Conceito sobre o corpo em movimento Aspectos relacionados aos

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Conceito sobre o corpo em movimento
Aspectos relacionados aos significados e sentidos
sócio culturais do movimento
5. Esporte e ética
Ética deriva do grego e significa em sua grafia original "costumes".
Estamos falando, portanto, do comportamento humano, vinculado a um
determinado grupo, ambiente ou cultura.
Há vários autores que consideram ética e
moral como sinônimos, conceituando ética como
a Ciência da Moral, e a moral sendo, portanto,
objeto da Ciência Ética. Isto se justifica, a partir
da origem grega de ethos e latina de mores que
aparentemente tem o mesmo significado.
A ética examina a ação e não o conhecimento. Os atos podem ser
morais ou imorais, mas o mesmo não se pode dizer do que conhecemos. A
concepção de ética significa escolhermos a construção da ética pautada no
exercício da cidadania ativa, onde temos como ator um sujeito ético ou moral
que deve atender aos seguintes pressupostos:
Ser consciente de si e dos outros, isto é ser capaz de reflexão e de
reconhecer a existência dos outros como sujeitos éticos iguais a ele;
Ser dotado de vontade, isto é, de capacidade de controlar e orientar
desejos,
impulsos,
tendências,
(para
sentimentos
que
estejam
em
conformidade
com
a
consciência)
e
de
capacidade para deliberar e
decidir
entre
alternativas possíveis;
várias
ser responsável, isto é reconhecer-se como autor da ação, avaliar os
efeitos e conseqüências dela sobre si e sobre outros, assumi-la bem
como às suas conseqüências, respondendo por elas.
Ser livre, isto é, ser capaz de oferece-se como causa interna de seus
sentimentos atitudes e ações, por não estar submetido a poderes
externos que o forcem e o constranjam a sentir, a querer e a fazer
alguma coisa.
O que esperar, então, do sujeito ético no esporte e na psicologia do
esporte na atualidade?
Não nos faltam discussões a respeito da ética no esporte, pelo menos
no mundo das torcidas e da mídia. Podemos acompanhar diariamente, nos
comentários pelas ruas ou pelos jornais, escritos, falados e televisionados
assuntos pertinentes à moral e à ética nos esportes. Poderíamos arrolar
centenas de fatos que suscitariam polêmicas discussões a respeito.
Vou lembrar algumas delas, a começar
pela Comissão Parlamentar de Inquérito do
Futebol, as supostas falcatruas da Confederação
Brasileira de Futebol, os chamados "gatos" do
esporte, que falsificam carteiras de identidade
para tirar proveito de uma idade menor, Rubinho
ter que deixar Schumacher passar à frente para somar mais pontos no Mundial
de fórmula 1 em 2003, ou ainda, a descoberta constante do uso de
anabolizantes por parte de atletas de alto nível. A mídia prega a todo instante,
chavões morais e de fair play, quando ela mesma, na prática profissional de
seus agentes, usa de meios inescrupulosos para manter seus níveis de
audiência. O canibalismo da disputa pelos direitos de transmissão do futebol,
por exemplo, não condiz com os princípios do fair play.
Estes fatos, entretanto, parecem causar cada vez menos espanto e
indignação às pessoas, inclusive a ponto de os responsáveis, ao serem
julgados, quer pela opinião pública, quer pela justiça esportiva ou comum,
serem declarados inocentes. Os atos cometidos passam, então, a ser
considerados normais e incorporados aos usos e costumes vigentes e, por
analogia, passam a ser éticos.
Texto adaptado: Ética no esporte e na psicologia do esporte: reencontrando caminhos. Faculdade
de Educação Física - UNICAMP - Pedro José Winterstein(2004).
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