UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE – UNESC CIÊNCIAS BIOLÓGICAS – BACHARELADO DEISE BACKES EFEITOS DO ÁCIDO INDOLILACÉTICO (AIA) E CINETINA (KIN) NO ENRAIZAMENTO DE ESTACAS DE Maytenus ilicifolia Mart. ex Reiss. e Casearia sylvestris (Sw.) CRICIÚMA, NOVEMBRO DE 2010 1 DEISE BACKES EFEITOS DO ÁCIDO INDOLILACÉTICO (AIA) E CINETINA (KIN) NO ENRAIZAMENTO DE ESTACAS DE Maytenus ilicifolia Mart. ex Reiss. e Casearia sylvestris (Sw.) Trabalho de conclusão de curso, apresentado para obtenção do grau de Biólogo Bacharel no curso de Ciências Biológicas da Universidade do Extremo Sul Catarinense, UNESC. Orientador: Prof. MSc. Roberto Recart dos Santos. CRICIÚMA, NOVEMBRO DE 2010 2 DEISE BACKES EFEITOS DO ÁCIDO INDOLILACÉTICO (AIA) E CINETINA (KIN) NO ENRAIZAMENTO DE ESTACAS DE Maytenus ilicifolia Mart. ex Reiss. e Casearia sylvestris (Sw.) Trabalho de Conclusão de Curso aprovado pela Banca Examinadora para obtenção do Grau de Biólogo Bacharel no Curso de Ciências Biológicas da Universidade do Extremo Sul Catarinense, UNESC, com Linha de Pesquisa em Manejo de Recursos Naturais. Criciúma, 26 de novembro de 2010. BANCA EXAMINADORA ____________________________________________________ Prof. MSc. Roberto Recart dos Santos – Eng. Agrônomo - Orientador - (UNESC) __________________________________ Prof. MSc. Marcos Back – Eng. Agrônomo - (UNESC) ___________________________________ Prof. Dr. Jairo José Zocche - Biólogo - (UNESC) 3 AGRADECIMENTOS Em primeiro lugar agradeço aos meus pais, Günter Backes e Clara de Godoi Backes por sempre acreditaram em mim e me forneceram suporte e conforto ao longo dessa minha caminhada. Agradeço também aos meus colegas e amigos, que se fizeram sempre presentes, assim como de modo geral aos meus professores. Agradeço ao meu orientador Prof. Msc. Roberto Recart dos Santos, pela sua disponibilidade e auxílio, bem como a equipe do Horto Florestal – UNESC em especial Alencar Semler. Agradeço também a Marcos Back e Jairo Zocche que aceitaram fazer parte da banca examinadora. E por último, mas não menos importante, agradeço a Deus, que sempre esteve presente fornecendo-me paciência, força e compreensão nos momentos mais difíceis desta minha jornada de 4 anos como estudante de Ciências Biológicas – Bacharelado, UNESC. 4 “O que ocorre com a terra recairá sobre os filhos da terra. O homem não teceu o tecido da vida: ele é simplesmente um de seus fios. Tudo o que fizer ao tecido, fará a si mesmo”. Carta do Chefe indígena Seatle ao Presidente dos Estados Unidos da América (1854). 5 RESUMO Maytenus ilicifolia Mart. ex Reiss. e Casearia sylvestris (Sw.) são espécies medicinais com ampla utilização no mercado de fitoterápicos e uso popular, porém o extrativismo tem comprometido o estoque natural das espécies assim como a baixa taxa de germinação têm prejudicado a regeneração das mesmas. A utilização de técnicas de propagação vegetativa, como a estaquia, possibilita a produção de um maior número de mudas em um curto período de tempo. O objetivo deste estudo foi avaliar a eficiência dos hormônios vegetais Ácido indolilacético (AIA) e Cinetina (KIN), no enraizamento de estacas de Maytenus ilicifolia Mart. ex Reiss. e Casearia sylvestris (Sw.). Foram confeccionadas estacas herbáceas e lenhosas, com 8,0 cm de comprimento, com base cortada em bisel e com lesões longitudinais na base, com imersão de 15 segundos nos tratamentos correspondentes: AIA (0; 125; 250; 500; 1.000; 2.000 ppm). Na sequência, um segundo grupo de estacas foi submetido às mesmas concentrações de AIA mais 25 ppm de KIN. Após a aplicação foram colocadas para enraizar em meio contendo cinza de casca de arroz e substrato comercial, ambos autoclavados. O delineamento foi totalmente casualizado com seis tratamentos distintos, para cada 12 estacas. Foram avaliadas estacas vivas, com calos e com brotação após 90 dias de tratamento. Os resultados foram submetidos à análise pelo programa estatístico Qui-Quadrado, para comparar se houve diferença significativa entre as diferentes variáveis. Verificou-se que a aplicação de KIN pode favorecer o enraizamento das estacas assim como menores concentrações de AIA mostram-se mais eficientes do que maiores dosagens, mesmo não sendo estatisticamente significativos. Outros estudos devem ser conduzidos com estacas herbáceas e lenhosas de ambas espécies com tempo maior de acondicionamento no substrato. Palavras-chave: Propagação vegetativa. Hormônios vegetais. Maytenus ilicifolia Mart. ex Reiss.. Casearia sylvestris (Sw.). 