JOFFRÃN GUILHERME DA SILVA MARKETING ESPORTIVO PROPOSTAS DE AÇÕES PARA O VOLEIBOL ADULTO EM JOINVILLE FLORIANÓPOLIS – SC 2007 PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com 2 JOFFRÃN GUILHERME DA SILVA MARKETING ESPORTIVO PROPOSTAS DE AÇÕES PARA O VOLEIBOL ADULTO EM JOINVILLE Dissertação apresentada à UDESC, como requisito para a obtenção do título de Mestre no curso de Mestrado em Administração. Orientador: Prof. Dr. Nerio Amboni FLORIANÓPOLIS – SC 2007 PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com 3 MARKETING ESPORTIVO PROPOSTAS DE AÇÕES PARA O VOLEIBOL ADULTO EM JOINVILLE JOFFRÃN GUILHERME DA SILVA Esta dissertação foi julgada adequada para a obtenção do título de mestre em administração (gestão estratégica das organizações) e aprovada em sua forma final pelo curso de mestrado em administração da universidade do estado de Santa Catarina. Profº. Mário César Barreto Moraes, Dr. Coordenador do Mestrado Apresentada à comissão examinadora, integrada pelos professores: Profº. Nerio Amboni, Dr. Orientador Profª. Narcisa de Fátima Amboni, Drª. Membro Profª. Fabiola Possamai, Drª. Membro PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com 4 Aos meus pais, Alcides (in memorian) e Elenir, A minha irmã Janaina, Ao meu cunhado Márcio, A minha sobrinha Letícia, Ao meu padrasto Luiz Antonio, A minha namorada Pricilla, e a todos os meus amigos e familiares que nesse período me apoiaram na na realização deste trabalho. PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com 5 AGRADECIMENTOS Ao orientador, Professor Nerio Amboni, pela sua prestatividade, dedicação e sabedoria. A co-orientadora, Professora Fabiola Possamai, pela sua paciência e dedicação. A Professora Narcisa de Fátima Amboni por ter aceitado em participar da banca examinadora. Aos meus amigos e professores desta turma do mestrado em administração, pelo aprendizado que adquiri. PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com 6 RESUMO Esta dissertação que recebe o nome de Marketing Esportivo – propostas para o voleibol adulto em Joinville, aborda o papel que o esporte desempenha na vida das pessoas e visa demonstrar que, ao longo do tempo, as relações com o mundo empresarial merecem atenção especial. A consulta à literatura demonstrou que o esforço acadêmico evoluiu ao longo dos anos, porém ainda guarda espaço para novos estudos. Este estudo pretende contribuir na definição do marketing esportivo, percorrendo além das fronteiras do esporte como atividade física, a fim de entrar na modalidade voleibol com mais profundidade, entender as ferramentas aplicadas pelos clubes na atualidade e extrair a sua relação com os agentes do meio esportivo. A partir desse contexto, busca estabelecer ferramentas de marketing esportivo para os clubes de voleibol adulto na cidade de Joinville, a fim de propor ações para o desenvolvimento dessa modalidade nessa cidade catarinense. A metodologia utilizada foi o questionário fechado aplicado a doze (12) clubes participantes da Superliga de Voleibol no Brasil e entrevistas em profundidade junto a três (3) clubes, dois (2) de Santa Catarina e um (1) de Campinas. A abordagem escolhida foi o método qualitativo que constitui uma metodologia de pesquisa não estruturada, exploratória, baseada em pequenas amostras, que proporciona insights e compreensão do contexto do problema. As principais conclusões deste trabalho destacam sobre a necessidade da mídia no esporte, de uma gestão profissional, da importância de demonstrar o esporte como produto, dos benefícios para as empresas e da relação já existente entre o Clube de Joinville e o Marketing Esportivo. Palavras-chave: marketing esportivo; voleibol adulto. PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com 7 ABSTRACT This dissertation recipient the name as of Marketing Sportive – bids about to volleyball adult well in Joinville, approached the paper than it is to the one spur performance in life of the people and try demonstrate which over time, the acquaintanceship with the world corporate deserves alertness particular. The consultation at the literature he has shown than it is to the achievement academic evolved over the years but still he keeps air about to new studies. This review he pretends add up in the definition from the marketing sportive, browsing aside from of the borders from the spur as a activity physics, for the purpose of come in at the modality volleyball with added depth, to understand the tools diligent by the Clubs at the actuality and understand your relation shipment with the agents from the environmement sportive. From the he might give context , he picks establish tools as of marketing sportive for the Clubs of volleyball adult at the city of Joinville, for the purpose of to come up with actions for the development of that modality in that city catarinense. The methodology used it was the query closed up diligent the one twelve (12) Clubs attendees from the Superliga de Voleibol no Brasil and appointments well into depth together to three (3) Clubs, two (2) of Santa Catarina and one (1) of Campinas. The approach chosen was the qualitative method that constitute a methodology of research not structured, exploration, based in smalls sample the provide insights and comprehension of the context of problem. The chief completions of this work talk above the must from the media at the spur, from a management and reporting occupational, from the amount of money as of demonstrate the one spur as a product, of the avails for the businesses and from the relation already existing amidst the club as of Joinville and the marketing sportive. Key-words: marketing sportive; volleyball adult. PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com 8 LISTA DE FIGURAS FIGURA 1 – Tripé do Marketing Esportivo ............................................................... 27 FIGURA 2 – Retornos do Marketing Esportivo ......................................................... 29 FIGURA 3 – Espaço Ocupado na Mídia – Superliga Masculina de Vôlei – 2005/006 ............................................................................................. 30 FIGURA 4 – O Conjunto de Características do Produto Esportivo........................... 34 FIGURA 5 – Os Negócios em Marketing Esportivo .................................................. 36 FIGURA 6 – O Esporte e seus Elementos................................................................ 39 FIGURA 8 – Formas de Participação do Público em Espetáculos ........................... 46 FIGURA 9 – Clubes Brasileiros Participantes da Superliga de Voleibol 2005/2006 ........................................................................................... 56 FIGURA 10 - Universo dos Clubes e o Tipo de Abordagem.................................... 57 FIGURA 11 – Localização dos Clubes de Voleibol por Estado ............................... 61 FIGURA 12 – Perfil das Empresas Proprietárias dos Clubes.................................. 62 FIGURA 13 – Idade dos Respondentes .................................................................. 63 FIGURA 14 - Sexo dos Respondentes.................................................................... 64 FIGURA 15 - Tempo na Função e Tempo de Experiência dos Respondentes ........ 65 FIGURA 16 – Formação dos Representantes dos Clubes ...................................... 65 FIGURA 17 – Negócios Desenvolvidos no Marketing Esportivo ............................. 68 FIGURA 18 – Benefícios Resultantes da Implantação do Marketing Esportivo........ 69 FIGURA 19 – Tipos de Benefícios Proporcionado aos Investidores ........................ 70 FIGURA 20 – Tempo Médio dos Contratos.............................................................. 75 PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com 9 FIGURA 21 – Importância da Mídia.......................................................................... 75 FIGURA 22 – Apoio de Recursos Financeiros da Mídia........................................... 76 FIGURA 23 – Retorno Promocional a Cidade .......................................................... 76 FIGURA 24 – Apoio da Prefeitura ............................................................................ 77 FIGURA 25 – Tipos de Apoio que os Clubes Recebem das Prefeituras .................. 77 FIGURA 26 – Esporte como Porta de Entrada para Empresas................................ 78 FIGURA 27 – Importância da CBV ........................................................................... 79 FIGURA 28 – Importância do Planejamento Estratégico.......................................... 82 FIGURA 29 – Fatores que fazem do Esporte um Bom Produto ............................... 84 PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com 10 LISTA DE TABELAS TABELA 1 - Investimentos em Publicidade – EUA, Europa e Brasil – em US$ milhões................................................................................................ 35 TABELA 2 - Taxas de Direitos da Televisão dos EUA para os Jogos Olímpicos de 1960 a 1998 ................................................................................... 43 PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com 11 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 13 1.1 TEMA.................................................................................................................. 13 1.2 PROBLEMA DE PESQUISA............................................................................... 17 1.3 OBJETIVOS........................................................................................................ 18 1.3.1 Objetivo geral................................................................................................. 18 1.3.2 Objetivos específicos .................................................................................... 18 1.4 JUSTIFICATIVA.................................................................................................. 19 1.5 ESTRUTURA DA DISSERTAÇÃO ..................................................................... 20 2 REVISÃO DA LITERATURA................................................................................. 21 2.1 MARKETING – DEFINIÇÕES............................................................................. 21 2.1.1 Marketing – noções centrais......................................................................... 22 2.2 AS BASES DO MARKETING ESPORTIVO........................................................ 24 2.2.1 Marketing do esporte e marketing através do esporte............................... 25 2.2.2 Como as organizações investem no esporte .............................................. 27 2.2.3 O retorno do investimento no esporte......................................................... 28 2.2.4 O papel do Estado no contexto esportivo ................................................... 32 2.3 OS PRODUTOS DO MARKETING ESPORTIVO............................................... 33 2.3.1 Patrocínio ....................................................................................................... 37 2.3.2 Eventos........................................................................................................... 42 2.3.3 Licenciamento e franquias............................................................................ 47 2.3.4 Material esportivo .......................................................................................... 51 3 METODOLOGIA.................................................................................................... 53 3.1 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA.................................................................. 53 3.2 UNIVERSO E AMOSTRA ................................................................................... 56 3.3 FORMA DE COLETA DE DADOS ...................................................................... 57 3.4 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS ................................................... 59 3.5 DELIMITAÇÕES ................................................................................................. 60 4 APRESENTAÇÃOS DOS RESULTADOS ............................................................ 61 4.1 CARACTERIZAÇÃO DOS CLUBES PESQUISADOS........................................ 61 4.2 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS E DAS INFORMAÇÕES COLETADAS ............................................................................................................ 63 4.2.1 Informações básicas ..................................................................................... 63 4.2.1.1 Descrição...................................................................................................... 63 4.2.1.2 Análise .......................................................................................................... 66 4.2.2 Benefícios do marketing esportivo .............................................................. 67 4.2.2.1 Descrição...................................................................................................... 67 4.2.2.2 Análise .......................................................................................................... 70 4.2.3 Relacionamento entre as partes................................................................... 74 4.2.3.1 Descrição...................................................................................................... 74 4.2.3.2 Análise .......................................................................................................... 79 4.2.4 Importância do planejamento estratégico ................................................... 82 4.2.4.1 Descrição...................................................................................................... 82 PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com 12 4.2.4.2 Análise .......................................................................................................... 82 4.2.5 Fatores que fazem do esporte um bom produto......................................... 83 4.2.5.1 Descrição...................................................................................................... 83 4.2.5.2 Análise .......................................................................................................... 84 4.3 PROPOSTA DE AÇÕES DE MARKETING ESPORTIVO PARA O VOLEIBOL ADULTO DE JOINVILLE........................................................................ 86 5 CONCLUSÃO........................................................................................................ 93 6 REFERÊNCIAS ..................................................................................................... 96 APÊNDICE A............................................................................................................ 98 APÊNDICE B.......................................................................................................... 103 PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com 13 1 INTRODUÇÃO 1.1 TEMA As relações entre o esporte e o dinheiro são muito antigas e remontam aos primeiros jogos quando estruturas foram mobilizadas para a realização de eventos ligados ao esporte. Entretanto, somente após a Revolução Industrial, em meados do século XIX, na Inglaterra, que novos formatos de atividades esportivas foram desenvolvidos, ampliando-se o relacionamento entre o esporte e a economia. (BOURG, GOUGUET, 2005). Essa interrelação se intensificou quando o esporte de competição ganhou aspecto de espetáculo, a partir do período 1984-1986, principalmente com a privatização do financiamento dos Jogos Olímpicos de Los Angeles, a exploração comercial dos símbolos olímpicos, a criação de um programa mundial de marketing dos Jogos, o abandono dos monopólios das televisões públicas, notadamente na Europa, e o lançamento concomitante de numerosos canais de televisão privados (BOURG, GOUGUET, 2005, p. 15). Foi desde a sua consolidação na economia mundial que o esporte se tornou um fenômeno social de primeira grandeza. Essa afirmação é possível de ser feita ao observar-se o lugar que ocupa em todas as mídias, e igualmente na vida cotidiana dos indivíduos. Em várias modalidades esportivas e em diversos lugares do mundo são criados ídolos, eventos e atividades ligadas ao esporte, com vistas a satisfazer a paixão das pessoas que estão ao seu derredor. (BOURG E GOUGUET, 2005). Entretanto, a relação entre torcedores e consumidores vem se estreitando, e a cada dia vai despertando o interesse de organizações de diversos setores econômicos para a geração de negócios, que passa pelo material esportivo, chegando até a jogos exibidos em TV por assinaturas. Tubino (2001) destaca que existem três dimensões sociais no esporte: o “esporte-educação”, o “esporte-participação” e o “esporte-performance”. Para o autor, essas três dimensões são atividades que se assemelham e se interrelacionam no terreno da sociologia, sendo que o “esporte educação” representa a formação dos jovens, tendo como base a educação e o esporte simultaneamente; o “esporte PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com 14 participação” pressupõe a brincadeira ou o lúdico, sem compromisso e responsabilidade, estando totalmente ligado ao tempo livre; e, por último, o “esporte desempenho”, ligado diretamente ao esporte como meio de vida, trabalho e renda. Os conceitos de esporte e marketing relacionam de um lado empresas investidoras, voltadas para a geração de produtos e serviços esportivos e, de outro, um público que está disposto a consumir práticas e produtos esportivos por meio dos eventos e bens de consumo, naturalmente sensíveis àquelas empresas que possuem identidade com suas preferências. Isto porque, segundo Kotler (2000, p. 30), o marketing é um processo social e uma ferramenta administrativa. “Como processo social, pessoas e grupos de pessoas obtêm aquilo de que necessitam e o que desejam com a criação, oferta e livre negociação de produtos e serviços de valor com outros”. Na segunda visão de Kotler (2000, p. 30), “Marketing é o processo de planejar e executar a concepção, determinação do preço, a promoção e a distribuição de idéias, bens e serviços para criar trocas que satisfaçam metas individuais e organizacionais”. Nesse sentido, percebe-se a necessidade de utilização de ferramentas de marketing que possam ser aplicadas indistintamente nessa área: no esporte desempenho, de competição ou espetáculo. Há vinte anos, por exemplo, poucas instituições de ensino ofereciam cursos de pós-graduação em marketing esportivo. Naquela época, o conceito de marketing esportivo focava-se na venda de ingressos para eventos e à promoção de artigos esportivos, fato que limitava muito o uso das ferramentas oferecidas pelo marketing ao esporte atualmente. (PITTS E STOTLAR, 2002). No que se referia à metodologia de venda de eventos, o marketing esportivo era mais arte do que ciência, e poucos profissionais mais experientes lideravam o desenvolvimento da indústria do esporte (PITTS, STOTLAR, 2002, p. XIII). Sem dúvida, muito dessa sofisticação refletia o tamanho relativamente pequeno e a simplicidade da indústria – que ia dos tênis de lona branca com sola de borracha a um mundo sem ESPN (Canal de TV por assinatura), passando por tacos de beisebol de madeira. A indústria do esporte de 100 bilhões de dólares de hoje tem um alcance consideravelmente maior e está a anos-luz de distância – com seus patins in-line e seus tênis de couro moldado com bomba de ar, passando por tacos e raquetes de grafite. “Esse novo mundo do negócio do esporte exige profissionais PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com 15 altamente capacitados e experientes, desejosos de dominar suas complexidades”. (PITTS, STOTLAR, 2002 p. XIII). É importante ressaltar que o esporte cresceu em função da indústria de material esportivo. Esta conseguiu agregar valor à atividade, incluindo novos produtos, deixando os produtos atuais com uma embalagem nova e ampliando os horizontes para os profissionais da área. Como conseqüência da transformação de uma atividade física para um fenômeno social, o esporte, por sua natureza, enraizou paixões nas pessoas. E foi essa compreensão que levou o esporte a se ampliar dentro da economia mundial. A partir da visão de que este fenômeno não constitui somente um lazer, inúmeras oportunidades de diminuir o espaço existente entre o esporte e o seu público foram sendo desenvolvidas. Para exemplificar essa evolução, Darren Marshall, vice-presidente da Sponsorship Research International – SRI (Instituto de Pesquisa Independente com sede na Califórnia, Estados Unidos da América), citado por Melo Neto (2003, p. 27), que esteve no Brasil em dezembro de 1994, durante a 1ª conferência internacional de Marketing Esportivo, disse “O retorno de uma marca ou produto envolvido em patrocínio de eventos esportivos é quatro vezes maior do que o de uma boa campanha publicitária”. Essa afirmação demonstra somente uma variável do marketing esportivo (refere-se a partir de meados da década de 1980), o patrocínio, desconsiderando o licenciamento de marcas, atletas, merchandising e eventos esportivos que também podem alavancar o esporte como negócio. Relatos como esse demonstram que a interação de elementos esportivos com o composto promocional das organizações pode ser um grande instrumento, hoje já utilizado em termos de persuasão e promoção. Entendendo esse relacionamento entre esporte e economia, ao marketing esportivo agrega-se uma função importante nesse contexto: a de permitir que esse relacionamento funcione de forma profissional, sempre explorando novos benefícios para os envolvidos tanto no meio econômico, como no meio social. Nota-se que muito antes de se tornar realidade no Brasil, essa profissionalização aconteceu nos EUA e na Europa, o que demonstra hoje a força desses dois pólos do esporte mundial. PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com 16 O que se observa na Europa e, principalmente nos EUA, foi o crescimento do esporte como um dos principais setores da economia. Os patrocinadores da iniciativa privada e entidades esportivas tornaram-se verdadeiros jogadores da indústria. O amadurecimento do mercado esportivo somente foi possível graças ao alto grau de profissionalização das entidades e pelo grande nível de exigência dos patrocinadores. As entidades, como, por exemplo, a Nascar (Stock Car EUA), Ligas Profissionais Americanas (NFL – Liga de Futebol Americano e NBA – Liga de Basquete nos EUA), Equipes de F1 (Fórmula 1, COI (Comitê Olímpico Internacional)), FIFA (Federação Internacional de Futebol), UEFA (Liga Européia de Futebol), Premier League (Primeira Divisão Inglesa) e grandes clubes europeus vendem suas cotas por proporcionarem um excelente retorno sobre o investimento para as empresas patrocinadoras, em termos de visibilidade e valores positivos para a marca, oportunidades de relacionamentos e, sobretudo, retorno comercial. (ITCOM, 2003). Foi nesse contexto que iniciou a explosão do vôlei brasileiro, com a participação de associações classistas e de times patrocinados por grandes empresas. Em 1981, a Atlântica Boa vista, empresa de Antônio Carlos de Almeida Braga, decidiu investir no vôlei. Também, o Grupo Atlântica de Seguros associou-se ao Bradesco e os investimentos estenderam-se ao basquete, atletismo e futebol de salão. A Pirelli, já em 1980, possuía uma equipe de vôlei masculino; foi bicampeã nos anos de 1982 e 1983. A Supergasbrás, outra pioneira na relação empresa-esporte no Brasil, formou em 1982 no Rio de Janeiro, um time feminino de vôlei e conquistou três títulos brasileiros (83, 85 e 86), três estaduais e dois vices-sul-americanos. (MELO NETO, 2003). Os casos de sucesso ao redor do mundo, já citados, mostram como o marketing esportivo brasileiro ainda é utilizado como ferramenta tática de marketing e em muitos casos como planejamento e execução muito pouco centrados nas diferentes variáveis mercadológicas que o patrocínio esportivo oferece. Os melhores exemplos estão em empresas estatais e a maior parte das empresas privadas ainda utiliza o patrocínio esportivo e as estratégias de marketing ligadas ao esporte de forma pouco abrangente, focadas apenas na visibilidade que as propriedades esportivas oferecem. (ITCOM, 2003). PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com 17 Nesse sentido, procura-se, no presente trabalho, demonstrar a relevância da aplicação das ferramentas de marketing para organizações esportivas. Vale ressaltar que o esporte de que trata esta dissertação não se refere ao lúdico, e sim a competitividade, desempenho e rendimento, com estruturas desenvolvidas e regras fixas, amplamente conhecidas por todos, bem como o envolvimento de recursos financeiros e prêmios aos seus representantes. 