Planejamento e desenvolvimento de novos fármacos

Propaganda
PESQUISA
Farmacêutico Leoberto Costa Tavares, Professor de Tecnologia QuímicoFarmacêutica da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP e pesquisador
em planejamento e desenvolvimento de novos agentes antimicrobianos,
antichagásicos e de novos radiofármacos para diagnótico por imagem
Planejamento e desenvolvimento de
novos fármacos:
os primeiros passos do Brasil
Pelo jornalista Aloísio Brandão,
Editor desta revista.
A quanto o Brasil está de planejar e desenvolver novos fármacos? Muito longe, se o
leitor levar em conta as ciências, o tempo e
os custos demandados pelas pesquisas nesta
área. Mas não tão longe assim, se souber que
o País já está formando uma massa de especialistas altamente qualificados, que sinaliza
para a possibilidade de um salto de desenvolvimento no setor.
A PHARMACIA BRASILEIRA entrevistou
uma autoridade no assunto, o farmacêutico
Leoberto Costa Tavares, com o objetivo de ter
uma radiografia da área. Mestre e doutor em
Fármacos e Medicamentos pela Universidade
de São Paulo (USP), Professor da Faculdade de
Ciências Farmacêuticas da mesma USP, desde
1986, das disciplinas de Tecnologia QuímicoFarmacêutica e Relações entre a estrutura química e a atividade de fármacos, na graduação,
e Otimização de fármacos, na pós-graduação,
Leoberto desenvolve, na Universidade, pesquisas em planejamento e desenvolvimento
de novos agentes antimicrobianos, antichagásicos e de novos radiofármacos para diagnótico por imagem.
Uma das metas de suas pesquisas é o tratamento de infecções causadas por cepas multirresistentes do Staphylococcus aureos (NR.: MRSA
é a sigla em inglês). Leoberto é, ainda, pósdoutor em Ciências da Saúde (subárea Química
Pharmacia Brasileira - Março/Abril 2009
11
ENTREVISTA COM
Dr. Leoberto Costa Tavares
Medicinal) e integra a Comissão de Ensino do
Conselho Federal de Farmácia (CFF).
Segundo o Professor, há, no País, grupos de
pesquisa em novos fármacos que já possuem
uma produção bastante significativa. As pesquisas estão focadas em fármacos para doenças
negligenciadas, como a de Chagas e a malária,
PHARMACIA BRASILEIRA
- Dr. Leoberto, as pesquisas
com novos fármacos, no Brasil, é muito incipiente, embora
apresente sinais de crescimento. Qual é o panorama do setor?
Dr. Leoberto Costa Tavares - O Brasil não tem tradição
na indústria química de base e,
também, não tem na chamada
indústria de química fina, que
é quem fabrica as matériasprimas utilizadas na indústria
químico-farmacêutica, onde se
insere o planejamento, desenvolvimento e produção de fármacos.
Por esta razão, temos que
importar as matérias-primas, o
que, muitas vezes, é até mais
caro do que o próprio produto final, no caso, o fármaco.
Observa-se, também, por outro lado, que a disponibilidade dessas matérias-primas,
em alguns países, a preços
compatíveis com a produção,
aliados aos custos mais baixos
de processamento industrial,
resultam em custos finais dos
produtos que não podemos alcançar em nossas condições.
Assim, essa situação, somada
a várias outras dificuldades
mercadológicas, acaba por inibir o desenvolvimento do setor
de produção de fármacos, em
nosso País.
12
e, também, em antiinflamatórios, antimicrobianos, antiparasitários, tuberculostáticos e outros.
A cultura de planejamento e de desenvolvimento de novos fármacos, no Brasil, é recente,
lembra o Dr. Leoberto Costa Tavares. Mas o País
está dando os seus primeiros passos. E pode ir
longe. VEJA A ENTREVISTA.
PHARMACIA BRASILEIRA
- O Brasil detém conhecimento
para realizar o planejamento e a
obtenção de novos fármacos? O
conhecimento foi adquirido, no
exterior, ou o País é capaz de dar
formação aos seus pesquisadores, nessa área?
