educação alimentar e nutricional para crianças com idade pré

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EDUCAÇÃO ALIMENTAR E NUTRICIONAL PARA CRIANÇAS COM
IDADE PRÉ-ESCOLAR
Lucy Maia de Albuquerque Mariz1 - UFPB
Luiziana Magda Coelho dos Santos2 - PUC
Marcos José Andrade Lima3 - UFPB
Nadja Maria de Menezes Morais4 - Una Vida
Grupo de Trabalho - Didática: Teorias, Metodologias e Práticas
Agência Financiadora: Assembleia Legislativa da Paraíba
Resumo
O presente relato descreve a importância das atividades pedagógicas de Educação Alimentar e
Nutricional para promoção de hábitos alimentares saudáveis, vivenciadas pelas crianças da
Creche Pré-Escola Ângela Maria Meira de Carvalho e executadas pela equipe de Educação
Alimentar e Nutricional da mesma, que fica situada na cidade de João Pessoa – PB. No
processo, foram realizados procedimentos pedagógicos grupais e individualizados
combinados para atender o objetivo de cada atividade. Foi realizada avaliação do Índice de
Massa Corporal (IMC) de cada criança. As atividades em sala de aula foram realizadas
semanalmente, de forma que despertassem positivamente a curiosidade e o interesse das
crianças em conhecer novos alimentos e preparações, sempre dando ênfase a alimentação
saudável para que esta se torne um hábito no cotidiano das mesmas e não somente no
ambiente escolar. A estratégia adotada permitiu a intervenção coletiva e individualizada onde
cada criança foi estimulada com ações ativas, lúdicas e interativas, que favoreceram as
mudanças de atitudes e das práticas alimentares das mesmas resultando também no despertar
da família sobre a prática de estimulá-las com uma alimentação saudável, uma vez que elas
refletiram em casa positivamente com bons exemplos de comportamento alimentar se
tornando agentes multiplicadores e conscientizadores da importância da prática positiva desse
1
Mestre em Ciências da Nutrição pela Universidade Federal da Paraíba - UFPB, Especialista em Programa da
Saúde da Família pelo Centro de Ensino Superior e Desenvolvimento, Graduada em Ciências da Nutrição pela
Universidade Federal da Paraíba - UFPB, Nutricionista e Cordenadora de Saúde da Creche Pré-Escola Ângela
Maria Meira de Carvalho. E-mail: [email protected].
2
Mestranda em Educação: Psicologia da Educação pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo – PUC,
com formação em Psicologia – Centro Universitário de João Pessoa – UNIPE e Pedagogia – Universidade Vale
do Acarau – Una Vida, coordenadora Pedagógica da Creche Pré-Escola Ângela Maria Meira de Carvalho.
[email protected].
3
Pós Graduado em Fisiologia do Exercício – Faculdade Integrada de Patos – FIP, Graduação em Licenciatura
Plena Educação Física – Universidade Federal da Paraíba – UFPB, Graduando em Bacharelado Nutrição –
UNPB, Membro do laboratório de estudos e pesquisas em Educação Física, Esporte e Lazer da Paraíba –
LEPELPB. [email protected].
4
Pós-Graduação em Educação Infantil e Educação Global, Mestranda pela Universidade Florida Christian
University, Graduação em licenciatura plena em pedagogia – Universidade Estadual Vale do Acaraú – Una Vida.
[email protected].
ISSN 2176-1396
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comportamento para formação de bons hábitos alimentares da família como fator essencial
para o crescimento, desenvolvimento e manutenção da saúde. Diante disto, torna-se notória a
importância das atividades de Educação Alimentar e Nutricional desenvolvidas no contexto
da sala de aula extensiva a família, principalmente na educação infantil.
Palavras-chave: Educação Alimentar e Nutricional. Educação infantil. Alimentação
saudável.
Introdução
A Educação Alimentar e Nutricional visa contribuir para a formação de adultos que
desde criança conhecem a importância dos benefícios de uma alimentação saudável. A Creche
Pré-Escola propicia a aplicação da Educação Alimentar e Nutricional com o desenvolvimento
de aulas teóricas e práticas que favorecem melhoria nas atitudes e práticas alimentares.
O Programa Nacional de Alimentação Escolar – PNAE fomenta a inclusão da
Educação Alimentar e Nutricional no processo de ensino e aprendizagem, que perpassa pelo
currículo escolar, abordando o tema alimentação e nutrição e o desenvolvimento de práticas
saudáveis de vida, na perspectiva da segurança alimentar e nutricional (BRASIL, 2015).
