da publicidade na sociedade moderna e sua relação com os meios de comunicação. Para realização do estudo, o autor explora as diversas tentativas do marketing 43 para sistematizar seu conhecimento sobre propaganda boca a boca, com a finalidade de propor uma definição do fenômeno marketing viral, e, ainda, aborda a percepção dos publicitários com relação ao termo. A segunda categoria sugerida por Almeida, Coelho e Tete (2011) e demonstrada no Quadro 4 aponta estudos que conciliam aspectos das ações de marketing viral, proposições de técnicas e modelos de implementação ou avaliação de características virais. Os dados levantados na proposta teórica de Andrade, Mazzon e Katz (2006a) demonstraram a eficiência do alcance da mensagem viral e o envolvimento do público no esforço de proliferação do conteúdo. Já os estudos de Bentivegna (2002), Cruz e Fill (2008), Doeble, Toleman e Beverland (2005), Lans et al. (2010), Silveira e Mattos (2009), Subramani e Rajagopalan (2003) e Woerndl et al. (2008) abordam aspectos prescritivos e procuram compreender de que modo as organizações podem classificar e maximizar o marketing viral ou avaliar essas ações de maneira mais eficiente. Os autores, após conduzirem pesquisas exploratórias, alcançaram resultados semelhantes que envolveram famosas campanhas de marketing viral. Os resultados destacaram a importância de mensagens que contenham alguns elementos, dentre eles a diversão, para despertar a imaginação ou a curiosidade dos consumidores. Com relação ao estudo de Silveira e Mattos (2009), é fundamental destacar a afirmação de que tanto empresas multinacionais quanto empresas menores podem utilizar ações de marketing viral para divulgar suas marcas. Lans et al. (2010) apresentaram um modelo que auxilia a determinação da quantidade de consumidores impactados por determinada campanha de marketing viral e dos meios de controle no processo de proliferação da mensagem encaminhada. Já Subramani e Rajagopalan (2003) apontaram a existência de uma lacuna no conhecimento produzido sobre o tema e apresentaram um sistema classificatório do processo de compartilhamento de mensagens e persuasão em redes sociais. Os autores sugeriram um modelo que classifica o processo de acordo com quatro alternativas: (a) sinalização de benefícios e sensibilização do público-alvo; (b) recomendação do target; (c) sinalização de uso por parte de membros do grupo; (d) evangelização motivacional (SUBRAMANI; RAJAGOPALAN, 2003). O pesquisa de Woerndl et al. (2008) possui semelhanças com os trabalhos de Bentivegna (2002), Doeble, Toleman e Beverland (2005) e Silveira e Mattos (2009) quando aponta e discute os cinco fatores que impactam o sucesso de campanhas de marketing viral: (a) a estrutura da campanha; (b) as características do produto ou serviço divulgado; (c) o 44 conteúdo da mensagem; (d) as características do mecanismo de difusão; (e) o modelo de informação entre os pares (WOERNDL et al., 2008). A terceira categoria sugerida por Almeida, Coelho e Tete (2011) aborda os trabalhos que analisaram o marketing viral por meio da estrutura de rede proveniente do processo de comunicação em ambientes virtuais. Leskovec, Adamic e Huberman (2007) realizaram uma pesquisa sobre um programa de promoções desenvolvido por uma organização varejista norte-americana. A estratégia de promoção oferecia aos consumidores de livros, músicas ou filmes, descontos caso recomendassem o produto adquirido para seus contatos. Os autores concluíram que a categoria do produto exerceu influência na propagação de mensagens. Já a pesquisa de Vilpponen, Winter e Sundqvist (2006) buscou compreender a extensão do fenômeno da comunicação boca a boca na internet. Os autores concluíram que a estrutura de rede estabelecida por meio da internet é mais aberta que as estruturas tradicionais por possuir aspecto radial e de baixa densidade. Dessa forma, a estrutura da rede de relações permite que o agente central troque informações com uma quantidade maior de pessoas, como também que outros agentes tenham acesso a informações que o central ainda não possui (ALMEIDA; COELHO; TETE, 2011). A quarta categoria (cf. QUADRO 4) agrupa resultados de estudos que analisaram a motivação ou o comportamento de disseminadores ou receptores de conteúdos encaminhados (ALMEIDA; COELHO; TETE, 2011). Os autores dividiram os trabalhos em dois aspectos específicos que analisam, respectivamente: (a) receptividade, percepção e resposta comportamental de consumidores diante de ações de marketing viral (ANDRADE; MAZZON; KATZ, 2006b; DE BRUYN; LILIEN, 2008; XAVIER; SUMMER, 2009); e (b) a motivação dos indivíduos em encaminhar conteúdos recebidos (DOEBLE; TOLEMAN; BEVERLAND, 2007; HO; DEMPSEY, 2010; PHELPS et al., 2004). As pesquisas apresentadas por Andrade, Mazzon e Katz (2006b), De Bruyn e Lilien (2008) e Xavier e Summer (2009) se aproximam quando apresentam resultados que demonstram a expansão do conhecimento de determinada marca por meio de ações de marketing viral. Doeble, Toleman e Beverland (2007) realizaram trabalho por meio da análise de nove campanhas de marketing viral sobre produtos, serviços, organizações não governamentais e sem fins lucrativos com o objetivo de compreender os impactos da utilização de apelos emocionais na decisão dos indivíduos de compartilhar as mensagens com seus contatos. Os autores concluíram que a efetividade está baseada na combinação de 45 elementos emocionais de caráter incentivador aos impactados, tais como medo, tristeza, alegria, nojo e raiva. É importante salientar que as pesquisas que dizem respeito às motivações que levam determinados indivíduos a compartilhar conteúdos eletrônicos se assemelham à medida que apontam a combinação de critérios preestabelecidos para o sucesso na disseminação das mensagens. De acordo com Almeida, Coelho e Tete (2011), o conceito de marketing viral é relativamente novo no campo de conhecimento de marketing e vem recebendo contribuições importantes nos últimos anos. Graças ao advento da internet, a comunidade acadêmica vem-se esforçando no sentido de compreender a natureza e as características do marketing digital. 