1.2 PROBLEMA DE PESQUISA O Brasil ainda está em fase embrionária do processo de aplicação do marketing esportivo, no qual os valores com a venda de material esportivo são muito superiores às receitas de propriedades esportivas comercializadas entre entidades esportivas e patrocinadores, fazendo com que em nosso país o produto esporte ainda esteja pouco valorizado. Os principais motivos para essa realidade é a baixa profissionalização das entidades esportivas, muito similares aos principais mercados europeus na década de 80, e a visão limitada do esporte como produto de marketing por parte dos patrocinadores e suas agências. Entretanto, no Brasil, mesmo tendo um mercado esportivo em desenvolvimento como negócio, as atuais estratégias de marketing e comunicação no esporte de empresas patrocinadoras se ampliaram nos últimos anos. (ITCOM, 2003). Depreende-se, por meio do exposto, que é crescente o interesse dos consumidores pelo esporte no Brasil e no mundo. A paixão das pessoas já mostrou que esse fenômeno pode ser muito diferente de qualquer outra atividade de entretenimento. Sendo assim, a utilização do marketing esportivo torna-se essencial para o sucesso dos negócios das empresas, sendo que cada consumidor busca expressar-se através de suas marcas, já que a valorização destas pelo consumidor dependerá das estratégias de patrocínios escolhidas pelas empresas e de sua conseqüente responsabilidade e envolvimento com o coletivo. A partir desses argumentos busca-se resposta para o seguinte problema de pesquisa: PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com 18 Quais ferramentas do marketing esportivo utilizadas por clubes brasileiros de voleibol podem ser apresentadas para os clubes de voleibol adulto na cidade de Joinville, SC? 1.3 OBJETIVOS 1.3.1 Objetivo geral Estabelecer ferramentas de marketing esportivo para o clube de voleibol adulto localizado na cidade de Joinville, SC. 1.3.2 Objetivos específicos • Levantar os fundamentos teóricos e práticos discutidos pelos estudiosos da área no que concerne ao marketing tradicional e marketing esportivo; • Identificar as ferramentas de marketing esportivo que estão sendo aplicadas pelos clubes de voleibol adulto do Brasil e, mais especificamente, pelo clube de voleibol de Joinville, SC; • Descrever os principais benefícios, segundo a percepção dos pesquisados, que os clubes do voleibol brasileiro conseguiram ao implantar as ferramentas do marketing esportivo; • Relacionar os critérios considerados pelos clubes de voleibol pesquisados na implantação das ferramentas do marketing esportivo; • Comparar as ferramentas de marketing esportivo utilizadas com as aplicadas pelas organizações do voleibol joinvilense. PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com 19 1.4 JUSTIFICATIVA Este trabalho se justifica por três caminhos que se complementam mutuamente. O primeiro pela crescente tendência das pessoas despenderem mais tempo com o lazer, independente se elas vão ao cinema, teatro, caminhar na rua ou ainda a um estádio ver uma partida de futebol. A complexa vida cotidiana está proporcionando a chance de desfrutar o seu tempo de uma forma mais divertida e relaxante, possibilitando dessa forma um equilíbrio mais justo entre trabalho e vida pessoal. O segundo está ligado a grande necessidade de profissionalização do esporte brasileiro, trabalho já iniciado pela CBV – Confederação Brasileira de Voleibol na década de 90 que possibilitou o aumento da paixão do brasileiro por esse esporte, e, como conseqüência, a criação e ampliação de renda, empregos, produtos e serviços ligados a esse esporte. (MELO NETO, 2003). O terceiro motivo é a forte relação do autor pelo esporte. Por um período da vida atuando no voleibol joinvilense, e por cerca de quinze anos ter convivido com o esporte, como atleta, telespectador, patrocinado e dirigente de equipe, foi possível ao autor desta dissertação observar que no Brasil as dificuldades são muitas para se desenvolver o esporte como meio de vida. São poucas as pessoas que recebem apoio para se trabalhar como atletas em equipes de diversas modalidades esportivas. Hoje, no Brasil, o esporte está muito concentrado nas modalidades coletivas, como o futebol e o voleibol com 63% e 15% dos investimentos em patrocínio com apoio do Estado ou de empresas ligadas a ele. (TOPSPORTS, 2003). O motivo pelo qual essa dificuldade existe está diretamente ligado à profissionalização do esporte, ou seja, falta a essa atividade a visão de negócio, a geração de produtos e serviços que possam atrair mais os seus consumidores para perto de seus ídolos, fazendo com que não percam a paixão por suas modalidades preferidas. Esse trabalho já vem se desenvolvendo no mundo há alguns anos e é chamado de Marketing Esportivo. No Brasil, a aplicação dessa ferramenta vem crescendo, mas ainda possui grande potencial de expansão. Este estudo torna-se relevante para as organizações esportivas, empresas patrocinadoras e comunidade acadêmica da cidade de Joinville e Santa Catarina, já PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com 20 que os resultados podem apontar para o desenvolvimento de novos atletas e novos profissionais, como também para as empresas, que tem a chance de criar novos produtos, serviços, consumidores e mercados com uma ferramenta muito utilizada nos EUA e na Europa que é o marketing esportivo. 1.5 ESTRUTURA DA DISSERTAÇÃO O presente trabalho está organizado em 5 capítulos, compostos da seguinte maneira: Capítulo 1 – Compreende o tema, problema, objetivos, a justificativa e sua estruturação. Capítulo 2 – Descreve o referencial teórico que fundamenta com autores da área o estudo propriamente dito. Capítulo 3 – Aborda a metodologia utilizada para sustentar a pesquisa de campo. Nessa parte são apresentadas as especificações técnicas como: amostra, instrumentos de pesquisa e como os dados foram tratados. Capítulo 4 – Demonstra os resultados da pesquisa de campo com gráficos e tabelas que auxiliaram o desenvolvimento dos trabalhos e também uma análise dos dados levantados. Capítulo 5 – Evidencia as principais conclusões. PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com 21 2 REVISÃO DA LITERATURA 2.1 MARKETING – DEFINIÇÕES Marketing Cundiff et al. (1977) define como algo que envolve basicamente relacionamento entre as necessidades e os desejos do mercado com o fornecimento de produtos e serviços, que geram transferências de propriedade. Para esse autor, o marketing desempenha o mesmo papel básico para todos os fabricantes, independente da origem dos seus negócios – sejam eles produtores de aço da área industrial, de doces ou brinquedos para crianças ou de frutas e legumes para os consumidores em geral. São muitas as definições de marketing. Para Pitts, Stotlar (2002, p. 88), por exemplo, o conceito de marketing é uma filosofia relativa à maneira de se administrar uma empresa. Consiste em três requisitos: 1. Analisar as necessidades e desejos das pessoas como base para decidir o que o negócio (ou economia) irá fazer. 2. Selecionar a melhor maneira de atender às necessidades do consumidor - alvo da empresa. 3. Alcançar objetivos de desempenho da organização atendendo aos desejos do consumidor de maneira satisfatória. Cundiff et al. (1977, p. 45) ressalta que atividades de marketing são [...] aquelas diretamente relacionadas com os esforços da organização no sentido de estimular a demanda e simultaneamente atender a tal demanda. Essas atividades entrelaçam-se mutuamente como componentes do sistema como um todo – através do qual a empresa desenvolve um produto, torna-o disponível, faz sua distribuição através dos canais competentes, promove-o e fixa seu preço. Especificamente, pois, definimos marketing como o processo administrativo pelos quais os produtos são lançados adequadamente no mercado e através do qual são efetuadas transferências de propriedade. PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com 22 2.1.1 Marketing – noções centrais O marketing pode ser mais bem compreendido definindo-se alguns de seus conceitos centrais, como pode-se verificar na seqüência deste trabalho. a) Mercados-alvo e segmentação: É possível afirmar que uma empresa raramente consegue satisfazer a todos em um mercado. (KOTLER, 2000). Nem todas as pessoas têm os mesmos gostos sobre produtos e serviços que são oferecidos a eles. Algumas pessoas gostam de coca-cola; outras gostam de guaraná ou ainda de água mineral. Essa afirmação vale para tudo que é ofertado no mercado, hotéis, alimentos, automóveis etc. Considerando a afirmação do autor, observa-se que a segmentação de mercado é o primeiro passo a ser dado quando um produto está sendo ofertado ao mercado. Essa segmentação pode ser identificada analisando-se diferenças demográficas, como regiões para onde vender ou ainda comportamentos existentes entre os compradores, como, por exemplo, segurança, estilo e conforto quando o assunto é automóvel. b) Necessidades, desejos e demandas: A compreensão das necessidades, desejos e as demandas dos consumidores refletem diretamente na forma como o produto será desenvolvido. Entender esses conceitos significa afirmar que eles podem passar por um processo de evolução. A necessidade do consumidor, por sua vez, significa compreender que existem produtos e serviços que descrevem as exigências humanas básicas, como comida, ar, água, roupa, abrigo, educação, recreação e entretenimento. Tais necessidades podem se tornar desejos quando tais produtos e serviços são exigidos de forma específica capaz de satisfazer algum consumidor. Por exemplo, existe uma pessoa com uma necessidade de se alimentar, porém o desejo dela é de comer camarão. Nesse sentido, é possível afirmar que os desejos são moldados na sociedade em que as pessoas vivem. Por último, demanda significa a propensão do consumidor em pagar pelo produto que deseja, ou seja, uma pessoa pode desejar uma Mercedes, porém ela só será considerada uma demanda quando ela estiver disposta a pagar por ela. (KOTLER, 2000). PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com 23 c) Produto ou Oferta: As pessoas satisfazem as suas necessidades e seus desejos com produtos. Um produto é qualquer oferta que possa satisfazer a uma necessidade ou a um desejo: bens, serviços, experiências, eventos, pessoas, lugares, propriedades, organizações, informações e idéias. (KOTLER, 2000, p. 33). Kotler (2000) ainda afirma que uma marca é uma oferta de fonte conhecida. Marcas como Mcdonald ou Coca-cola disponibilizam muitas associações, como hambúrgueres, diversão, liberdade, por exemplo. Essas associações formam a imagem da marca, e todas as empresas trabalham para se estabelecer como uma marca forte e favorável nos mercados onde atuam. d) Valor e satisfação: O produto ou oferta alcançará êxito se proporcionar valor e satisfação ao comprador-alvo. O comprador escolhe entre várias ofertas com base naquilo que pretende lhe proporcionar maior valor, ou seja, mais benefícios e menores custos, independentes se estes custos são financeiros ou emocionais. (KOTLER, 2000). e) Relacionamentos e redes: O marketing de relacionamento tem como objetivo estabelecer relacionamentos satisfatórios de longo prazo com partes-chave – clientes, fornecedores, distribuidores – a fim de ganhar e reter a sua preferência e seus negócios no longo prazo. (KOTLER, 2000). Para o autor, o marketing de relacionamento tem proporcionado benefícios importantes para as empresas que em alguns casos economizam tempo e dinheiro, deixando de fazer transações, porque estas passaram a fazer parte da rotina da organização. f) Canais de marketing: O canal de marketing é o caminho que uma empresa utiliza para alcançar o seu mercado-alvo, podendo utilizar três canais distintos: canais de comunicação para troca de mensagens, canais de distribuição para demonstrar ou entregar produtos e serviços ou ainda canais de venda para realizar transações com compradores potenciais. (KOTLER, 2000). g) Cadeia de suprimentos: Enquanto os canais de marketing ligam a empresa aos compradores-alvo, a cadeia de suprimentos é um canal mais longo, e que, segundo (Kotler, 2000, p. 36), “se estende das matérias-primas aos componentes dos produtos finais – que são levados aos compradores finais”. h) Concorrentes: Para Kotler (2000, p. 36) a concorrência inclui todas as ofertas e substitutos rivais reais e potenciais que um comprador possa considerar. Existem 4 tipos de concorrentes: de marcas, setorial, de forma e genérica. PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com 24 i) Ambiente de marketing: O ambiente de marketing é dividido em duas partes: ambiente de tarefa e ambiente geral. “O ambiente de tarefa é composto pela empresa, os fornecedores, os distribuidores, os revendedores e os clientes-alvo. O ambiente geral é formado pelo ambiente demográfico, econômico, natural, tecnológico, político-legal e sócio-cultural”. (KOTLER, 2000, p. 37). E possível compreender que os ambientes acima correspondem a um ambiente interno e outro externo, e que, nesse último, forças podem causar impacto importante no ambiente interno. j) Mix de marketing: Kotler (2000, p. 37) considera que “composto de marketing ou mix de marketing são ferramentas de marketing que a empresa utiliza para perseguir seus objetivos de marketing no mercado-alvo”. Ainda segundo o autor esse mix está classificado em quatro grupos, denominados de 4 P’S do marketing: produto, preço, praça (ou ponto de venda) e promoção, reforçando que decisões de mix de marketing devem ser tomadas para que se exerça influência sobre os canais comerciais, bem como sobre os consumidores finais. 2.2 AS BASES DO MARKETING ESPORTIVO No Brasil, é difícil definir uma data precisa para caracterizar o nascimento do marketing esportivo. No início do século XX, por meio da geração de alguns esportes, como o futebol e as regatas, era possível ver anúncios nos jornais e revistas com peças publicitárias de campanhas institucionais e de propaganda de produtos, por meio das quais diversas empresas buscavam vincular sua imagem aos aspectos de ascensão do esporte. (MELO NETO, 2003). Foi no fim dos anos 70 e início dos anos 80 do século passado que houve uma grande transformação no esporte brasileiro. Surgiram empresas que começaram a investir no esporte, buscando retorno publicitário e de vendas. Era o início do marketing esportivo propriamente dito, que se caracterizava pelo uso do esporte como um produto pelas empresas. Estas, através de ações promocionais, escolhiam a modalidade esportiva que melhor se adequava ao seu perfil institucional e definiam as melhores alternativas de promoção e patrocínio esportivo (MELO NETO, 2003, p.17). “O marketing esportivo é um novo segmento do mercado de comunicação”. (MELO NETO, 2003, p. 34). De acordo com o autor, o marketing esportivo se diferencia da propaganda tradicional, veiculada nas TVs, jornais, rádios e revistas, PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com 25 que visa a promoção de produtos dos mais diversos segmentos, por dois motivos: primeiro por ter a chance de participar ativamente desse mercado e, segundo, por chegar ao consumidor de forma mais rápida e mais direta, possibilitando aumentar o nível de resposta da imagem e das vendas da empresa que o veiculou. (MELO NETO, 2003). Porém, a relação entre marketing e marketing esportivo é muito próxima. Isto porque, segundo Contursi (2000, p. 40) o marketing envolve “todas as atividades desenvolvidas e elaboradas para satisfazer as expectativas do consumidor do esporte, através de um processo de troca”. Essa mesma conceituação é reforçada por Mullin et al. (2004). Pitts, Stotlar (2002, p. 90), mais abrangente, definem marketing esportivo como “o processo de elaborar e implementar atividades de produção, formação de preço, promoção e distribuição de um produto esportivo para satisfazer as necessidades ou desejos de consumidores e realizar os objetivos da empresa”. Percebe-se que a visão dos autores analisados é semelhante quando se trata de marketing como um processo, de criar um produto, deixá-lo disponível para consumo, com um preço adequado ao seu público através de ações de promoção. Por meio das definições de marketing esportivo dos autores citados, é possível perceber a diferença entre marketing e marketing esportivo, tendo como referência básica o público para o qual suas técnicas são direcionadas e aplicadas. 2.2.1 Marketing do esporte e marketing através do esporte O marketing esportivo segundo Mullin et al. (2004, p. 18) está dividido em dois eixos principais: “o marketing de produtos e serviços esportivos diretamente para os consumidores esportivos e o marketing de outros produtos e serviços por meio da utilização das promoções esportivas”. Contursi (2000, p. 40) detalha o marketing esportivo da seguinte maneira: 1. Marketing do Esporte: Marketing de produtos e serviços esportivos. Exemplo: Academias, tênis, clubes, futebol, corridas. 2. Marketing através do Esporte: Atividades ou produtos que fazem o uso do esporte como veículo promocional. Exemplo: Cigarros, automóveis, vitaminas. PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com 26 Percebe-se que ambos os autores conceituam a divisão de forma igual. A primeira, denominada marketing do esporte refere-se a produtos e serviços desenvolvidos por empresas para um determinado público do esporte. Nesse aspecto, é possível dizer que tudo que é desenvolvido no esporte, direta ou indiretamente, faz parte desse contexto, desde o desenvolvimento de produtos até a promoção de eventos esportivos. A segunda forma de interação que está sob a ótica do marketing esportivo é o marketing através do esporte. Nessa segunda parte da divisão, desenvolvida por Contursi (2000), observa-se que as empresas desenvolvem suas ações de marketing utilizando o esporte como veículo de comunicação. Por meio dessa visão, percebe-se que o vínculo entre marketing e esporte passa a ser o elo entre as ações promocionais da empresa e as preferências de seus consumidores-alvo, pelo qual a organização identifica que seus produtos e serviços ou até mesmo sua própria imagem institucional, podendo auferir benefícios da identificação com elementos do cenário esportivo, e integra-os aos seus esforços promocionais para, assim, mobilizar seu público ou mercado e, enfim, ativar e realizar seus negócios. (TEITELBAUM, 1997). Mas outras definições existem, com vistas a detalhar o Marketing Esportivo e sua relação com um mercado cada vez mais crescente. Melo Neto (2003, p. 34), por exemplo, reforça que o objetivo principal do Marketing Esportivo “é estabelecer um diferencial capaz de aproximar do consumidor sua imagem e seus produtos ou a sua marca. As suas maiores vantagens são as seguintes: pouco ou nenhum risco, custos menores e grande margem de êxito”. Portanto, é possível resumir da seguinte maneira as duas percepções que os autores ressaltam nesse contexto. A primeira voltada para o esporte como produto, na qual a ênfase está no produto esporte, que passa a envolver e despertar o interesse de um determinado público através de uma modalidade esportiva. A segunda percepção está voltada à imagem da empresa e de seus produtos, que passa a utilizar atividades que podem abranger o patrocínio de atletas, equipes, eventos ou até mesmo a criação de produtos e serviços ligados ao esporte. (TEITELBAUM, 1997). PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com 27 2.2.2 Como as organizações investem no esporte As empresas investem no esporte por meio de suas estratégias de marketing, que segundo Kotler (2003, p. 63) constituem “o adesivo por meio do qual se constrói e fornece proposição de valor consistente e diferenciada ao mercado-alvo”. Essas organizações buscam vantagens competitivas e apresentam algumas características essenciais: Possuem marcas fortes ou potencialmente fortes e buscam novas formas de comunicação com os seus públicos e nos mercados onde atuam. Utiliza o esporte como mídia alternativa, com ênfase no reforço e disseminação da marca e na melhoria de sua imagem. E procuram comunicar-se melhor com seus segmentos de clientes atuais e futuros. Tais fatores constituem o que se denomina o tripé do Marketing Esportivo, sendo determinantes de sua natureza (MELO NETO, 2003, p. 25). Assim, são vários os interesses e benefícios que uma empresa pode auferir. Esses interesses e benefícios são demonstrados na Figura1: Imagem A natureza do Marketing Esportivo Esporte como Mídia Comunicação Alternativa Figura 1 – Tripé do Marketing Esportivo Os aspectos evidenciados na Figura 1 representam as características principais do Marketing Esportivo como um tipo de Marketing Promocional, que justificam como e porque as empresas investem no esporte. O primeiro aspecto constitui a imagem de um atleta ou clube de esporte sendo associada a uma marca em geral, produto ou nome de uma empresa que deseja valorizar, divulgar e às vezes revitalizar os seus produtos e serviços. O segundo aspecto é o esporte como mídia alternativa, representado pelo grande espaço publicitário que possui nas mídias, principalmente porque ajuda a vender o veículo de comunicação, como jornais, revistas, rádio e TV. (MELO NETO, PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com 28 2003). Além disso, o esporte permite a regionalização da mídia e a segmentação do mercado, que Mullin et al. (2004) consideram um conceito fundamental nesse contexto. O terceiro e último aspecto refere-se ao esporte como comunicação alternativa. Esse, além de permitir uma divulgação diferenciada através do merchandising, que exibe a marca ou o produto de diferentes formas, permite que a marca possa ser exibida nos uniformes e bonés dos atletas, na publicidade estática existente nos locais das competições, por meio de placas e de outras modalidades de merchandising, específicas para tipo de esporte. E uma comunicação alternativa, porque se apresenta como uma alternativa à propaganda convencional. (MELO NETO, 2003). O que é passível de se perceber é que existem empresas que utilizam somente essa última alternativa para reforçar suas marcas junto aos distribuidores, revendedores ou consumidores finais. Mas também existem empresas que, ao investirem no esporte, querem transferir imagem de confiança aos seus produtos. No primeiro caso, pode-se citar o exemplo a BR Distribuidora, que pretende reforçar a sua marca nos 7,1 mil postos existentes no país. E, no segundo caso, a Embratel, que deseja transferir imagem de confiança aos seus 37 produtos. Ambas as empresas patrocinaram o Campeonato Brasileiro de Tênis Infanto-Juvenil. E ainda há empresas que optam pelo co-patrocínio ou patrocínio não principal, como, por exemplo, a Adidas, fabricante de material esportivo. (MELO NETO, 2003). As três empresas citadas como exemplo, possuem razões diferentes para investir no esporte: a Adidas, ao dividir esforços entre ações de publicidade e de promoções, procura aumentar a venda de seus produtos através da otimização da exposição de sua marca; a Petrobrás concentra os seus recursos patrocinando eventos esportivos e a Embratel preocupa-se, acima de tudo com a sua imagem. (MELO NETO, 2003). 