A IMPORTÂNCIA DO LÚDICO PARA A APRENDIZAGEM

Propaganda
A IMPORTÂNCIA DO LÚDICO PARA A APRENDIZAGEM NA EDUCAÇÃO
INFANTIL
1
Leidniz Soares Corrêa
2
Profª. Ms. Raquel Matos de Lima Bento
RESUMO:A importância do lúdico para a aprendizagem na Educação Infantil,
apresenta-secomo tema central deste artigo. O estudo descrito expõe como é
trabalhado o lúdico nasescolas públicas e privadas de educação infantil, no
município de Ji-Paraná/RO, visandoidentificar a influência do brincar no
desenvolvimento cognitivo e social de uma criançatornando o aprendizado atraente
e interessante. É preciso abrir os olhos e compreender quebrincar para criança pode
ser mais que uma atividade diária, pode ser uma fonte de saberaliada ao seu
desenvolvimento integral. Enquanto brinca a criança faz de conta, imagina, seliberta,
aprende a controlar sua agressividade e superar seus medos. Os jogos
podemproporcionar a socialização e a obediência a regras, além de facilitar o
raciocínio lógicomatemático. O aprendizado, através da brincadeira com a música
também poderá sersignificativo, principalmente se explorado devidamente na
alfabetização. Para a criança o queestá em jogo não é o valor material de um
brinquedo e sim o que esse brinquedo irárepresentar para ela. É fundamental que o
professor saiba organizar espaços e brincadeirasque proporcionem satisfação e
consequentemente
aprendizagem.
Contudo,
criatividade
einiciativa
são
fundamentais para se trabalhar a ludicidade na educação infantil, o
aprendizadoaliado à brincadeira pode ser marcante e inesquecível, basta se
preparar para fazer parte dessemundo tão sublime e encantador.
Palavras-chaves: Lúdico.Prazer.Aprendizagem.Criança.Educação Infantil.
INTRODUÇÃO
É na infância que surge a vontade de brincar. A brincadeira, a música, o
brinquedo e osjogos trazem o mundo para a realidade infantil, desenvolvendo assim
potencialidades einúmeras habilidades. Nesse novo mundo a criança poderá
imaginar, criar, recriar, associar ese descobrir.
Ao brincar a criança se relaciona com outras crianças, sendo capaz de
aprender a trabalharindividualmente e em grupo. Enquanto brinca a criança se
1
Graduada em Pedagogia pela Faculdade Panamericana de Ji-Paraná – UNIJIPA. Email:[email protected]
2
Graduada em Pedagogia pelo Centro Universitário de Belo Horizonte – UNI-BH. Mestre em Educação pela
Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais – PUC-MINAS. Professora e Coordenadora do Curso de
Licenciatura em Pedagogia da Faculdade Panamericana de Ji-Paraná – UNIJIPA. Email:[email protected]
desenvolve física, psíquica esocialmente, a brincadeira poderá ainda auxiliar no
controle da agressividade e organizar árotina e suas convivências diárias. Ademais,
um brinquedo pode se transformar em ferramentafacilitadora para que a
aprendizagem ocorra.
O professor poderá disponibilizar tempo e espaços para desenvolver jogos e
brincadeirasdentro e fora da sala de aula. Atuando como mediador, poderá explorar
esse momento deforma consciente, direcionando todas as atividades de maneira a
estimular a aprendizagem,valorizando não só o resultado da atividade lúdica, mas a
própria brincadeira, o simples ato debrincar, a experiência vivida e as descobertas
realizadas durante todo o processo. SegundoPiaget apud Cunha (2001, p.7) “Cada
vez que ensinamos algo a uma criança, estamosimpedindo que ela descubra por si
mesma, por outro lado aquilo que permitimos que eladescubra por si mesma
permanecerá com ela”.
Todavia, o brincar deve ser uma atividade livre, repleta de fantasia, momentos
de seconhecer e de oportunizar a conhecer o outro. O lúdico exerce uma influência
positiva emtodas as fases do desenvolvimento infantil, inclusive na escola. Para uma
criança a brincadeiraé uma necessidade relativamente importante, tanto quanto
comer e vestir, fazendo parte daessência da infância, e deve ser sem dúvida, uma
ação prazerosa na educação infantil.
1 O BRINCAR
A criança quando nasce ainda não sabe brincar, ela precisa aprender, através
deinterações com adultos e outras crianças. Ela descobre através do contato com
objetos ebrinquedos, diferentes formas de brincar.
Brincando a criança desenvolve a sua imaginação, aprende a explorar o
mundo, ampliasua capacidade de percepção sobre ele e sobre si mesma, aprende a
organizar seuspensamentos e seus sentimentos. A liberdade que o brincar
proporciona é de sumaimportância para o desenvolvimento da criança, essa
liberdade à leva a conciliar o mundo reale o mundo da imaginação. Imaginando á
criança consegue regular suas próprias ações eemoções.
O brincar desperta emoções e sensações de bem estar, liberta das angústias
e joga parafora as emoções ruins, ajudando a criança a entender os sentimentos
negativos que fazemparte do dia a dia infantil. Brincando a criança aprende a lidar
com o mundo, formando suaidentidade pessoal e autonomia, experimenta
sentimentos bons como o amor, e ruins como omedo e a insegurança, sentimentos
esses presentes na vida cotidiana.
O brincar proporciona a aquisição de novos conhecimentos, desenvolve
habilidadesde forma natural e agradável. Ele é uma das necessidades
básicas da criança, éessencial para um bom desenvolvimento motor, social,
emocional e cognitivo. (MALUF, 2003, p. 9).
Devemos valorizar à introdução das brincadeiras na escola, pois para as
crianças o brincaré a principal atividade do dia. Quando a criança aprende
brincando, o mundinho do saber ficadiretamente ligado ao do prazer, e com isso há
uma maior facilidade de assimilação doconhecimento.
