Esporte faz reivindicações em Dia Internacional da Mulher

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EDIÇÃO • 711
De Reais poderá ganhar
o Náutico com o
novo contrato com a
Caixa, que colocou no
acordo premiações por
desempenho esportivo.
QUINTA-FEIRA, 09 DE MARÇO DE 2017
Esporte faz reivindicações em
Dia Internacional da Mulher
POR ADALBERTO LEISTER FILHO
O empoderamento feminino chegou
ao esporte. As ações que mais chamaram a atenção pelo Dia Internacional da Mulher, comemorado na última
quarta-feira, não foram descontos, ingressos grátis ou distribuição de flores
e chocolates. As iniciativas que denunciaram as condições atuais e exaltaram
a luta por igualdade de gênero foram
as que mais repercutiram no esporte.
3,7mi
O melhor exemplo foi o Cruzeiro,
que jogou contra o Murici (AL), pela
Copa do Brasil, com mensagens sobre
a desigualdade entre os sexos. O time
usou a numeração dos jogadores para
ilustrar estatísticas relacionadas a situações difícies vividas pela mulher. “A
cada 11min, um estupro”; “A cada dez
jovens, 8 sofreram assédio”.
“Muita gente pensa que a luta pelos
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Em meio a diversas
ações para mulheres
que envolviam
as homenagens,
Cruzeiro fez uma
campanha agressiva,
com dados que
mostram a situação
da mulher no Brasil
e a campanha
“Vamos mudar esses
números”, durante
jogo da Copa do
Brasil em Alagoas.
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direitos das mulheres não faz mais sentido. Mas os dados que
os jogadores exibiram mostram o quanto essa questão segue
atual”, disse Letícia Bahia, diretora institucional da ONG Azmina,
responsável pelas estatísticas estampadas nas camisas.
NIKE LANÇA
HIJAB
No Dia Internacional da Mulher,
a Nike também aproveitou para
exibir pela primeira vez o hijab
produzido para atletas muçulmanas.
O produto demorou um ano para
ser desenvolvido e foi divulgado pela
patinadora Zahra Lari, dos Emirados
Árabes, em sua conta no Instagram.
O hijab foi fabricado com um
tecido leve e elástico, com pequenos
furos para facilitar a transpiração.
Será vendido nas cores preto e cinza.
COLÔMBIA MIRA
IGUALDADE
Outros seguiram a linha de homenagem. O Allianz Parque, estádio usado pelo Palmeiras, revelou, em suas redes sociais, que
45% do público nos jogos é formado pelo sexo feminino.
“Neste dia 8 de março, Dia Internacional da Mulher, queremos
homenagear todas as mulheres, especialmente as palestrinas,
que ostentam sua fibra em nossas arquibancadas, na luta pelo
direito de cantar e vibrar onde quiserem. Direitos iguais sempre.
Desigualdade nunca”, afirmou o perfil do estádio no Facebook.
O Flamengo, com a Adidas, lançou uma versão rosa do uniforme, com edição limitada. Também postou no Facebook a defesa
da participação feminina: “No Flamengo, a gente acredita que
pensar em igualdade feminina não é coisa pra se fazer em um
dia só. A gente precisa pensar e agir todos os dias. Por isso, o
Flamengo começa hoje uma série de ações para as mulheres estarem cada vez mais presentes na nossa torcida e nos estádios. É
o movimento #MaisMulherNoEstádio.”
O clube promete criar mais produtos e parcerias para as mulheres e melhorar os serviços a elas no programa de sócio-torcedor.
As iniciativas serão tocadas por uma equipe feminina do clube.
Já o Vôlei Nestlé lançou a websérie “No Rolê”, que traz histórias inspiradas nas jogadoras do time. Os vídeos serão veiculados nos canais digitais da marca, mostrando a trajetória de superação das atletas. Serão seis episódios durante a campanha.
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A Dimayor, entidade que gerencia
os campeonatos profissionais de
futebol da Colômbia, aproveitou
e época do Dia Internacional da
Mulher para lançar a campanha “Não
é hora de se calar”. Com o apoio de
diversas entidades, a Dimayor busca
aumentar o compromisso do futebol
local com ações contra a violência e
a discriminação contra as mulheres.