2.7 Modelo Proposto para Análise Com base nos construtos abordados no referencial teórico, este trabalho propõe estudar a influência que o marketing viral, como estratégia de comunicação publicitária, pode exercer na intenção de compra na visibilidade de uma marca, verificando-se, ainda, a percepção do consumidor a respeito de campanhas publicitárias postadas na rede. De acordo com Krishnamurthy (2001), a força do marketing viral está na comunicação consumidor-consumidor para a propagação de informações sobre marcas, produtos e serviços, resultando em uma adoção mais rápida por parte do mercado consumidor. Nesse modelo, o objetivo do marketing seria estimular os clientes com uma mensagem poderosa e evolvente que potencialize o marketing boca a boca virtual. Leskovec, Adamic e Huberman (2007) corroboram a ideia e afirmam que, diante do advento da internet que possibilitou a criação de comunidades virtuais e maior acesso às informações, os consumidores criaram uma resistência à comunicação publicitária tradicional. Seguindo o mesmo pensamento, Silva (2008) concluiu que o marketing viral exerce grande influência sobre o indivíduo, em seu meio social, por estar na dicotomia entre o marketing de interrupção e o marketing de permissão. Neste trabalho, procurou-se analisar o construto percepção do consumidor em relação a campanhas publicitárias postadas na rede e sua influência no marketing viral. Dessa forma, propõe-se: 46 H1: A percepção do consumidor sobre campanhas publicitárias na rede influencia positiva e significativamente o marketing viral. De acordo com De Bruyn e Lilien (2008), a comunicação boca a boca desempenha papel fundamental no fluxo de informações disponibilizadas e pode influenciar cada estágio da tomada de decisão do consumidor. Dalmoro et al. (2010) complementam o pensamento e destacam a capacidade dos usuários de influenciarem as decisões de compra dos demais por meio de mensagens postadas na rede. Delre, Jager e Janssen (2007) complementam afirmando que, se parte do grupo social de uma pessoa possui um determinado produto, é bem provável que esse indivíduo compre o mesmo produto, ainda que não exista uma necessidade. Andrade, Mazzon e Katz (2006a) já afirmavam que os avanços na internet alteraram significativamente as ações de marketing. A rede mundial de computadores passou a ser um meio de comunicação de marketing que, além de ser um meio de informação e entretenimento, também é utilizada para propagar mensagens promocionais, divulgar propagandas e ainda influenciar as decisões de compra. Dessa forma, propõem-se: H2: A percepção do consumidor sobre campanhas publicitárias na rede influencia positiva e significativamente a intenção de compra. H3: O marketing viral influencia a intenção de compra. O marketing viral, no contexto das redes sociais, pode ser uma alternativa eficaz para que a atividade empresarial utilize os próprios consumidores na propagação de mensagens na internet. Silveira e Mattos (2009) afirmam que vídeos, fotos, arquivos de áudio e links para websites são recebidos e repassados aos contatos da rede de relacionamento formando o marketing viral. Ainda segundo os autores, esse modo de veicular uma campanha de comunicação publicitária pode trazer resultados interessantes para visibilidade de uma marca. Goldsmith e Horowitz (2006) complementam o pensamento e afirmam que o boca a boca eletrônico exerce um papel fundamental no comércio eletrônico e ressaltam a importância desse instrumento para valorização de marcas. Logo, espera-se que: 47 H4: O marketing viral influencia a visibilidade da marca. H5: A percepção do consumidor sobre campanhas publicitárias na rede influencia positiva e significativamente a visibilidade da marca. A marca representa uma clara diferença entre os produtos. Pesquisas comprovam que uma marca na qual o consumidor confia apresenta menor risco e diminui a dissonância cognitiva (DOYLE, 1990). A confiança resulta em lealdade, e uma marca que alcança esse nível de comprometimento causa junto ao cliente um compromisso de compra e recompra (CHAUDHURI; HOLBROOK, 2001). Neste estudo, serão avaliados apenas os construtos visibilidade da marca e intenção de compra com a finalidade de entender a relação entre os dois. Com base nesse raciocínio, apresenta-se a seguinte hipótese: H6: A visibilidade da marca influencia positiva e significativamente a intenção de compra. Baseando-se na fundamentação teórica e na construção das hipóteses estabelecidas, cabe, então, apresentar o modelo que resume essas proposições conforme FIG.1. 48 FIGURA 1 – Modelo proposto para análise Intenção de Compra H2 H3 Percepção do Consumidor Sobre Campanhas Publicitárias na Rede H1 Marketing Viral H6 H4 H5 Visibilidade da Marca Fonte: Elaborada pela autora. O questionário de pesquisa utilizado para validação do modelo proposto abordou cada um dos construtos do modelo com 19 questões, sendo (5) para o construto percepção do consumidor sobre campanhas publicitárias postadas na rede, (5) para marketing viral, (4) para visibilidade da marca, (5) para intenção de compra (cf. APÊNDICE). 49 3 METODOLOGIA Nesta seção da pesquisa, são expostos os procedimentos metodológicos que nortearam este estudo. Primeiro, apresenta-se o delineamento da pesquisa com relação à abordagem, aos objetivos e aos procedimentos de coleta de dados. Em seguida, definem-se unidade de análise, universo e amostra de pesquisa. Logo após, descrevem-se a técnica e o instrumento de coleta de dados. Finalmente, apresenta-se a técnica de modelagem de equações estruturais (MEE) que possibilita a análise da dependência entre variáveis, além da estimação simultânea de um conjunto de equações diferenciadas que se inter-relacionam. 3.1 Delineamento da Pesquisa A pesquisa científica é o “procedimento racional e sistemático que tem como objetivo proporcionar respostas aos problemas que são propostos” (GIL, 1999, p.19). Lakatos e Marconi (2001) e Cervo e Bervian (1996) colaboram com o pensamento e definem como um processo fundamental para atingir respostas das questões propostas. De acordo com Ruiz (2002, p. 48), “é a realização concreta de uma investigação planejada, desenvolvida e redigida de acordo com as normas da metodologia consagradas pela ciência”. Nesse contexto, apresenta-se o delineamento do presente estudo, considerando a abordagem do problema, os objetivos e os métodos da coleta de dados. 