Dr. Leoberto Costa Tavares - A cultura de planejamento
e de desenvolvimento de novos fármacos, em nosso País, é
recente, e estamos, ainda, em
fase de formação dos recursos
humanos, com a qualificação
adequada e em quantidade suficiente para a sustentação do
desenvolvimento do setor. Mas
já contamos com uma massa
crítica de especialistas altamente qualificados que sinaliza
a possibilidade de um salto de
desenvolvimento na área.
Os nossos primeiros doutores na área obtiveram formação, no exterior, mas já dispomos de condições suficientes
para dar uma boa formação aos
nossos doutorandos. Cabe, inclusive, ressaltar o papel das
agências de fomento à pesquisa que, nos últimos 30 anos,
alavancaram, de forma importantíssima, a mudança cultural
na formação de pessoal altamente qualificado, colocando
a pesquisa científica brasileira
em muito boas condições.
Com relação à área de no-
Pharmacia Brasileira - Março/Abril 2009
vos fármacos, podemos considerar que os especialistas que
temos têm qualificação e competência suficiente tanto para
a formação de novos doutores
como para o desenvolvimento
de pesquisa em novos fármacos. No entanto, esses especialistas, em sua maioria, estão
lotados em universidades e há
necessidade, para a consolidação da área, que haja, também,
a nucleação de grupos de pesquisa e desenvolvimento de
novos fármacos vinculados ao
setor produtivo.
PHARMACIA BRASILEIRA
- Que pesquisas já estão sendo
realizadas, no País, com vistas
à produção de novos fármacos
destinados ao combate a doenças negligenciadas e não negligenciadas?
Dr. Leoberto Costa Tavares - Em nosso País, há alguns
grupos de pesquisa em novos
fármacos que já têm produção
bastante significativa e, em sua
maioria, se voltam para a pesquisa de fármacos para doenças
negligenciadas, como doença
de Chagas e a malária. Outras
classes terapêuticas, também,
são alvo de pesquisa, no Brasil,
como os antiinflamatórios, os
antimicrobianos, os antiparasitários, os tuberculostáticos e
outros.
ENTREVISTA COM
Dr. Leoberto Costa Tavares
PHARMACIA BRASILEIRA
- Quem está desenvolvendo pesquisas no Brasil?
Dr. Leoberto Costa Tavares - O Brasil não tem tradição
nessa área de pesquisa e desenvolvimento de novos fármacos, mas, na última década, já
formamos uma massa crítica
de pesquisadores que já dá os
primeiros passos nesta direção. Pesquisar fármacos novos
não é fácil. Exige muito tempo
e consome muito investimento,
mas, a despeito dessa dificuldade, já temos, aqui no Brasil,
alguns grupos de pesquisa que
já estão consolidados e contribuindo, de forma bastante relevante, para a área.
Assim, em condições consolidadas, podemos identificar
alguns grupos, em São Paulo
(capital e interior) e no Rio de
Janeiro, mas há, também, alguns
grupos, em outros Estados, que
se desenvolvem bem em áreas
específicas do setor e que colaboram com grupos mais consolidados.
Mais recentemente, por
ação governamental, está se
formando um grupo de pesquisa, nesta área, sediado em
Pernambuco, que conta com a
colaboração de pesquisadores
de todo o País, e que vem gerando bastante expectativa de
sucesso.
PHARMACIA BRASILEIRA
- As doenças negligenciadas
constituiriam um nicho de mercado a ser explorado pela indústria farmoquímica de capital nacional? Vale ressaltar que
estas doenças são prevalentes,
em países tropicais. Significaria
dizer que países das Américas
do Sul e Central e da África absorveriam a produção nacional
brasileira de medicamentos
para doenças negligenciadas,
ampliando o nicho mercadológico brasileiro?
Dr. Leoberto Costa Tavares - Sim, essa seria uma fatia
de mercado a ser atendida pela
produção nacional de fármacos
voltados para as doenças tropicais. Mas temos que considerar
que nem toda doença tropical
tem fármaco eficaz ou de uso
seguro, e que o conceito de doenças negligenciadas vai além
do conceito de doenças tropicais, o que ampliaria o nicho
mercadológico a que você se
refere.