2.2.3 O retorno do investimento no esporte O esporte tem se apresentado como um bom produto, porque apresenta algum tipo de retorno que de alguma forma é de interesse das empresas, seja o PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com 29 retorno financeiro direto ou não. Como conseqüência disso é possível demonstrar três formas desse investimento retornar para as empresas investidoras. (Figura 2). Retorno publicitário - divulgação O esporte como mídia alternativa Efeito Indireto Efeito direto Efeito Indireto Retorno sobre as vendas Retorno de imagem Figura 2 – Retornos do Marketing Esportivo Para compreender o retorno publicitário, Melo Neto (2003) cita que o esporte é notícia, porque ocupa espaços importantes na mídia, como a TV, rádio, jornais e revistas tanto especializadas como as mais genéricas. Se a empresa patrocinadora explorar de forma correta o esporte como mídia alternativa, por meio de placas nos locais dos eventos e campanhas de apoio, certamente ela terá a sua marca amplamente divulgada. Nesse caso o efeito do marketing esportivo é direto. O cálculo do retorno publicitário é feito, segundo Melo Neto (2003, p. 217), obedecendo aos seguintes critérios: no caso da TV, o valor do minuto comercial x duração do jogo; no caso da mídia impressa (principalmente jornais), valor da centimetragem x espaço total. Algumas entidades e clubes, por meio de seus departamentos de marketing, e ainda empresas de marketing esportivo fornecem clipping eletrônico (com uma fita gravada mostrando todos os lances durante os quais a marca do patrocinador ficou visível no vídeo) e clipping de jornais e revistas (com cópia xérox das matérias publicadas, com a identificação do veículo, data e página). Entretanto, tal prática é mais comum entre as empresas de marketing esportivo que prestam serviço para as confederações e federações esportivas e clubes. No caso de grandes empresas, responsáveis pelo patrocínio de eventos ou clubes, o próprio departamento de marketing ou assessoria de comunicação da empresa PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com 30 realiza o acompanhamento do retorno publicitário pela mídia eletrônica e impressa. “No marketing esportivo, o retorno maior é a maximização da marca do patrocinador – o retorno publicitário que, ao fixar a imagem da marca, se torna um excelente retorno institucional”. (MELO NETO, 2003, p. 219). Espaço ocupado na Mídia Superliga Masculina de Volei DISTRIBUIÇÃO - TV SUPERLIGA 105.959M MASCULINA 85% 94.787M TV 15% JOGOS REPORTAGENS 11.172M JO Nº de Jogos 155 Nº de Jogos Transmitidos 63 Nº de Reportagens - TV 1.863 Tempo Total - TV 172 H Nº de Reportagens - JO 1.131 DISTRIBUIÇÃO - MEIO 89% 11% Centimetragem Total 53.274 Valor do Espaço Ocupado 105.959 M TV JO Figura 3 – Espaço Ocupado na Mídia – Superliga Masculina de Vôlei – 2005/006 Pelos dados expostos na Figura 3, observa-se que o retorno está expressa em termos de divulgação na mídia eletrônica e impressa. Essa é a única forma de cálculo de retorno institucional no marketing esportivo. Melo Neto (2003) reforça que o esporte é um excelente produto que ajuda a vender marcas que a ele estão associadas. A qualidade do esporte como produto é fundamental para o êxito do marketing esportivo. Um esporte sem qualidade não atrai o público ou quando o seu calendário e seus eventos são mal organizados ou suas equipes e atletas não produzem bons espetáculos, conseqüentemente, sua PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com 31 imagem é prejudicada, pois cai a sua popularidade, o que o afasta da mídia, das empresas investidoras e do seu público. O autor ainda salienta que, nesse caso, o tripé do sucesso no marketing esportivo – esporte como produto, investimento das empresas e apoio da mídia – não se realiza. A estratégia fundamental em qualquer ação de marketing esportivo é primeiramente transformar o esporte em um excelente produto para os seus interessados. Cabe ressaltar o exemplo citado por Melo Neto (2003), do futebol no Brasil na década de 90, classificando-o como Campeão da desorganização: um exemplo de como não se deve administrar o futebol. Já o retorno de imagem associa características marcantes do esporte, como sucesso, vitória, emoção, prazer e entretenimento com marcas que desejam essas características em sua empresa. O esporte por sua natureza transfere essas características à mente do espectador e do torcedor e nesse caso o que gravado é a associação da marca e do produto com os ingredientes emocionais do esporte, proporcionando um efeito direto. (MELO NETO, 2003). Convém citar o caso do Banco do Brasil que decidiu investir no voleibol brasileiro com o objetivo de rejuvenescer a imagem de 184 anos. Como resultado, o Banco do Brasil, já é o número um entre os maiores bancos, teve sua imagem lembrada pela maioria dos jovens antes mesmo das Olimpíadas de Barcelona quando a seleção brasileira de vôlei foi campeã. (BANCO DO BRASIL, 2006). Como conseqüência dos tipos de retornos analisados, o retorno sobre as vendas acontece de forma indireta, no médio e longo prazo. Esse tipo de retorno se dá quando uma marca ou produto é bem divulgado, dispondo de uma imagem forte e positiva diante do seu público alvo. (MELO NETO, 2003). O rejuvenescimento da marca do Banco do Brasil potencializou o aumento da venda de produtos e serviços para o público que ele desejava atingir, porque segundo a pesquisa desenvolvida, 27,2% dos jovens entrevistados gostariam de utilizar o Banco do Brasil, 16,2% à frente do segundo colocado, o Banco Itaú com 11%. (BANCO DO BRASIL, 2006). Observa-se, deste modo, que mesmo sabendo da importância do patrocínio esportivo atualmente, são poucas as empresas que quantificam o retorno sobre este investimento. O resultado de uma pesquisa realizada pela Performance Research (1994) empresa de pesquisa de marketing – revelou que 72% das empresas não têm orçamento para pesquisar esse retorno e apenas 1% faz pesquisa nesse sentido. A grande maioria depende do patrocinado para conhecer o retorno, e 61% PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com 32 não recebem essas informações. Porém, esse quadro tende a mudar. Cada vez mais os patrocinadores buscam saber quanto "ganham ou deixam de ganhar" investindo no esporte através de mídia espontânea – mídia gerada através de notícias, notas, reportagens e transmissões sem custo para a empresa - ou com o possível aumento das vendas. Grandes empresas estão na busca de formas mais confiáveis e eficazes de avaliação do retorno do patrocínio esportivo. Cada vez mais é maior a consciência sobre a importância destas avaliações pelas empresas patrocinadoras. (OTTONI, 2004). 2.2.4 O papel do Estado no contexto esportivo Nos tópicos anteriores foi possível entender os conceitos do marketing esportivo, as suas diferenças, como as empresas investem e retornam os valores que despendem ao esporte. O objetivo deste tópico é demonstrar de forma breve a importância que o Estado tem no contexto esportivo e como ele tem contribuído para o esporte no Brasil. Tubino (1987) cita que o Estado constitui o próprio prolongamento da sociedade e que os seus objetivos estarão permanentemente sintetizados no conceito do bem público, sendo o esporte um patrimônio do bem público. Para propiciar à sociedade bens públicos, o Estado emprega diversos meios, que variam conforme as épocas, os povos, os costumes e as culturas. Para exemplificar os dados relatados por Tubino, pode-se dizer que no futebol paulista, os times do interior do estado vêm obtendo há alguns anos, grande destaque nos campeonatos locais, levando à denominada final “caipira”. A partir daí, o futebol do interior não parou mais de crescer. Grandes equipes, grandes espetáculos, estádios cheios e receitas altas para os clubes. Em 1994, a final do basquete também foi caipira: Nossa Caixa – Nosso Clube (Limeira), L.A Gear (Jales), CESP (Rio Claro) e SABESP (Franca), todos do interior. Até os anos 70, os clubes da capital tinham ganhado 31 dos 37 títulos disputados. De 1980 em diante, já ocorreram dez vitórias de times do interior. Portanto, nos últimos oito anos o domínio do interior foi completo, ressalta Melo Neto (2003, p. 232). Tal fato vem ocorrendo não apenas no basquete paulista, mas no futsal, no vôlei e no basquete catarinense com os times da MALWEE de Jaraguá do Sul, da CIMED de Florianópolis e do Basquete de Joinville, respectivamente. Kasznar (2002) PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com 33 reforça que para ser praticado na área urbana, o esporte necessita de espaço e infra-estrutura. Para Melo Neto (2003) a receita é simples: as prefeituras municipais cedem a infra-estrutura por meio de seus ginásios e campos de futebol para os treinamentos e jogos dos clubes. Os mesmos alavancam recursos, por meio da venda de ingressos com a realização dos jogos e da venda de patrocínio para as empresas locais. Se investir no esporte é um bom negócio, investir na promoção da cidade pode ser melhor ainda. Dessa nova relação entre clube, prefeitura e empresa – é possível pensar em novas perspectivas para o marketing esportivo. (MELO NETO, 2003). 2.3 OS PRODUTOS DO MARKETING ESPORTIVO Segundo Pitts, Stotlar (2002), as pessoas procuram bens ou serviços para satisfazer as suas necessidades ou seus desejos. Os produtos atuam como agentes de satisfação. Pode-se mencionar os seguintes exemplos: 1. Um jogador de futebol quer mudar o seu chute. Ele vai procurar o produto capaz de realizar esses desejos – a chuteira certa. Esse atleta deseja chutar melhor, nesse caso a chuteira é o implemento capaz de realizar os desejos desse consumidor; 2. Um torcedor do time de sua cidade deseja ver o seu time não mais pela televisão e sim ao vivo. Ir ao estádio é a única alternativa viável para que o desejo desse torcedor seja realizado. Pitts, Stotlar (2002) salientam que esses exemplos explicam em parte porque e como uma pessoa compra um produto: a pessoa, na verdade, está adquirindo funções e benefícios. O produto é o agente de satisfação para aquelas funções e benefícios, que por sua natureza, pode ser entendido como um termo abrangente que inclui bens, serviços, pessoas, lugares e idéias, como atributos tangíveis e intangíveis. Esse conceito também é reforçado por Mullin et al. (2004), que salientam que um consumidor espera obter satisfação ao adquirir tais produtos. Um conjunto particular de elementos distingue o produto esportivo incluindo, no mínimo: a) Competição lúdica, tipicamente na forma de algum jogo; b) Uma diferenciação do espaço e tempos “normais”; PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com 34 c) Regulamento por regras especiais; d) Destreza e treinamentos físicos; e) Instalações e equipamentos especiais. A Figura 4 ilustra a importância que esse conjunto tem para o produto esportivo. Em sua essência, esse produto oferece ao consumidor alguma satisfação de necessidade básica, como saúde, entretenimento, sociabilidade ou conquista. Mix de Marketing Forma Esportiva Específica Local Produto Forma Esportiva Genérica Hóquei Jogos Futebol Atividade Benefícios Essenciais Regras Saúde Entretenimento Sociabilidade Conquistas Instalações Habilidades Físicas Tênis Equipamento Voleibol Preço Promoção Beisebol Relações Públicas Figura 4 – O Conjunto de Características do Produto Esportivo Assim, muitos outros produtos podem oferecer o mesmo benefício essencial. O profissional de Marketing Esportivo deve entender os motivos pelos quais um consumidor escolhe satisfazer um dado desejo ou necessidade adquirindo um produto esportivo em vez de qualquer outro. PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com 35 Porque algumas pessoas procuram as conquistas esportivas enquanto outras preferem plantar tomate especial? Embora pesquisas sobre uma questão assim sejam raras, podemos concluir que a preferência se relaciona parcialmente com os componentes genéricos do produto esportivo: ênfase na atividade física que é regulada por meio de formas especiais de jogo. Ao mesmo tempo, os golfistas desse grupo “esportivo” poderiam desprezar o tênis e vice-versa. Podemos dividir os tenistas entre os grupos que preferem as canchas públicas e aqueles que preferem ser sócios de clubes particulares. Pode-se reconhecer a dinâmica complexa por trás de cada nível de segmentação. Entretanto, o ponto fundamental é que o produto esportivo é exclusivo. (MULLIN et al., 2004, p. 21). O autor comenta que os elementos adicionais do produto básico – o jogo ou evento – podem torná-lo incomum. Esses elementos refletem a natureza do esporte como um serviço que por sua natureza de negócio movimenta a indústria do esporte no Brasil e no mundo. Segundo Pitts, Stotlar (2002) os valores dessa indústria, movimentam nos EUA algo em torno de 300 bilhões de dólares ao ano, e no Brasil aproximadamente R$ 28,2 bilhões. (KASZNAR, 2002). Observa-se, assim, que a influência da aplicação correta dos produtos citados não está sob a ótica amadora. Esses valores se justificam e ainda podem ser considerados maiores, quando se incluem as verbas de publicidade. (Tabela 1). Tabela 1 - Investimentos em Publicidade – EUA, Europa e Brasil – em US$ milhões. País Estados Unidos Europa Brasil Total Publicidade 100.000 8.000 2.500 Publicidade no Esporte 20.000 1.600 500 Fonte: Almeida et al. (2000, p. 69) Almeida et al. (2000) salientam que a televisão é a grande mola propulsora do esporte. Como exemplo, o autor cita o Superbowl nos EUA, que por trinta segundos de audiência na TV americana, é vendido por US$ 1.6 milhões. A TV por assinatura passou também a ter um papel decisivo, principalmente para os esportes amadores, não o futebol. Hoje, alguns esportes, como o basquete, o vôlei, o futebol de salão, entre outros, crescem graças a pelo menos dois canais importantes, que são o Sport TV, da Globosat e a ESPN Brasil, no Brasil. Cabe ainda ressaltar que a mídia no Brasil ainda contribui financeiramente com os clubes de futebol. Segundo Pozzi (2004) a Rede Globo vai repassar até 2009 aos clubes de futebol, por meio da TV aberta, TV paga e ainda pay-per-view, a quantia de U$ 300 milhões. O autor ainda reforça que os valores podem subir dependendo dos resultados do pay-per-view. PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com 36 Resta então definir os papéis que cada um desempenha no âmbito do marketing esportivo. A Figura 5 mostra os negócios envolvidos no marketing esportivo. Mercado Final Comunicação O esporte e seus atores Eventos Patrocínios Material Esportivo Licenciamentos e Franquias Comunicação Mercado Final Figura 5 – Os Negócios em Marketing Esportivo A partir da Figura 5, pode-se dizer que os negócios em marketing esportivo se iniciam a partir do momento em que o esporte e seus atores – representados no círculo central – estabelecem um relacionamento com uma empresa investidora, proporcionando a criação de uma das modalidades do segundo círculo, quais sejam: patrocínios, eventos, licenciamentos/franquias e empreendimentos ligação com material esportivo. Na seqüência, os meios de comunicação, TV, jornais, revistas e rádios atuam como intermediários entre os produtos ofertados e a demanda exposta como mercado final. É importante reforçar que o interesse do mercado final por PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com 37 determinados elementos do esporte, ou por um de seus atores em especial, manifestado pela presença em eventos, ou pela audiência em transmissões de televisão, é fator determinante para que o investidor chegue a se interessar pelo estabelecimento de uma parceria. (TEITELBAUM, 1997). A maior prova disso consta no voleibol brasileiro, que de esporte pouco lembrado no início da década de 80, passou a ser o segundo esporte no Brasil, em alguns momentos o primeiro, dependendo da idade do público. (TEITELBAUM, 1997). Foi a partir da década de 80 que a estrutura de profissionalização do voleibol brasileiro começou a abrir espaço para o marketing, com destaque para o Banco do Brasil que deu início a investimentos nesse esporte em 1991, patrocinando as seleções brasileiras de voleibol, selando uma parceria que dura aproximadamente 16 anos e que tem gerado bons resultados para todos os envolvidos com o esporte e com os negócios gerados a partir dele. (MARCHI JUNIOR, 2004; BANCO DO BRASIL, 2006). Com isso, as possibilidades de negócios no âmbito do marketing esportivo a partir do exposto na Figura 5, são inúmeras. Patrocínios, licenciamentos de marcas e franquias, venda de material esportivo e eventos esportivos, são atividades que não se excluem mutuamente, pois dependendo da situação elas podem combinar vários aspectos, fazendo com que eles, em conjunto ou isoladamente, constituam mais uma porta de entrada para várias outras atividades que podem ser desenvolvidas dentro dessa gama de elementos. Dessa maneira, para fins deste trabalho, a partir dos próximos tópicos, por meio de descrição e análise dos casos práticos, as atividades citadas são abordadas de forma mais detalhada. 