3.1.1 Quanto à Abordagem Para atingir os objetivos e as finalidades deste trabalho sobre o aspecto da abordagem, optou-se por realizar uma pesquisa de natureza quantitativa. De acordo com Malhotra (2001, p.155), “a pesquisa quantitativa procura quantificar os dados e aplicar alguma forma de análise estatística”. Nos trabalhos organizacionais, essa modalidade de pesquisa caracteriza-se pela capacidade de mensurar opiniões, reações e hábitos por meio de técnicas estatísticas simples ou complexas. Além disso, é frequentemente utilizado em estudos descritivos (DEMO, 2000). 50 3.1.2 Quanto aos Objetivos Com relação aos objetivos (fins), a pesquisa classifica-se com finalidade descritiva, que, de acordo com Vergara (2007), demonstra as características de determinada população ou determinado fenômeno. Ainda de acordo com a autora, a pesquisa descritiva ajuda a estabelecer correlações entre variáveis e apontar sua natureza. Foram apontados os motivos pelos quais o marketing viral, como estratégia de comunicação publicitária, auxiliou despertar a intenção de compra dos consumidores inseridos em ambiente digitalizado; como o marketing viral, como estratégia de comunicação publicitária, impactou a visibilidade do consumidor com relação às marcas, na relação entre visibilidade da marca e intenção de compra e na percepção dos clientes com relação ao marketing viral. Segundo Gil (1999, p.45), a pesquisa descritiva possui “como objetivo primordial a descrição das características de determinada população ou fenômeno, ou então, os estabelecimentos de relações entre variáveis”. A pesquisa descritiva “tem como principal objetivo a descrição de algo” (MALHOTRA, 2001, p.108), um evento, um fenômeno ou um fato com a finalidade de descobrir e classificar a relação entre as variáveis e a casualidade entre fenômenos (GIL, 1999). 3.1.3 Quanto aos Procedimentos de Coleta de Dados Quanto ao método de coleta de dados, para esta investigação, optou-se pelo questionário. Os dados foram coletados por meio de survey, com aplicação das perguntas online a pessoas que possuem perfil nas redes sociais. De acordo com Cervo e Bervian (1996), todo questionário deve ser impessoal, assegurando-se a uniformidade na avaliação de um fato ou situação. Na visão de Mc Daniel e Gates (2003), a utilização de questionários eletrônicos permite maior agilidade na coleta e tabulação dos dados, já que esta passa a ser realizada automaticamente. Evans e Mathur (2005) também propõem que o questionário via web possui, como atributo diferenciador, a facilidade no preenchimento para os respondentes, maior rapidez, exigência do preenchimento completo, acompanhamento das respostas e agilidade na aplicação. 51 3.2 Unidade de Análise Foram coletados dados dos usuários de redes sociais. O questionário foi enviado via web (Google Docs). Destaca-se que o questionário ficou à disposição dos respondentes on-line, sendo preenchido pelos pesquisados e tabulado por meio do próprio sistema. 3.3 Definição do Universo e Amostra da Pesquisa De acordo com Hair Jr. et al.(2009), o universo de pesquisa ou população é determinado pelo número total de elementos que apresentam algum conjunto comum de particularidades. Segundo Vergara (2003), o universo da pesquisa caracteriza-se pelo conjunto de elementos que possuem os aspectos do objeto de estudo. Com relação à amostragem realizada, essa foi não aleatória por conveniência. De acordo com Malhotra (2012), essa técnica de amostragem procura obter uma amostra de elementos adequados, e a seleção de unidades amostrais é consentida pelo pesquisador, confiando a este o julgamento dos elementos da amostra. Para Vergara (2000, p.51), a amostra da pesquisa é “constituída pela seleção de elementos que o pesquisador considere representativos da população-alvo, o que requer profundo conhecimento dessa população”. Segundo Lakatos e Marconi (1992), a amostragem não probabilística é uma técnica que confia no julgamento pessoal do pesquisador. Ainda de acordo com os autores, o universo é delimitado enumerando suas características comuns. Vergara (2003) comenta que o universo e a amostra definem a população amostral. Entende-se por população amostral o conjunto de elementos do objeto do estudo. A autora define a amostra da pesquisa como uma parte do universo, escolhida pela adoção de critérios de importância e representatividade para o resultado da pesquisa. O universo de pesquisa ou população utilizada, no presente trabalho, compreende os usuários de redes sociais. A seleção da amostra da presente pesquisa, conforme classificação proposta por Vergara (2004), ocorreu de maneira não probabilística e por acessibilidade da pesquisadora. Dessa forma, alcançou-se o número de 321 respondentes válidos seguindo indicações de Hair Jr. et al. (2005). 52 3.4 Coleta de Dados Os dados foram coletados por meio de um questionário para autopreenchimento no Google Docs, composto por quatro blocos distintos de perguntas. O desenvolvimento desse questionário foi baseado na fundamentação teórica, avaliando os construtos percepção do consumidor sobre campanhas publicitárias, marketing viral, visibilidade da marca e intenção de compra. O instrumento de coleta de dados final apresentou 23 questões distribuídas para os construtos percepção do consumidor sobre campanhas publicitárias (5 itens), marketing viral (5 itens), visibilidade da marca (4 itens), intenção de compra (5 itens) e sociodemográficas (4 itens). O primeiro bloco questiona a percepção do consumidor sobre campanhas publicitárias postadas na rede. O segundo bloco é constituído por perguntas sobre marketing viral. O terceiro bloco consiste em perguntas do construto visibilidade da marca. O quarto bloco questiona a intenção de compra relacionada à visibilidade da marca, marketing viral e percepção do consumidor sobre campanhas publicitárias. Por fim, o quinto bloco examina os aspectos sociodemográficos. Foi utilizada escala intervalar de sete pontos, variando de discordo totalmente (1) a concordo totalmente (7). Com relação à identificação dos respondentes, o sigilo foi garantido, e apenas o pesquisador teve acesso aos questionários via web, sem referência a nome, e-mail ou qualquer outra identificação. Foram coletados 321 questionários. 3.5 Tratamento de Dados Os dados relativos à presente pesquisa tipo survey foram tratados por meio de modelagens de equações estruturais. Para a análise de dados, utilizou-se do método Partial Least Squares (PLS), possibilitando o estudo com uma amostra reduzida. O software utilizado foi o Smart PLS 2.0 M3. 