A criança é um ser espontâneo e a brincadeira deve estar sendo aplicada
dentro dessaespontaneidade, pois, a criança brinca por prazer e porque sente
vontade de brincar, com issoestá expressando seus sentimentos e desejos. Cabe ao
professor discernimento pedagógico eperspicácia para explorar da melhor maneira
esse momento, criando espaços, disponibilizandomateriais, fazendo assim a
mediação do conhecimento. Se desvalorizar o que a criança tem demais verdadeiro
que é seu movimento natural e espontâneo de brincar e passar a valorizar
oconhecimento formalizado, a brincadeira não será abordada do ponto de vista
pedagógico, ouseja, como fonte de estímulo para o desenvolvimento da criança.
Criança que brinca, aprende mais, e o educador que se propõe a utilizar
essaferramenta facilitadora da aprendizagem também aprende. É brincando que a
criança atribuisentido ao seu mundo, como ela o interpreta e o assimila. O brincar
poderá ser o reflexo davida real de uma criança.
É difícil alguém dizer que criança não precisa brincar, porém são raros os
adultosque dão a seriedade que esse momento precisa. ”Vale a pena
lembrar que aoportunidade de brincar livremente por si só já traz efeitos
positivos para odesenvolvimento das crianças” (MALUF, 2003, p. 13).
Mediando à construção do conhecimento através do lúdico, pode-se alcançar
umaeducação de qualidade e que consiga ir ao encontro dos interesses e
necessidades da criança.Segundo Maluf (2003), atuando como mediadores, os
professores poderão ser capazes de
Retomar nossa própria infância a cada momento através de brincadeiras, e
ajudarcrianças a descobrirem suas verdades, seus temores, suas alegrias,
seus gestos, suasvontades e assim vê-las vislumbrar novos horizontes do
saber, do sentir e do sercriança (MALUF, 2003, p.14).
O conhecimento adquirido a partir de experiências vividas se torna
significativo,explorando e envolvendo os pequenos em seu próprio mundo
imaginário.
A criança é curiosa e imaginativa, está sempre experimentando o mundo e
precisaexplorar todas as possibilidades. Ela adquire experiência brincando.
Participar debrincadeiras é uma excelente oportunidade para que a criança
viva experiências queiram ajudá-la a amadurecer emocionalmente e
aprender uma forma de convivênciamais rica (MALUF, 2003, p. 21).
“Através do brincar a criança prepara-se para aprender” (MALUF, 2003, p.
21). O atode brincar é um estímulo, brincando a criança está aprendendo de forma
natural e espontânea.O educador deverá aproveitar toda a riqueza que o lúdico
oferece, envolvendo a fantasia dobrincar a favor do conhecimento. “O brincar sempre
foi e sempre será uma atividadeespontânea e muito prazerosa, acessível a todo ser
humano, de qualquer faixa etária, classesocial ou condição econômica” (MALUF,
2003, p.17).
Professores e educadores também devem estar preparados para o
imprevisto, poisquando se propõe uma brincadeira tudo pode acontecer, cabe ao
professor desenvoltura diantedo inesperado.
Os professores, aos poucos, estão buscando informações e enriquecendo
suasexperiências para entender o brincar e como utilizá-lo para auxiliar na
construção doaprendizado da criança. Quem trabalha na educação de
crianças deve saber quepodemos sempre desenvolver a motricidade, a
atenção e a imaginação de umacriança brincando com ela. O lúdico é
parceiro do professor (MALUF, 2003, p. 29).
De acordo com o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil
(1988, p. 27),“a brincadeira é uma linguagem infantil que matem vínculo essencial
com aquilo que é o nãobrincar”. A brincadeira em si, nada mais é do que o uso da
imaginação. A criança usa umalinguagem simbólica para separar mundo imaginário
do mundo real.
A Educação infantil e o lúdico se completam, pois o brincar está diretamente
ligadoà criança, a recreação é parte integrante da rotina diária e ficar fora
deste momento éimpossível para os pequenos, porque “além de muitas
importâncias o brincardesenvolve os músculos, a mente, a sociabilidade, a
coordenação motora e além detudo deixa qualquer criança feliz” (MALUF,
2003, p.19).
O brincar se torna ainda mais significativo quando está envolvido no chamado
faz deconta. O faz de conta e a brincadeira são importantíssimos aliados ao
desenvolvimento dalinguagem. Ao imaginar a criança se comunica, constrói suas
próprias histórias e expressaseus desejos e vontades.
Contudo, o brincar não é apenas passatempo, deve ser visto como
atividadefundamental para o dia a dia de qualquer criança, as crianças encaram o
brincar como umtrabalho, pois é através deste momento que elas desenvolvem
talentos, descobrem seuslimites, fazem novas experiências e desenvolvem
habilidades. Enquanto a criança brinca depolícia e ladrão ou de professor e aluno,
por exemplo, nota-se a seriedade com que tratam abrincadeira, tanto quanto os
adultos em suas pesquisas mais sérias.
Brincar é coisa séria, também, por que na brincadeira não há trapaça, há
sinceridadee engajamento voluntário e doação. Brincando nos
reequilibramos, reciclamosnossas emoções e nossa necessidade de
conhecer e reinventar. E tudo issodesenvolvendo atenção, concentração e
muitas habilidades. É brincando que acriança mergulha na vida, sentindo-a
na dimensão de possibilidades. No espaçocriado pelo brincar nessa
aparente fantasia, acontece a expressão de uma realidadeinterior que pode
estar bloqueada pela necessidade de ajustamento às expectativassociais e
familiares (VIGOTSKY, 1994, p. 67).
É preciso dinamizar as atividades lúdicas na escola, transformar o brincar em
trabalhopedagógico, saber entrar no mundo imaginário da criança, no seu sonho, no
seu jogo eaprender a jogar com ela.
1.1 O BRINCAR E A CRIATIVIDADE
Como o próprio nome sugere, criatividade é criar, inovar, encontrar uma
maneiradiferente, menos complicada, mais rápida de se fazer alguma coisa.
Criatividade e imaginaçãosão desenvolvidas pelas crianças no momento da
brincadeira, porém são habilidades queprecisam ser estimuladas e trabalhadas.