6 LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 1: Estrutura química do AIA. Figura 2: Estrutura química do KIN. Figura 3: Imagem satélite do Fragmento de floresta Mata Atlântica, Horto – UNESC. Figura 4: Fragmento de Floresta Ombrófila Mista Montana, São Joaquim – Serra Catarinense, 2010. Figura 5: Fragmento de Mata Ciliar, Bom Jardim - Serra Catarinense, 2010. Figura 6: Maytenus ilicifolia Mart. ex Reiss., aspecto geral da planta em São Joaquim – Serra Catarinense, 2010. Figura 7: Detalhe do ramo, folhas e frutos do tipo cápsula de Maytenus ilicifolia Mart. ex Reiss.. Figura 8: Aspecto geral de Casearia sylvestris (Sw.). Figura 9: Ramos de C. sylvestris (Sw.) em florescimento. Figura 10: Estaca herbácea de Maytenus ilicifolia Mart. ex Reiss. Figura 11: Estacas emersas em água destilada. Figura 12: Imagem satélite EPAGRI, Urussanga –SC. Figura 13: Acondicionamento em tubetes de Maytenus ilicifolia Mart. ex Reiss.. Figura 14: Estacas de M. ilicifolia Mart ex Reiss. A) Estaca enraizada do primeiro experimento (AIA) na concentração de 250 ppm. B) Estaca com formação de calos na concentração de 25 – 1000 ppm. Figura 15: Estacas de M. ilicifolia Mart ex Reiss. A) Estaca morta do primeiro experimento (AIA) na concentração de 2.000 pmm. B) Estaca enraizada na concentração de 25 – 250 ppm. Figura 16: Estacas de Casearia sylvestris (Sw.) enraizadas nas concentrações 125 (AIA) e 25 – 0 (KIN/AIA) respectivamente. 7 LISTA DE TABELAS Tabela 1 - Classificação Taxonômica Segundo Engler e Cronquist. Tabela 2: Comparação estatística entre as variáveis usando Qui-Quadrado, do primeiro experimento (AIA) com estacas herbáceas de inverno de Maytenus ilicifolia Mart. ex Reiss.. Tabela 3: Comparação estatística entre as variáveis usando Qui-Quadrado, do segundo experimento (KIN/AIA) com estacas herbáceas de inverno de Maytenus ilicifolia Mart. ex Reiss.. Tabela 4: Comparação estatística entre as variáveis usando Qui-Quadrado, do primeiro experimento (AIA) de Maytenus ilicifolia Mart. ex Reiss.. Tabela 5: Comparação estatística entre as variáveis usando Qui-Quadrado, do segundo experimento (KIN/AIA) de Maytenus ilicifolia Mart. ex Reiss.. Tabela 6: Comparação estatística entre as variáveis usando Qui-Quadrado, do primeiro experimento (AIA) de Casearia sylvestris (Sw.). Tabela 7: Comparação estatística entre as variáveis usando Qui-Quadrado, do segundo experimento (KIN/AIA) de Casearia sylvestris (Sw.). Tabela 8: Comparação estatística entre as variáveis usando Qui-Quadrado, do primeiro experimento (AIA) de Maytenus ilicifolia Mart. ex Reiss.. Tabela 9: Comparação estatística entre as variáveis usando Qui-Quadrado, do segundo experimento (KIN/AIA) de Maytenus ilicifolia Mart. ex Reiss.. Tabela 10: Comparação estatística entre as variáveis usando Qui-Quadrado, do primeiro experimento (AIA) de Casearia sylvestris (Sw.). Tabela 11: Comparação estatística entre as variáveis usando Qui-Quadrado, do segundo experimento (KIN/AIA) de Casearia sylvestris (Sw.). 8 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................09 2 OBJETIVOS ..........................................................................................................12 2.1 Objetivo geral ...................................................................................................12 2.2 Objetivos específicos .......................................................................................12 3 REFERENCIAL TEÓRICO ....................................................................................12 3.1 Plantas medicinais ...........................................................................................12 3.2 Propagação vegetativa ....................................................................................14 3.3 Fatores que afetam o enraizamento na estaquia ...........................................15 3.4 Hormônios vegetais e suas aplicabilidades ..................................................16 3.4.1 Ácido indolilacético (AIA) .............................................................................18 3.4.2 Cinetina (KIN) .................................................................................................19 4 MATERIAIS E MÉTODOS ....................................................................................20 4.1 Descrição da área de estudo ...........................................................................20 4.2 Maytenus ilicifolia Mart. Ex Reiss. ..................................................................23 4.3 Casearia sylvestris (Sw.) ..................................................................................27 4.4 Metodologia ......................................................................................................30 4.4.1 Coleta das estacas ........................................................................................30 4.4.2 Preparação das estacas em laboratório ......................................................30 4.4.3 Acondicionamento das estacas do primeiro experimento - EPAGRI ........32 4.4.4 Acondicionamento das estacas do segundo experimento – Horto Florestal - UNESC .............................................................................................................34 4.4.5 Variáveis analisadas .....................................................................................34 4.3.6 Análise estatística .........................................................................................34 5 RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................35 5.1 Estacas herbáceas de verão ...........................................................................35 5.1.1 Estacas herbáceas de inverno .....................................................................37 5.2 Estacas lenhosas .............................................................................................41 6 CONCLUSÃO .......................................................................................................46 REFERÊNCIAS.........................................................................................................47 9 1 INTRODUÇÃO O uso de plantas medicinais pela população mundial tem sido muito significativo nos últimos tempos. Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) mostram que cerca de 80% da população mundial fez uso de algum tipo de erva na busca de alívio de alguma sintomatologia dolorosa ou desagradável. Desse total, pelo menos 30% deu-se por indicação médica. São muitos os fatores que vêm colaborando no desenvolvimento de práticas de saúde que incluam plantas medicinais, principalmente econômicos e sociais (MARTINS, 2000), proporcionando atualmente ao mercado mundial de fitoterápicos um montante de 20 a 40 milhões de dólares por ano (MARTINS et al., 1995). Segundo a ONU/OMS, existem cerca de 30% de preparações farmacêuticas que são obtidas direta ou indiretamente de plantas, sendo que no Brasil passa a ser 40% de medicamentos farmacêuticos que têm princípios ativos retirados desses vegetais (FRANCO, 2001). A utilização das plantas medicinais pelo povo faz parte da cultura, como resultado das experiências de gerações passadas, que foram transmitidas por meio de aprendizagens. “O resultado empírico das virtudes curativas dos vegetais remonta a épocas antigas, quando o homem primitivo escolhia nos prados e selvas, guiado pelo instinto, a erva para acalmar a dor e curar o próprio mal” (PANIZZA, 1997). O Brasil, apesar de não possuir uma medicina tradicional propriamente dita, isto é, caracterizada pela transmissão escrita dos conhecimentos, desenvolveu uma Medicina Popular, calcada nas informações dos índios, europeus e negros, principais formadores da etnia brasileira, e na influência de outras populações imigrantes. Tal conhecimento vem sendo perdido ao longo do tempo, após o grande desenvolvimento da indústria farmacêutica que, em contrapartida, demanda pesquisas e tecnologia avançada, de alto custo, tornando seus produtos, os quimioterápicos, muito caros, inacessíveis às populações de baixa renda, além de proporcionarem a ocorrência de doenças causadas por efeitos colaterais e pelo seu uso excessivo ou inadequado. A recente expansão do mercado de plantas medicinais, baseado quase que exclusivamente no extrativismo, vem contribuindo para a erosão das espécies. 