53 3.6 Modelo de Equações Estruturais Com relação à análise de dados, foi utilizada a técnica de modelagem de equações estruturais (MEE) por ser uma técnica multivariada, que permite o uso de relações separadas par cada conjunto de variáveis dependentes, além de combinar aspectos de regressão múltipla com análise fatorial para estimar uma série de relações de dependência inter-relacionadas simultaneamente (HAIR JR. et al., 2005). A modelagem de equações estruturais (MEE) caracteriza-se por apontar, avaliar e testar relações hipotéticas entre as variáveis. Permite, ainda, o estudo com conceitos sociais abstratos, por meio de variáveis latentes ou construtos que podem ser correlacionados entre si (KLINE, 1998; BENTLER; WU, 2002). No que diz respeito aos estudos sociais, a MEE é particularmente adequada, uma vez que nessa área do conhecimento as teorias e os modelos geralmente possuem conceitos abstratos (BYRNE, 1994), além de suas vantagens estratégicas (HAIR JR. et al.1998). De acordo com os autores, a modelagem de equações estruturais (MEE) é eficiente quando o estudo apresenta variáveis dependentes que devem ser estimadas simultaneamente; dessa maneira, uma variável antes dependente pode tornar-se independente em outro relacionamento. As vantagens na utilização dessa técnica estão no fato de sua capacidade em abordar múltiplos relacionamentos em um método simples, além de analisar os relacionamentos de modo percebível (HAIR JR. et al., 1998). 54 4 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS Neste trabalho, a validação do modelo se deu por meio da modelagem de equações estruturais. Foram apresentadas as estatísticas descritivas do questionário, o perfil dos respondentes, a validação do modelo, a descrição dos construtos e o relacionamento entre o construto e a variável do perfil. Todas as hipóteses não foram rejeitadas apontando a relação positiva entre percepção do consumidor sobre campanhas publicitárias, marketing viral, intenção de compra e visibilidade da marca. 4.1 Estatísticas Descritivas dos Itens do Questionário Como no presente estudo utilizou-se uma amostra para avaliar em que níveis se encontram os itens que compõem as dimensões propostas, construiu-se um desvio padrão que é a medida mais comum da dispersão estatística. Ele mostra o quanto de variação ou “dispersão” existe em relação à média ou ao valor esperado. Um baixo desvio padrão indica que os dados tendem a estar próximos da média; um desvio padrão alto indica que os dados estão espalhados por uma gama de valores (cf. TAB.1). Observa-se, na TAB.1, que todos os itens avaliados possuem poucas variações no desvio padrão, o que demonstra concordância com a afirmativa. O maior desvio padrão (2,23) foi identificado no item que afirma que os idivíduos não compartilham mensagens com conteúdos de difícil compreensão. Isso demonstra que os conteúdos mais elaborados não inteferem no compartilhamento de mensagens. Já o menor desvio padrão (1,64) foi identificado no item que afirma a importância de uma marca possuir perfil nas redes sociais com informações claras e precisas sobre seus produtos e serviços. O dado confirma que os indivíduos estão conectados e buscando informações sobre produtos e serviços nas redes sociais. Com relação ao perfil dos respondentes (cf. TAB.2), nota-se que houve pouca variação no sexo, sendo 48,3% dos respondentes do sexo masculino e 51,7% dos respondentes do sexo feminino. No que tange à faixa etária, foi observado (cf. TAB.3) que a maior parte da amostra é constituída por indivíduos acima de 35 anos. 55 No que se refere ao grau de escolaridade, a maior parte da frequência está relacionada aos indivíduos com pós-graduação completa (47,7%, cf. TAB.4), e percebe-se que 80% da amostra é constituída por pessoas que possuem ensino superior. A renda mensal por sua vez é mais frequente na faixa superior a R$5.000 (TAB.5). TABELA 1 – Estatísticas Descritivas do Questionário N Eu levo em consideração as mensagens compartilhadas pelos meus 321 contatos nas redes sociais sobre marcas, produtos e serviços. Exponho meu ponto de vista sobre marcas, produtos e serviços para a minha rede de relacionamentos por meio de posts nas redes 321 sociais. Se todos os meus contatos estão indicando determinada marca, 321 produto ou serviço, tenho maior interesse em o conhecer. Desvio padrão 4,07 4,26 4,45 1,74 3,18 3,40 3,61 1,94 4,57 4,77 4,96 1,80 3,82 4,04 4,27 2,05 321 3,94 4,18 4,42 2,19 321 4,27 4,49 4,70 1,98 321 3,53 3,74 3,96 1,98 321 4,07 4,29 4,51 2,00 321 3,40 3,63 3,86 2,10 321 4,53 4,78 5,02 2,23 321 4,74 4,93 5,11 1,70 321 4,82 5,02 5,22 1,82 321 4,66 4,85 5,03 1,70 321 5,56 5,74 5,92 1,64 321 4,51 4,71 4,92 1,88 321 3,83 4,05 4,27 2,02 321 3,42 3,63 3,85 1,95 321 5,33 5,52 5,72 1,76 321 3,74 3,94 4,14 1,82 Busco informações com os meus contatos nas redes sociais sobre marcas, produtos e serviços que tenho interesse, mas que ainda não 321 consumi. Curto nas redes sociais as páginas das empresas com as quais me identifico. Compartilho com os meus contatos as campanhas publicitárias que possuem mensagens com conteúdos engraçados. Compartilho com os meus contatos as campanhas publicitárias de marcas com que tenho maior familiaridade. Compartilho com os meus contatos os links de campanhas publicitárias que considero inovadoras. Compartilho com os meus contatos as campanhas publicitárias que oferecem algum incentivo para serem repassadas. Não compartilho com os meus contatos as campanhas publicitárias que possuem mensagem com conteúdos de difícil compreensão. As marcas bem comentadas nas redes sociais são mais procuradas. As marcas que estão sempre atentas em responder a questionamentos sobre seus produtos ou serviços nas redes sociais são mais confiáveis. Marcas que compartilham assuntos de interesse social possuem maior credibilidade nas redes sociais. Considero importante que uma marca possua um perfil nas redes sociais com informações claras e precisas sobre seus produtos ou serviços. Prefiro adquirir produtos ou serviços de marcas que são bem recomendadas por meus contatos nas redes sociais. Antes de adquirir um produto ou serviço, procuro informações sobre a marca nas redes sociais. Sinto interesse em comprar um produto ou serviço quando recebo mensagens promocionais sobre marcas que conheço nas redes sociais. Evito comprar produtos ou serviços de marcas difamadas nas redes sociais. Interesso-me mais por adquirir produtos que estão sempre com suas marcas sendo compartilhadas nas redes sociais. Fonte: Dados da pesquisa. Mínimo Máximo Média 56 TABELA 2 – Sexo dos Respondentes Sexo Masculino Feminino Total Fonte: Dados da pesquisa. Frequência 155 166 321 Percentual 48,3% 51,7% 100,0% TABELA 3 – Faixa Etária Faixa etária Até 21 anos 22 a 25 anos 26 a 30 anos 31 a 35 anos Acima de 35 anos Total Fonte: Dados da pesquisa. Frequência 7 26 73 88 127 321 Percentual 2,2% 8,1% 22,7% 27,4% 39,6% 100,0% TABELA 4 – Grau de Escolaridade Grau de Escolaridade Ensino médio completo Superior incompleto ou em curso Superior completo Pós-graduação incompleta ou em curso Pós-graduação completa Total Fonte: Dados da pesquisa. Frequência 14 40 80 34 153 321 Percentual 4,4% 12,5% 24,9% 10,6% 47,6% 100,0% TABELA 5 – Renda Mensal Individual Renda mensal individual Não possui renda individual Até R$1.300,00 Entre R$1.301,00 a R$1.500,00 Entre R$1.501,00 a R$3.000,00 Entre R$3.001,00 a R$4.000,00 Entre R$4.001,00 a R$5.000,00 Acima de R$5.000,00 Total Fonte: Dados da pesquisa. 