Dentro deste contexto nas aulas de Educação Alimentar e Nutricional ministradas na Creche
Pré-Escola Ângela Maria Meira de Carvalho, estimulamos o consumo de alimentos saudáveis,
despertando nas crianças a importância de se ter bons hábitos alimentares e reforçando a
promoção a saúde.
Na Creche Pré-Escola, durante os momentos das refeições as crianças já são
orientadas a ter uma alimentação adequada e tem oportunidade de socializar com outras e com
profissionais que lhe servem e dão atenção a sua alimentação, ora elogiando-a e encorajandoa a comer, ou até mesmo chamando a atenção do seu comportamento à mesa, já que maus
hábitos alimentares estão associados a diversos prejuízos a saúde, como por exemplo a
obesidade.
Segundo Mello et al (2004, p.9):
Vários fatores influenciam o comportamento alimentar, entre eles fatores externos
(unidade familiar e suas características, atitudes de pais e amigos, valores sociais e
culturais, mídia, alimentos rápidos, conhecimentos de nutrição e manias alimentares)
e fatores internos(necessidades e características psicológicas, imagem corporal,
valores e experiências pessoais, auto-estima, preferências alimentares, saúde e
desenvolvimento psicológico).
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O consumo de alimentos saudáveis como frutas e verduras é estimulado diariamente
na creche fazendo parte do cardápio ofertado além de ser reduzida a oferta de açúcares
simples e gorduras, estimulando para que crianças tenham hábitos saudáveis ao consumir os
alimentos. Inserir novos alimentos de acordo com a faixa etária e por meio da correta inclusão
no tempo de desenvolvimento de cada criança, com estímulos e orientações adequadas
permite que a criança conheça os sabores, texturas, importância da ingestão de alimentos
saudáveis, dentre outras, pois nessa fase a criança está diversificando os sabores e com isso,
formando suas próprias preferências.
É evidente que a educação tem suas limitações, sobretudo aquelas ligadas aos aspectos
econômicos da situação nutricional. É também evidente que os desvios nutricionais, como
doenças sociais, exigem para sua solução uma estratégia multidisciplinar (MOTTA, BOOG,
1987), na Creche Pré-Escola as atividades de Educação Alimentar e Nutricional são realizadas
semanalmente.
Com as taxas de obesidade infantil aumentando, o acompanhamento do Índice de
Massa Corporal (IMC) infantil a partir de uma idade precoce ajuda na prevenção rápida, a
tempo de se fazer um impacto positivo sobre a saúde da criança já que o estado nutricional
exerce grande influencia no crescimento e desenvolvimento infantil. A condição nutricional
das crianças foi avaliada utilizando os parâmetros antropométricos peso e altura, tendo em
vista que são as medidas que melhor definem o estado nutricional de crianças,
acompanhamentos e orientações aos pais quanto a conduta correta para a promoção de uma
vida saudável, além do acompanhamento com o professor de Educação física com foco na
psicomotricidade.
A Psicomotricidade envolve toda ação realizada pelo indivíduo. É a integração entre a
mente e o movimento, buscando um desenvolvimento global, focando os aspectos afetivos,
motores e cognitivos, levando o indivíduo à tomada de consciência do seu corpo por meio da
motricidade. Portanto, passa a ser entendida como uma ciência que estuda o indivíduo em
função de seus movimentos, sua realização, seus aspectos motores, afetivos, cognitivos,
resultados da relação do sujeito com o seu meio social.
De acordo com Gonçalves (2011, p.21):
41209
A Psicomotricidade tem o objetivo de enxergar o ser humano em sua totalidade,
nunca separando o corpo (sinestésico), o sujeito (relacional) e a afetividade; sendo
assim, ela busca, por meio da ação motora, estabelecer o equilíbrio desse ser, dando
lhe possibilidades de encontar seu espaço e de se identificar com o meio do qual faz
parte.
É necessário e fundamental que os educadores e outros profissionais que atuam na
escola devem procurar especializar-se em atender a demanda que as crianças trazem para o
ambiente escolar, a fim de transformar o conceito de reeducação alimentar para o de educação
em sua definição mais ampla. A partir dessas novas contribuições a Psicomotricidade
diferencia-se de outras disciplinas, adquirindo suas próprias especificidades nas interações
interdisciplinares e transdisciplinares.
A educação alimentar e nutricional propicia a construção coletiva do conhecimento e
envolve a equipe de saúde, a escola, a criança e a família. Além disso, há a importância de
que ocorra de maneira integrada entre práticas, crenças, saberes e vivências das crianças, e
não, dissociada em práticas pedagógicas exclusivamente teóricas (BRASIL, 2012), logo, a
família tem papel super importante para que o aprendizado das crianças nas aulas de educação
alimentar e nutricional se torne um hábito, e para que esse hábito seja praticado, em algumas
atividades a chamamos para que ela se sinta importante e contribua de forma positiva para que
na prática seja executada.