2.3.1 Patrocínio O meio mais conhecido para Ottoni (2004) e utilizado de investimento no mercado esportivo é o Patrocínio. Isso porque o Patrocínio tem como características básicas a valorização e o posicionamento da marca da patrocinadora nos mercadosalvo. Melo Neto (2003a, p. 13) complementa definindo “o patrocínio como uma ação promocional cujos resultados vêm afetando cada vez mais o sucesso das estratégias PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com 38 de marketing das empresas”. Em decorrência, é perceptível atualmente o crescente número de empresas que estão utilizando as ações de patrocínio como fator de alavancagem das suas ações estratégicas de marketing, atuando em áreas como esporte, cultura, social e ecologia. Na condição de ação promocional de caráter estratégico, o patrocínio atua como elo entre o mix de marketing da empresa e o seu composto promocional. Decorrem desse fato a sua importância crescente e também a rápida disseminação em todo o mundo por empresas de diferentes tamanhos e atuantes em diversos setores. Compreendendo que o foco deste estudo se aplica somente ao caráter esportivo, os negócios envolvendo patrocínio abrangem basicamente o apoio contratual de organizações ou veiculação de mensagens comerciais vinculadas a coberturas jornalistas, ligadas à esfera esportiva aos atores do esporte – equipes, eventos, atletas, ligando a esses o nome da sua empresa ou marca em eventos organizados por ela ou não. (TEITELBAUM, 1997). Como exemplo prático pode-se citar: a) O patrocínio das camisetas dos principais clubes de futebol, vôlei e basquete de todo o mundo, todos esses com espaços destinados ao esporte nos meios de comunicação; b) Os altos investimentos das empresas nas Copas do Mundo de Futebol e nas Olimpíadas, demonstrado pela utilização do logotipo dos eventos nos espaços comerciais e pela presença de suas logomarcas por meio das placas nos ginásios e estádios onde se realizam as competições; c) A presença de diversas marcas nos carros, em pontos estratégicos da pista e nos uniformes dos pilotos e de profissionais de apoio e a inserção de mensagens comerciais nas transmissões por televisão das temporadas da “Fórmula 1”, “Fórmula Indy”, “Stock Car” dentre outros eventos do automobilismo. (TEITELBAUM, 1997). Pozzi (1998) reforça que o patrocínio representa: o fornecimento de recursos financeiros ou qualquer outro material para alguma atividade independente se ela está ou não diretamente ligada ao fomento do objetivo comercial, mais que a companhia patrocinadora pode ter alguma expectativa de obter benefícios comerciais. Assim, o patrocínio prevê que a empresa se prepare para firmar um compromisso e sustente uma atividade, tornando-a mais orientada às pessoas do que à propaganda. PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com 39 Melo Neto (2003a) complementa que o esporte já se tornou um grande produto para as organizações de um modo geral, tanto empresas privadas como públicas, para o governo e também para órgãos representativos da sociedade. É parte integrante da indústria do lazer e entretenimento, gerando bilhões de dólares em todo o mundo, além de vários empregos diretos e indiretos que ajudam a sustentar a economia dos países em que se movimentam. Cabe destacar, segundo Zem (2003), que a maioria dos projetos de patrocínio tem origem na decisão dos dirigentes das organizações em apoiar o esporte tendo como principais motivos o retorno que o marketing esportivo pode proporcionar ao clube e, em seguida, o esporte como educação. Percebe-se, assim, que o patrocínio constitui uma estratégia de investimento promocional importante para as organizações. Como estratégia de investimento busca alcançar algum tipo de retorno. Sendo uma ação promocional, o patrocínio concentra-se na busca do retorno institucional, que constitui a dimensão mais importante à promoção da marca. E o que deseja o patrocinador quando decide investir no patrocínio de um clube, de uma equipe, de um atleta, de um evento? Ele deseja tornar sua marca mais conhecida, visível, com uma imagem forte, consolidada e positiva. Por isso, busca associá-la a algum tipo de esporte conhecido e que tenha a imagem de um esporte vencedor. (MELO NETO, 2003a). A Figura 6 demonstra os elementos que definem a natureza do patrocínio no esporte: Público algo Cobertura da mídia - Torcedores - Praticantes - Admiradores Esporte Atributos Calendários de eventos Equipes, atletas e clubes. Figura 6 – O Esporte e seus Elementos PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com Imagem do esporte 40 É relevante destacar que o patrocínio é apenas uma das ações de marketing de uma empresa, sendo raramente executado de forma única e solitária, portanto existe a dificuldade de aferição individualizada. (OTTONI, 2004). O público-alvo do esporte é constituído pelo elenco de seus torcedores, praticantes e admiradores. A cobertura da mídia representa o espaço ocupado pelo esporte nos meios de comunicação: TVs, rádio, jornais e revistas especializadas. Os atributos do esporte são os valores associados a cada modalidade esportiva, como por exemplo, voleibol, futebol e basquetebol. O calendário de eventos corresponde às competições oficiais do esporte (campeonatos, torneios, competições em geral). Atletas, equipes e clubes são os astros do esporte e são eles os responsáveis por fazer o espetáculo e atrair as multidões para dentro dos ginásios e estádios esportivos ou outros locais esportivos. E, finalmente, a imagem do esporte, que significa o seu valor e seu conceito para a opinião pública. (MELO NETO, 2003). Tais características apresentam novas dimensões do patrocínio nos dias atuais, conseqüentemente justificando a sua ascensão, como ação de marketing. De várias maneiras, o patrocínio é mais duradouro em termos de compromisso. Os executivos do marketing empresarial, tanto das grandes empresas como das pequenas, descobriram que vincular as suas mensagens à busca do lazer comunica essas mensagens imediatas e confiavelmente. A razão é que o lazer é um ambiente persuasivo para relatar uma mensagem de vendas dirigida aos consumidores-alvo. A associação da empresa ou de produto a um evento também é importante, porque os eventos esportivos são bem aceitos pelo público e têm um forte acompanhamento dos fãs. “Estabelecendo um vínculo com um evento, uma empresa compartilha a credibilidade do mesmo, enquanto transmite a sua mensagem para um consumidor que a tendência de estar relaxado e, assim, é mais receptivo”. (MULLIN et al., 2004, p. 197). Respaldando Mullin et al., Melo Neto (2003a, p. 18) demonstra os benefícios do patrocínio considerando três objetivos distintos: 1. Aumentar as vendas; 2. Valorizar institucionalmente a marca; e 3. Melhorar a comunicação com clientes, fornecedores, distribuidores, e demais parceiros da empresa patrocinadora. PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com 41 Como instrumento de promoção de vendas, o patrocínio insere-se na categoria do marketing promocional. Busca alternativas diferenciadas para promover a marca e o produto do patrocinador e elevar as suas vendas. A mais conhecida dessas alternativas é a que consiste em atrair o consumidor para o ponto de venda do patrocinador na busca do ingresso, pago ou gratuito, do evento, objeto do patrocínio. Existem outras alternativas. Por exemplo, a embalagem do produto pode ser utilizada como ingresso do evento, ou o uso, de parte do rótulo da embalagem como cupom para sorteios, durante o evento. (MELO NETO, 2003a, p. 18). A realização de sorteios promocionais também serve para preenchimento de cadastro de consumidores a ser utilizado posteriormente como estratégia de vendas diretas (telemarketing, mala direta). A distribuição de amostras grátis do produto durante o evento, bem como a sua exposição em estandes próprios e distribuição de folhetos promocionais para as pessoas presentes no evento, são também ações promocionais de grande importância. “Os testes de produto é uma prática comum em eventos do tipo rallys, onde o próprio produto, no caso os jeeps e demais utilitários pode fazer parte do evento”. (MELO NETO, 2003a, p. 19). Dentre os tipos de patrocínio, a modalidade de patrocínio de evento é a que oferece melhores oportunidades de promoção da marca e do produto do patrocinador. A razão é simples, o consumidor está presente no evento. Ele interage com o produto sob todas as formas: consumindo-o, testando os seus atributos e visualizando-o como parte do espetáculo. O outro objetivo do patrocínio é a valorização institucional da marca da empresa patrocinadora, que se dá mediante a promoção da marca. A marca do patrocinador aumenta o seu potencial de divulgação na mídia, pois um evento, o desempenho de um atleta, de uma equipe ou clube de sucesso torna-se assunto nos jornais, nas revistas, no rádio e na televisão. Quando o objetivo do patrocínio é um clube, um atleta, a imagem da marca se fortalece com a sua estreita vinculação ao desempenho superior e, conseqüentemente, com os atributos daquele que é o patrocinado. Os ganhos institucionais são expressivos. A marca obtém uma personalidade forte, uma imagem positiva, uma maior divulgação. Ocorre, portanto, uma potencialização da marca do patrocinador. (MELO NETO, 2003). E, o terceiro e último objetivo: a melhoria da comunicação. O patrocínio pode abrir novos canais de comunicação com clientes, quando estes participam de ações de promoção do tipo sorteios e cuponagem, com fornecedores e distribuidores, PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com 42 através de ações hospitality (camarote VIP, convites personalizados) e com o público em geral. Nesse caso, o patrocínio torna-se uma ação eficaz de relações públicas. Por fim, observa-se que o marketing de patrocínio social, cultural e esportivo em todo o mundo, já se consolidou como uma excelente estratégia mercadológica para as marcas das empresas patrocinadoras, sendo em muitos casos mais eficiente que a utilização da mídia tradicional. O efeito positivo que os patrocínios agregam às marcas e sua correta utilização como estratégia de marketing, faz com que a publicidade tradicional através das diferentes mídias se torne umas das variáveis de comunicação, e não a única responsável por posicionar marcas e comunicar os benefícios, principalmente intangíveis, das marcas anunciantes. (SOMOGGI, 2006). 2.3.2 Eventos As organizações para Pitts, Stotlar (2002, p. 289), esportivas entram no mundo do patrocínio de eventos por uma série de motivos de marketing. Provavelmente, o que mais motiva os profissionais de marketing esportivo a patrocinar um evento esportivo é gerar fundos para realizar o próprio evento. Poucos eventos geram capital suficiente para cobrir os seus custos só com a venda de ingressos e concessões. Um exemplo dessa prática foi em 1994, com a Copa do Mundo de Futebol, onde os organizadores conseguiram formar uma aliança de redes de televisão e patrocinadores de modo que cada grupo alcançasse seus objetivos. Melo Neto (2003, p. 106) reforça que a copa do mundo dos EUA revelou-se um bom negócio para muitas empresas, ao ser utilizado como um “gancho para alavancagem de vendas e de melhoria de imagem”. Muitas empresas brasileiras adotaram o tema Copa do Mundo/94 nas suas estratégias de marketing naquele ano. Para essas companhias, há um denominador comum: a vinculação de uma marca à competição de futebol mais importante do mundo traz grande retorno institucional e de rejuvenescimento do nome. Diante disso, algumas optaram pela compra de cotas de patrocínio nas emissoras de TV, outras elaboraram campanhas promocionais cujos prêmios foram viagens aos EUA à sede da Copa e, outras ainda, desenvolveram produtos de consumo durante a competição. PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com 43 Melo Neto (2003) ainda ressalta que uma copa do mundo movimenta, no Brasil, um volume próximo a US$ 500 milhões. Só em patrocínios, esse valor se aproxima de US$ 200 milhões. Em decorrência, percebe-se que os eventos esportivos têm uma grande ligação com os patrocínios esportivos. Teitelbaum (1997, p. 23) afirma que um evento “só pode ser levado a efeito se a entidade promotora do evento obtiver respaldo de um grupo de patrocinadores dispostos a veicular seus nomes ao acontecimento”. Outro exemplo que pode ser citado são os Jogos Olímpicos. Segundo Pitts, Stotlar (2002) nos EUA a evolução taxas de direito da televisão transmitir os jogos cresceu substancialmente em menos de 40 anos, passando de $ 394 mil em 1960 para $ 456 milhões em 1996. (Tabela 2). Tabela 2 - Taxas de Direitos da Televisão dos EUA para os Jogos Olímpicos de 1960 a 1998 EDIÇÃO ANO LOCAL REDE PREÇO US$ JOGOS 1960 Squaw Valley Inverno CBS 394 mil 1960 Roma Verão CBS 550 mil 1964 Innsbruck Inverno ABC 597 mil 1964 Tóquio Verão NBC 1,5 milhões 1968 Grenoble Inverno ABC 2,5 milhões 1968 Cidade do México Verão ABC 4,5 milhões 1972 Sapporo Inverno NBC 6,4 milhões 1972 Munique Verão ABC 7,5 milhões 1976 Innsbruck Inverno ABC 10 milhões 1976 Montreal Verão ABC 25 milhões 1980 Lake Placid Inverno ABC 15,5 milhões 1980 Moscou Verão NBC 87 milhões 1984 Sarajevo Inverno ABC 91,5 milhões 1984 Los Angeles Verão ABC 225 milhões 1988 Calgary Inverno ABC 309 milhões 1988 Seul Verão NBC 401 milhões 1992 Albertville Inverno CBS 243 milhões 1992 Barcelona Verão NBC 401 milhões 1994 Lillehamer Inverno CBS 300 milhões 1996 Atlanta Verão NBC 456 milhões 1998 Nagano, Japão Inverno CBS 357 milhões Fonte: Pitts e Stotlar, 2002, p.293. Nesse sentido, o mundo do esporte proporciona de alguma forma grandes possibilidades de negócios, independente do local, seja na praia ou na cidade, os PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com 44 eventos esportivos movimentam muito dinheiro, oriundo das empresas que desejam reforçar as suas marcas e alavancar as suas vendas. Compreendendo que os eventos esportivos constituem oportunidades para todos os envolvidos, esses podem ser definidos, segundo Melo Neto (1997, p. 14), “como uma promessa de entretenimento, uma expectativa de sucesso. É algo que promete algo e que assim funciona no inconsciente coletivo”. O evento seja ele esportivo, cultural, social ou ecológico, é um fato que deve atrair a atenção do público e da mídia. As pessoas buscam no evento uma parcela de sucesso e de realização. Aqueles que desejam dele participar esperam obter sucesso. O evento é uma sucessão de momentos agradáveis que pode gerar uma variedade de sensações no público presente – alegrias, tristezas, surpresas, encantamento, dor, paixão. No entanto, existe algo que confere autenticidade ao evento. Ele deve ser marcante, inesquecível, pungente. Todos os que dele participam, direta ou indiretamente, devem lembrar-se para sempre daqueles momentos. Daí a sua importância no mundo atual. O evento é uma ruptura, uma quebra da rotina diária, um momento de distração e de lazer. Uma oportunidade de fugir da rotina do cotidiano e a mesmice do dia-a-dia. Por isso o evento deve ser um espetáculo, com abertura e encerramento que marcam a sua realização. Ele deve ter atrações para o público – presença de grandes astros, jogos, brincadeiras, espetáculos diversos, sorteios, shows, distribuição de brindes e presentes. (MELO NETO, 2003, p. 14). Mas isso não é privilégio dos grandes eventos, os assim denominados macroeventos, porque mesmo os pequenos devem promover surpresas agradáveis para seu público. Às vezes, um simples sorteio, a projeção de um filme, a distribuição de um folheto ou de brindes, uma música ambiente, tornam-se ações de grande impacto junto ao público e garantem sucesso ao evento. No que se refere ao público e demanda de um evento esportivo, Kasznar (2002, p. 73) salienta que atualmente, “definir e delimitar o público pagante em eventos esportivos é uma tarefa árdua e ingrata. Isto porque existem várias formas de se compreender o que seja o público pagante, contudo as variedades deste são múltiplas, etéreas e mutantes”. O autor resume o que poderia ser o público pagante, dos quais se descreve alguns tipos: 1. Paga ao ir a um estabelecimento esportivo para praticar o esporte; 2. Paga ao ir a um estabelecimento esportivo, para ver o esporte; 3. Paga desde a sua residência para o esporte via televisão; PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com 45 4. Não paga para ver o esporte diretamente na sua residência via televisão, mas é estimulado a ver publicidades diversas e pode ter uma propensão a comprar mercadorias e serviços que são anunciados; 5. Patrocina o esporte e estimula a sua realização; 6. Disponibiliza o tempo de seus funcionários para a prática do esporte; 7. Disponibiliza o tempo de seus funcionários para que eles assistam o esporte; 8. Constrói e mantém quadras esportivas para públicos diversos. Kasznar (2002, p. 89) ainda reforça que além destes tipos de pagantes, “existem aqueles que exercem várias funções sobrepostas de pagantes simultaneamente”, salientando que o processo de expansão da demanda por espetáculos esportivos pode ser dividido sucintamente em duas vertentes e tipologias: 1. A expansão promovida pelos praticantes do esporte, isto é, pelo conjunto de indivíduos que exercitam o esporte com uma prática regular; e 2. O crescimento da procura fundamentado pelo público que vê no esporte uma forma de lazer, vendo-o e formando torcidas; apoiando esportistas, assistindo-o pela televisão, ouvindo-o pelo rádio; lendo em jornais, revistas e internet, e atividades afins (KASZNAR, 2002, p. 89) Esse autor ressalta que, em função dessa ramificação, os esportes podem gerar basicamente três modalidades de demanda esportiva, classificadas em critérios de ordem econômica, a saber: a) Demanda Esportiva Econômica – está diretamente ligada aos esportes de desempenho ou de rendimento. Como exemplo é possível citar a Fórmula 1, o Tênis e o Futebol profissional. Nos esportes mais novos, no qual essa formatação de desempenho ainda não ocorreu, esse quadro não é tão evidente; b) Demanda Esportiva Semi-econômica – nesse critério acontece a combinação de um fato de ordem econômica com outro fato de ordem não econômica. Essa incerteza o caracteriza por ser uma demanda intermediária, que une um pouco de amadorismo e profissionalismo ao mesmo tempo. É possível citar ainda algumas competições que pagam salários aos seus jogadores, mas ainda não cobram ingressos para o público ver esses mesmos atletas se apresentarem; b) Demanda Esportiva Amadorística – que corresponde à atitude de ver e/ou praticar esportes sem a obrigação do rendimento ou do desempenho, simplesmente PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com 46 por puro prazer, sem que aspectos de ordem econômica e financeira influenciem em sua realização ou evolução. Segundo Kasznar (2002, p. 99) a “participação do público em espetáculos esportivos pode ocorrer de várias formas, dependendo dos tipos de participação existentes”. A participação do público, do espectador, pode ser resumida, como apresentada na Figura 8. PARTICIPAÇÃO PARTICIPAÇÃO Ativa Passiva Direta Indireta Aberta Fechada Grátis Paga Voluntária Obrigatória Contínua Descontínua Espontânea Estimulada Local Através dos meios de comunicação Figura 8 – Formas de Participação do Público em Espetáculos Cada uma dessas formas de participação, expostas na Figura 8, possui implicações sobre o exercício do esporte e do grau de economicidade que cada uma das modalidades esportivas apresenta. Numa situação ideal, é praticamente impossível de ocorrer no estado da natureza. O que seria “desejável” é que os espectadores desenvolvessem seus interesses a favor dos esportes sob as formas ativa; direta; aberta; grátis ou paga; voluntária; contínua; espontânea; estimulada; inlocus e pelos meios de comunicação. A combinação desses atributos ofereceria uma solução integrada melhor, sem, contudo desmerecer o processo de participação esportiva sob outras modalidades possíveis. Juntos, eles estariam estimulando a maximização do número de pessoas que assistiriam aos espetáculos, o que entendemos ser uma forma de definição do que é a “participação do público”. (KASZNAR, 2002, p. 99). Ressalte-se que uma parte dessa população vai aos estádios, ginásio e parques esportivos, enquanto outra parte recorre a outros meios de ver ou ouvir o seu esporte favorito, como os programas de televisão, jornal, rádio, cinema, vídeo e afins. PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com 47 Melo Neto (2003) reforça essa situação, citando como exemplo a estratégia de comercialização de eventos esportivos a adotada pela USA Cup, que levou em consideração 6 fatores primordiais: a) a audiência; b) venda de patrocínio; c) venda das licenças para direito de marketing; d) venda de merchandising e da concessão; e) venda de patrocínio do time americano e; f) a venda dos direitos internacionais de uso do logotipo no produto. Essas foram as principais estratégias de comercialização adotadas para o evento, além da venda dos direitos de transmissão dos jogos pela televisão. Analisando as atividades acima relacionadas, percebe-se como um evento pode gerar possibilidades de negócio dentro do marketing esportivo. Salienta-se que nem todos os eventos têm essa facilidade ou esse formato. Naturalmente os eventos mais consagrados como a Copa do Mundo de Futebol, as Olimpíadas e a Fórmula 1, por exemplo, têm uma repercussão maior por já estarem em atividades há muitos anos e, principalmente, por possuírem uma dimensão global, premissas das grandes corporações que estão ligadas a eles. 2.3.3 Licenciamento e franquias Nesse tópico são abordados dois conceitos relativamente parecidos, ou seja, o licenciamento e a franquia. Mullin et al. (2004) descrevem que o licenciamento consiste em um acordo contratual entre duas partes para que uma possa utilizar os direitos de outra no desenvolvimento, distribuição e comercialização de produtos sem que haja a transferência de propriedade. Terceiros, nesse caso, são empresas que fabricam os produtos licenciados e incluem uma ampla variedade de empresas de produtos esportivos; algumas são empresas bastante conhecidas, como os fabricantes de bens esportivos e acessórios Topper, Adidas, Nike e Reebok. Irwin & Stotlar (1993) reforçam a questão quando comentam que o licenciamento é “o ato de PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com 48 conceder a outra parte o direito de usar um logotipo, símbolo ou marca registrada protegida”. No que se referem às franquias, essas significam a concessão, “por parte do franqueador, da exploração do seu negócio pelo franqueado, mediante de pagamento de um valor inicial e de uma taxa mensal, geralmente sobre o volume de vendas”. (MELO NETO, 2003, p. 186). Mullin et al. (2004) definem: Pense em uma caneta, um caderno, um relógio, uma lanterna ou uma flâmula que traz o nome ou o logotipo da sua escola, ou de outra equipe esportiva universitária popular ou, ainda, da sua equipe profissional favorita. Ou pense em uma camiseta adornada com o nome e o número do seu jogador favorito, ou igual àquela que a sua equipe predileta usa. Todos esses são produtos licenciados – não são fabricados pelas ligas, equipes ou escolas, mas por empresas independentes sob contrato com uma entidade esportiva. (MULLIN et al., 2004, p. 112). Para o autor os fabricantes de produtos licenciados também incluem os fabricantes de eletroeletrônicos e videogames, com a Eletronic Arts, a Nintendo, a Sega e a Sony; empresas de cartões comerciais, como a Topps e a Upper Deck; empresas menores e menos conhecidas, como a BeV Key of Canadá (que fabrica abridores de garrafa), a Sportscast (fabricante de ventiladores de teto, abajures e espelhos de interruptores de luz) e a Diana Home Fashions (pegadores de panela, luvas isolantes de calor e jogos de fraldas de duas ou três peças). Todas essas empresas detêm licenças para fabricar e vender produtos trazendo os logos e as marcas de entidades esportivas amadoras e profissionais. Como exemplo de licenciamento, Melo Neto (2003, p. 177) cita o sucesso de Airton Senna, tricampeão de Fórmula 1. Para o autor, “e da ampla divulgação deste esporte através da mídia mundial, a marca Senna possui um nicho assegurado em vários países e alto nível de exposição, facilitando a conquista de um posicionamento diferenciado e mundial”. Pitts, Stotlar (2002) reforçam que só na Europa as instituições de ensino e esportes amadores arrecadam em torno de 1 milhão de dólares ao ano só com licenciamento, a base de 7% da receita bruta de vendas. A indústria como um todo gera nos EUA por volta de 11 bilhões de dólares. Ao aplicar esses conceitos em marketing esportivo, nascem duas atividades cujos principais exemplos surgem da realidade nos EUA. É importante ressaltar que a marca tem um papel fundamental nesse contexto. Nos EUA, as principais ligas do PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com 49 esporte profissional (Futebol Americano, Basquete e Beisebol) são organizações