4.2 Frequência 11 28 16 68 47 38 113 321 Percentual 3,4% 8,7% 5,0% 21,2% 14,6% 11,8% 35,3% 100,0% Validação do Modelo A validação do modelo se deu por meio da modelagem de equações estruturais. Para tanto, utilizou-se do método Partial Least Squares (PLS), o qual não exige normalidade multivariada das variáveis e consegue trabalhar com um tamanho de amostra mais reduzido, 57 além de se adequar melhor para estudos exploratórios que o método utilizado pelo LISREL (CHIN, 1998). O software utilizado foi o Smart PLS 2.0 M3. É uma proposição estatística das relações entre as variáveis. Trata-se de um caminho hipotético de relações lineares entre um conjunto de variáveis. É composto por dois componentes: o modelo de mensuração e o modelo estrutural (CHIN, 1998). O modelo de mensuração é o componente do modelo geral que contém as variáveis latentes. As variáveis latentes não são observáveis e são geradas pelas covariâncias entre dois ou mais indicadores. No presente estudo, as variáveis latentes são: percepção dos consumidores sobre campanhas publicitárias, marketing viral, visibilidade da marca e intenção de compra. Geralmente, são chamadas de fatores ou construtos e são, de fato, equivalentes aos fatores comuns da análise fatorial exploratória e definidas por meio de um conjunto de indicadores. O modelo estrutural é o componente do modelo geral que prescreve as relações entre variáveis latentes e observadas que não são indicadores das variáveis latentes. O modelo foi inserido no Smart PLS tal qual foi concebido na argumentação teórica. Os construtos foram precedidos por códigos conforme o QUADRO 5. Como resultado, todos os itens apresentaram alta carga fatorial (valores acima de 0,5), demonstrando a relação pertinente entre as variáveis latentes e o conjunto de indicadores e atestando o modelo de mensuração. Apenas o item q2.5 apresentou baixa carga fatorial (valores abaixo de 0,5). O modelo completo, contando inclusive com o item que possui baixa carga fatorial nos respectivos construtos, é apresentado na FIG. 2. Também verificou-se no modelo estrutural um forte impacto (R2 = 0,543) das variáveis latentes percepção do consumidor sobre campanhas, marketing viral e visibilidade da marca na intenção de compra e um impacto menor (R2 = 0,315) das variáveis latentes percepção do consumidor sobre campanhas e marketing viral na visibilidade da marca. Observou-se, do mesmo modo, um impacto significativo da variável latente percepção do consumidor sobre campanhas no marketing viral (R2 = 0,453), o que demonstra a forte relação entre essas variáveis (cf. FIG. 3). Observa-se que todos os caminhos que ligaram as variáveis latentes possuíam coeficientes significativos (cf. FIG. 3). Destaca-se o caminho que ligou a percepção dos consumidores sobre campanhas publicitárias ao marketing viral com um coeficiente muito alto (0,673 – FIG. 3) e que se mostrou muito significativo (valor t = 21,195) (cf. FIG. 4). 58 QUADRO 5 – Questões e Respectivos Códigos Código Descrição Eu levo em consideração as mensagens compartilhadas pelos meus contatos nas redes sociais sobre marcas, produtos e serviços. Exponho meu ponto de vista sobre marcas, produtos e serviços para a minha rede de relacionamentos q1.2 por meio de posts nas redes sociais. Se todos os meus contatos estão indicando determinada marca, produto ou serviço, tenho maior q1.3 interesse em o conhecer. Busco informações com os meus contatos nas redes sociais sobre marcas, produtos e serviços que q1.4 tenho interesse, mas que ainda não consumi. q1.5 Curto nas redes sociais as páginas das empresas com as quais me identifico. Compartilho com os meus contatos as campanhas publicitárias que possuem mensagens com q2.1 conteúdos engraçados. Compartilho com os meus contatos as campanhas publicitárias de marcas com que tenho maior q2.2 familiaridade. q2.3 Compartilho com os meus contatos os links de campanhas publicitárias que considero inovadoras. Compartilho com os meus contatos as campanhas publicitárias que oferecem algum incentivo para q2.4 serem repassadas. Não compartilho com os meus contatos as campanhas publicitárias que possuem mensagem com q2.5 conteúdos de difícil compreensão. q3.1 As marcas bem comentadas nas redes sociais são mais procuradas. As marcas que estão sempre atentas em responder a questionamentos sobre seus produtos ou serviços q3.2 nas redes sociais são mais confiáveis. q3.3 Marcas que compartilham assuntos de interesse social possuem maior credibilidade nas redes sociais Considero importante que uma marca possua um perfil nas redes sociais com informações claras e q3.4 precisas sobre seus produtos ou serviços. Prefiro adquirir produtos ou serviços de marcas que são bem recomendadas por meus contatos nas q4.1 redes sociais. q4.2 Antes de adquirir um produto ou serviço, procuro informações sobre a marca nas redes sociais. Sinto interesse em comprar um produto ou serviço quando recebo mensagens promocionais sobre q4.3 marcas que conheço nas redes sociais. q4.4 Evito comprar produtos ou serviços de marcas difamadas nas redes sociais. Interesso-me mais por adquirir produtos que estão sempre com suas marcas sendo compartilhadas nas q4.5 redes sociais. Fonte: Dados da pesquisa. q1.1 59 FIGURA 2 – Modelo Completo Ajustado Fonte: Dados da pesquisa. Devido à baixa carga fatorial, o item q2.5 foi eliminado do modelo, e esse foi reestimado conforme apresentado na FIG. 3. FIGURA 3 – Modelo Final Ajustado Fonte: Dados da pesquisa. 