Os 36 clubes da entidade usaram
mensagens feministas nas camisas.
MINEIRÃO FICA
COM A COR LILÁS
O Mineirão foi totalmente
iluminado na cor lilás na noite do
Dia Internacional da Mulher. A
iniciativa, segundo a gestora da arena
Ludmilla Ximenes, foi para apoiar a
luta feminina pelo empoderamento
e direitos igualitários.
“A iluminação lilás é uma forma
simbólica que encontramos para
mostrar que o Mineirão acredita e
compartilha da luta de cada uma de
nós, mulheres, por equidade”.
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OPINIÃO
Cruzeiro mostra importância
de legitimidade no marketing
Em 11 anos de Máquina do Esporte, já vimos cententas de ações feitas
pelo esporte em datas comemorativas
que, quase sempre, não conseguem
sair do clichê básico dessas efemérides.
Por isso mesmo, dá para se dizer que,
ontem, o Cruzeiro fez história ao usar
o Dia da Mulher não para dar flores a
elas, colocar detalhes em rosa na camisa ou contar histórias de torcedoras.
O que o clube fez foi ser fiel à história do que é o Dia da Mulher, uma
data para celebrar a luta por igualdade
de direitos. Ao expor algumas das situações desiguais que elas ainda atra-
vessam na sociedade brasileira, o clube
foi resgatar a história e fez história.
Um dos princípios essenciais para
que haja uma boa ação de marketing
é saber contar a história. É o primeiro passo para que, assim, seja possível
contar novas boas histórias ao público.
O grande segredo para a ação do
Cruzeiro ter sido eficiente foi o fato de
o clube ter procurado uma ONG que
trabalha com o tema de desigualdade
de gêneros para legitimizar sua ação.
A partir disso, a mensagem que foi
transmitida pelo clube teve alcance
muito mais favorável do que outras.
POR ERICH BETING
diretor executivo da Máquina do Esporte
O que o Cruzeiro fez mostra a importância de fazer uma consulta a especialistas quando realizar a ação de
marketing. Ao assumir que não tinha
o conhecimento técnico para tratar de
um tema, o clube obteve mais sucesso
em sua iniciativa para o público.
Curiosamente, a solução veio não de
uma agência de marketing conceituada, mas de uma ONG que trabalha
na causa que era o tema da ação. Mais
do que a boa ideia, ser legítimo é o que
assegura uma boa ação de marketing.
Nike tenta em circuito automobilístico
de Monza maratona abaixo de 2h
POR REDAÇÃO
Dentro do projeto Breaking2, implementado pela Nike na tentativa de atingir o recorde
mundial da maratona em menos de 2 horas, a
marca de material esportivo já escolheu o local
em que tentará a marca histórica: o autódromo
de Monza, que abriga etapa da Fórmula 1.
Três atletas patrocinados pela empresa foram
escalados para tentar a proeza: o queniano
Eliud Kipchoge, o etíope Lelisa Desisa e o eritreu Zersenay Tadese.
Para a escolha do local, a Nike levou em consideração um conjunto de fatores, como altitude, temperatura e pressão do vapor. A ideia é
otimizar ao máximo as condições para os seus
atletas. Na avaliação dos técnicos da marca, o
3
autódromo de Monza, com uma pista de 2,4
km é o terreno ideal para isso.
A temperatura oscila em torno de 12 graus
Celsius e a pressão do vapor é menor do que
12mmHg. Além disso, o céu normalmente está
nublado, minimizando a carga de calor sobre
os corredores. As correntes de ar não apresentam mudanças de direção drásticas graças ao
fato de o percurso estar situado longe da costa
e em região arborizada.
Outros fatores levados em conta foram o asfalto que garante excelente consistência sobre
os pés e a ausência de grandes aclives e declives na pista. A data da tentativa não foi divulgada até o momento.
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Sem Prevent Senior, São Paulo
defende gestão de marketing
POR DUDA LOPES
O São Paulo lançou, na quartafeira, uma nota oficial para exaltar
a gestão de marketing da gestão de
Carlos Augusto de Barros e Silva.