Segundo Oliveira (2000, p.36), “a criatividade é acapacidade de responder
emocional
e
intelectualmente
a
experiências
sensoriais.
Ela
tambémestá
estreitamente relacionada ao ser artístico no sentido mais amplo da palavra”.
O que falta nas escolas não é material adequado e sim criatividade, uma
simplestampinha de garrafa, pode se tornar uma peça importantíssima para a
criança, isso dependeráúnica e exclusivamente da maneira que será explorado esse
objeto. Para a criança o objeto,seja qual for, não poderá proporcionar uma
brincadeira chata, pois a criança valoriza obrinquedo de acordo com sua
sensibilidade e emoção, o que conta é a imaginação.
A criança não está preocupada em saber quanto custou um determinado
brinquedo, elase preocupa com o prazer que este brinquedo pode
proporcionar. Pode ser uma sucata, issonão será relevante para ela, o que e
como fazer é o mais interessante nesse momento.
O professor sozinho pode tornar um espaço, ainda que pobre de recursos,
em umrico ambiente educativo; no entanto, um rico espaço pode ser
também umpaupérrimo ambiente educativo. Material sozinho não funciona.
Ele precisa serhumanizado. Ele precisa vir para dentro da vida do
conhecimento que se busca. (ALMEIDA, 2003, p. 23).
A criatividade deve estar presente em todo ambiente escolar. Na confecção
debrinquedos, no que seria uma experiência gratificante na vivência das crianças,
nasbrincadeiras realizadas, nas disciplinas aplicadas.Uma criança criativa raciocina
melhor e inventa meios de resolver suas própriasdificuldades sem medos, mas é
preciso motivá-las, deixar que as coisas fluam livremente.Se incentivarmos a criança
a utilizar sua capacidade de criação e inovação desde cedo,isso poderá ajudá-la na
sua vida adulta. Estas, com certeza, são habilidades importantes queprecisam ser
estimuladas e desenvolvidas ao longo da vida.
2
OS JOGOS NA INFÂNCIA
Os jogos na infância podem ser entendidos como atividades recreativas, mas
tambémpodem ser utilizados como recurso didático em sala de aula, ou seja,
introduzidos não comopassatempo, mas com diversos objetivos pedagógicos. Os
jogos são experiências polivalentese também podem promover o apoio mútuo, a
cooperação e o companheirismo.
Os jogos na infância servem também como forma de intervenção em relação
áagressividade. “Na Grécia Antiga, um dos maiores pensadores, Platão (427-348 a.
c) afirmavaque os primeiros anos da criança deveriam ser ocupados com jogos
educativos, praticadospelos dois sexos, sob vigilância e em jardins de infância”
(ALMEIDA, 2003, p. 119). Platãoera contra os jogos de competição, pois, entendia
que não valorizavam a personalidade e ocaráter, trazendo assim danos a formação
da criança. Todavia, de acordo com Cunha (2001,p.29) “A melhor solução para
neutralizar os aspectos negativos e aproveitar o estímuloadvindo da competição é
optar por jogos grupais, onde o vencedor é o grupo”.
O jogo possibilita no momento do brincar a aprendizagem, aguçando a
criatividade, opensar, raciocinar, descobrir, persistir, interagir, socializar, criar e
recriar. Através de jogos épossível que a criança tenha uma dimensão de tempo,
quantidade e compreensão dasequência. O jogo serve como forma de equilíbrio
entre a criança e o mundo. Segundo oReferencial Curricular Nacional para a
Educação Infantil (1988, p. 29), é primordial que:
O professor tenha consciência que na brincadeira as crianças recriam e
estabilizamaquilo que sabem sobre as mais diversas esferas do
conhecimento, em uma atividadeespontânea e imaginativa. Nessa
perspectiva não se deve confundir situações nasquais se objetiva
determinadas aprendizagens relativas a conceitos, procedimentosou
atitudes explicitas com aquelas nas quais os conhecimentos são
experimentadosde uma maneira espontânea e destituída de objetivos
imediatos pelas crianças. Pode-se,entretanto utilizar os jogos,
especialmente àqueles que possuem regras, comoatividades didáticas.
O jogo de regras é uma estratégia valiosa na aquisição do conhecimento.
Estruturandoespaço e tempo, desenvolvendo a casualidade, chegando ao
entendimento de regras e limitespara se alcançar objetivos. O professor trabalhando
com os jogos poderá enriquecer suasaulas, pois, quando bem trabalhados, os jogos
podem proporcionar o desenvolvimentointelectual da criança. Jogar pode trazer
prazer e diversão, mais deverá estar totalmenteenvolvido com a aprendizagem.Ao
brincar e jogar a criança aceita que outras crianças participem, percebendo
aimportância da socialização, aprende regras, a ganhar e a perder, que são
princípios
fundamentais para a vida e para formação de sua personalidade.
O professor deverá estar sempre mediando à aprendizagem baseada em
jogos para queo jogo seja usado de maneira significativa alcançando assim bons
resultados. A introdução dejogos como recurso didático nas aulas de matemática
podem diminuir os bloqueiosapresentados por alguns alunos. Segundo Kishimoto
(2000, p.75), “para o desenvolvimentodo raciocínio lógico matemático, o mediador
deve organizar jogos voltados para classificação,seriação, sequência, espaço,
tempo e medidas”.
Entretanto, o ato de jogar não deverá ser empregado para preencher o espaço
vazio. Ojogo, assim como a brincadeira, deve ser aplicado como método de
aprendizagem, métodoeste mediado de forma agradável para as crianças. “O jogo
não pode ser visto, apenas, comodivertimento ou brincadeira para desgastar
energia, pois ele favorece o desenvolvimentofísico, cognitivo, afetivo, social e moral”
(KISHIMOTO, 2002, p. 95).O jogo é uma das experiências mais ricas para à criança,
onde ela pode se divertir,aprender e se desenvolver integralmente.