10 O extrativismo de plantas medicinais tem sido feito ao longo do tempo, sem nenhuma orientação a respeito do manejo e dos limites de coleta. Com o aumento na demanda, têm crescido a pressão sobre determinadas espécies, o que pode levar à eliminação de indivíduos e populações. Cascas, sementes e raízes têm sido extraídas, muitas vezes sem a preocupação com a manutenção ou reposição dos estoques naturais (MING et al., 1996). Sendo a procura por plantas medicinal bastante crescente, existe a necessidade de maiores estudos sobre processos de propagação que possam garantir a produção de mudas em quantidade e qualidade necessárias para suprir este mercado crescente. A propagação vegetativa ou assexuada pode ser considerada como um método economicamente viável de baixo custo na estratégia de preservação de espécies nativas ameaçadas de extinção, além de contribuir para a formação de bancos de germoplasma (PAIVA, 1993; SANTOS, 1994). Segundo Rodrigues (1990), a falta de técnica na produção de mudas para espécies nativas, e em alguns casos, a falta de viabilidade de sementes, indica a propagação assexuada como alternativa à multiplicação, possibilitando a manutenção de boas características das plantas matrizes e a redução do período juvenil, o que leva à antecipação do mecanismo reprodutivo. Entre as técnicas de propagação vegetativa existente, a estaquia se destaca por ser um método com resultados em um curto período de tempo e sendo economicamente viável. A propagação vegetativa pode ser considerada como a produção de plantas utilizando caules, raízes, folhas ou outros órgãos no lugar das sementes. Esse processo só é possível devido à capacidade que certos órgãos vegetais possuem de se recomporem. Na verdade, algumas células desses órgãos contêm informações genéticas necessárias para produzir uma planta toda quando em condições favoráveis, propriedade essa chamada de totipotência (ONO; RODRIGUES, 1996). Um dos fitorreguladores que apresentam maior efeito na formação de raízes em estacas são as auxinas (FACHINELLO et al., 1995). As auxinas são os reguladores vegetais com maior efetividade na promoção do enraizamento, cujo principal efeito está ligado à sua ação sobre a iniciação dos primórdios radiciais (HARTMANN et al., 1997). 11 Outro elemento promotor de crescimento é a cinetina, uma substância sintética. Quando aplicada em certas células vegetais, como as de determinados calos ou raízes crescidos em cultura de tecidos, essa substância atua junto com a auxina e produz um enorme aumento das divisões celulares. A auxina sozinha produz unicamente tumefação e aumento das células existentes, enquanto que a cinetina estimula a divisão celular (mitose) e a formação de gema (LORENZI, 1998). Maytenus ilicifolia Mart. ex Reiss., pertencente à família Celastraceae, nativa do Brasil, secundária tardia, recebeu o nome popular de Espinheira - Santa devido às folhas possuírem bordas com espinhos e propriedades medicinais (MAGALHÃES, 2002). Um sub-arbusto ou árvore. Esta espécie tem sido intensamente explorada nas populações naturais (CARLINE, 1988). A crescente demanda tem levado a um extrativismo predatório, acarretando em erosão genética. Casearia Sylvestris (Sw.), conhecida popularmente por guaçatonga, pertencente à família Flacourtiaceae, pioneira é bastante promissora como opção agrícola (MONTANARI JÚNIOR, 2002) e foi listada como uma das espécies arbóreas prioritárias para conservação e manejo sustentável durante a primeira Reunião Técnica sobre Recursos Genéticos de Plantas Medicinais e Aromáticas (VIEIRA et al. 2002). Além do uso farmacológico, esta espécie apresenta grande importância para o repovoamento de áreas degradas (LORENZI, 2002). Como a maioria das espécies nativas com propriedades fitoterápicas, a C. sylvestris não é cultivada, havendo extrativismo em áreas naturais o que promove a degradação da flora nativa e distúrbios em ecossistemas (SILVA JUNIOR, 2005). Trabalhos de domesticação de plantas medicinais são escassos ou inexistentes para a maioria das espécies, sendo necessário o desenvolvimento de estudos relacionados à adaptação destas plantas às condições de cultivo, principalmente em virtude do aumento da demanda por parte das indústrias farmacêutica e cosmética. Partindo deste pressuposto, há a necessidade de maiores informações a respeito do enraizamento de tais estacas para suprir a demanda do crescente mercado de uso de plantas medicinais bem como, a conservação de ambas as espécies. 