60 A seguir, procedeu-se a avaliação do modelo quanto à validade convergente. Tal avaliação é realizada com base na Average Variance Extracted (AVE). Tais valores, segundo Chin (1998), devem possui valor mínimo de 0,5. Tal patamar pode ser comprovado pela TAB. 6. TABELA 6 – Descrição do Modelo Ajustado 2 AVE Confiabilidade Composta R Square Alfa de Cronbach Intenção de compra 0,561 0,863 0,543 0,801 Marketing Viral 0,727 0,914 0,453 0,874 Percepção de Campanhas Publicitárias 0,564 0,866 0,638 0,876 Visibilidade da marca Fonte: Dados da pesquisa. 0,806 0,315 0,811 Em relação à avaliação da confiabilidade do construto, Chin (1998) indica que ela deve ser avaliada prioritariamente segundo a confiabilidade composta e que tal valor deve ser superior a 0,7. Conforme apresentado na TAB. 6, todos os construtos atenderam a tal critério. Em relação à validade discriminante, foram avaliadas as cargas cruzadas dos itens com os construtos. Como pode ser observado na TAB. 7, cada item possui carga mais alta com o construto a qual pertence do que em qualquer outro, atestando, assim, a validade discriminante. A validade convergente por outro lado está relacionada à magnitude das cargas em relação ao respectivo construto. Todos os itens possuem cargas altas nos seus respectivos construtos (acima de 0,5) (cf. TAB. 7). 61 TABELA 7 – Cargas Cruzadas Código Intenção de compra q1.1 0,508 q1.2 0,483 q1.3 0,514 q1.4 0,580 q1.5 0,488 q2.1 0,418 q2.2 0,527 q2.3 0,452 q2.4 0,469 q3.1 0,515 q3.2 0,456 q3.3 0,415 q3.4 0,480 q4.1 0,792 q4.2 0,777 q4.3 0,768 q4.4 0,543 q4.5 0,832 Fonte: Dados da pesquisa. Marketing Viral 0,481 0,490 0,476 0,497 0,578 0,858 0,879 0,878 0,793 0,395 0,325 0,414 0,351 0,385 0,416 0,485 0,229 0,498 Percepção de Campanhas Visibilidade da marca Publicitárias 0,756 0,766 0,766 0,768 0,697 0,524 0,629 0,582 0,552 0,480 0,417 0,382 0,452 0,566 0,542 0,517 0,275 0,605 0,397 0,349 0,471 0,420 0,403 0,417 0,404 0,405 0,361 0,784 0,822 0,805 0,784 0,533 0,451 0,402 0,336 0,462 Os autores Fornell e Lacker (1981 apud CHIN, 1998) indicam uma forma de avaliar a validade discriminante para as variáveis latentes. Nesse método, são obtidas as raízes quadradas das AVEs, e seus valores são comparados com as correlações entre os diversos construtos. Quando a AVE é superior às correlações, pode-se afirmar que existe a validade discriminante. Por questão de inteligibilidade, os resultados obtidos para a raiz quadrada da AVE foram colocados na diagonal principal da matriz de correlação (sombreadas). A verificação a ser realizada, então, é entre a AVE e as correlações na mesma linha e na mesma coluna. Os resultados da TAB. 8 atestam a existência de validade discriminante para todos os construtos. TABELA 8 – Cargas Cruzadas das variáveis Latentes Construto Intenção de compra Marketing Viral Percepção de Campanhas Publicitárias Visibilidade da marca Fonte: Dados da pesquisa. Intenção de compra Marketing Viral 0,749 0,549 0,687 0,588 0,853 0,673 0,465 Percepção de Campanhas Publicitárias 0,751 0,546 Visibilidade da marca 0,799 Para verificar se os coeficientes encontrados são significativos ao nível de 5% de significância, foi utilizado o método bootstrap. Os valores apresentados no modelo se referem 62 à estatística t do teste para avaliar a significância do coeficiente encontrado. Valores t acima de 1,96 indicam que os coeficientes são significativos ao nível de 5% de significância (cf. FIG.4). FIGURA 4 – Modelo Final Ajustado – Valores t Fonte: Dados da pesquisa. Dessa forma, o modelo proposto teoricamente se comprovou por meio do estudo realizado. 4.3 Descrição dos Construtos 4.3.1 Construtos Avaliados Para operacionalização dos construtos, utilizou-se da carga fatorial não padronizada dos mesmos. Dessa forma, são apresentados os resultados em uma escala tal qual a original (de 1 a 7). O valor 4 é, então, o centro da escala. Na TAB.9, são apresentadas a média e o intervalo de confiança de 95%. 63 Observa-se que todos os construtos apresentam média significativamente superior a 4 com exceção de Marketing Viral, destacando-se, ainda, que o construto Visibilidade da marca apresenta uma média superior às demais. TABELA 9 – Pesos dos Itens na Composição do Traço Ambiguidade Construto Intenção de compra Marketing Viral Percepção de Campanhas Publicitárias Visibilidade da marca Fonte: Dados da pesquisa. Intervalo de Confiança de 95% Limite Limite Média Inferior Superior 4,2 4,3 4,5 3,9 4,0 4,2 4,0 4,1 4,3 5,0 5,1 5,3 Desvio Padrão 1,4 1,7 1,5 1,4 Para comparação dos índices dos construtos, utilizou-se de uma técnica intitulada CHAID (Chi-Square Automatic Interaction Detector). Tal técnica, proposta por Kass (1980), permite avaliar o relacionamento entre uma variável dependente e outras em nível categórico ou contínuo, e o resultado é apresentado em forma de árvore, em que são apresentadas as variáveis preditoras que mais estejam associadas à variável dependente. Os subconjuntos resultantes apresentam uma maior homogeneidade internamente em relação à variável dependente e com a maior heterogeneidade possível entre os subconjuntos formados. Os critérios de divisão ou agrupamento utilizados nessa técnica foram fixados em 5%, ou seja, os subconjuntos possuem significativa diferença ao se utilizar do teste qui-quadrado (ao nível de 5%). São apresentados, nas FIGs. de 5 a 10, as diferenças significativas detectadas junto às variáveis sexo, idade, escolaridade e renda. São apresentadas apenas as árvores com resultados significativos. Indivíduos do sexo feminino possuem uma maior intenção de compra (média = 4,489) do que os homens (4,124). Tal resultado é apresentado na FIG.5. 