2.1 OS JOGOS INFANTIS E A SOCIALIZAÇÃO
O jogo é uma maneira de impulso da criança que ocorre de forma natural tendo
afunção de motivar, mobilizar esquemas mentais, estimular o pensamento, a
ordenação detempo e espaço, raciocínio lógico, entre outras.
Ao jogar o ser humano está realizando uma atividade natural. Ensinar utilizando
jogose brincadeiras torna o ambiente e a aprendizagem mais atraente, gratificante e
significativa,estimulando assim o desenvolvimento da criança. Aprender jogando
para o aluno é umaforma simples de assimilação da realidade.
Para se trabalhar com jogos infantis é necessário que os educadores disponham
deestratégias envolventes que desperte o interesse dos pequenos, professor e
alunos em totalsintonia. Deve-se valorizar a importância do trabalho em equipe,
proporcionando assim atroca de ideias, autoconfiança e a socialização.
A participação em jogos e brincadeiras contribui para a formação de atitudes
sociaiscomo: respeito mútuo, cooperação, aceitação as regras, iniciativa pessoal ou
grupal, senso deresponsabilidade e de justiça. Através de jogos a criança aprende a
lidar com regras e limites,e a conviver em sociedade.
A criança que sempre participou de jogos e brincadeiras grupais saberá
trabalhar emgrupo; por ter aprendido a aceitar as regras do jogo, saberá
também respeitar asnormas grupais e sociais. É brincando bastante que a
criança vai aprendendo a serum adulto consciente, capaz de participar e
engajar-se na vida de sua comunidade.(VIGOTSKY, 1994, p.82-83)
O papel do educador é fundamental no intuito de preparar a criança para
jogar ecompetir de forma sadia. Quando o clima da sala de aula é de cooperação e
respeito pelooutro, a criança prepara seu emocional para aceitação do ganhar ou
perder como algo natural.
Brincando e jogando a criança também tem acesso a novas descobertas e
sedesenvolve mais rápido, pois segundo Piaget (1978) os jogos são classificados
por três etapasque correspondem às três fases do desenvolvimento infantil.
·
Fase sensório-motora (do nascimento até os 2 anos aproximadamente): a criança
brinca sozinha, sem utilização da noção de regras.
·
Fase pré-operatória (dos 2 aos 5 ou 6 anos aproximadamente): As crianças
adquirem anoção da existência de regras e começam a jogar com outras crianças
jogos de faz-de-conta.
·
Fase das operações concretas (dos 7 aos 11 anos aproximadamente): as crianças
aprendem as regras dos jogos e jogam em grupos. Esta é a fase dos jogos de
regrascomo futebol, damas, etc.
Assim Piaget apud Rizzi (1997) classificou os jogos correspondendo a um tipo
deestrutura mental:Jogo de exercício sensório-motor;Jogo simbólico;Jogo de regras.
Jogo do exercício sensório-motor: é um jogo em que sua finalidade é o
próprioprazer do funcionamento, constitui-se em repetição de gestos e
movimentos simplescomo agitar os braços, caminhar, pular, ao descobrir
suas funções, há um sentimentode felicidade.
Jogos Simbólicos: Consiste em satisfazer o “eu” por meio de uma
transformação doreal em função dos desejos, ou seja, tem a função de
assimilar a realidade, elaincorpora a seu mundo, objetos, pessoas ou
acontecimentos significativos e osreproduz através de suas brincadeiras.
Jogos de faz de conta que possibilita a criançasonhar e fantasiar revela
angústias, conflitos e medos aliviando tensões e frustraçõessão importantes
para que se trabalhe diferentes tipos de sentimentos e a forma delidarmos
com eles.
Jogos de Regras: como o próprio nome diz o jogo de regras se caracteriza
pelaexistência de uma série de leis impostas pelo grupo, sendo que quem
descumprirserá penalizado, é uma forte competição pelos participantes,
geralmente jogado emparceria e um conjunto de obrigações o que o faz
tornar-se social, são importantespara que a criança entende que nem
sempre levemos vantagens aprendendo assim alidar com as emoções
(PIAGET, 1978, p. 148).
A criança utiliza uma lógica diferente para pensar em cada etapa da vida.
Para Piaget(1978) são fases do desenvolvimento da criança, e se apresentam em
uma sequêncianecessária e esses estágios não devem ser interrompidos, já que
uma etapa prepara a outra.Isso acontece também com os jogos. Em cada etapa do
desenvolvimento infantil um tipo dejogo se apresenta mais adequado.
A criança deve ser compreendida como um ser em pleno desenvolvimento,
éimportante que as escolas e os educadores, incentivem a prática do jogo, como
forma deaperfeiçoar esse desenvolvimento infantil.
“De uma forma geral o lúdico vem a influenciar no desenvolvimento da
criança, éatravés do jogo que a criança aprende a agir, há um estímulo da
curiosidade, acriança adquire iniciativa e demonstra autoconfiança,
proporciona odesenvolvimento da linguagem, do pensamento e da
concentração” (VIGOTSKY,1994, p. 81)
Os jogos grupais aproximam as crianças e é a partir deles que elas aprendem
atrabalhar em equipe, passam a entender que a competição é necessária em
relação ao desafio ea superação, devem saber ainda que as regras existem para
estabelecer uma ordem, e que setrabalharem em grupo, poderão obter mais
sucesso. O ato de jogar nada mais é que aconstrução do conhecimento aliada ao
prazer.
3
A MÚSICA COMO FERRAMENTA PEDAGÓGICA
A música passa a fazer parte da vida da criança desde muito cedo, ainda no
ventre da mãe acriança ouve sons e percebe os estímulos musicais. A partir do
nascimento a criança já emitesons, mais tarde brinca com a fala, pode criar uma
música e cantar. A música está presente emdiversas situações da vida humana,
portanto é preciso que seja incorporada ao cotidianoescolar da criança. A música, de
acordo com o dicionário Aurélio, é definida como “arte ouciência de combinar sons
de modo agradável ao ouvido” (2001, p.477).