Educação Alimentar e Nutricional, no contexto da realização do Direito Humano à
alimentação adequada e da garantia da Segurança Alimentar e Nutricional, é um
campo de conhecimento e de prática contínua e permanente, transdisciplinar,
autônoma e voluntária de hábitos alimentares saudáveis. A pratica da Educação
Alimentar e Nutricional (EAN) deve fazer uso de abordagens e recursos
educacionais problematizadores e ativos que favoreçam o diálogo junto a indivíduos
e grupos populacionais, considerando todas as fases do curso da vida, etapas do
sistema alimentar e as interações e significados que compõem o comportamento
alimentar (MDSCF, 2012, p.23).
O tipo de alimentos que as crianças consomem diariamente e repetidamente
caracterizam o seu hábito alimentar. A preferência alimentar da criança depende na maioria
das vezes do grupo social que ela pertence. Segundo Motta e Boog (1987), o comportamento
alimentar, normalmente, tem suas bases fixadas na infância, transmitidas pela família,
sustentadas pela tradição, crenças, valores, tabus que passa, através de gerações.
A Creche Pré-Escola, como centro de referencia em educação infantil também assume
o papel de orientar a criança quanto à importância de se ter a prática de uma boa alimentação
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para que se tenha uma boa saúde e um bom desenvolvimento cognitivo, colaborando para o
desenvolvimento de uma geração mais saudável e consciente.
A educação tradicional e a nova têm em comum a concepção da educação como
processo de desenvolvimento individual. Todavia, o traço mais original da educação
desse século é o deslocamento de enfoque do individual para o social, para o político
e para o ideológico. A pedagogia institucional é um exemplo disso. A experiência de
mais de meio século de educação nos países socialistas também o testemunha. A
educação, no século XX, tornou-se permanente social (GADOTTI, 2000, p.04).
Portanto as atividades de Educação Alimentar e Nutricional desenvolvidas na Creche
Pré-Escola, despertam grande interesse por trazerem temas do dia-a-dia, atraindo a familia
para a sensibilização de praticar uma alimentação equilibrada. Valle e Euclydes (2007, p.9)
ressaltam que “as refeições representam um importante evento nas interações alimentares. As
crianças aprendem muito cedo que os alimentos são servidos em uma ordem particular nas
refeições, como, por exemplo, a refeição e depois a sobremesa e que as ocasiões sociais
especiais, como aniversários, pedem alimentos diferenciados”.
É no período pré-escolar que o vinculo entre as crianças e os alimentos inicia-se,
sendo responsável pelo inicio dos hábitos alimentares. A formação de hábitos alimentares
saudáveis tende a continuar na vida adulta. A educação alimentar e nutricional, inserida na
vida da criança faz com que as mesmas tenham atitudes que promovam saúde. O papel da
escola na educação alimentar e nutricional infantil não exclui a responsabilidade da família no
momento de orientar e estimular uma alimentação saudável desde a infância e sim contribui
para que todos reforcem a importância da mesma para se ter uma boa saúde. Saviani (1984,
p.6) diz que: “Adquirir um habitus significa criar uma situação irreversível. Para isso, porém,
é preciso insistência e persistência; faz-se mister repetir muitas vezes determinados atos até
que eles se fixem”.
Segundo Benetti (2013), estudos indicam que pais que abordam em família o
conhecimento sobre nutrição, ou, mais especificamente, sobre o valor nutricional dos
alimentos, preparam crianças com mais criticidade no que se refere à alimentação.
Dentro deste contexto a aula de Educação Alimentar e Nutricional, tem como objetivo
promover o desenvolvimento de hábitos alimentares saudáveis em crianças, através de
atividades lúdicas sobre alimentação e nutrição envolvendo também a participação da família
para que haja um reforço neste aprendizado.
41211
Metodologia
As atividades de educação alimentar e nutricional são aplicadas a crianças da Creche
Pré-Escola Ângela Maria Meira de Carvalho, João Pessoa/PB, com idade entre 2 e 6 anos,
sendo divididos em quatro turmas de 30 (trinta) alunos cada, infantil II, infantil III, infantil IV
e infantil V, totalizando 120 crianças. O local de desenvolvimento das atividades é na maioria
das vezes no refeitório, podendo ser também na própria sala de aula ou na sala de vídeo,
valorizando a cultura, atitudes e práticas sociais que envolvem a alimentação. Exploramos a
oferta de alimentos naturais (frutas) na hora do lanche, usamos a “Pirâmide dos Alimentos”
como recurso educativo além de jogos, réplicas de alimentos, teatros de fantoches e exposição
de cartazes, apresentação e preparação de receitas, degustação de preparações feitas pelos
alunos, vídeos educativos, recordatório (diário) alimentar 24 horas respondido pelos pais, e
discutidos com as crianças.