que possuem as suas próprias marcas. Ao mesmo tempo, estão focadas para o licenciamento de produtos e serviços que se utilizam dessa ferramenta para mostrálas em seus mercados-alvo. È possível observar que as receitas da venda de produtos licenciados tornaram-se uma parte significativa do ramo esportivo em um período de tempo relativamente curto. Melo Neto (2003) salienta que as temporadas e as histórias de vitórias, assim como a aproximação com outros fãs e com a equipe, influenciam torcedores a comprarem produtos licenciados. “Conseqüentemente, milhões de consumidores compram itens licenciados para demonstrar apoio e vínculo a entidades esportivas”. (MULLIN et al., 2004, p. 114). Considerando que essa prática já é um pouco mais antiga nos EUA, não é possível considerar essa mesma afirmação para o mercado brasileiro. A utilização do licenciamento está sendo desenvolvida principalmente pelos clubes de futebol. Uma delas foi o licenciamento das marcas dos clubes para as empresa de cartão de crédito. Esses cartões de afinidade foram lançados em 1993, e logo se revelaram sucesso de marketing. O pioneiro foi o Bradesco Visa, que faturou naquele ano US$1,031 bilhão. Após identificar os clubes esportivos como um dos principais filões dos cartões afinidade, “o Bradesco Visa lançou seus cartões para os diversos clubes esportivos do país. Flamengo, Vasco, Fluminense, Corinthians e muitos outros”. (MELO NETO, 2003, p. 200). O torcedor dispõe de todos os serviços oferecidos pelo cartão – central de atendimento, saques de emergência, parcelamento nos pagamentos das contas e uma rede com mais de 265 mil estabelecimentos em todo o Brasil. Segundo estimativa do setor, cerca de cinqüenta novos cartões de afinidade foram lançados até o final de 1994, somando-se aos oitenta já em circulação. A receita do clube está diretamente ligada à venda dos cartões, que recebe 30% do valor das anuidades pagas pelos associados que adquirem o seu cartão de afinidade. Os campeões de venda são os cartões de afinidade Flamengo (R$ 23,35 mil) e Corinthians (R$ 22,69 mil). (MELO NETO, 2003). Percebe-se, neste sentido, que o licenciamento de imagem de atletas constitui uma grande oportunidade para as organizações. Melo Neto (2003) acredita que os atletas, mais do que artistas, cientistas, intelectuais, políticos e empresários, ocupam um lugar de destaque na mídia e na mente de seus admiradores. Pensando nestas PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com 50 características, é que as empresas investem no seu patrocínio. Eles possuem uma grande empatia com o público e, em decorrência disso, maximizam a possibilidade de vender produtos e serviços. Constituem bom exemplo e são modelos de comportamento para todos, com exceção daqueles que se desviam para a violência, fraudes e para o mundo das drogas. (MELO NETO, 2003a). Pitts, Stotlar (2002) citam que nos EUA a cobertura da mídia e o fortalecimento de equipes de sucesso, como no Basquete e no Futebol Americano, aumentou a popularidade do esporte, proporcionando assim um impulso no licenciamento de marcas por parte dos agentes do esporte. Um dos maiores exemplos desse relacionamento, segundo o autor, aconteceu quando a Nike, fabricante de tênis e uniformes esportivos fechou contratos de patrocínios com dois desses super astros. Michael Jordan e Ronaldinho. As cifras são astronômicas. Em 1996, Jordan faturou quarenta e cinco milhões de dólares, apenas em publicidade, sendo vinte e cinco milhões de dólares da Nike. Seu patrocinador teve um excelente retorno. Lançou o tênis Air Jordan e faturou cem milhões de dólares. Sua camiseta personalizada com assinatura e carimbo de autenticidade foi vendida por mil dólares cada. Seus tênis e uniformes de jogo foram arrematados em leilões milionários. Qualquer negócio que leva a marca Jordan torna-se próspero, inclusive os de sua propriedade, como restaurante, campo de golfe, marca de perfume e outros. (MELO NETO, 2003, p. 198). Em relação às franquias, pode-se dizer que o esporte brasileiro também se apresenta como iniciante. Os clubes de futebol, detentores de grandes marcas, saem na frente e lançam seus produtos e serviços através de suas escolinhas de futebol e suas franquias de lojas que vendem artigos dos mais diversos contendo a sua marca. Os casos mais conhecidos no Brasil são as escolinhas de futebol do São Paulo, Clube de Regatas Flamengo e a Sociedade Esportiva Palmeiras e as boutiques especializadas na venda de material esportivo como a do Grêmio Foot-ball Porto Alegrense, Esporte Clube Internacional e Clube Atlético Mineiro. (TEITELBAUM, 1997). Porém, em seguida ao futebol, o voleibol brasileiro se configura uma nova realidade, pois segundo Melo Neto (2003, p. 187) “a Confederação Brasileira de Voleibol (CBV) inovou na venda de franquia no esporte brasileiro. Após criar a Superliga, a CBV iniciou a venda da franquia de participação de clubes estrangeiros nesta competição”. Esse modelo foi adotado pela NBA (liga norte-americana), que fatura alto com essa modalidade de venda de franquia. Para que ocorra venda de PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com 51 franquia, o produto, no caso a competição Superliga, deve ser um evento de grande potencial de retorno institucional e de vendas. Nesse contexto, tanto as franquias cedidas pelas ligas norte-americanas, quanto às competições promovidas, tem grande parte de seu faturamento proveniente da venda sob licença, de produtos fabricados, por terceiros, que inclui desde chaveiros, passando por camisetas de passeio indo até fotografias e bonés. (TEITELBAUM, 1997). 2.3.4 Material esportivo Como analisadas anteriormente, as cifras movimentadas pelo esporte no mundo são bem expressivas. (PITTS E STOTLAR, 2002). Nessa categoria de negócios que envolvem material esportivo, os conceitos utilizados são muito semelhantes aos aplicados aos licenciamentos em geral. O que diferencia um do outro é o fato desse setor se restringir às negociações que aproximam os atores do esporte aos fabricantes de produtos diretamente ligados à prática do esporte em si. Entendendo que a indústria do esporte consiste basicamente no “conjunto de atividades de criação, produção, comercialização de produtos e equipamentos esportivos, de grande potencial de venda e faturamento” como assinala Melo Neto (2003, p. 228), ela apresenta um mercado bem disputado, composto, em sua grande maioria, por empresas de grande porte e de atuação global, como Nike, Adidas, Reebok e Umbro, que afirmam que o design e a diversidade dos seus produtos e ainda os altos investimentos na divulgação da marca são fatores-chave nos seus negócios. Por possuir uma característica exclusiva os praticantes do esporte passaram a desejar boa aparência. (MULLIN ET AL., 2004). Como conseqüência, os fabricantes passaram a desenvolver produtos com material mais resistente e com design capaz de diferenciá-los dos demais. Pode-se citar calçados especiais para corridas, que atenderam a uma tendência mundial de ênfase à saúde e bem-estar e de incentivo à prática de caminhadas e corridas por pessoas de diferentes faixas de idade; e ainda, mas, posteriormente, calçados especializados para esportes específicos, como o futsal, basquete e o voleibol. (TEITELBAUM, 1997). PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com 52 Essa modalidade de negócio apresenta dois aspectos que representam as atividades em si. O primeiro é o aspecto funcional, identificado pelo fato dessa indústria equipar os atores do esporte para as suas respectivas atividades. O segundo é o aspecto promocional, por meio do qual se utiliza os mesmos atores tornando pública sua imagem, com vistas a promover sua marca e os seus produtos, tendo como direção o consumidor final. Como conseqüência do exposto até o momento, a segmentação se torna uma característica básica da indústria de material esportivo. Naturalmente ela acaba por desenvolver e comercializar os seus produtos direcionados ao seu público-alvo, considerando aspectos físicos, regionais, renda, sexo e idade, por exemplo, estando em seu destino produtos que podem variar desde calçados para crianças praticantes de futsal em escolinhas, como toucas para jovens praticantes da natação. (MULLIN et al, 2004). PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com 53 3 METODOLOGIA Este capítulo aborda o conjunto de tópicos pertinentes ao método aplicado para a elaboração e desenvolvimento deste estudo, considerando que, para a realização de uma pesquisa de qualidade e com resultados satisfatórios, é necessário ter-se uma metodologia que a sustente. A pesquisa visa, por meio de um trabalho metódico e sistemático, a descoberta de soluções para os problemas apontados. “Já que a realidade é extremamente complexa, por um lado, e histórica, por outro, não se pode analisá-la em seu todo; cuida-se apenas de parte dessa história.” (VERGARA, 2003, p. 30). Percebe-se que pesquisa é o processo de buscar algo novo, resposta não confirmada, alternativas ou fatos, independente da origem do problema. Portanto, compreende-se que a metodologia é fundamental nesse contexto porque é ela que irá fornecer os caminhos e as ferramentas para que a pesquisa atinja o seu objetivo de forma mais otimizada, ou seja, com o menor esforço possível. A pesquisa é fundamental no campo das ciências sociais, principalmente na obtenção de soluções para problemas coletivos, na compreensão de fatos levantados e ainda para explicar fenômenos que ocorrem no mundo existencial. (RICHARDSON, 1999). 3.1 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA A pesquisa em pauta busca a verificação teórica e prática dos processos que se unem para constituir o marketing esportivo como ferramenta. Como conseqüência, o presente trabalho dividiu-se em duas etapas. A primeira delas, base de todo o processo, corresponde à revisão bibliográfica, constante no capítulo 2 do presente documento. A segunda, dividida em duas fases, refere-se à coleta, análise e interpretação de dados primários e secundários capazes de revelar indícios sobre a aplicabilidade prática das proposições teóricas apresentadas. Tais dados foram obtidos, em um primeiro momento, por meio da busca de idéias junto a fontes PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com 54 detentoras de experiência em marketing esportivo e, por fim, questionários enviados para os clubes. As pesquisas exploratória e descritiva foram escolhidas como os caminhos para aperfeiçoar o alcance dos melhores resultados de captação de dados entre os clubes pesquisados. Para Malhotra (2001, p. 106) o objetivo da “pesquisa exploratória é explorar um problema ou uma situação para prover critérios e compreensão”. Segundo o autor, a pesquisa exploratória pode ser usada para qualquer das finalidades: a) b) c) d) e) f) Formular um problema ou defini-lo com maior precisão; Identificar cursos alternativos de ação; Desenvolver hipóteses; Isolar variáveis e relações - chave para exame posterior; Obter critérios para desenvolver uma abordagem do problema; Estabelecer prioridades para pesquisas posteriores. (MALHOTRA, 2001, p. 106) Em geral, a pesquisa exploratória é significativa em qualquer situação da qual o pesquisador não disponha do entendimento suficiente para prosseguir com o projeto de pesquisa, e de sua essência extrair aquilo que não está disponível ou ainda não está claro para que se possa atingir o resultado proposto. A pesquisa exploratória é caracterizada por flexibilidade e versatilidade com o respeito aos métodos, porque não são empregados protocolos e procedimentos formais de pesquisa. Ela raramente envolve questionários estruturados, grande amostras e planos de amostragem por probabilidade. (MALHOTRA, 2001). Já a pesquisa descritiva vem a complementar a pesquisa exploratória, pois tem como objetivo descrever como os atuais clubes do voleibol brasileiro estão utilizando o marketing esportivo dentro das suas estruturas, ao contrário da pesquisa exploratória, que tem como objetivo identificar algo ainda não visto em determinado lugar. Segundo Malhotra (2001, p. 108) a pesquisa descritiva tem como objetivo principal a descrição de algo – normalmente características ou funções de mercado. Para tanto, as razões pelo qual se realiza esse tipo de pesquisa são: 1. Descrever as características de grupos relevantes, como consumidores, vendedores, organizações ou área de mercado. 2. Estimar a percentagem de unidades numa população específica que exibe um determinado comportamento. 3. Determinar percepções de características de produtos. 4. Determinar o grau até o qual as variáveis de marketing estão associadas. 5. Fazer previsões específicas (MALHOTRA, 2001, p. 108). PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com 55 A partir dessas considerações, o passo seguinte foi escolher um método adequado à natureza exploratória para esta pesquisa, que foi o método qualitativo, por proporcionar uma melhor visão e compreensão dos dados do problema. (MALHOTRA, 2001). O método qualitativo é importante para a pesquisa exploratória, que constitui “uma metodologia de pesquisa não estruturada, exploratória, baseada em pequenas amostras, que proporciona insights e compreensão do contexto do problema”. (MALHOTRA, 2001, p. 155). Ainda segundo Malhotra (2001) existem dois caminhos para se aplicar uma pesquisa qualitativa, o direto e o indireto, diferenciando-se uma da outra pela transparência com os seus objetivos: a abordagem direta, na qual o respondente sabe o objetivo da pesquisa, e a abordagem indireta, quando o respondente não sabe do objetivo da pesquisa, pois ele é omitido. Considerando essas abordagens para o presente estudo escolheu-se a abordagem direta pelo fato de que a pesquisa objetiva beneficiar o esporte e os interesses não conflitam com os clubes pesquisados, pelo contrário, eles se completam. Uma pesquisa de campo compreende como o lugar onde acontecem os fatos e fenômenos. A pesquisa de campo é a que recolhe os dados in natura, como percebidos pelo pesquisador. Normalmente a pesquisa de campo se faz por observação direta, levantamento de dados ou estudo de caso. (SANTOS, 2000, p. 30). Assim, optou-se por escolher o levantamento de dados como meio para coletar os dados necessários a concluir a pesquisa. Esta pesquisa também é considerada uma pesquisa documental por utilizar fontes secundárias ainda não organizadas ou publicadas pelos clubes pesquisados. Para Santos (2000, p. 29) tais fontes documentais podem ser exemplificadas como: tabelas estatísticas, relatórios de empresas, documentos informativos arquivados em repartições públicas, associações, igrejas, hospitais, sindicatos, fotografias, obras originais de qualquer natureza, correspondência pessoal ou comercial, etc. Por fim, destaca-se a pesquisa bibliográfica, que segundo a compreensão de Santos (2000, p. 29), constitui o conjunto de materiais escritos/gravados, mecânica ou eletronicamente, que contém informações já elaboradas e publicadas por outros PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com 56 autores. São fontes bibliográficas os livros de leitura corrente ou de referência, tais como dicionários, enciclopédias, anuários etc., as publicações periódicas como jornais, revistas, panfletos etc., fitas gravadas de áudio e vídeo, páginas de web sites, relatórios de simpósios/seminários, anais de congressos etc. A utilização total ou parcial de quaisquer destas fontes é o que caracteriza uma pesquisa bibliográfica. A pesquisa bibliográfica intitulada como “revisão da literatura” fundamenta o presente estudo com os conceitos necessários para validar a pesquisa propriamente dita. 3.2 UNIVERSO E AMOSTRA Segundo a Confederação Brasileira de Voleibol (2006), hoje nos Brasil existem 12 clubes que participam da Superliga Nacional de Voleibol, a competição mais importante do voleibol brasileiro. Dois deles estão sediados no Estado de Santa Catarina, a UNISUL, de São José e a CIMED de Florianópolis (Figura 9). ORDEM 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 EQUIPE Cimed Unisul Nexxera Telemig Celular Minas Bento Vôlei On-line UCS Colombo Ulbra Ferraz SPFC Banespa São Bernardo Lupo Náutico São Caetano Tamoyo S. ABC Aramaçã Wizard Campinas CIDADE Florianópolis São José Belo Horizonte Bento Gonçalves Novo Hamburgo Caxias do Sul Canoas São Paulo Araraquara São Caetano Santo André Campinas ESTADO SC SC MG RS RS RS RS SP SP SP SP SP Figura 9 - Clubes brasileiros participantes da Superliga de voleibol 2005/2006 Considerando-se a quantidade de clubes existentes no Brasil, definiu-se como objetivo abranger os 12 clubes participantes da Superliga de Vôlei, edição 2005/2006. Como o objeto desse estudo é apresentar ferramentas de marketing para os clubes de voleibol de Joinville, SC, foi incluído o clube de vôlei da referida cidade. PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com 57 3.3 FORMA DE COLETA DE DADOS Foram previstas duas fases distintas para a coleta de dados que se complementam entre si. Em um primeiro momento, foram levantados, por meio de questionários estruturados e não disfarçados, aplicados aos proprietários ou representantes dos 12 clubes de Santa Catarina, São Paulo, Minas Gerais e Rio Grande do Sul, e um segundo momento, por meio de entrevistas em profundidade nos dois clubes de Santa Catarina e o clube Wizard Campinas (Figura 10). ORDEM EQUIPE 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 Clube Joinville Cimed Unisul Nexxera Telemig Celular Minas Bento Vôlei On-line UCS Colombo Ulbra Ferraz SPFC Banespa São Bernardo Lupo Náutico São Caetano Tamoyo S. ABC Aramaçã Wizard Campinas ESTADO SC SC SC MG RS RS RS RS SP SP SP SP SP COLETA DE DADOS 1 Questionário Questionário Questionário Questionário Questionário Questionário Questionário Questionário Questionário Questionário Questionário Questionário COLETA DE DADOS 2 Entrevista em Profundidade Entrevista em Profundidade Entrevista em Profundidade Figura 10 - Universo dos clubes e o tipo de abordagem Detalhando a primeira fase da pesquisa, foram elaborados os questionários (Apêndice A) cujo objetivo principal foi descrever as principais funções e atividades dos clubes que já desenvolveram os conceitos ligados ao marketing esportivo. Por meio de questionários enviados por e-mail e que foram devolvidos em até15 dias a partir da sua data de confirmação de chegada, os proprietários ou representantes dos doze clubes de São Paulo, Minas Gerais, Santa Catarina e Rio Grande do Sul foram os sujeitos abordados para a obtenção dos dados. Contudo, antes do desenvolvimento oficial da pesquisa foi realizado um préteste com uma pessoa ligada à área de marketing, por meio de um questionário enviado por e-mail, que tinha como objetivo avaliar se os futuros entrevistados teriam dificuldade em entender as perguntas, e, por meio dessa ação, realizar os possíveis ajustes. PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com 58 Segundo Richardson (1999, p. 202) o pré-teste refere-se à aplicação prévia do questionário a um grupo que apresente as mesmas características da população incluída na pesquisa, tendo por objetivo revisar e direcionar aspectos da investigação. Compreendendo o que o autor cita, o pré-teste foi aplicado de forma correta para este trabalho. O responsável pela pré-análise do questionário foi o professor Victor Aguiar da Universidade da Região de Joinville. (UNIVILLE). Entretanto, para continuar a segunda parte da pesquisa e como conseqüência atingir os objetivos deste estudo, para pesquisar os três clubes de SC, foi escolhido o método da entrevista em profundidade (ver apêndice II – Roteiro das Entrevistas) e que proporciona análise pessoal e entendimento, considerando ainda que autor tenha um papel importante como entrevistador, porque este pode ser decisivo para no sucesso da entrevista. (MALHOTRA, 2001). Percebe-se que a entrevista em profundidade busca ir além daquilo que o entrevistado está revelando. Ela deve perseguir justamente o conteúdo que o entrevistado, por alguém motivo, não quer revelar. Como o horizonte do presente estudo limita-se a somente três clubes de Santa Catarina, a pesquisa em profundidade torna-se apropriada por se tratar de uma pesquisa aberta, na qual ocorre em tempo real o desenvolvimento da entrevista e a tentativa da descoberta dos pontos que serão utilizados para se atingirem os objetivos. Para o registro dos dados colhidos, as entrevistas foram gravadas, e foram extraídos os conteúdos principais para análise posterior dos dados. Essencialmente, tanto o entrevistado como o entrevistador sabiam dos objetivos da entrevista, o que pode levar tanto a dificultar como a facilitar o alcance dos objetivos propostos no projeto. Para tanto, dependendo das características da entrevista, algumas técnicas podem ser utilizadas para descobrir aquilo que está oculto e que o entrevistado por algum motivo não quer, não pode ou tem dificuldade de revelar diretamente. Nesse sentido, a livre troca de informações proporcionada por esse tipo de pesquisa resulta em revelar análises pessoais mais profundas quando aplicada corretamente. Para o presente estudo foi utilizada a técnica da progressão, por meio da qual o entrevistado permitiu a revelação de informações de forma clara, objetiva e progressiva, na medida em que o assunto evoluiu no decorrer do tempo. PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com 59 Entende-se que a coleta de dados por meio das entrevistas em profundidade deve atingir parte dos objetivos da pesquisa pela sua característica aberta e investigativa. Cabe ressaltar que a experiência dos profissionais que responderam os questionários e as entrevistas pode servir de base para as respostas colhidas. A escolha desses profissionais contemplou desde pessoas que trabalham com eventos esportivos, culturais e sociais, passando por ex-atletas que hoje trabalham como técnicos ou assistentes e ainda pessoas que iniciaram nas categorias de base e que hoje estão à frente dos times profissionais. Também foram apresentadas pessoas com experiência internacional ou que passaram por outros clubes no Brasil. Dirigentes que vieram de patrocinadores do esporte para desenvolver atividades dentro do clube e profissionais que vieram de outras áreas, mas que foram se capacitar na área esportiva para poder trabalhar com esporte, também estão presentes no cenário do vôlei brasileiro na atualidade. Os clubes identificados para responder o questionário e participar das entrevistas foram aqueles que participaram da Superliga de Vôlei Edição 2005/2006, independente da localização. 