Brescia (2003, p. 25), conceitua a música como “[...] combinação harmoniosa
eexpressiva de sons e como a arte de se exprimir por meio de sons, seguindo regras
variáveisconforme a época, a civilização, etc.” Gardner (1995 p. 21), em sua teoria
das inteligênciasmúltiplas, afirma que a música é uma das inteligências humanas
que compreende a habilidadede reconhecer sons e ritmos, gosto em cantar ou tocar
instrumento musical. Todavia, a músicaé uma das linguagens da arte que está
presente no cotidiano e todos se relacionam com elasendo músicos ou não.
A linguagem musical deve ser valorizada como um mecanismo essencial para
aformação intelectual da criança. Ela representa uma poderosa fonte de estímulos,
equilíbrio efelicidade.
De fato, é visível a fascinação que a criança sente ao ouvir música. O som
despertaalegria, vontade de dançar e cantar e instiga movimentos, sendo um rico
recurso pedagógicoque pode ser usado em diversas atividades da vida escolar
como: Na hora do lanche, naexplanação dos conteúdos e nos momentos de
descontração. Brescia (2003, p. 82), afirma que“cantar pode ser um excelente
companheiro de aprendizagem, contribuindo com asocialização, a aprendizagem de
conceitos e a descoberta do mundo”. Tanto no ensino dosconteúdos quanto no
recreio, cantar pode ser um veículo de compreensão, memorização ouexpressão
das emoções.
A música pode ser desenvolvida como forma de linguagem para diversas
disciplinas,não somente no campo cultural, pois “a música pode melhorar o
desempenho e aconcentração, além de ter um impacto positivo na aprendizagem de
matemática, leitura eoutras habilidades linguísticas das crianças” (BRESCIA, 2003,
p. 60).
O mundo contemporâneo é visual e sonoro, sabendo disso o professor deve
explorarao máximo a música, pois a mesma poderá auxiliar em sala de aula.
A música é a linguagem que se traduz em formas sonoras capazes de
expressar ecomunicar sensações, sentimentos e pensamentos, por meio da
organização erelacionamento expressivo entre o som e o silêncio. A música
está presente em todasas culturas, nas mais diversas situações: festas e
comemorações, rituais religiosos,manifestações cívicas, políticas, etc. Faz
parte da educação desde há muito tempo,sendo que, já na Grécia antiga
era considerada como fundamental para a formaçãodos futuros cidadãos ao
lado da matemática e da filosofia (BRASIL, 1998, p. 45).
Sendo um recurso inesgotável na transmissão de conhecimento, a música,
assim comoas brincadeiras e os jogos, se bem trabalhada pode desenvolver a
criatividade, prazer emouvir, ajuda ainda a rever a sensibilidade, aumenta a
capacidade de concentração, desenvolveo raciocínio lógico, memória, atenção, auto
estima, além de ser um forte desencadeador deemoções. Para Brescia (2003, p.81),
“[...] o aprendizado de música, além de favorecer odesenvolvimento afetivo da
criança, amplia a atividade cerebral, melhora o desempenhoescolar dos alunos e
contribui para integrar socialmente o indivíduo”.
A música representa um processo mental, pois exige organização de sons,
impõeordem e forma as percepções que podem ir se tornando mais complexas e
elaboradas. Amusicalização é de vital importância, pois desperta o lado lúdico da
criança, aperfeiçoandoassim o conhecimento, a alfabetização, a inteligência, a
capacidade de expressão, acoordenação motora, a percepção sonora, matemática e
espacial. A musicalização auxiliatambém na psicomotricidade já que percebe-se que
através da música e da dança, a criançaprecisará movimentar-se explorando seu
corpo e o espaço físico.
A utilização de instrumentos musicais também é importante para a educação
porproporcionarem múltiplas experiências sensoriais, perceptivas e solicitarem o
equilíbrio econtrole da motricidade. A vivência com o mundo da música proporciona
o improviso, acriatividade e melhora a qualidade de vida já que a música, como
muitos dizem alimenta almae eleva o espírito, além de oportunizar o conhecimento
de diferentes gêneros musicais.
Os conteúdos mediados através da música se tornam mais atraentes e
significativos, epodem ser trabalhados em todas as áreas como: folclore e cultura,
matemática, línguaportuguesa, ciências, entre outras. Também é possível que a
alfabetização ocorra através damúsica, ou seja, se a criança associar a música, as
letras ou palavras, haverá um maioraproveitamento em relação a qualquer outro
método. Em outra abordagem, as cantigas deroda e brincadeiras cantadas são
formas de linguagem que chegam as crianças de maneirarápida, por conter rimas
que facilitam a memorização, elas servem como fonte de saber paraque as gerações
atuais aprendam como se deu o desenvolvimento cultural de povos dediferentes
lugares do mundo e faça descobertas associadas a sua própria cultura.
A brincadeira e a música são muito importantes no desenvolvimento da
criança, assimsendo, devem ser utilizadas como aliados pedagógicos no processo
de aprendizagem desde aeducação infantil. O professor deverá estar atualizado no
que diz respeito ao conhecimento,isso deforma ampla e abrangente, para que possa
inserir a brincadeira, o jogo e a música noespaço escolar com objetivo, trazendo
uma prática pedagógica alegre e um ambiente escolaracolhedor e repleto de
interação. Chiarelli &Barreto (2005, p. 6) afirmam que a música faz “aabertura de
canais sensoriais, facilitando a expressão de emoções, ampliando a cultura geral e
contribuindo para a formação integral do ser”.
A música deve estar presente no dia a dia da escola, os alunos deverão
aprender aapreciar a música também como arte e como bem cultural.
O educador pode selecionar músicas que falem do conteúdo a ser
trabalhado em suaárea, isso vai tornar a aula dinâmica, atrativa e vai ajudar
a recordar informações.Mas, a música também deve ser estudada como
matéria em si, como linguagemartística, forma de expressão e um bem
cultural. A escola deve ampliar os gêneros,apresentando novos estilos,
proporcionando uma análise reflexiva do que lhe éapresentado, permitindo
que o aluno se torne mais crítico (SNYDERS, 1992. p.14).