PHARMACIA BRASILEIRA
- Que papel caberia ao Governo
num esforço de se desenvolver
pesquisas com novos fármacos,
no Brasil, para doenças negligenciadas?
Dr. Leoberto Costa Tavares - O Governo Federal já tem
disponíveis algumas linhas de
financiamento para pesquisa em
doenças negligenciadas, e essas
doenças são assim chamadas,
porque não despertam interesse
das grandes indústrias farmacêuticas para investimento nesta
área, já que não representam um
nicho mercadológico economicamente atrativo.
Como exemplos, podemos
citar a malária, a doença de Chagas e a leishimaniose, entre várias outras doenças que ainda
estão descobertas do ponto de
vista fármacoterapêutico. Essas
doenças, em geral, são prevalentes em países de área tropical
não muito desenvolvidos economicamente e que precisam
investir fortemente na busca de
medicamentos para o seu controle.
PHARMACIA BRASILEIRA
- Quais são as doenças negligenciadas que mais desafiam as
ciências farmacêuticas e as autoridades sanitárias?
Dr. Leoberto Costa Tavares - As doenças negligenciadas
podem ser classificadas em parasitárias, bacterianas e virais.
Entre as mais prevalentes, podemos citar a malária, a doença
de Chagas, a leishmaniose, a
esquistossomose, a leptospirose, a tuberculose, a hanseníase,
a dengue, a doença do sono, as
hepatites e tantas outras que
carecem de maior atenção dos
sistemas de saúde. O desafio
dessas doenças transcende as
ciências farmacêuticas, permeando todas as áreas das ciências da saúde, a economia e o
desenvolvimento social das populações atingidas.
PHARMACIA BRASILEIRA Quem está pesquisando novas
Pharmacia Brasileira - Março/Abril 2009
13
ENTREVISTA COM
Dr. Leoberto Costa Tavares
“Já contamos com
uma massa crítica
de especialistas
altamente
qualificados que
sinaliza a possibilidade
de um salto de
desenvolvimento na
área de planejamento
e de obtenção de
novos fármacos”
(Dr. Leoberto Costa Tavares).
14
moléculas, no Brasil? E com que
indicações terapêuticas?
Dr. Leoberto Costa Tavares - Aqui no Brasil, temos alguns grupos de pesquisa que se
dedicam ao planejamento e desenvolvimento de novas moléculas que podem, eventualmente,
ser consideradas como candidatas a fármaco. Já temos histórias
de sucesso com a identificação
de moléculas extremamente promissoras e que já estão em fase
de testes pré-clínicos e até em
testes clínicos.
No entanto, o tempo necessário para se colocar um fármaco novo no mercado é bastante extenso, e ainda vamos
esperar alguns anos para colher
os frutos que estão nascendo,
agora. Mas posso adiantar que
as classes terapêuticas mais
estudadas, em nosso País, são
os antiinflamatórios, os antimicrobianos e os fármacos para
doenças tropicais, como malária e doença de Chagas.
PHARMACIA BRASILEIRA Onde estão os recursos para as
pesquisas, no Brasil, no setor
público ou privado?
Dr. Leoberto Costa Tavares - A pesquisa brasileira na
área de desenvolvimento de
novos fármacos é quase, em
sua totalidade, financiada por
agências de fomento à pesquisa, como o CNPq, Finep, FAPs
e outras agências governamentais. Observam-se, inclusive,
ações ativas dessas agências,
com vistas ao desenvolvimento do setor, por meio do lançamento de editais voltados
especificamente para o desenvolvimento da área. Mas cabe
ressaltar que o atendimento a
esses editais não é fácil e demanda competência e maturi-
Pharmacia Brasileira - Março/Abril 2009
dade dos grupos interessados,
o que é absolutamente necessário.
PHARMACIA BRASILEIRA
- As pesquisas, no Brasil, estão
nas Universidades que, no entanto, não possuem a produção.
Até porque produzir não é uma
finalidade sua, mas da indústria.