3.4 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS As entrevistas, como citado, foram gravadas e transcritas na sua totalidade com o uso da ferramenta Viavoice. Já nos questionários, Malhotra (2001) menciona uma ação importante: sua averiguação depois de respondidas. O autor refere-se à análise e verificação dos dados extraídos no processo de coleta de dados. Algumas respostas, mesmo sendo descritas podem estar incompletas, o que pode gerar desconforto na análise final dos dados. Para ambas as técnicas usadas foram necessárias análises e interpretações dos dados, destacando que o questionário utilizado na fase final da coleta de dados (anexo II), foi utilizado para verificar e demonstrar como os clubes utilizam o marketing esportivo em suas estruturas. Essa parte do estudo constitui uma das mais importantes de todo o processo. Concentra-se nesse conteúdo a direção que o projeto vai ganhar depois de toda coleta dos dados. PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com 60 Na apresentação dos resultados cada clube foi descrito individualmente, procedendo-se, posteriormente, à análise dos 13 clubes pesquisados. Em concordância com as partes pesquisadas não houve preocupação em manter o anonimato das entidades, existindo, porém, por solicitações dos entrevistados, cuidado ao mencionar cifras ao longo do relatório. Em suma, o relato que segue teve por base o depoimento das partes envolvidas em um relacionamento esportivo, demonstrando sob a ótica de cada clube o que cada um desenvolve em suas próprias estruturas físicas e administrativas. 3.5 DELIMITAÇÕES As limitações desse projeto podem ser compreendidas por meio de algumas variáveis, como: a unicidade do esporte, fazendo-se necessário reforçar que para nenhuma outra modalidade esportiva e nenhuma outra cidade serão propostos elementos para a utilização do marketing esportivo, a não ser para o voleibol de Joinville, SC. Limita-se também o relacionamento temporal do voleibol joinvilense, visto que não será exposta a história dessa modalidade. Modelos pré-definidos de estrutura organizacional para o voleibol também não serão identificados, inclusive a sua viabilidade econômica sob a ótica de planos de negócios. Por fim, não faz parte desse trabalho a identificação de profissionais de nenhuma área para trabalhar com o marketing esportivo, descrever a gestão desportiva ou ainda abranger o papel da educação física na visão de negócio do esporte. PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com 61 4 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS Com o objetivo de qualificar e organizar a apresentação dos resultados a pesquisa envolve o estudo quantitativo, o qualitativo, a análise e o confronto da teoria com a prática em relação aos assuntos explorados no instrumento de coleta de dados. O meio utilizado para consulta das informações dos clubes foi o regulamento oficial da Superliga de Vôlei Edição 2005/2006, documento fornecido pela Confederação Brasileira de Voleibol – CBV. 4.1 CARACTERIZAÇÃO DOS CLUBES PESQUISADOS Neste tópico é realizada uma breve identificação da origem dos clubes de voleibol pesquisados para, em seguida, posicioná-los no contexto geográfico, como também, demonstrar o perfil do investidor que apóia do voleibol na realidade atual. MG 8% SP 42% RS 33% SC 17% MG RS SC SP Figura 11 – Localização dos Clubes de Voleibol por Estado Quanto à localidade dos clubes respondentes, foi possível constatar, conforme Figura 11, que 42% dos clubes estão no Estado de São Paulo, 33% no Rio Grande PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com 62 do Sul e os 25% restantes divididos entre Minas Gerais e Santa Catarina. Ressaltase que os clubes são 100% predominante das regiões Sul e Sudeste. No que se refere ao perfil das organizações que apóiam os clubes no voleibol brasileiro (Figura 12), percebe-se que 67% dos clubes recebem apoio de empresas privadas e 33% são de universidades. Ambos, de alguma forma, utilizam-se do marketing esportivo para manter seus projetos. Observa-se, também, um perfil diversificado e com objetivos diferentes. Universidade 33% Empresa Privada 67% Universidade Empresa Privada Figura 12 – Perfil das Empresas Proprietárias dos Clubes Para o respondente da Unisul, unir esporte e educação é um objetivo a ser seguido. Zem (2003) cita em seu artigo Marketing Esportivo um estudo sobre o Crescimento das Instituições de Ensino na Prática do Patrocínio Esportivo, que a maioria das instituições de ensino observa uma nova maneira de educar por meio do esporte, não esquecendo do potencial que o marketing de patrocínio tem oferecido às organizações. O autor reforça a questão quando cita algumas instituições, como: a Universidade Luterana Brasileira (Ulbra), a Unisul e a Universidade de Caxias do Sul (UCS), que possuem projetos no voleibol, unindo esporte, educação e marketing em um conjunto de atividades ligadas ao esporte. Já o respondente da CIMED, assegurou que reforçar a marca em determinadas regiões é muito importante, ao relatar que o clube foi criado pela Empresa CIMED Medicamentos com objetivos de agregar valor a sua marca. PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com 63 Os argumentos descritos anteriormente mostram que a interação de elementos esportivos com o composto promocional das organizações pode ser um grande instrumento para persuasão e promoção. Na Europa e principalmente nos EUA, o esporte representa um dos principais setores da economia. Os patrocinadores da iniciativa privada e entidades esportivas tornaram-se verdadeiros jogadores da indústria. Isso decorre do amadurecimento do mercado esportivo, que somente foi incentivado pelo grau de profissionalização das entidades e pelo nível de exigência dos patrocinadores. Entidades, como por exemplo, a Nascar (Stock Car EUA), Ligas Profissionais Americanas (NFL – Liga de Futebol Americano e NBA – Liga de Basquete nos EUA), Equipes de F1 - Fórmula 1, COI (Comitê Olímpico Internacional), FIFA (Federação Internacional de Futebol), UEFA (Liga Européia de Futebol), (Premier League Primeira Divisão Inglesa) como os clubes europeus, vendem suas cotas por proporcionarem um excelente retorno sobre o investimento para as empresas patrocinadoras, em termos de visibilidade e valores positivos para a marca, oportunidades de relacionamentos e, sobretudo, retorno comercial (ITCOM, 2003). 4.2 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS E DAS INFORMAÇÕES COLETADAS Para cada assunto pesquisado no presente estudo procura-se demonstrar os dados quantitativos e qualitativos acompanhados por uma análise e por um confronto da teoria com a prática. 4.2.1 Informações básicas 4.2.1.1 Descrição Percebe-se na Figura 13 que a maior parte dos respondentes apresenta idade inferior a 35 anos, correspondendo a 42% do total. Entre 35 e 45 anos de idade, PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com 64 constatou-se um percentual de 17%. Já 33% dos respondentes estão na faixa etária de 45 e 55 anos. E acima de 55 anos, 8%. 8% 42% 33% 17% Até 35 Entre 35 e 45 Entre 45 e 55 Mais de 55 Figura 13 – Idade dos Respondentes Em relação ao sexo dos respondentes percebe-se que a maior parte deles é do sexo masculino (92%), sendo apenas 8% mulheres. (Figura 14). 8% 92% Masculino Feminino Figura 14 - Sexo dos Respondentes PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com 65 O tempo médio dos respondentes na atual função é de 4,6 anos e a experiência dos respondentes no cenário esportivo é 12 anos. (Figura 15). Tempo na Função Tempo Experiência Telemig Celular Minas Bento Vôlei On-line UCS Colombo Ulbra Ferraz SPFC Cimed Unisul Nexxera Banespa São Bernardo Lupo Náutico São Caetano Tamoyo S. ABC Aramaçã Wizard Campinas 0,7 0,0 3,0 2,0 0,5 2,5 5,0 0,0 13,0 16,0 10,0 2,5 0,0 0,0 11,0 24,0 0,0 12,0 30,0 20,0 13,0 20,0 12,0 0,4 Média 4,6 11,9 Ordem Clube / Tempo na Função 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 Figura 15 - Tempo na função e Tempo de Experiência dos Respondentes Por fim, pode-se observar como mostra a Figura 16, que 50% dos respondentes possuem pós-graduação em nível de especialização em áreas como comunicação e economia, enquanto que 42% possuem graduação e 8% o segundo grau completo. 8% 50% 42% Segundo Grau Nível Superior Figura 16 – Formação dos Representantes dos Clubes PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com Pós-Graduado 66 Uma vez apresentadas as informações quantitativas e qualitativas, procede-se, a seguir, a sua análise, feita de forma geral e específica (quando o pesquisador utiliza a técnica de coleta de dados denominada entrevista em profundidade). Também foram utilizados argumentos teóricos e práticos para fundamentar a análise. 4.2.1.2 Análise A partir das informações quantitativas e qualitativas, de forma geral, foi possível constatar que o tempo de experiência dos profissionais ligados ao esporte é relativamente alto (responsável pelo clube da Universidade de Caxias: 24 anos de experiência; da Unisul: 30 anos; Banespa e São Caetano: 20 anos). A maioria dos respondentes tem formação em Educação Física, com especialização em voleibol, basquetebol, marketing, comunicação, publicidade, economia, ciência sociais, gestão estratégica e administração. Cabe ressaltar que 50% dos responsáveis possuem cursos complementares aos cursos regulares de universidades ou faculdades em que se formaram. O curso de Voleibol desenvolvido pela CBV e ainda cursos de marketing e planejamento estratégico também são cursos que complementam o nível de formação dos respondentes. Comparando as informações relativas à formação dos respondentes pelos clubes é importante entender que os profissionais têm formação na área do seu produto: o “esporte”, nesse caso específico, a educação física. Contudo a maioria dos respondentes especializou-se em outras áreas para entender como funciona a administração do esporte, como a comunicação e a economia, por exemplo. Também foi possível relacionar a experiência e a formação desses profissionais com a importância que cada um fornece ao planejamento estratégico e os fatores considerados importantes para formação do esporte como produto. A maioria dos respondentes dos clubes acredita que a boa gestão do clube está aliada a um evento e um calendário bem organizado e ainda a uma equipe geradora de bons resultados. PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com 67 Esses fatores, segundo o respondente da Unisul, garantem a continuidade das atividades que o clube desenvolve. Os respondentes consideram adequada a postura que os clubes vêm demonstrando na formação de seus dirigentes. De forma mais especifica, mediante a utilização de técnica de coleta de dados denominada entrevista em profundidade, observa-se que a experiência é um dos fatores relevantes para assegurar o sucesso do clube. Pode-se citar como exemplo: O Clube Unisul, CIMED, Minas Telemig e Banespa. O reflexo da experiência pode ser constatado nos resultados apresentados pelos clubes nos últimos anos. Para os respondentes dos Clubes Wizard Campinas e de Joinville, a experiência técnica não influenciou no desenvolvimento dos projetos, pelo contrário, reforçou muitos conceitos já aplicados pelos clubes. Vale ressaltar que o Clube de Joinville, mesmo não figurando entre os melhores, demonstrou que conhece o assunto e que futuramente pode destacar-se no cenário nacional, desde que tenha uma estrutura semelhante à identificada pelos clubes que já participam da Superliga atualmente. 4.2.2 Benefícios do marketing esportivo 4.2.2.1 Descrição O patrocínio conforme demonstrado na Figura 17 ainda é a forma de negócio mais utilizada. Dos doze (12) respondentes, oito (8) deles considerou o patrocínio como forma de negócio mais importante. Para os demais respondentes aparece como o 2º e 4º mais importante. Também os eventos esportivos foram considerados para onze (11) como 1º e 2º formas mais importantes. O material esportivo é a 3º forma mais importante para três (3) respondentes. Para oito (8) respondentes o material esportivo representa a 2º e 3º mais importantes para os negócios. Para um (1) respondente o licenciamento foi considerado como a forma mais importante para se fazer negócios. Também para 4 respondentes o licenciamento não é importante para se fazer negócios. PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com 68 9 8 8 7 6 6 5 5 5 5 4 4 3 3 3 2 2 2 1 1 1 1 1 1 0 0 0 0 0 0 1 mais importante Patrocínio (12) 2 mais importante Licenciamentos (12) 3 mais importante 4 mais importante Eventos Esportivos (12) 5 mais importante Material Esportivo (12) Figura 17 – Negócios Desenvolvidos no Marketing Esportivo Os benefícios resultantes da implantação do marketing esportivo podem ser verificados na Figura 18. Para oito (8) respondentes o esporte é visto como produto e como um dos itens mais importantes. Para quatro (4) respondentes o esporte como produto não é tão importante. Já para oito (8) respondentes a permanência da mídia e dos investidores é importante. A maioria dos respondentes considera o aumento do público como pouco importante. Para o respondente do Clube CIMED o aumento do público fortalece a marca, pois considera esse benefício é importante. PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com 69 9 8 8 8 7 7 6 5 4 4 3 3 2 1 3 2 2 1 2 2 1 0 0 1 mais importante 1 1 2 mais importante 0 0 0 3 mais importante Esporte como Produto (12) Aumento do Público (12) Permanência dos Investidortes (11) Outros (1) 0 1 1 0 4 mais importante 0 0 0 5 mais importante Permanência da Mídia (11) Figura 18 – Benefícios Resultantes da Implantação do Marketing Esportivo Em relação aos tipos de benefícios (retorno) que o clube pode proporcionar aos seus investidores, constata-se que sete (7) dos respondentes consideram que o retorno publicitário é o mais importante, seguido do retorno de imagem de vendas, como mostra a Figura 19. PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com 70 8 7 7 6 5 5 4 4 3 3 3 3 2 2 2 1 1 1 1 0 0 0 0 0 1 mais importante Retorno Publicitário (11) 2 mais importante 3 mais importante Retorno de Imagem (11) 4 mais importante 5 mais importante Retorno sobre as Vendas (10) Figura 19 – Tipos de Benefícios Proporcionado aos Investidores Para cinco (5) dos respondentes o retorno sobre as vendas não é tão importante, assim como para dois (2) respondentes o retorno de imagem não é tão importante. Para apenas um (1) respondente o retorno publicitário é menos importante. 4.2.2.2 Análise A partir das informações quantitativas e qualitativas, de forma geral, os benefícios do esporte indicam, sob a ótica dos negócios, que o voleibol tem proporcionado aos seus representantes. E possível perceber que das quatro formas de negócios existentes no marketing esportivo, patrocínio, eventos, licenciamentos e material esportivo, ainda é muito forte a presença do patrocinador, que por meio do marketing de patrocínio busca retorno sobre seu investimento. Melo Neto (2003) cita que o esporte é notícia, porque ocupa espaços importantes na mídia e que se a empresa explorar de forma correta essa modalidade, certamente terá a sua marca amplamente divulgada. Esse mesmo autor ainda complementa que no marketing esportivo, o retorno maior é a maximização do patrocinador – o retorno publicitário que, ao fixar a imagem da marca, torna-se um PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com 71 excelente retorno institucional. Essa informação pode ser confirmada e relacionada quando 83% dos clubes afirmam que a importância da mídia á alta, ou seja, o esporte não se realiza sem esse componente. A maior prova dessa relação é citada por Teitelbaum (1997) quando o autor afirma que a mídia é determinante nessa relação, ou seja, se ela não está presente o investidor não se aproxima para estabelecer uma relação de parceria. O que Melo Neto (2003) enfatiza é que algumas empresas estão se utilizando somente desse meio de comunicação para reforçar suas marcas junto a distribuidores, revendedores ou consumidores finais, como também existem empresas que estão investindo no esporte porque querem transmitir confiança aos seus produtos. E possível perceber que o tipo de empresa que aposta na comunicação de marcas, já as têm consolidadas em seus mercados, mas que ainda procuram espaço diferenciado para reforçar a sua imagem. Melo Neto (2003) confirma o exposto afirmando que esse tipo de organização que busca vantagens competitivas possui marcas forte ou potencialmente fortes e busca também novas formas de comunicação. Como exemplo é possível citar empresas como BR Distribuidora e Embratel, que desejam transmitir mais confiança a sua marca aliando-as ao esporte. Cabe reforçar que segundo o relatório de exposição geral da CBV as grandes marcas patrocinadoras dos maiores clubes brasileiros têm apoiado os grandes clubes. Como exemplo, cita-se o Banespa (patrocinador do Clube Banespa São Bernardo), CIMED (patrocinadora do Clube CIMED), Telemig Celular (patrocinador do Clube de Minas), São Paulo Ulbra (patrocinador do Clube Ulbra) e Unisul / Nexxera (patrocinadores do Clube Unisul), coincidentemente as 5 melhores colocadas na ultima Superliga de Voleibol edição 2005/2006. Para os eventos esportivos existe um potencial grande, mas significativa parte desses espaços está sob o domínio da CBV, que detém todos os direitos de uso. Segundo o respondente da Unisul, o clube ainda é obrigado a comprar espaços para a temporada da Superliga, se desejar mostrar a sua marca na mídia. Na visão do respondente o evento é bom, mas tem potencial de ampliação quando o assunto é o clube. Para o respondente do clube de Joinville, os eventos não são explorados porque a categoria de base não alavanca negócios envolvidos no esporte, tornandose importante a presença de uma equipe adulta para que as iniciativas de explorar os eventos sejam iniciadas. PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com 72 A terceira forma de negócio mais importante para os clubes são as empresas de material esportivo. Foi possível perceber que não existe uma regra para o fornecimento de material esportivo para os clubes em troca de espaço publicitário. Segundo os respondentes da Unisul e CIMED os clubes trocam o fornecimento de uniformes pelo espaço publicitário enquanto outros clubes como Wizard, Joinville e Shopping ABC necessitam pagar pelo material que utilizam. Na última forma de negócio e menos adotada pelos clubes, apenas 6% licenciam as suas marcas para venda de produtos e serviços. Segundo o respondente da Unisul, a Universidade Unisul não permite o clube licenciar em função do vínculo existente entre eles. A marca Unisul ainda é vista como universidade e não como clube esportivo, fato que segundo ele não implicaria em um retorno satisfatório. Atualmente só a camisa de jogo está sendo vendida pelo fornecedor de material esportivo e o consumidor não paga ingresso, tornando-se uma forma de benefício. Já para o respondente do Clube Wizard Campinas, camisetas e bolas eram vendidas como o nome do clube nos dias de jogo, mas a quantidade comercializada era pequena e desenvolvida pelo próprio clube, o que não caracteriza um licenciamento propriamente dito. (MULLIN et al., 2004). Melo Neto (2003) cita um exemplo pelo qual demonstra o caso de sucesso de Airton Senna e da ampla divulgação desse esporte através da mídia mundial porque a marca Senna possui um nicho assegurado em vários países e um alto nível de exposição, facilitando a conquista de um posicionamento diferenciado e mundial. Pitts e Stotlar (2002) reforçam que somente na Europa as instituições de ensino e esportes amadores arrecadam em torno de 1 milhão de dólares ao ano só com licenciamento, a base de 7% da receita bruta de vendas. Segundo Melo Neto (2003, p. 25) essas organizações buscam vantagens competitivas e apresentam algumas características essenciais, porque possuem marcas fortes ou potencialmente fortes e buscam novas formas de comunicação com os seus públicos e nos mercados onde atuam o que justifica os clubes não explorar essa forma de negócio, porque as suas marcas ainda não são fortes no mercado esportivo. Percebe-se que os clubes não desenvolvem ações importantes e direcionadas para tal forma de negócio, não permitindo nesse caso alavancar vendas em grande escala. O respondente da Unisul justifica que sua marca ainda é mais vista como uma Universidade e bem menos como um clube de voleibol e que atualmente não justifica esse investimento, como já mencionado. Essa relação foi percebida nos PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com 73 demais clubes quando não citam a importância dessa forma de negócio. Licenciar a marca parece ser uma atividade que exige uma estrutura maior, o que não foi evidenciado dentro dos clubes analisados. Contudo e ao contrário do que pensam os respondentes dos outros clubes, a equipe de Joinville desenvolve um trabalho mais voltado para essa forma de negócio. A parceria com uma rede de postos de combustíveis tem gerado uma pequena quantia mensal por meio da utilização da sua marca, o que tem permitido manter o clube até o momento. Esse percentual varia de acordo com a quantidade de pontos que o clube adquire na venda de produtos e serviços da sua parceira, o que gera uma renda mensal. O respondente comenta que esse trabalho tem potencial, desde que seja montada uma estrutura para isso, aliada a uma equipe adulta, justamente porque o argumento do posto de combustível é o esporte, e se não existe uma equipe, não existe o esporte e naturalmente não existe escala para venda. Cabe destacar que a quantidade vendida hoje é feita dentro das dependências do Colégio Bom Jesus, escola que apóia o clube, para pais de alunos e por pessoas ligadas ao esporte daquela categoria, que segundo o respondente do clube está muito em função do relacionamento existente entre o colégio e as pessoas daquele meio. Entretanto tais benefícios são percebidos quando o clube está nas primeiras colocações de uma competição, fato evidenciado pelo respondente do Clube Wizard de Campinas, quando comentou que a equipe não gerava bons resultados porque era relativamente fraca, e como conseqüência os resultados não eram alcançados. Ao contrário, o respondente da Unisul cita que os seus patrocinadores estão satisfeitos e que a Nexxera, principal patrocinador da equipe cresceu muito com o retorno de mídia que tem recebido por meio do esporte. Segundo ele, a Pantec, um dos patrocinadores do clube, obteve retorno de mídia oito vezes maior que o investimento feito no clube. Sendo assim, reforça-se que o fato de o clube possuir uma grande equipe é determinante para que esse retorno aconteça com mais facilidade. Ainda para o respondente da Unisul o esporte levou o nome do clube para muitos lugares e que a marca ficou mais conhecida no Brasil. Já sobre o clube de Joinville, os investidores reforçaram o trabalho que vem sendo desenvolvido, porém sem uma equipe adulta o retorno de mídia não acontece, porque a categoria de base não é divulgada. Mas a parceria tem PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com 74 beneficiado o clube. Segundo o respondente do clube existe potencial maior de retorno sobre a venda à medida que o retorno publicitário acontece na mesma proporção, justamente porque o argumento é o voleibol, ou seja, na medida em que as pessoas sabem que alguém ajuda o esporte, automaticamente elas passam a simpatizar e olhar de forma positiva para aquela empresa. Esse percentual é comprovado pelo Resumo de Exposição de Mídia da CBV desenvolvido para a Superliga Masculina e Feminina de Vôlei Edição 2005/2006: 76% do espaço ocupado na mídia foram destinados para Minas Tênis Clube, CIMED e Unisul, as três primeiras colocadas da competição na categoria masculina que terminou em abril de 2006. Já a Wizard Campinas cita que o retorno de mídia para ela foi pequeno, apenas local, justificando que a equipe não era tão forte. 