64 FIGURA 5 – Intenção de Compra vs. Sexo Fonte: Dados da pesquisa. Em relação ao Marketing Viral, indivíduos do sexo feminino apresentam uma média (4,355) superior à dos homens (3,723) conforme FIG.6, demonstrando que o sexo feminino apresenta uma maior tendência em compartilhar com seus contatos as campanhas publicitárias postadas nas redes sociais. FIGURA 6 – Marketing Viral vs. Sexo Fonte: Dados da pesquisa. No que se refere à escolaridade, indivíduos com nível superior ou além apresentam média (3,999) inferior aos indivíduos com menor escolaridade (5,170) nesse 65 construto (cf. FIG.7), o que significa que indivíduos com menor escolaridade estão mais propensos a realizar boca a boca eletrônico. FIGURA 7 – Marketing Viral vs. Escolaridade Fonte: Dados da pesquisa. Em relação à Percepção de Campanhas Publicitárias, indivíduos do sexo feminino apresentam uma média (4,411) superior à dos homens (3,851) conforme FIG.8. Observa-se que o sexo feminino se interessa mais por campanhas publicitárias. FIGURA 8 – Percepção de Campanhas Publicitárias vs. Sexo Fonte: Dados da pesquisa. Relacionado à Visibilidade da Marca, indivíduos com curso superior completo ou além apresentam uma média (5,033) superior aos indivíduos com menor escolaridade (5,561) 66 conforme FIG.9. Destaca-se que os indivíduos com formação superior compreendem melhor as ações de visibilidade da marca. FIGURA 9 – Visibilidade da Marca vs. Escolaridade Fonte: Dados da pesquisa. Ainda nesse construto, observa-se que os indivíduos com maior renda (superior a R$3.000,00) apresentam média (4,924) inferior aos demais indivíduos (5,480) conforme FIG.10. Nesse caso, é possível afirmar que indivíduos com maior renda estão menos interessados em marcas que indivíduos de menor renda. FIGURA 10 – Visibilidade da Marca vs. Renda Mensal Individual Fonte: Dados da pesquisa. 67 5 CONCLUSÕES Neste estudo, foi proposto um modelo que buscou analisar a relação positiva entre percepção do consumidor sobre campanhas publicitárias postadas na rede, marketing viral, intenção de compra e visibilidade da marca. Os resultados obtidos podem ser analisados sob dois aspectos: o primeiro é denominado implicações teóricas e aborda os fatores metodológicos e as contribuições das teorias de marketing para a pesquisa. O segundo, limitações da pesquisa e desenvolvimento de estudos futuros, aborda as dificuldades encontradas e as sugestões para futuras pesquisas sobre o tema. 5.1 Implicações Teóricas A força do marketing viral está na comunicação consumidor-consumidor para disseminação de informações sobre marcas, produtos e serviços, exercendo influência nas decisões de consumo dos consumidores (KRISHNAMURTHY, 2001). De maneira geral, todas as hipóteses elaboradas neste estudo não foram rejeitadas: observa-se que o marketing viral, como estratégia de comunicação publicitária, concede ao consumidor informações que podem influenciar outros consumidores a consumir ou não um produto ou serviço. Esse fenômeno também exerce influência na visibilidade de uma marca. O advento da internet trouxe inúmeras transformações que ultrapassaram o ambiente virtual e se estenderam por diversos setores da sociedade, modificando os hábitos dos indivíduos e das organizações. O consumidor, que antes atuava de forma passiva, passa a ser o protagonista do contexto estratégico de marketing. Ciente desse cenário, a comunicação publicitária passou a mudar suas estratégias com a intenção de se aproximar novamente do consumidor (GABRIEL, 2010). O marketing viral é considerado uma estratégia de marketing digital que encoraja os indivíduos a disseminar mensagens na rede (CAVALLINI, 2008). A queda da audiência nas mídias tradicionais demonstra a saturação dos consumidores com milhares de anúncios publicitários no dia a dia. A H1 confirmou que a percepção dos consumidores sobre campanhas publicitárias exerce influência positiva no marketing viral, o que demonstra como o novo 68 consumidor está aberto a campanhas publicitárias que utilizam a internet como meio de propagação. A H2 demonstrou que a percepção dos consumidores sobre campanhas publicitárias na rede influencia positivamente a intenção de compra. Segundo Dalmoro et al. (2010), os consumidores conectados à internet influenciam as decisões de compra dos demais usuários por meio de mensagens postadas na rede. Observa-se que os indivíduos estão atentos às campanhas postadas na rede e ainda consultam os seus contatos sobre marcas, produtos e serviços. Esse aspecto também foi confirmado na H5, que demonstra a influência positiva da percepção do consumidor com relação à visibilidade da marca. De acordo com Schmitt (2000), os consumidores criam experiências com as campanhas postadas na rede e compartilham com seus contatos, o que resulta em visibilidade para determinada marca. Henning-Thurau et al. (2004) comentam que a internet aumentou as opções disponibilizadas aos clientes na busca de informações sobre produtos e serviços. Inúmeros consumidores procuram opiniões de outros consumidores e se interessam por compartilhar suas próprias percepções por meio de boca a boca eletrônico ou marketing viral. A H3 confirma a influência do marketing viral na intenção de compra dos consumidores. Observase que o consumidor relaciona o produto ou serviço às informações que tem sobre ele na rede, quando se estabelece uma intenção de compra. Os consumidores têm apresentado uma preocupação para com os outros consumidores no sentido de influenciar suas decisões, evitando que outros vivenciem experiências negativas e adquiram produtos ou serviços que deixam a desejar em qualidade. Uma campanha de marketing viral bem elaborada estimula o cliente a disseminar informações positivas sobre produtos e serviços, influenciando a intenção de compra. A H4 complementa o pensamento e demonstra que o marketing viral também exerce influência na visibilidade da marca. O marketing viral ocupa um papel fundamental no comércio eletrônico e também é um instrumento de grande importância na valorização de marcas (GOLDSMITH; HOROWITZ, 2006). Silveira e Mattos (2009) afirmam que é importante destacar que tanto empresas multinacionais quanto empresas menores podem utilizar ações de marketing viral para divulgar suas marcas. De Bruyn e Lilien (2008) destacam que esse tipo de ação não só atinge a atenção do consumidor, mas também desencadeia interesse e pode resultar na adoção de marcas e em vendas. Observa-se que o efeito pretendido por ações virais é a ampliação dos comentários que gerem evidências para o praticante de marketing, objetivando a transferência de mensagens positivas que aumentem a valorização de marcas. 