Nosso estudo ocorreu através de uma pesquisa ação onde a participação das crianças
junto ao pesquisador contribuiu para a tomada de decisões durante o processo da pesquisa. As
crianças foram incentivadas através de brincadeiras, rodas de conversa, atividades de práticas
culinárias e suas famílias contribuíram com respostas de questionários sobre a rotina
alimentar em casa como diz Demo (1989, p.231) “[...] ainda, na intenção original da pesquisa
ação, mas a ação conscientemente política, no sentido de aliar conhecimento e mudança”.
Este tipo de pesquisa gerou um conhecimento da rotina alimentar da criança e da
possibilidade de se fazer intervenções através das trocas de saberes e com isso influenciar na
prática de uma alimentação adequada.
Atividades desenvolvidas nas aulas de Educação Alimentar e Nutricional
Atividade 1 – Elaboração de uma sopa de lumes: Foi desenvolvido, no refeitório com
as crianças do Infantil IV e Infantil V, onde foi mostrado os legumes e falado sobre a
importância de cada um, depois as crianças executaram a forma de preparar. Foi trabalhada
então, a importância de um prato saudável. Todas as crianças da Creche Pré-Escola
degustaram a sopa na hora do jantar.
Atividade 2 – Descobrindo os alimentos através dos sentidos: A aula de educação
alimentar e nutricional mostrou como despertar “os sentidos”. Para introduzir a atividade,
explicamos a importância dos cinco sentidos (visão, audição, olfato, paladar e tato) depois, foi
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vendado os olhos das crianças e exposto alimentos (frutas variadas) que estimulasse a
curiosidade e aguçasse os sentidos com brincadeiras de adivinhação. As frutas foram
previamente higienizadas, foi falado da importância da higienização das mesmas e das mãos
dos manipuladores. Todas as crianças lavaram as mãos antes da atividade.
Atividade – 3 Entramos nos contos de fadas e estimulamos o consumo da maçã,
através da estória de Branca de Neve e os Sete Anões fizemos chá de maçã e torta de maçã,
além de estimular o consumo da maçã in natura. A aula foi ministrada com um “ajudante do
dia”, que foi uma criança escolhida para ajudar a nutricionista e as outras crianças ficaram
sentadas ao redor da mesa observando e ajudando a executar a preparação. As receitas foram
enviadas na agenda das crianças para que a família também executasse em casa.
Atividade 4 – Salada de Frutas: as crianças participaram de uma aula de campo onde
as mesmas compraram as frutas e na aula de Educação Alimentar e Nutricional tiveram o
conhecimento da importância do consumo das mesmas e executaram a preparação da salada e
depois degustaram.
Atividade 5 – Falsa Fanta: usamos como ingredientes laranja, limão e cenoura, foi
mostrado cada alimento individualmente exaltando os sabores separados e o resultado final
com a mistura de todos. Foi ressaltado a importância de consumir sucos naturais para
aumentar a imunidade. A receita foi enviada para a família com observações da importância
do consumo de sucos.
Atividade 6 – Comidas Típicas - Bolo de Milho: na época do São João foi falado sobre
o consumo de comidas típicas. As crianças acompanharam como se prepara o bolo de milho e
na hora do lanche elas degustaram. A receita também foi enviada para que a família
executasse em casa.
Atividade 7 – Identificação dos sabores: doce, azedo, amargo e salgado. Foram
utilizados ingredientes dos variados sabores para que as crianças identificassem e
distinguissem o sabor doce, azedo, amargo e salgado.
Atividade 8 – Recordatório (diário) alimentar: foi enviada uma ficha para que os pais
ou responsáveis anotassem o que seu filho (a) ingeriu no dia anterior e foi feita uma conversa
com o grupo de crianças para se discutir a alimentação saudável e a não saudável e depois eles
avaliaram as refeições que fizeram em casa.
Atividade 9 – Antropometria: avaliamos o estado nutricional das crianças por meio do
Índice de Massa Corporal – IMC e verificamos as crianças que não encontravam com o peso
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adequado, conversamos individualmente com os familiares e fizemos encaminhamento para
que a criança recebesse acompanhamento direcionado nas aulas de psicomotricidade.