Esta, sim, dispõe de capacidade
produtiva, mas não tem tradição
em pesquisa. Por que essas duas
forças não se juntam, efetivamente?
Dr. Leoberto Costa Tavares - Essa é uma realidade que
tende a mudar, mas é uma mudança lenta e depende muito
de ações governamentais que
permitam essa parceria. Já se
observam alguns sinais nessa
direção, com alguns resultados
ainda tímidos, mas com boas
perspectivas de parceria mais
profícuas.
PHARMACIA BRASILEIRA Qual é o investimento necessário para a produção de um novo
fármaco? E quanto tempo dura
uma pesquisa?
Dr. Leoberto Costa Tavares - O custo e tempo envolvidos
na pesquisa e desenvolvimento
de um fármaco novo são normalmente muito elevados. Encontrase referência a custos variando
entre US$ 500 milhões e US$ 1
bilhão, envolvendo a dedicação
de equipes multidisciplinares
por período que varia entre dez e
15 anos.
Esses números, no entanto, variam de acordo com a
complexidade da molécula e,
também, com a complexidade
da doença que se quer tratar.
Muitas vezes, é preciso estudar
os mecanismos fisiopatológicos da doença, antes de se ini-
ENTREVISTA COM
Dr. Leoberto Costa Tavares
ciarem as pesquisas dos possíveis novos fármacos.
Mas, uma vez iniciadas, há
ainda um muito longo percurso
a se percorrer, que se inicia com
a fase laboratorial, seguida pelas
fases pré-clínica e clínica, e cada
uma dessas fases envolve alguns
anos de pesquisa. A pesquisa é
cara, sim, em razão dos equipamentos utilizados, da quantidade e da qualidade dos pesquisadores e dos custos intrínsecos da
pesquisa.
PHARMACIA BRASILEIRA Um grande desafio da indústria
farmacêutica é produzir medicamentos que apresentem mais
benefícios e menos riscos. Nesse
sentido, como estão as pesquisas, no mundo?
Dr. Leoberto Costa Tavares - A princípio, todo medicamento tem efeito colateral.
Portanto, podem ser melhorados, tornando-se mais seguros
e mais confortáveis quanto ao
uso. A complexidade do sistema
biológico é enorme e, por isso,
o desafio de tornar os fármacos
mais específicos - portanto, menos tóxicos -, é realmente muito
grande.
Aí, temos, então, duas vertentes: uma é relacionada ao
medicamento, ou seja, à tecnologia envolvida na formulação
do medicamento; a outra é a
vertente relacionada ao fármaco, que envolve o entendimento do mecanismo de ação, em
níveis molecular e sub-molecular, e a especificidade da ação
farmacológica que dependem,
fundamentalmente, do perfil de
interação fármaco-receptor.
Considerando estas duas
vertentes, podemos dizer que
a indústria farmacêutica já está
muito bem desenvolvida com
relação à tecnologia de formulação, produzindo medicamentos
inteligentes que desempenham
sua ação em compartimentos
específicos do nosso organismo, de forma a minimizar os
possíveis efeitos indesejáveis.
Quanto à possibilidade de
interferência na estrutura molecular de fármacos, a indústria farmacêutica tem, também,
se desenvolvido bastante bem,
principalmente, no que se refere à otimização de fármacos já
conhecidos, por meio de modificações planejadas na estrutura
química do fármaco, objetivando
a identificação de análogos ou
sucedâneos mais seguros e/ou
mais eficazes.
Com relação à introdução de fármacos com estrutura química completamente
nova no arsenal terapêutico,
não temos observado muitas
inserções que tenham sido
fundamentadas na perspectiva
de diminuição significativa de
efeitos colaterais, o que seria
provavelmente uma nova classe terapêutica.
PHARMACIA BRASILEIRA O senhor é Professor de Tecnologia Químico-farmacêutica da
Faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP (Universidade
de São Paulo), onde vem desenvolvendo pesquisas em planejamento e desenvolvimento de
novas moléculas que possam ser
utilizadas no tratamento de infecções causadas por cepas multirresistentes de Staphylococcus
aureos (NR.: MRSA é a sigla em
inglês). A que resultados as suas
pesquisas chegaram e em que
outras áreas as suas pesquisas
estão focadas?