A música deve ser utilizada como recurso importantíssimo para o
desenvolvimentocognitivo, linguístico, psicomotor e afetivo da criança na educação
infantil. De fato, o tipo demúsica não importa desde que tenha um objetivo
pedagógico, pois, essa metodologia pode seruma forte aliada na assimilação do
conhecimento. A música sempre é lembrada em umdeterminado momento
marcante. A vida de cada ser humano tem uma trilha sonora, por isso éfundamental
reforçar a sua importância também na educação.
Muitas vezes, mesmo já adultos, nossas melhores lembranças de situação
deacolhimento e carinho dizem respeito ás nossas memórias musicais. Já
presenciamosvivências em grupos de professores que, a princípio, não
apresentava memória desua primeira infância. Ao ouvirem certos acalantos,
contudo, emocionaram-se epassaram a relatar situações acontecidas há
muito tempo, depois confirmadas porsuas mães (NOGUEIRA, 2003, p.60).
“A música pode proporcionar grandes ganhos ao educador e ao educando, já
que temuma função libertadora proporcionando assim momentos de improviso e
criatividade” Brescia(2003, p. 81).Na educação infantil a música atua como
ferramenta incentivadora da criatividade nascrianças, numa convivência grupal e
serve como um fator de desinibição. Contudo a música éuma experiência concreta
que poderá atuar como um recurso facilitador da aprendizagem.
4 A LUDICIDADE NA EDUCAÇÃO INFANTIL NO MUNICÍPIO DE JI-PARANA–
VISÃO DOS EDUCADORES
A pesquisa empírica deste artigo foi realizada em duas creches públicas e
uma escolaparticular do município de Ji-Paraná, com a participação de seis
professores de educaçãoinfantil. As instituições de ensino da Rede Pública atendem
a população de baixa renda,creches situadas na periferia voltadas exclusivamente
para a educação infantil. A Escolapertencente à Rede Privada atende crianças da
classe média, com a modalidade de ensinoEducação Infantil e Ensino Fundamental
de 1º a 5º ano.No decorrer da pesquisa foi possível observar que as escolas são
organizadas, as salasde aula são alegres e atrativas, atendendo a proposta do
lúdico numa visão educativa.
4.1 METODOLOGIA
Para a realização desta pesquisa, inicialmente foram realizadas observações
nasescolas para verificar na prática cotidiana o trabalho com o lúdico na educação
infantil.
Com o intuito de comprovar a prática observada e averiguar a opinião e o
trabalho dosprofessores da educação infantil, foi utilizado como instrumento de
pesquisa um questionáriocom base nos objetivos deste estudo. O questionário foi
devidamente estruturado, poisconforme Marconi e Lakatos (2007, p. 99), “a
elaboração de um questionário requerobservância de normas precisas, a fim de
aumentar sua eficácia e validade”.
Optou-se pelo questionário pela praticidade deste instrumento, com o
questionário esua análise, foi possível fundamentar a apresentação de pontos para
uma análise da práticapedagógica sobre o lúdico e sua importância na
aprendizagem de crianças de educaçãoinfantil. O questionáriofoi composto por nove
questões abertas e subjetivas. Elaboramos asquestões buscando fundamentar o
posicionamento do público alvo, com base em autores jáestudados, para melhor
entendimento dos dados apresentados, ambos se complementando.
Após a realização das observações e da aplicação dos questionários foi
realizada aanálise dos dados coletados em campo.
4.2 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS DADOS
De acordo com os dados coletados através desta pesquisa foi possível
constatar que osprofessores das escolas públicas e da particular tem opiniões
semelhantes em relação aolúdico e sua importância na educação infantil.
A partir das observações sobre como os educadores das escolas visitadas
trabalham aludicidade com as crianças na educação infantil, percebeu-se que há um
cuidado e atençãoespecial para o momento do brincar, desenvolve-se um momento
para a música e a dança, háum momento par a recreação de forma livre e esse
trabalho faz parte do cotidiano escolar. Oseducadores de todas as instituições se
mostraram motivados e comprometidos com a questãoda ludicidade, o brincar faz
parte da rotina escolar.
As escolas dispõem de espaço físico e playground para realização das
brincadeiras, oseducadores das escolas as quais observamos são totalmente
envolvidos e dão a seriedadenecessária ao momento lúdico.
Tanto as escolas públicas quanto a particular desenvolvem brincadeiras
criativas,músicas, jogos, dramatização com teatro de fantoches, entre outros. Há um
trabalho voltadopara surpreender e envolver as crianças, os professores estão
procurando inovar sempre.
4.2.1O que é o Lúdico
Lúdico é qualquer atividade que quando executada propicia o prazer. Para
osprofessores entrevistados, de uma forma geral, lúdico é aprender brincando, com
prazer,tornando o aprendizado significativo já que trabalha a socialização, a
memorização,desenvolve o lado emocional, psicológico, motor e cognitivo.
Todos os professoresconcordaram que o lúdico não é apenas sinônimo de
brincadeiras, pois, através do brincar acriança desenvolve a imaginação, a
criatividade, a cooperação, sendo também uma forma deexpressão de linguagem.
Assim como afirma Aguiar (1999, p. 58), “A atividade lúdica é oberço das atividades
intelectuais da criança, sendo por isso indispensável á a práticaeducativa. Brincando
a criança é espontânea e a partir daí podem acontecer coisasimprevisíveis, sendo
esse o ponto alto da brincadeira”.
“O lúdico é o parceiro do professor, jáque desenvolve habilidades e leva a
criança a fazer novas descobertas através de suasexperiências” (MALUF, 2003, p.
29).
4.2.2 A importância do brincar para a aprendizagem
Os educadores entrevistados afirmaram que o lúdico tem sido utilizado por
eles comouma forte ferramenta para a aprendizagem.Cem por cento (100%) dos
entrevistados disseram que o lúdico pode despertarinteresse nas crianças, sendo
assim a criança poderá unir o útil ao agradável e aprenderbrincando.