Atividade 10 – Nomear e identificar alimentos: verduras, legumes, frutas, cereais,
laticínios. Os aspectos explorados foram vocabulário, formas, cores, peso, texturas, sabores,
produtos derivados. Observamos que muitas crianças não conseguem distinguir uma grande
variedade de frutas e verduras.
Atividade 11 – Trazer de casa o seu alimento preferido: trabalhamos a questão
saudável e não saudável, o lado “afetivo” de quem prepara aquela comida que ele tanto gosta.
Atividade 12 – Exercitar mastigação lenta. Contar o número de vezes que se mastiga
antes de engolir os alimentos. Exercitar o prolongamento do tempo de mastigação.
Percebemos que as crianças que estão com excesso de peso e obesidade são as que se
alimentam com mais rapidez, sentindo a necessidade de repetir a refeição.
Atividade 13 – De onde vêm os alimentos? Teve como objetivo promover a reflexão
sobre o cuidado com o meio ambiente e produção de alimentos, estimulando a descoberta da
origem dos mesmos, valorizando os alimentos naturais e os hábitos regionais. Materiais
utilizados: alimentos industrializados (biscoitos, macarrão, doces), alimentos naturais (frutas,
verduras, feijão, arroz, milho). Foram feitas perguntas sobre a origem dos alimentos,
estimulando os mesmos a pensarem, discutindo se vem do campo ou se passou por algum
processo de industrialização. A atividade desenvolvida procurou estimular o consumo de
alimentos saudáveis produzidos na região que fazem parte dos hábitos alimentares da
comunidade valorizando e fortalecendo a cultura.
Atividade 14 – Recorte de revistas e colagem. Pedimos que as crianças recortassem
em casa com ajuda dos pais alimentos que eles gostam e tem hábito de comer. O foco desta
atividade foi fazer com que os pais pensem em como a publicidade de alimentos está inserida
no nosso dia-a-dia e quais as consequências disto nas práticas alimentares das crianças. Na
sala de aula elas colaram os alimentos inseridos em cada andar da Pirâmide Alimentar e
discutiram a importância de uma alimentação saudável.
Resultados
Nas aulas de Educação Alimentar e Nutricional aplicadas na Creche Pré-Escola
observamos um interesse por parte das crianças em participar das aulas, resultando em um
estímulo para a continuação das atividades onde a cada encontro se fortalece um vinculo com
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a nutrição. Foi observado um processo de mudanças nos hábitos alimentares das crianças que
se torna extensivo aos familiares, uma vez que está havendo um interesse maior por parte dos
mesmos, em ofertar uma alimentação saudável para seus filhos.
Considerações Finais
Concluiu-se que as atividades de Educação Alimentar e Nutricional desenvolvidas na
escola têm sido de fundamental importância, pois despertam o interesse das crianças em
comer alimentos saudáveis, bem como a importância da participação da família, para que as
mesmas, em casa, possam incentivar os seus filhos a terem uma alimentação saudável. O
processo de modificação de hábitos alimentares necessita de um longo período de tempo e as
crianças são a semente para que este interesse surja por parte da família.
REFERÊNCIAS
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BRASIL. Ministério da Educação. Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação.
Cartilha Nacional da Alimentação Escolar. 2. Ed. Brasília, 2015.
BRASIL. Ministério da Educação Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação.
Manual de orientação para a alimentação escolar na educação infantil, ensino
fundamental, ensino médio e na educação de jovens e adultos. 2. Ed. Brasília, 2012.
BRASIL. Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Secretaria Nacional de
Segurança Alimentar e Nutricional. Marco de referência de educação alimentar e
nutricional para as políticas públicas. Brasília, 2012
DEMO, P. Metodologia científica em ciências sociais.
GADOTTI, M. Perspectivas atuais da educação. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 2000.
GONÇALVES, F. Do andar ao escrever: um caminho psicomotor. Cajamar: Cultura, 2011.
MELLO et al. Obesidade Infantil: como podemos ser eficazes? Jornal de Pediatria, Rio de
Janeiro, v. 80, n. 3, p. 1-16, mai/jun, 2004.
MOTTA, D.G.; BOOG, M.C.F. Educação nutricional. 3. Ed. São Paulo: IBRASA, 1987.
SAVIANI, D. Sobre a natureza especificidade da educação. Em aberto, Brasília, v. 3, n. 22,
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41215
VALLE, J. M. N.; EUCLYDES, M. P. A formação dos hábitos alimentares na infância: uma
revisão de vários aspectos abordados na literatura nos últimos dez anos. Revista APS, Juíz de
Fora, v. 10, n.1, p. 56-65, jan/jun, 2007.
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