Dr. Leoberto Costa Tavares - Esta é uma das minhas
“No Brasil, há grupos
de pesquisa em
novos fármacos
que têm produção
significativa e se
voltam a fármacos
para doenças
negligenciadas, como
doença de Chagas e
malária, e também a
antiinflamatórios e
antimicrobianos”
(Dr. Leoberto Costa Tavares).
Pharmacia Brasileira - Março/Abril 2009
15
ENTREVISTA COM
Dr. Leoberto Costa Tavares
linhas de pesquisa e tem rendido alguns bons frutos. Trabalho
com o planejamento e desenvolvimento de novos fármacos, utilizando como ferramenta o estudo das relações entre a estrutura
química e a atividade biológica,
SAR/QSAR, e tenho, como resultado de pesquisa, a identificação
de algumas moléculas com boas
possibilidades de aproveitamento como agente antimicrobiano,
especialmente frente a cepas
multirresistentes de Staphylococcus aureus, que é o foco de nosso
interesse.
Alguns desses compostos
estão em estudos pré-clínicos
e, se forem bem sucedidos,
logo passarão para estudos
clínicos. Também, tenho trabalhado com planejamento e
desenvolvimento de radiofármacos, em associação com o
IPEN, e, nesta área, também,
temos obtido bons resultados,
inclusive com o patenteamento
de um radiotraçador cerebral. A
terceira linha de pesquisa está
relacionada com o planejamento e desenvolvimento de novos
fármacos para a doença de Chagas, mas essa linha é recente
em nosso laboratório e ainda
está em estruturação.
PHARMACIA BRASILEIRA O MRSA é uma preocupação das
autoridades sanitárias do mundo
inteiro. Fale sobre isso.
Dr. Leoberto Costa Tavares - Sim, isso é verdade. A
OMS tem uma frente de estudos
de prospecção da incidência de
MRSA e de VISA, que são cepas
de Staphylococcus aureus resistentes à meticilina e à vancomicina, respectivamente, e de
grande incidência em ambiente
hospitalar. A CA-MRSA tem perfil semelhante ao MRSA, mas se
16
diferencia por ser incidente em
ambientes não hospitalares, ou
seja, nas comunidades.
Essas cepas são altamente perigosas, não só pelo caráter de multirresistência, mas
também pela sua ampla capacidade de disseminação, tanto
em ambiente hospitalar, como
fora dele. Cabe ressaltar que o
tratamento de infecções causadas por estas cepas é extremamente difícil e pode resultar
em danos ao paciente, muitas
vezes, causados pela toxidade
dos poucos recursos farmacoterapêuticos que ainda mostram alguma eficácia frente a
essas infecções que podem,
inclusive, evoluir e levar o paciente ao óbito.
Essas superbactérias - e,
aí, se incluem outras bactérias,
além do Staphylococcus aureus
- são responsáveis por um índice bastante significativo de infecções hospitalares de difícil
tratamento, inclusive com alta
taxa de morbidade e mortalidade. Essa situação leva a comunidade científica a se manter
em constante alerta e na busca
de novos agentes antimicrobianos que possam ser utilizados, na condição de fármaco,
no tratamento de infecções
com caráter de multirresistência, uma vez que as bactérias
têm alta capacidade de adquirir resistência a antibióticos e
certamente, em um futuro não
muito distante, estes antibióticos que estão, no mercado,
e são eficazes deixarão de sêlo e, para que não percamos a
luta contra as superbactérias,
temos que reagir. E isso se faz,
buscando-se novos agentes
antimicrobianos que possam
substituir aqueles que vão perdendo a sua eficácia.
Pharmacia Brasileira - Março/Abril 2009
“A princípio, todo
medicamento tem
efeito colateral.
Portanto, podem
ser melhorados,
tornando-se
mais seguros e
mais confortáveis
quanto ao uso. A
complexidade do
sistema biológico
é enorme e, por
isso, o desafio de
tornar os fármacos
menos tóxicos é
muito grande”
(Dr. Leoberto Costa Tavares).
Download