Negrine
(1994),
em
estudos
realizados
sobre
aprendizagem
e
desenvolvimentoinfantil, afirma que "quando a criança chega à escola, traz consigo
toda uma pré-história,construída a partir de suas vivências, grande parte delas
através da atividade lúdica".(NEGRINE, 1994, p. 20), comprovando assim que o
brincar pode ser usado como umaferramenta facilitadora para a aprendizagem,
baseada em experiências vividas.
4.2.3Jogos, brincadeiras e aprendizagem
Todos os educadores entrevistados utilizam jogos e brincadeiras em sala de
aula comseus alunos e acreditam serem recursos indispensáveis para o
desenvolvimento de qualquercriança, já que o jogo é um impulso natural da criança
e tem a função de motivador. Atravésdo jogo criança obtém prazer e realiza um
esforço espontâneo e voluntário para atingir oobjetivo.
Segundo os professores os jogos são mais trabalhados no ensino da
matemática e asbrincadeiras podem ser introduzidas a qualquer momento, desde
que com objetivopedagógico. Todos concordaram que através dos jogos há um
maior interesse nas atividadesdesenvolvidas por parte dos alunos. O jogo é um
excelente recurso para facilitar aaprendizagem. Neste sentido, Carvalho (1992)
afirma que
“[...] o ensino absorvido de maneira lúdica, passa a adquirir um aspecto
significativoe afetivo no curso do desenvolvimento da inteligência da
criança, já que ela semodifica de ato puramente transmissor a ato
transformador
em
ludicidade,denotando-se,
portanto
em
jogo”.
(CARVALHO, 1992, p. 28)
É preciso observar as crianças no ato de brincar e jogar, pois através deste
momentolúdico é possível compreendê-las e avaliá-las diante dos diversos tipos de
comportamento quepodem apresentar enquanto brincam e jogam.
4.2.4O brincar e os conteúdos escolares
A opinião dos entrevistados é unânime em relação à positividade do brincar e
suaimportância em adequá-lo a toda e qualquer disciplina.Segundo os educadores o
professor poderá enriquecer sua aula e torná-la atraenteutilizando o lúdico, sejam
jogos ou brincadeiras, desde que voltados para a propostapedagógica e os
conteúdos a serem trabalhados.
4.2.5Espaço Físico para atividades lúdicas
Todos os professores entrevistados afirmam que nas escolas e salas de aulas
as quaisatuam há espaço físico suficiente para realização de suas atividades lúdicas
com seus alunos oque consideram importante para a criança. Criança quer ser livre,
quer correr, pular, brincarde bola, faz parte da sua vida e do seu desenvolvimento.
4.2.6O professor da Educação Infantil e o trabalho com a ludicidade
De uma forma geral os professores da educação infantil que participaram
destapesquisa se sentem preparados para trabalhar com a ludicidade dentro e fora
da sala de aula,pois vão se redescobrindo, trocando experiências com as crianças e
reconhecendo através desuas vivências que brincadeira é coisa séria.
A educação lúdica contribui e influencia na formação da criança,
possibilitando umcrescimento sadio, um enriquecimento permanente,
integrando-se ao mais altoespírito democrático enquanto investe em uma
produção séria do conhecimento. Asua prática exige a participação franca,
criativa, livre, crítica, promovendo ainteração social e tendo em vista o forte
compromisso de transformação emodificação do meio (ALMEIDA, 2003, p.
41).
Contudo, educar com ludicidade é um ato planejado carinhosamente, de
forma que aproposta venha seduzir e envolver seus alunos ao prazer de conhecer.
4.2.7Tipos de brincadeiras
É possível se trabalhar diversos tipos de brincadeira com as crianças na
escola deeducação infantil. Os professores relataram que cada brincadeira
apresenta característicaspróprias, podendo ser aprimoradas pelas crianças que
estão livres para utilizar a criatividade.
As brincadeiras mais citadas pelos professores foram: cantigas de roda, dança
dascadeiras, jogo de damas, jogo da memória e teatro de fantoches.
4.3.8Brincadeira e agressividade
Quando
perguntamos
á
respeito
da
agressividade
em
relação
às
brincadeirasdesenvolvidas na escola, dos seis professores entrevistados apenas um
respondeu que algumasbrincadeiras podem gerar agressividade, os demais
acreditam que cabe ao professor conduzi-lasde forma harmoniosa. Segundo
Almeida (2003, p. 123) “o bom êxito de toda a atividadelúdico-pedagógica depende
exclusivamente do bom preparo e liderança do professor”.
Cabe ao professor mediar às brincadeiras e propô-las de acordo coma fase
dedesenvolvimento a qual as crianças se encontram, ressaltando a importância da
convivênciaem grupo.
4.2.9A importância da música na Educação Infantil
É difícil encontrar alguém que não se relacione com a música “[...]
escutando,cantando, dançando, tocando um instrumento, em diferentes momentos e
por diversas razões”(BRITO, 2003, p. 31).
Todos os professores entrevistados concordaram que a música pode auxiliar
naalfabetização e na memorização de conteúdos e que os alunos ficam alegres e
adoram odesenvolvimento de atividades com a música. Todos trabalham as cantigas
de rodas, que sãotécnicas antigas, porém extremamente necessárias para trazer de
volta a cultura de nossosantepassados, culturas regionais e o folclore.
Contudo, a música deve ser apresentada para as crianças de forma lúdica
porintermédio de recreação, assim poderá proporcionar uma forma mais simples de
assimilaçãodo conhecimento, com alegria e animação.