A questão é que, em momento de
eleições para o cargo no clube, o
valor de conquista em patrocínio
foi questionada em uma reportagem do jornal “Folha de S.Paulo”.
Segundo o veículo paulista, a diretoria do São Paulo teria ignorado
o rompimento da Prevent Senior
para dizer que a atual gestão assumiu o time sem patrocinadores e
deixa a administração com ganhos
de R$ 35 milhões.
Segundo o clube, não houve maquiagem nas contas porque ela
considera os valores obtidos em
2016, quando a Prevent Senior
ainda estava presente. A companhia, que pagava R$ 16 milhões ao
ano para a equipe, se despediu na
quarta-feira (08). O São Paulo já
havia diminuído o espaço da marca no uniforme, com a entrada do
banco Intermedium no alto das
costas da camisa tricolor.
A entrada da nova marca, por
sinal, também não é considerada
na conta. O São Paulo lembrou
que, neste ano, houve a chegada
de mais três patrocinadores. Além
do Intermedium, a direção da
equipe fechou com Poty e Urbano.
A promessa é substituir a Prevent
Senior em breve, com negociações
que já estão em andamento.
Outros dois pontos foram exaltados. O primeiro foi a valorização
dos contratos de patrocínio, não
só dos que já foram fechados, mas
também nas conversas com “outros modelos de negócio”.
Além disso, foi citado que, na
atual administração, não há pagamentos de comissões contratuais por parte do São Paulo, algo
sempre deixado para a empresa
parceira. A questão foi ponto de
polêmicas na gestão anterior.
Bahia lança loja virtual com FutFanatics
O Bahia anunciou na quarta-feira (08) o lançamento da loja virtual do time, que entregará produtos licenciados do time para todo o Brasil. O gerenciamento da página será feito em parceria com
o site de varejo online FutFanatics.
Em nota, o diretor de mercado do Bahia, Jorge Avancini, justificou a escolha da parceira pela
“grande experiência no segmento, sua capacidade de cobertura e sua capilaridade de atendimento no território nacional”.
Para os sócios-torcedores, a loja oferecerá 10%
de desconto nos produtos. Para isso, basta o consumidor fazer um cadastro no site. Ele ainda receberá promoções exclusivas.
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Paixão e conhecimento destacam
profissionais no esporte
POR REDAÇÃO
Quando o Brasil foi escolhido
para receber Copa do Mundo de
2014 e Jogos Olímpicos de 2016,
o mercado de marketing esportivo
passou a se tornar centro das atenções para diversos profissionais.
Sobreviver no segmento, no entanto, não foi fácil para todos; a área
mantém peculiaridades próprias
em um mercado ainda emergente.
Há uma certa unanimidade entre
os profissionais que atuam na área:
a paixão pelo esporte é o primeiro
caminho para triunfar no mercado. “Tem que gostar muito. Estou
no mercado há 20 anos e não teve
um dia que eu me perguntei se
era isso mesmo o que eu gostaria
de fazer”, comentou Fábio Wolff,
sócio-diretor da Wolff Sports &
Marketing e um dos professores
do MBA in Sports Management
da Business School São Paulo, que
será realizado este ano na capital.
A trajetória de Wolff é um exemplo de perseverança no mercado
esportivo. Pelo gosto ao esporte,
escolheu trabalhar na área. Depois
da pós-graduação em marketing
esportivo no Brasil, Wolff foi estudar na Inglaterra. O lançamento
de sua própria agência aconteceu
apenas em 2006, quando já atuava
havia quase dez anos no mercado.
As dicas para o sucesso na área
estão, basicamente, em três pilares:
boa formação acadêmica, rede de
contatos no mercado e familiaridade com o segmento. Com uma
melhor estrutura, passa a ser mais
fácil a virada de chave, o momento
em que a paixão pelo esporte se
torna de fato escolha de profissão.
Num mercado ainda em desenvolvimento, aproveitar as chances
também é fundamental, mesmo
que elas não pareçam o ideal no
começo. “Eu comecei com algo
que não era o meu principal interesse, mas as oportunidades surgem
e têm que ser aproveitadas. Não é
só sentar e esperar”, diz Wolff.
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