4.2.3 Relacionamento entre as partes 4.2.3.1 Descrição No que se refere ao relacionamento com as partes interessadas, conforme Figura 20, percebe-se que o tempo médio dos contratos ficou assim distribuído: 59% dos respondentes foi de médio prazo; 33% de curto prazo e 8% no longo prazo. Nenhum clube mantém um contrato por tempo indeterminado. PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com 75 8% 0% 33% 59% Curto Prazo Médio Prazo Longo Prazo Indeterminado Figura 20 – Tempo Médio dos Contratos Em relação à importância da mídia, observa-se que 83% dos respondentes comentam que a mídia tem uma importância expressiva no cenário esportivo e 17% deles dizem que a importância é média. 0% 17% 83% Baixa Média Figura 21 – Importância da Mídia PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com Alta 76 Para 92% dos respondentes a mídia não apóia financeiramente os clubes, enquanto 8% deles não sabiam ou não puderam responder a questão. De acordo com os respondentes, os clubes não recebem nenhum apoio financeiro da mídia. 8% 0% 92% Sim Não Não Sabe/Não pode Responder Figura 22 – Apoio de Recursos Financeiros da Mídia 84% dos respondentes confirmam que o clube tem proporcionado algum retorno para a cidade. Para 8% o clube não proporciona e, para os demais, o retorno é de difícil mensuração. 8% 8% 84% Sim Não Figura 23 – Retorno Promocional à Cidade PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com Não Sabe 77 75% dos respondentes afirmam que recebem apoio da prefeitura enquanto 25% não recebem nenhum tipo de apoio. 25% 75% Sim Não Figura 24 – Apoio da Prefeitura Dos 75% apoiados, 37,5% deles comentam que recebem apoio financeiro e infra-estrutura para treinos e jogos, como ginásio e outros recursos do esporte. Para 37,5% dos respondentes os clubes não recebem recursos financeiros, somente, transporte, alimentação, material para prática do esporte e espaço para divulgação do clube nos eventos, como demonstra a Figura 25. Ordem Clube / Apoio Prefeitura 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 Telemig Celular Minas Bento Vôlei On-line UCS Colombo Ulbra Ferraz SPFC Cimed Unisul Nexxera Banespa São Bernardo Lupo Náutico São Caetano Tamoyo S. ABC Aramaçã Wizard Campinas Tipo de Apoio 1 Recursos Financeiros Recursos Financeiros Recursos Financeiros Recursos Financeiros Recursos Financeiros - Tipo de Apoio 2 Ginásio e infra-estrutura Divulgação de eventos/Material Ginásio e infra-estrutura Ginásio e infra-estrutura Transporte e Alimentação Ginásio e infra-estrutura Ginásio e infra-estrutura - Figura 25 – Tipos de Apoio que os Clubes recebem das Prefeituras PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com 78 Percebe-se ainda que 92% dos respondentes consideram que o esporte é um atrativo e uma alternativa para abrir as portas para outras empresas se instalarem na cidade onde o clube está sediado. Apenas 8% deles responderam que não conhecem o assunto. 0% 8% 92% Sim Não Não Sabe Figura 26 – Esporte como Porta de Entrada para Empresas de Fora No que tange à importância da CBV, a Confederação Brasileira de Voleibol, observa-se que a opinião está mais dividida entre os clubes analisados, pois 33,33% dos respondentes afirmaram que a importância da CBV no cenário esportivo atual é baixa; em seguida também com 33,33% deles afirmaram que a importância é média; e 33,33% responderam que a CBV é muito importante. PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com 79 33,33% 33,33% 33,33% Baixa Média Alta Figura 27 – Importância da CBV O tempo médio de contrato é de três (3) anos, já que ocorre a renovação dos patrocinadores anualmente. O conjunto precisa amadurecer para criar confiança no esporte como produto. 4.2.3.2 Análise A partir das informações descritas, acerca do relacionamento entre as partes envolvidas, percebe-se que para 59% dos respondentes existe uma relação de médio prazo com seus investidores e 33% de curto prazo. O respondente da Unisul destaca que o seu co-patrocinador tem uma relação no curto prazo e seu patrocinador máster, o parceiro e material esportivo têm uma relação um pouco mais duradoura, de médio prazo. Já a importância da mídia não apresenta dúvida, ela é realmente essencial no cenário esportivo. Apenas 17% atribuem importância média à mídia nas competições em que o clube participa e 83% consideram de alta relevância. Almeida et al. (2000) ainda citam que a Televisão é a mola propulsora do esporte, comentando que a TV por assinatura também passou a ter um papel PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com 80 decisivo, principalmente para os esportes amadores. Essa situação não se aplica para o futebol, porque já ocupa espaços relevantes que poderiam ser divididos com outras modalidades. Mas apesar da mídia ser considerada essencial nesse relacionamento, ao contrário do futebol no Brasil ela não contribui com recursos financeiros aos clubes de voleibol. Pozzi (2004) assinala que no futebol brasileiro, por exemplo, os clubes de futebol vão receber da Rede Globo de Televisão pela TV aberta, TV paga e payper-view até 2009 a quantia de US$ 300 milhões. Fato esse não identificado pelos clubes e que pode ser comprovado na relação existente entre os clubes e a CBV. O respondente da Unisul menciona que a CBV apenas coordena os eventos, os custos e os investimentos são pagos pelos clubes. A CBV também tem exclusividade da patente Superliga e só ela pode comercializar seus espaços, não repassando nenhum valor aos clubes. É importante destacar a opinião do Clube Shopping ABC, o qual cita que esse apoio não existe no Brasil quando o esporte é o voleibol dos clubes. A Figura 27 demonstra que apenas um terço dos respondentes acreditam que a CBV é importante. Sob a ótica da organização e da credibilidade da CBV, esse fato é verdadeiro, porque o vôlei consolidou-se como o segundo esporte mais popular dos brasileiros e tornou-se um excelente produto do marketing esportivo. (MELO NETO, 2003). O que foi possível constatar nessa questão é um entendimento diferente das questões referentes às confederações. Melo Neto (2003, p. 88) cita que os “dirigentes da Liga Nacional de Futebol Americano administram o esporte com extrema competência”. Assim é possível perceber que sabem transformá-lo num excelente negócio, pelo qual todos ganham: os jogadores com altos salários e ganhos através da publicidade nos locais dos jogos, venda dos direitos de transmissão e venda de licenciamento. É possível perceber que esse estágio em que se encontra o esporte nos EUA ainda não está sendo visualizado pelo esporte no Brasil. Melo Neto (2003) confirma esse fato citando o caso futebol no Brasil na década de 90, classificando-o como o “Campeão da desorganização: um exemplo de como não se deve administrar o futebol”. Isso reforça que alguns aspectos importantes ainda precisam ser observados até que o esporte no Brasil seja classificado como bom para todos os envolvidos. PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com 81 Mas o relacionamento entre os interessados continua com a relação entre o clube e a cidade onde está sediado. A cidade, por meio da prefeitura, tem dedicado esforços para manter o esporte em alta ao apoiar os clubes com algum recurso, desde que proporcione um retorno promocional à população. Foi possível constatar que 84% dos respondentes afirmaram que têm proporcionado algum tipo de retorno à cidade onde os clubes estão sediados. A Ulbra, por exemplo, cita que em Canoas, o desenvolvimento do projeto Atividade Solidária, em parceria com a Prefeitura Municipal e Universidade Luterana do Brasil e também, em Torres, no período em que o departamento de basquete esteve sediado lá, desenvolvia a promoção de eventos esportivos em âmbito nacional. Já os representantes do Bento Vôlei e da CIMED citam que a cidade tem sido divulgada em âmbito nacional por meio de mídia espontânea. A Unisul já trabalha na criação de escolinhas envolvendo cerca de 800 crianças carentes e colocou a cidade como um dos pólos do voleibol do Brasil. A Wizard Campinas cita que a população pode assistir aos jogos gratuitamente, incentivando, assim, o esporte e parcerias que possibilitam a distribuição de prêmios e brindes à população. È possível perceber que para a cidade os benefícios são muito grandes. Um conjunto de atores é beneficiado com o esporte, que vai desde crianças carentes até a exposição da cidade na mídia impressa e televisiva. Essa relação forte entre o esporte e a cidade é citada por Melo Neto (2003), quando afirma que os clubes de futebol do Estado de São Paulo têm se beneficiado muito com essa parceria. Estádios cheios mostram que a parceria entre a prefeitura e os clubes tem movimentado a economia local e oportunizado à população outras opções de lazer. Para 75% dos respondentes o apoio com infra-estrutura, recursos financeiros, espaço dos eventos, alimentação e transporte têm sido fundamental para a manutenção dos clubes. Apenas três clubes não recebem apoio da prefeitura, o que comprova a importância da prefeitura no apoio ao esporte. Como conseqüência desse relacionamento entre o clube e a cidade, as portas podem se abrir para novas empresas se instalarem na cidade onde o clube está sediado. Essa expectativa foi citada por 92% dos clubes pesquisados e ainda é reforçada por Melo Neto (2003), ao enfatizar que investir na cidade pode ser um bom negócio para todos. PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com 82 4.2.4 Importância do planejamento estratégico 4.2.4.1 Descrição 70% dos respondentes consideraram que o planejamento estratégico é de extrema importância para o sucesso do clube, enquanto que 30% que consideraram o planejamento estratégico com uma influência não tão significativa. 0% 30% 70% Baixa Média Alta Figura 28 – Importância do Planejamento Estratégico 4.2.4.2 Análise Considerando que a maior parte dos respondentes (70%) considera alta a importância do planejamento estratégico, pode-se dizer que essa ferramenta de gestão contribui para o estabelecimento de objetivos e/ou para a implementação da gestão por objetivos. Melo Neto (2003) cita que a CBV elaborou um plano estratégico para transformar o voleibol brasileiro em um excelente produto. O trabalho desenvolvido está focado nas seleções, mas considerando os resultados obtidos com a utilização PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com 83 dessa ferramenta é possível constatar que a maioria dos respondentes também acredita na sua importância. O que foi possível identificar, pelas afirmações dos respondentes, é que os clubes que mais se destacaram na última edição da Superliga valorizam mais a ferramenta no processo de alcance de objetivos. Como exemplo pode-se citar: CIMED, Minas Telemig, Unisul e Banespa, os quatros primeiros colocados na competição. Assim, observa-se que o planejamento estratégico para a boa gestão é certamente um fator condicionando e essencial para o sucesso do clube. A partir das informações descritas constata-se que o planejamento estratégico é desenvolvido junto a Universidade do Esporte. Os patrocinadores se envolvem mais na questão dos eventos. No que se refere ao processo de alocação de recursos e nas estratégias da equipe são desenvolvidos pelo clube. Já para o respondente da Wizard o planejamento estratégico está ligado às estratégias da Wizard Idiomas, que é a proprietária do clube. No planejamento estratégico da Escola são trabalhados os objetivos do clube. Também o respondente do clube de Joinville não deixou de destacar a importância do planejamento estratégico. Mesmo o clube tendo uma estrutura muito pequena, suas ações não têm destacado novas estratégias, justamente porque a estrutura desejada por eles depende de um trabalho diferenciado daquele identificado atualmente, e que depende de outras iniciativas, e que não é percebido na sua atual realidade. 4.2.5 Fatores que fazem do esporte um bom produto 4.2.5.1 Descrição Para os respondentes dos clubes pesquisados o esporte representa um bom produto. Para onze (11) respondentes, para o esporte ser considerado um bom produto, essa questão depende de um evento e um calendário bem organizado. Também o esporte pode ser considerado um bom produto se o clube tiver uma boa gestão e uma boa equipe. PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com 84 Para nove (9) respondentes o esporte pode ser considerado como um bom produto nas situações em que o conjunto de fatores for aplicado em sua totalidade, como mostra a Figura 29. 12 11 11 10 9 8 6 4 2 0 Evento e Caléndário bem organizado Boa equipe e uma boa gestão Todas as Alternativa Figura 29 – Fatores que fazem do Esporte um Bom Produto 4.2.5.2 Análise A partir das informações descritas, constata-se que deve ocorrer uma interação entre mídia, público, investidores e esporte como produto. Para os respondentes dos clubes pesquisados, mostrar ou vender o esporte como produto é essencial para as empresas se tornarem investidoras. Para o respondente da Wizard, o esporte estimula a saúde, interage com a sociedade, pode ser considerado como lazer, tanto o esporte em si como para a população é uma possibilidade de entretenimento e cultura, além de ser um incentivo a sua prática. O respondente do clube de Joinville assinalou que o produto ainda não é visto totalmente, porque a mídia não está presente e naturalmente o patrocinador apóia o clube mais na forma institucional. Se a mídia não está presente, não existe público nos ginásios e não é possível desenvolver negócios no ambiente dos jogos. Ter o PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com 85 esporte como produto hoje nessa condição é muito difícil. É um trabalho de longo prazo e com dedicação exclusiva. Em síntese, percebe-se que a maioria dos clubes deseja um ambiente ideal para o esporte, ou seja, um evento e um calendário bem organizado e também uma equipe geradora de bons resultados por meio de uma boa gestão. Verifica-se, ainda, que os dois primeiros fatores dependem das confederações ou ligas e os dois últimos dos clubes, ou seja, organizar o evento e o calendário é de responsabilidade da CBV no caso do vôlei e gerar bons resultados dentro das quadras e ter uma boa gestão é a responsabilidade de cada clube. Naturalmente, um ambiente dessa natureza reflete o desejo dos respondentes em participar ativamente de um contexto onde todos ganham e todos participam e que não está refletido na opinião dos respondentes dos clubes quando o assunto é a CBV. Esse ponto é reforçado por Kotler (2003) quando comenta que o ambiente externo influencia muito no ambiente interno, e, no caso do esporte, a CBV organizadora do evento sobre os clubes. Os clubes ressaltam que a situação poderia ser melhor se a relação com a CBV fosse desenvolvida sob a ótica da distribuição e do pensamento de longo prazo. O receio sobre a CBV e a própria mídia em geral tem deixado os clubes em um ciclo vicioso de sobrevivência, uma vez que tanto a CBV quanto a mídia utilizam o poder para favorecer interesses que não é de todos. Melo Neto (2003) comenta que se o esporte não for visto como produto dificilmente será ampliado. Isso prova que a relação descrita é muito próxima e dependente. Essa afirmação é conjugada com a opinião dos respondentes da Unisul e da Wizard Campinas, quando comentam que o esporte é um produto como qualquer outro. Ele deve ser tratado de forma profissional, porque caso contrário a mídia, investidores e o público em geral não passam a prestigiar o esporte. Segundo o respondente do Clube de Joinville esse ponto não acontece porque o clube não possui uma estrutura adequada e naturalmente não consegue demonstrar a sua marca. Por meio dessas informações observa-se, segundo os respondentes, que os clubes já desenvolvem um trabalho ligado ao marketing esportivo. A experiência de alguns profissionais permeia dentro da estrutura do voleibol no Brasil em torno da paixão proporcionada pelo esporte. PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com 86 Pode-se constatar que o patrocínio esportivo ainda é muito forte, mas que depende da evolução no cenário esportivo (eventos, material esportivo e licenciamentos). Como conseqüência, o desenvolvimento do esporte vai passar pelo aumento de público e da oferta de produtos ligados ao voleibol. Para reforçar o que foi mencionado ressalta-se o trabalho desenvolvido no esporte nos EUA. A audiência aumenta e as pessoas interagem independentes para qual time torçam. O Superball nos EUA é um esporte que para muitos parece ser violento, mas para os americanos, além de paixão, é uma autêntica festa de confraternização, dentro do melhor estilo festivo americano. (MELO NETO, 2003). Nesse contexto o Estado tem desenvolvido o seu papel e os clubes têm considerado essencial essa contribuição porque para alguns deles e suas equipes a participação nos jogos não seria possível se não fosse a atuação da prefeitura. É importante considerar que o potencial é muito maior do que o apresentado para apenas 12 clubes dentro de um país como o Brasil. Concluindo, tanto clubes quando investidores conseguem perceber oportunidades para o voleibol e para todos os envolvidos nesse cenário, principalmente porque o voleibol hoje é visto como um excelente produto. Este trabalho pode ser verificado pela estratégia de cada clube em planejar o seu futuro baseado nas condições que o voleibol brasileiro e mundial possuem no mercado esportivo. 4.3 PROPOSTAS DE AÇÕES DO MARKETING ESPORTIVO PARA O VOLEIBOL ADULTO DE JOINVILLE A partir da descrição e da análise dos dados e das informações coletadas, foi possível constatar que a estrutura do voleibol joinvillense apesar de relativamente pequena e sem uma equipe adulta para alavancar a modalidade, já desenvolve algumas ações ligadas às formas de negócio no marketing esportivo. Tais ações não estão sendo consideradas distantes das ações dos grandes clubes pesquisados, muito pelo contrário, o que diferencia o clube de Joinville dos clubes que já estão no cenário do voleibol brasileiro é justamente o fato do clube não PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com 87 possuir uma equipe adulta, o que não viabiliza a formação de ações mais concretas visando à obtenção de retorno sobre o investimento oferecido pelo esporte. O respondente do clube de Joinville comenta que a categoria de base não possibilita retorno porque não existe público e nem espaço na mídia para essa fase da modalidade porque que as pessoas gostam de ver as equipes adultas e as fortes emoções geradas por elas. O motivo dessa equipe adulta não existir, segundo o respondente do clube de Joinville, é a incapacidade financeira do Estado de manter sozinho equipes de alto rendimento. Atualmente a cidade já está investindo em duas (2) equipes adultas em outras modalidades, o Futebol de Salão e o Basquete, o que não lhe permite sozinha aplicar mais recursos no voleibol adulto. O respondente do clube ainda ressalta que é importante um parceiro para que a equipe possa ser montada e uma estrutura possa ser iniciada. O que o Estado vem fazendo ao longo do tempo é ceder uma estrutura de treinamento, como ginásio e material de apoio, como ainda, uma equipe de apoio. Melo Neto (2003) reforça que a receita é simples: as prefeituras municipais cedem a infra-estrutura por meio de seus ginásios e campos de futebol para os treinamentos e jogos dos clubes, e esses alavancam recursos, por meio da venda de ingressos com a realização dos jogos e da venda de patrocínio para as empresas locais. Mesmo assim, considerando todas as formas de negócio utilizadas no esporte, é possível sugerir a utilização de quatro (4) ferramentas do marketing esportivo para o clube de voleibol de Joinville, conforme descrito a seguir: a) Patrocínio Ação n. 1 O que: • Buscar patrocínio para a equipe adulta masculina. Como: • Selecionando empresas que possuem marcas fortes ou potencialmente fortes e que possua em suas estratégias o investimento no esporte. • Visitando as empresas selecionadas e demonstrando os argumentos do esporte como produto. Quando: • Entre março e maio de 2007, período que antecede a primeira competição do ano, o campeonato catarinense ou até outubro de 2007, período que inicia a Superliga 2007/2008. Por que: • Montar a equipe adulta masculina e estruturar o clube para poder oferecer o voleibol PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com 88 Por que: Quanto: de Joinville como produto para as organizações de todo o Brasil. • O valor deve ser de R$ 360 mil, investimento mínimo que uma competição exige para um time que deseja estar entre as melhores equipes, conforme tabela 3: Tabela 3 – Relação investimento x possível colocação nas competições do voleibol masculino no Brasil Competição Possível Colocação Investimento Anual – Mil R$ Campeonato Catarinense Entre os quatro melhores Entre 360 e 1.440 Liga Nacional (série B) Entre os quatro melhores Entre 480 e 960 Superliga Nacional Entre os doze melhores Entre 480 e 720 Superliga Nacional Entre os oito melhores Entre 720 e 1.200 Superliga Nacional Entre