RELIGIÃO E POLÍTICA NO FINAL DA REPÚBLICA ROMANA

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RELIGIÃO E POLÍTICA NO FINAL DA REPÚBLICA ROMANA:
Considerações sobre o discurso De Domo Sua de Marco Túlio Cícero
Isadora Buono de Oliveira
Universidade Estadual Paulista (UNESP) campus de Assis
Bolsista CAPES
Resumo: o discurso de De Domo Sua tem sua datação em torno do ano de 57 a.C.. Tal
escrito situa-se em um panorama resultante das ocorrências políticas oriundas das
tensões do primeiro Triunvirato. Neste discurso Cícero expressa indignação com a
destruição de sua casa no Palatino, confronta as ações de Públio Clódio Pulcro, assim
como declara seu desagrado e descontentamento com a forma com que Pulcro
manipulou a religião para fins políticos. É explícita a utilização da religião como
argumento para garantia dos interesses políticos tanto no ato de Públio Clódio de retirar
a casa de Cícero quanto de Marco Túlio Cícero para ter seu direito à restituição de sua
propriedade assegurado. Por fim, o discurso De Domo Sua evidencia uma perspectiva
de confluência entre religião e política no que concerne ao estudo da esfera pública da
Religião tradicional romana no período final da República.
Palavras- Chave: Religião e Política; Cícero; De Domo Sua.
O movimentado século I a.C. da República romana encontra-se imbuído de
uma significativa carga simbólica na História romana. Neste dado século a República
encontrou-se em dos seus momentos mais ricos, turbulentos, destrutivos e seu fim. Não
obstante, Pierre Grimal em um de seus livros nomeou o capítulo que trata sobre este
período de O Fim de um Mundo (GRIMAL, 2011).
Destaca-se então uma série de situações de natureza política que deixaram
marcas nas escalas de vida da sociedade romana. Tais eventos que vão da Guerra Social
(91-89 a.C.) entre os romanos e itálicos. Segue-se com a Guerra Civil e Sila tornando-se
Essa ordem política republicana difundiu as suas agendas que influenciaram a
existência de todos os cidadãos romanos neste período. Nesta análise, será objeto de
atenção o cidadão tradicional romano, o indivíduo que defende e se beneficia da
manutenção da tradição e atenção do mos maiorum.
Em uma Roma cada vez mais receptora de elementos estrangeiros, cada vez
mais intrincados no seu cotidiano, a defesa da tradicionalidade tornou-se sinônimo da
manutenção do poder político e social do segmento aristocrático romano. É importante a
consideração de que estes segmentos privilegiados eram heterogêneos e possuíam suas
especificidades.
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