69 Um dos objetivos das campanhas virais é criar maior visibilidade para determinada marca, entendendo que essa ação pode resultar em vendas (BENTIVEGNA, 2002). Rangel Netto (2012) acrescenta afirmando que a intenção de compra pode variar de acordo com o maior conhecimento sobre a marca. A H6 confirmou o pensamento demonstrando que a visibilidade da marca influencia positivamente a intenção de compra. Com base nos resultados apresentados, verificou-se que todas as hipóteses foram comprovadas. A partir do modelo Partial Least Squares, todos os itens apresentaram coeficientes superiores a 0,5 na estimação do modelo estrutural. A avaliação quanto à validade convergente, realizada com base na Average Variance Extracted, foi positiva, já que todos os valores possuíam valor mínimo exigido, de 0,5. Em relação à avaliação da confiabilidade do construto, todos apresentaram valor superior a 0,7, confirmando a confiabilidade do modelo. Em relação à validade discriminante, foram avaliadas as cargas cruzadas do itens com os construtos, e cada item possui carga mais alta com o construto ao qual pertence do que em qualquer outro, atestando, assim, a validade discriminante. Quanto à validade convergente, todos os itens possuem cargas altas nos seus respectivos construtos (acima de 0,5). Os coeficientes encontrados foram significativos ao nível de 5% de significância, segundo o método bootstrap. O modelo proposto teoricamente se comprovou por meio do estudo realizado. 5.2 Limitações da Pesquisa Mesmo que tenha sido encontrado suporte estatístico para o presente estudo, este apresenta algumas limitações. A primeira limitação refere-se à abordagem metodológica adotada para a pesquisa que não permite extrapolações quanto às razões que levaram o marketing viral, como estratégia de comunicação publicitária, a influenciar a intenção de compra e a visibilidade da marca. A característica exploratória do estudo, embora aborde um leque teórico, pode deixar desamparadas algumas concepções teóricas úteis no entendimento da percepção do consumidor sobre campanhas publicitárias e as razões que incitam os usuários a compartilhar suas experiências nas redes sociais. 70 Outro aspecto que afetou a análise foi o universo pesquisado, que gerou uma amostra de 321 respondentes do questionário survey on-line, restringindo, dessa forma, a capacidade de generalização. Ademais, a aplicação do questionário restringiu-se a um determinado mercado, cidade de Belo Horizonte – MG, fazendo com que dados e características possam ser próprios da cultura local. 5.3 Desenvolvimento de Estudos Futuros A partir deste estudo, acredita-se que novas pesquisas possam ser estimuladas, visando a novas abordagens sobre marketing viral, utilizando novos aspectos teóricos e metodológicos. Neste trabalho, o marketing viral foi abordado como um fenômeno provocado pela comunicação publicitária. Seria interessante abordar o fenômeno sob a perspectiva espontânea, o que apontaria os motivos que levam o consumidor a compartilhar mensagens na rede. Também foi abordada, neste estudo, a relação positiva entre os construtos percepção do consumidor sobre campanhas publicitárias postadas na rede, marketing viral, visibilidade da marca e intenção de compra. Seria importante estudar as relações negativas, a fim de demonstrar o impacto negativo entre as variáveis. 71 6 REFERÊNCIAS ALBERTIN, Alberto Luiz. Comércio Eletrônico: modelo, aspecto e contribuições de sua aplicação. 4.ed. São Paulo: Atlas, 2002. ALMEIDA, M.; COELHO, R. L.; TETE, M. F. Perspectiva evolutiva do Marketing Viral: um Ensaio sobre sua fundamentação teórica e alternativas para futuros trabalhos. In: ENCONTRO DA ANPAD, 35., 2011, Rio de Janeiro. Anais... Rio de Janeiro: ANPAD, 2011. AMA – AMERICAN MARKETING ASSOCIATION. Resource Library, Dictionary. 2009. Disponível em: http://www.marketingpower.com. Acesso em: 23 mar. 2013. ANDERSON, E. Customer satisfaction and word of mouth. Journal of Service Research, [s.l.], v.1, n.1, p.5-17, ago. 1998. ANDRADE, Josmar; MAZZON, José A.; KATZ, Sérgio. Boca-a-Boca Eletrônico: explorando e integrando conceitos de marketing viral, buzz marketing e word-of-mouse. In: ENCONTRO DE MARKETING DA ANPAD, 3., 2006, Rio de Janeiro. Anais... 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Busco informações com os meus contatos nas redes sociais sobre marcas, produtos e serviços que tenho interesse, mas que ainda não consumi. Curto nas redes sociais as páginas das empresas com as quais me identifico. 2 3 4 5 6 7 – Concordo totalmente 83 SOBRE MARKETING VIRAL 1 – Discordo totalmente 2 3 4 5 6 7 – Concordo totalmente 4 5 6 7 – Concordo totalmente Compartilho com os meus contatos as campanhas publicitárias que possuem mensagens com conteúdos engraçados. Compartilho com os meus contatos as campanhas publicitárias de marcas com que tenho maior familiaridade. Compartilho com os meus contatos os links de campanhas publicitárias que considero inovadoras. Compartilho com os meus contatos as campanhas publicitárias que oferecem algum incentivo para serem repassadas. Não compartilho com os meus contatos as campanhas publicitárias que possuem mensagem com conteúdos de difícil compreensão. SOBRE VISIBILIDADE DA MARCA 1 – Discordo totalmente As marcas bem comentadas nas redes sociais são mais procuradas. As marcas que estão sempre atentas em responder questionamentos sobre seus produtos ou serviços nas redes sociais são mais confiáveis. Marcas que compartilham assuntos de interesse social possuem maior credibilidade nas redes sociais. Considero importante que uma marca possua um perfil nas redes sociais com informações claras e precisas sobre seus produtos ou serviços. 2 3 84 SOBRE INTENÇÃO DE COMPRA 1 – Discordo totalmente Prefiro adquirir produtos ou serviços de marcas que são bem recomendadas por meus contatos nas redes sociais. Antes de adquirir um produto ou serviço, procuro informações sobre a marca nas redes sociais. Sinto interesse em comprar um produto ou serviço quando recebo mensagens promocionais sobre marcas que conheço nas redes sociais. Evito comprar produtos ou serviços de marcas difamadas nas redes sociais. Interesso-me mais por adquirir produtos que estão sempre com suas marcas sendo compartilhadas nas redes sociais. SEXO Escolha uma das seguintes respostas: Masculino Feminino IDADE Escolha uma das seguintes respostas: Até 21 anos 22 a 25 anos 26 a 30 anos 31 a 35 anos Acima de 35 anos 2 3 4 5 6 7 – Concordo totalmente 85 ESCOLARIDADE Escolha uma das seguintes respostas: Ensino médio completo Superior incompleto ou em curso Superior completo Pós-graduação incompleta ou em curso Pós-graduação completa RENDA MENSAL INDIVIDUAL Escolha uma das seguintes respostas: Não possui renda individual Até R$ 1.300,00 Entre R$ 1.301,00 a R$ 1.500,00 Entre R$ 1.501,00 a R$ 3.000,00 Entre R$ 3.001,00 a R$ 4.000,00 Entre R$ 4.001,00 a R$ 5.000,00 Acima de R$ 5.000,00