os quatro melhores Entre 1.200 e 1.800 Fonte: Elaborada pelo autor. A estratégia de buscar um patrocínio para o clube de Joinville é reforçada por Ottoni (2004) quando o autor cita que o patrocínio é o meio mais conhecido e utilizado de investimento no mercado esportivo. Isso porque o Patrocínio tem como características básicas a valorização e o posicionamento da marca da patrocinadora nos mercados-alvo. Considerando a afirmação de Ottoni (2004), é possível dizer que a busca por um patrocínio para a formação da equipe adulta em Joinville é condição fundamental. Sem este não será possível utilizar o voleibol como produto na cidade de Joinville, dificultando inclusive a formação de outras ações, que por conseqüência desta influencia, apresenta dificuldades de se desenvolverem. Concluí-se que a estratégia torna-se essencial para o desenvolvimento de os outros negócios ligados ao esporte, porém o investimento e o prazo para a formação da equipe dependem da estratégia das empresas de investirem no voleibol na cidade de Joinville, que segundo Kotler (2003) constitui “o adesivo por meio do qual se constrói e fornece proposição de valor consistente e diferenciada ao mercadoalvo”. Melo Neto (2003) ainda reforça que tais estratégias são buscadas por empresas que possuem marcas fortes ou potencialmente fortes, onde estas tentam se comunicar com seus mercados alvos utilizando o esporte como mídia alternativa, tentando disseminar a sua marca e melhorar a sua imagem. Sendo assim identificar empresas com essas características torna-se essencial para a realização da ação por completo. PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com 89 b) Eventos Ação n. 2 O que: • Criar uma competição adulta amadora de nível regional. Como: • Selecionando equipes de Joinville e região que desejam competir. • Explorando comercialmente o evento por meio da venda de placas publicitárias e a participação da mídia, nesse caso uma rádio da região. Quando: • Mês de abril de 2007. Por que: • Gerar recursos para o clube. • Dispor de mais um opção de lazer para a população. • Zero. O evento deve ser desenvolvido e oferecido a patrocinadores que tenham Quanto: interesse em fortalecer a sua marca na cidade por meio do voleibol. A estratégia de investir em um evento esportivo na cidade de Joinville possui dois objetivos: o primeiro é gerar recursos para o clube e desenvolver outras ações que visem o crescimento e a disseminação do voleibol na cidade de Joinville. Esse objetivo é reforçado por Pitts, Stotlar (2002, p. 289), quando o autor cita que as organizações esportivas entram no mundo do patrocínio de eventos por uma série de motivos de marketing. Provavelmente, o que mais motiva os profissionais de marketing esportivo a patrocinar um evento esportivo é gerar fundos para realizar o próprio evento. O segundo objetivo é dispor de mais uma opção de lazer na cidade de Joinville. Tal objetivo também é apoiado por Melo Neto (1997, p. 14), quando o mesmo cita que os eventos esportivos constituem uma promessa de entretenimento, uma expectativa de sucesso. É algo que promete algo e que assim funciona no inconsciente coletivo. O evento seja ele esportivo, cultural, social ou ecológico, é um fato que deve atrair a atenção do público e da mídia. As pessoas buscam no evento uma parcela de sucesso e de realização. Aqueles que desejam dele participar esperam obter sucesso. O evento é uma sucessão de momentos agradáveis que pode gerar uma variedade de sensações no público presente – alegrias, tristezas, surpresas, encantamento, dor, paixão. Conclui-se que a estratégia de organizar um evento esportivo na cidade nesse momento de construção de uma equipe adulta, torna-se fundamental para que as pessoas compreendam o trabalho desenvolvido pelo clube. PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com 90 Ação n. 3 O que: • Criar uma campanha para venda antecipada de ingressos Como: • Selecionando empresas que desejam oferecer aos colaboradores o benefício de assistir jogos de voleibol a um custo subsidiado. • Selecionando pessoas físicas que tenham interesse em garantir os seus ingressos de forma antecipada para os jogos do clube de voleibol da cidade. Quando: • Até maio de 2007. Em junho inicia o campeonato catarinense. Por que: • Atrair o público para os jogos garantindo o seu espaço no evento. • Garantir uma receita recorrente, ou seja, uma receita que entrará para o clube todos os meses em que a competição estiver sendo realizada. Quanto: • Custo de desenvolvimento comercial de oferecer o produto às empresas. • Custo de oferecer o produto na mídia para divulgação à sociedade. A estratégia de criar uma campanha para venda antecipada de ingressos consiste na atração do público para os jogos garantindo o seu espaço no evento. Esse meio consiste basicamente na criação de um vínculo entre o público e a sociedade onde pessoas de um modo geral podem obter esse benefício. O clube para compensar essa antecipação oferece um desconto no ingresso, garantindo comodidade no acesso ao local do evento como também uma condição financeira diferenciada na hora de pagar. As pessoas jurídicas que se interessarem por esse produto pode oferecer aos seus colaboradores o acesso ao evento como forma de benefício, maximizando as chances dos mesmos ficar mais satisfeitos. c) Licenciamentos Ação n. 4 O que: • Ampliar a venda do vale combustível. Como: • Desenvolvendo convênios nas escolas e nas empresas, fixando pontos de venda do vale combustível. Quando: • A partir do momento em que a equipe adulta estiver montada. Por que: • Aumentar as receitas do clube por meio de royalties. • Diminuir a dependência do patrocínio. • Custo de desenvolvimento comercial, ou seja, uma pessoa oferecendo o produto às Por que: Quanto: empresas e escolas. • Custo de oferecer o produto na mídia para divulgação a sociedade. PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com 91 A estratégia de investir na ampliação da venda do vale combustível está apoiada por dois objetivos: o primeiro é o aumento da receita do clube que segundo Pitts, Stotlar (2002) tem gerado a instituições de ensino na Europa cerca de 1 milhão de dólares ao ano a base de 7% da receita de vendas. Essa forma de negócio potencializa as receitas do clube e as chances de permanência do mesmo no cenário esportivo, porque é uma receita que será somada as outras que o clube pode desenvolver. O segundo objetivo é diminuir a dependência do patrocínio que hoje é considerado o meio mais conhecido e utilizado de investimento no mercado esportivo, segundo Ottoni (2004). Ação n. 5 O que: • Identificar oportunidades de licenciar outros produtos. Como: • Analisando produtos que possam ser vendidos pelo próprio clube. Quando: • A partir do momento em que a equipe adulta estiver montada. Por que: • Aumentar as receitas do clube por meio de royalties. • Diminuir a dependência do patrocínio. • Custo de desenvolvimento comercial de oferecer o produto às empresas Quanto: proprietárias desses produtos. A estratégia de identificar outros produtos para licenciar complementa os objetivos adotados na estratégia número 1 do tipo de negócio licenciamentos citado anteriormente. Essa estratégia visa somente reforçar ainda mais a independência desse tipo de negócio que movimenta nos EUA por volta de 11 bilhões de dólares. (PITTS, STOTLAR, 2002). d) Material Esportivo Ação n. 6 O que: • Desenvolver uma parceria com uma empresa de material esportivo Como: • Oferecendo a marca do clube de Joinville para a empresa criar, desenvolver e comercializar material esportivo. Quando: • A partir do momento em que a equipe adulta estiver montada. Por • Reduzir custos. A empresa de material esportivo vai custear os uniformes que: PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com 92 Por que: do clube em troca dos direitos de exploração da marca. • A empresa vai levar o nome do clube para os mercados onde ele vender os produtos por ela desenvolvidos. Quanto: • Custo zero. A empresa que ganhar a opção de parceria terá que fornecer o material esportivo gratuitamente ao clube de Joinville. A estratégia de desenvolver uma parceria com uma empresa de material esportivo é fundamental nesse contexto porque essa estratégia além reduzir os custos com uniformes para o clube vai levar a marca do mesmo para os mercados onde à empresa comercializar os produtos. Melo Neto (2003) reforça que esse é um mercado bem disputado, na sua maioria por empresas de grande porte e que possuem atuação global. O autor ainda destaca que este tipo de empresa possui como essencial em seus negócios o alto investimento no desenvolvimento de produtos e no fortalecimento das suas marcas. As quatro ferramentas supracitadas podem ser complementares ou não, destacando sempre a importância do patrocínio no contexto esportivo, porém podem ser aplicadas sob a ótica do planejamento estratégico. O planejamento estratégico foi considerado pelos respondentes como uma ferramenta de alta importância para os clubes de voleibol definir onde pretendem chegar, como pretendem chegar e porque pretendem chegar. De posse das respostas a esses questionamentos os dirigentes dos clubes de voleibol têm condições para definir a missão, a visão, os valores, os objetivos, as estratégias, as equipes, os prazos, o orçamento e os indicadores de desempenho. PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com 93 5 CONCLUSÃO Por meio do conteúdo teórico que fundamenta o estudo das informações obtidas pela pesquisa aplicada aos respondentes dos clubes do voleibol brasileiro, pode-se verificar as ferramentas de marketing esportivo utilizadas pelos referidos clubes como subsídios para se estabelecer uma proposta para o clube de voleibol adulto de Joinville, Santa Catarina. Em relação aos principais benefícios proporcionados por meio da implantação das ferramentas de marketing esportivo, pode-se notar junto aos respondentes dos clubes pesquisados, que a permanência dos investidores e da mídia, formação do esporte como produto, aumento do público e fortalecimento a marca são os benefícios essenciais aos clubes pesquisados. Melo Neto (2003) reforça os resultados alcançados e que os benefícios sustentam o esporte como um todo, ou seja, sem eles não é possível concretizar o esporte em uma visão profissional e que proporcione retorno para todos os envolvidos. No que tange ao retorno que o marketing esportivo pode proporcionar ao negócio, foi possível verificar que os apoiadores têm renovado os contratos todos os anos para a maioria dos clubes, mesmo que o clube tenha um forte apoio da prefeitura da cidade. Os investidores estão satisfeitos com o retorno proporcionado pelo esporte, principalmente pelo retorno de imagem gerado por essa modalidade. No que se refere aos critérios considerados ao “Relacionar os critérios considerados pelos clubes de voleibol pesquisados na implantação dos conceitos do marketing esportivo”, pode-se concluir que os critérios considerados foram “eventos e um calendário bem organizado, equipe geradora de bons resultados e uma boa gestão do clube”. Pode-se notar que a maioria dos respondentes dos clubes deseja um ambiente mais favorável para se incentivar a competição em nível nacional. Esses fatores foram destacados pelos respondentes como sendo essenciais para a manutenção de uma prática esportiva que consiga no mínimo manter os clubes dentro das competições. PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com 94 Para a maioria dos respondentes a CBV tem uma importância expressiva, porém ressaltam que essa entidade deve direcionar mais esforços para a evolução dos clubes no Brasil. No que se refere aos elementos do marketing esportivo aplicados pelo Clube de Joinville, conclui-se que mesmo não tendo uma estrutura do tamanho dos outros clubes que já participam de competições do voleibol brasileiro e ainda estando somente com a categoria de base nessa modalidade, já desenvolve ações importantes que demonstram a utilização das ferramentas do marketing esportivo. Ao identificar que o clube recebe uma quantia de um patrocinador para manter as suas instalações e desenvolve uma parceria com uma empresa privada para geração de renda, o referido Clube além de demonstrar que está utilizando duas ferramentas do marketing esportivo, como patrocínio e licenciamentos, ainda reforçam o potencial existente quando tais ferramentas são utilizadas de forma correta. No momento em que se comparam as ferramentas do marketing esportivo com as aplicadas pelo clube de voleibol de Joinville, tanto os grandes clubes quanto o Clube de Joinville desenvolvem ações que evidenciam a utilização das ferramentas do marketing esportivo, mas não na sua totalidade. Conclui-se, ainda que a única forma de negócio presente em todos os clubes pesquisados é o marketing de patrocínio. Por meio dessas declarações foi possível constatar que a aplicação do marketing esportivo no voleibol em Joinville já vem sendo desenvolvida. As ações que o clube trabalha diariamente em sua pequena estrutura estão diretamente ligadas aos conceitos estudados nesse documento e que fundamentam o projeto como um todo. Como sugestão para estudo futuros, depreendeu-se que depois do desenvolvimento deste estudo foi possível constatar que o assunto marketing esportivo voltado para clubes de voleibol precisa ser mais explorado. Poucas organizações utilizam o esporte como veículo de comunicação e naturalmente abrese espaço para a exploração de novas oportunidades de geração de negócios. Ressalte-se a importância em explorar as ferramentas de marketing esportivo em outras modalidades esportivas, uma vez que pode ampliar os horizontes para novos negócios ligados ao esporte. O Brasil ainda concentra muitos esforços para transformar o futebol em uma grande potência econômica, mas enfrenta dificuldades PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com 95 para atingir esse objetivo. Ainda nesse contexto é possível medir também as dificuldades encontradas em outras modalidades, entendendo assim porque outros esportes e/ou outras categorias ainda são tão dependentes do Estado. Também é possível explorar o relacionamento do voleibol joinvilense contextualizando a sua história, aliados inclusive aos modelos de estrutura organizacional para o esporte, sob análises da viabilidade econômica de novos clubes, ou seja, analisar se a entrada de novos clubes é viável ou não. Nesse ponto pode ser analisado se a cultura da cidade é propensa a práticas esportivas, verificando assim a tendência ou não das organizações da cidade de investirem no esporte local. Por fim, pode ser interessante um estudo sobre profissionais que estão relacionados à área do marketing esportivo, gestão desportiva ou ainda entender o papel da educação física na visão dos negócios do esporte. Nesse aspecto é possível explorar a ligação entre a gestão desportiva e a gestão de outros tipos de organização, relacionando práticas identificadas em um determinado tipo ou segmento de negócio com as práticas aplicadas no esporte. PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com 96 6 REFERÊNCIAS ALMEIDA, Candido José Mendes; SOUSA, Madalena Mendes de Almeida; LEITÃO, Sérgio Sá. Marketing esportivo ao vivo. Rio de Janeiro: Imago, 2000. BOURG, Jean-François; GOUGUET, Jean-Jaques. Economia do esporte. Bauru, SP: Edusc, 2005. BRASIL, Banco do. A grande Sacada. Relatório Banco do Brasil. Brasília. 2006. BRASIL, CBV – Confederação Brasileira de Voleibol. Resumo exposição geral. Rio de Janeiro. 2006. CONTURSI, B.E. Marketing esportivo. 2 ed. Rio de Janeiro: Sprint, 2000. CUNDIFF, Edward Willian; STILL, Richard, R; GOVONI, A, P, Norman. Marketing básico: Fundamentos. São Paulo: Atlas. 1977. IRWIN, R.L., & STOTLAR, D.K Operational protocolo analysis of sport and collegiate licensing programs. Sport Marketing Quarterly, v.2, n. 4, p. 7-16, 1993. ITCOM. School, Business. (2003). Disponível em: http://itcom.com.br/inscrição_01.asp?id=183. Arquivo consultado em 06 de setembro de 2005 às 20 horas. 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Curso: Mestrado em Administração Instituição: UDSEC / ESAG – Escola Superior de Administração e Gerência Florianópolis, SC. Tema da Dissertação: Marketing Esportivo Objetivo do Questionário: Fase da Coleta de Dados – Pesquisa de Campo. Objetivo da Dissertação: Propor elementos necessários para utilização do marketing esportivo focalizado no vôlei em Joinville/SC. Se o clube desejar receber os resultados desse trabalho assinale sim na opção abaixo. ( ) Sim ( ) Não PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com 99 Orientação: - Para responder as questões de 7 a 10, coloque nos parênteses sua avaliação de importância, anotando de 1 a 5, sendo 1 a opção mais importante e 5 a menos importante. - No caso de algum item não fazer parte da realidade de seu clube, por gentileza deixe o parêntese em branco. Questionário de entrevista com os representantes dos clubes de voleibol Clube: ________________________________ Data: ___________________ Entrevistado: ___________________________ Função: _________________ I – Informações básicas 1. Idade: ( ( ( ( ) até 35 ) entre 35 e 45 ) entre 45 e 55 ) mais de 55 2. Sexo: ( ( ) Feminino ) Masculino 3. Como se tornou responsável por essas atividades? (Experiência profissional) ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________ 4. Tempo de ocupação na atual função: _______________________________ 5. Tempo de experiência gerencial: __________________________________ 6. Formação: ( ) Segundo Grau _______________________________________________ ( ) Nível superior – Curso _________________________________________ ( ) Pós-graduação – Especialização em ______________________________ ( ) Pós-graduação – Especialização em ______________________________ ( )Outros Cursos - _______________________________________________ _______________________________________________________________ PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com 100 - Se 2 ou mais itens são considerados de igual importância à numeração pode ser repetida. II – O clube e suas atividades 7. Das formas de negócios desenvolvidos no marketing esportivo determine o grau de importância para o clube de cada um deles de acordo com a sua estrutura? ( ( ( ( ( ) Patrocínios ) Licenciamentos ) Eventos esportivos ) Material esportivo ) Outros: _____________________________________________________ 8. Dos benefícios resultantes da implantação do marketing esportivo citados abaixo qual o grau de importância que o clube determina a cada um deles? ( ( ( ( ( ) Formação do esporte como produto ) Aumento do público que assiste o clube nas competições ) Permanência / aumento do apoio da mídia ) Permanência / aumento dos investidores ) Outros: _____________________________________________________ 9. Qual o grau de importância atribuído aos tipos de benefícios (retorno) que o clube tem proporcionado aos seus investidores? ( ( ( ( ) Retorno Publicitário ) Retorno de Imagem (fortalecimento da marca) ) Retorno sobre as vendas (aumento das vendas de produtos e serviços) ) Outros: _____________________________________________________ As perguntas 10 até 17, assinale apenas uma (1) opção. 10. O tempo médio dos contratos existentes entre o clube e seus investidores tem registrado uma relação de? ( ( ( ( ) Curto Prazo (até 1 ano) ) Médio Prazo (entre 1 e 5 anos) ) Longo Prazo (acima de 5 anos) ) Tempo Indeterminado 11. Atualmente, qual a importância da mídia nas competições que o clube participa? ( ( ( ) Baixa ) Média ) Alta PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com 101 12. A mídia tem apoiado com recursos financeiros os jogos que onde ela divulgou o seu clube? ( ( ( ) Sim ) Não ) Não pode / não sabe responder 13. O clube tem proporcionado algum tipo de retorno promocional à cidade? ( ) Sim ( ) Não ( ) Não sabe Caso positivo aponte 2 tipos de retornos: ______________________________ e ______________________________________________________________ 14. A prefeitura tem apoiado o clube com algum tipo de benefício? ( ) Sim ( ) Não Caso positivo aponte 2 tipos de benefícios: ___________________________e _______________________________________________________________ 15. Considera que o esporte é uma “porta de entrada” para empresas de outros lugares investirem na cidade onde o clube está sediado? ( ( ( ) Sim ) Não ) Não sabe 16. Qual a importância da CBV – Confederação Brasileira de Voleibol no sucesso do clube? ( ( ( ) Baixa ) Média ) Alta Se o clube aplica o planejamento estratégico na sua gestão, responda a questão a seguir, se não pule para a questão 19. 17. Qual a importância do planejamento estratégico no sucesso do clube? ( ( ( ) Baixa ) Média ) Alta PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com 102 Responda a pergunta abaixo colocando um “X” na (s) resposta (s) que mais se adequa (s) a sua realidade. Pode ser mais de uma resposta. 18. Quais dos fatores abaixo fazem do esporte um bom produto e podem atrair a mídia e os investidores para mais perto do clube? ( ( ( ( ( ( ) Evento bem organizado ) Calendário bem organizado ) Equipe geradora de bons resultados ) Boa Gestão do Clube ) Todas as alternativas acima ) Outra. Qual _________________________________________________ 19. Se desejar acrescentar mais informações utilize o espaço abaixo. ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ __________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ Dúvidas sobre o preenchimento do questionário, entrem em contato com Joffrãn G. da Silva pelos endereços citados no cadastro na primeira página. PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com 103 APÊNDICE B Apêndice B – Instrumento de pesquisa Roteiro das entrevistas em profundidade realizadas junto aos dirigentes dos 02 clubes de Santa Catarina e ao Clube Wizard Campinas a) Informações Básicas • Idade • Experiência Profissional • Sexo • Tempo de ocupação na função • Tempo de experiência gerencial • Formação b) O clube e suas atividades • Eventos; • Patrocínios; • Material esportivo (produtos); • Licenciamentos. • Benefícios que o clube obteve • Retorno que o clube obteve • Retorno aos seus investidores • Tempo de contrato com os investidores • Importância da Mídia • Recursos financeiros x Mídia x Clube • Esporte como um bom produto • Produto x Investidores • Esporte x Promoção para a Cidade • Relacionamento Clube x Confederação / Ligas • Gestão do clube / Planejamento Estratégico PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com