A música também tem o poder de estimular movimentos, contribuindo assim
para odesenvolvimento físico, afetivo e intelectual da criança. A música e sua
ligação comdiferentes áreas do conhecimento beneficia o processo educacional
permitindo múltiplasabordagens interdisciplinares.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Através da pesquisa proposta neste artigo, pode-se compreender melhor o
papel dolúdico na educação infantil e que brincar para a criança é coisa séria.De
acordo com os relatos obtidos através das entrevistas feitas com professores
deeducação infantil, podemos concluir que o lúdico para eles representa: interesse,
alegria,criatividade, motivação, interação, socialização e que a união de todos esses
elementos podeser utilizada diariamente em sala de aula, facilitando o processo de
aprendizagem e odesenvolvimento cognitivo, afetivo e psicomotor da criança.A
pesquisa realizada mostrou que criança é sempre criança, independente de
condiçãosocial. Ficou confirmado ainda que as escolas tem valorizado o lúdico e que
o mesmo é vistocomo um aliado para a aprendizagem de crianças na educação
infantil.
O brincar é importante, não porque é coisa de criança, mas porque é a melhor
forma deaproximar o mundo da fantasia do mundo real, que mesmo com toda sua
complexidade, setorna simples pelo olhar de uma criança.É fato que brincando,
jogando ou cantando a criança aprende valores e aprendetambém a lidar com seus
próprios sentimentos e frustrações. A música pode auxiliar em todoo processo de
aprendizagem,
como
fonte
de
saber
repassada
através
da
memorização,assimilação, ritmo, cultura, etc. A música também faz parte da vida
cotidiana e também leva alugares, a lembranças e a momentos inesquecíveis.
Enquanto brinca a criança é ela mesma, sem medo de errar, sem limites para
sonhar.Desta forma, poderá aprender de uma maneira mais profunda e significativa.
A imaginação é transformadora, um pedacinho de pau, poderá ser um cavalo veloz,
e éesse o ponto alto da brincadeira, essa liberdade, a criatividade e o simples fato
de ser criançana sua verdadeira essência. Enquanto brinca a criança se oportuniza
a aprender e aaprendizagem se torna interessante para ela.
Ademais, a música, o brinquedo, os jogos e todas as descobertas que giram
em tornodo lúdico, só têm a acrescentar para o desenvolvimento integral da criança
com o mundo ecom si mesma.Os profissionais que se dispuserem a trabalhar com
educação infantil, deverão terconsciência sobre o verdadeiro sentido da brincadeira
e o bem que ela pode proporcionar, obrincar vai além de ocupar o tempo das
crianças na hora do intervalo. Deverão entender aindaque precisam ter muito
envolvimento, afetividade, doação e sensibilidade para utilizar olúdico como aliado
do processo de aprendizagem.
Contudo, a escola de uma vez por todas deve perceber que a criança, o
brinquedo, osjogos, a música e as brincadeiras se completam e tudo isso não pode
ser desvinculado depropostas pedagógicas para a Educação Infantil.
REFERÊNCIAS
AGUIAR, João Serapião. Jogos para o ensino do Conceito: leitura e escrita na
pré-escola.Papirus, 1999. Disponível em www.books.google.com acesso em
12/09/2012.
ALMEIDA, Paulo Nunes de. Educação lúdica: técnicas e jogos pedagógicos. São
Paulo, SP:Loyola, 2003.
AURÉLIO, Minidicionário Escolar Século XXI. 4. ed. Rio de Janeiro: Editora Nova
Fronteira, 2001.
BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação
Fundamental.Referencial Curricular Nacional para a Educação infantilConhecimento de Mundo.Brasília, MEC/SEF 1988.
BRESCIA, Vera Lúcia Pessagno. Educação Musical: Bases psicológicas e ação
preventiva.São Paulo: Átomo, 2003.
BRITO, Teca Alencar de. Música na educação infantil: proposta para a formação
integral dacriança. 2. ed. São Paulo: Petrópolis, 2003.
CARVALHO, A.M.C. ET al. (Org.). Brincadeira e cultura: viajando pelo Brasil que
brinca.Vol. 1 e 2. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2003.
CHIARELLI, Ligia Karina Meneghetti. BARRETO, Sidirley de Jesus. A importância
damusicalização na educação infantil e no ensino fundamental: A música como
meio
dedesenvolver
a
inteligência
e
a
integração
do
ser.
Disponívelem:http://www.musicaeadoracao.com.br/tecnicos/musicalizacao/importanc
ia_educacao.htm.
CUNHA, Nylse Helena Silva. Um mergulho no brincar: 1º ed. São Paulo:
Aquariana, 2001.
GARNDER, Howard. Inteligências Múltiplas: A teoria na prática. Porto Alegre:
ArtesMédicas, 1995.
KISHIMOTO, TizukoMorchida. Jogos, brinquedos, brincadeiras e educação. São
Paulo,SP - 6ª ed., (org.): Cortez, 2002.
MALUF, Ângela Cristina Munhoz, Brincar prazer e aprendizado. Petrópolis,
RJ:Vozes,2003.
MARCONI, Marina de Andrade e LAKATOS, Eva Maria.Técnicas de
Pesquisa:planejamento e execução de pesquisas, amostragens e técnicas de
pesquisas, elaboração,análise e interpretação de dados. – 6ª ed. – 3.reimpr. – São
Paulo: Atlas, 2007.
NEGRINE, Airton. Aprendizagem e desenvolvimento infantil. Porto Alegre: Propil,
1994.
NOGUEIRA, Monique Andries. A música e o desenvolvimento da
criança.Disponível em:< http:// www.proec.ufg.br/ Revista _UFA/infância/gmusica.html>. Acesso em: 29 de ag.2012.
PIAGET, Jean. A formação do símbolo na criança: Imitação, jogo e sonho,
imagem erepresentação. Rio de Janeiro: Zahar, 1978.
PIAGET, Jean. A psicologia da criança. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1998.
RIZZI, Leonor e HAYDT, Regina Célia. Atividades lúdicas na educação da
criança.Ed.Ática, 6º edição, Série Educação. 1997.
SNYDERS, Georges. A escola pode ensinar as alegrias da música?São Paulo:
Cortez, 1992.
VIGOTSKY, Lev Semenovich. A formação social da mente: O desenvolvimento
dosprocessos psicológicos superiores. 5. ed.São Paulo: Martins Fontes, 1994.
Download