12 2 OBJETIVOS 2.1 Objetivo geral Avaliar a eficiência dos hormônios vegetais: ácido 3 indolilacético (AIA) e cinetina (KIN), no enraizamento de estacas de Maytenus ilicifolia Mart. ex Reiss. e Casearia sylvestris (Sw.). 2.2 Objetivos específicos Testar diferentes concentrações de ácido indolilacético (AIA) e cinetina (KIN) como indutores de formação de raízes em estacas lenhosas e herbáceas de Maytenus ilicifolia Mart ex Reiss. e Casearia sylvestris (Sw.). Analisar as respostas das espécies em relação as diferentes concentrações de AIA e KIN aplicados. Verificar a influência da consistência das estacas em relação aos tratamentos de AIA e KIN. 3 REFERENCIAL TEÓRICO 3.1 Plantas medicinais No Brasil, o conhecimento acerca das plantas medicinais, é uma rica mistura de conhecimento dos indígenas, europeus e africanos, baseados em espécies tropicais desde a colonização. A inter-relação do homem com as plantas e 13 seu ambiente é de grande utilidade para a medicina moderna ocidental (MING, 2003). Atualmente, o comércio de fitoterápicos cresce 17% ao ano, enquanto que o de medicamentos alopáticos cresce 10% (SIMÕES et al., 2003). O grande desafio do último século tem sido desvendar e validar cientificamente espécies vegetais com potencial terapêutico (BUTLER, 2005). Segundo Ferreira (1998), em seu projeto de pesquisa sobre “Medicamentos a partir de plantas medicinais do Brasil” ele enfatiza que dos medicamentos vendidos em farmácias de todo o Brasil, 5,5% das vendas eram de produtos contendo exclusivamente princípio ativo de origem vegetal. A exploração de recursos genéticos de plantas medicinais no Brasil está relacionada, em grande parte, à coleta extensiva e extrativa do material silvestre. Apesar do volume considerável da exportação de várias espécies medicinais na forma bruta ou de seus subprodutos, pouquíssimas espécies chegaram ao nível de ser cultivadas, mesmo em pequena escala. O fato torna-se mais marcante quando consideramos as espécies nativas, cujas pesquisas básicas ainda são incipientes (VIEIRA, 1994). As plantas medicinais representam a principal matéria médica utilizada pelas chamadas medicinas tradicionais, ou não ocidentais, em suas práticas terapêuticas, sendo a medicina popular a que utiliza o maior número de espécies diferentes (HAMILTON, 2003). As plantas são utilizadas por muitas pessoas na forma in natura como produtos saudáveis ou isentos de contra-indicação. A maioria considera medicamento natural com ausência de compostos secundários maléficos. O conhecimento tradicional é rico em informações benéficas, porém, a falta de conhecimento tóxico-farmacológico, deixa as pessoas mal informadas acerca das plantas como as principais fornecedoras dos grandes venenos da história da humanidade. As plantas não são uma fábrica de remédios prontos para doenças específicas. Elas são um complexo de inúmeras substâncias, em sua maioria desconhecidas, muitas delas capazes de exercer ação tóxica sobre o organismo (RITTER et al., 2002). Vários fatores poderão alterar a quantidade e a qualidade do princípio ativo produzido pelas plantas como metabólitos secundários. Esses fatores podem ser de ordem genética, técnica e fitotécnicas como: a forma de plantio, adubação, 14 tratos culturais e época de colheita. Os fatores fitossanitários e as condições ambientais também influenciam na qualidade da planta como: o fotoperíodo, umidade do solo, temperatura, disponibilidade de nutrientes, época do ano, vento e poluição atmosférica, latitude e altitude também são fundamentais para um bom cultivo com obtenção de substâncias químicas de qualidade (STEFANINI et al., 2002; ROSAL, 2008). O valor comercial de plantas medicinais e aromáticas tem refletido qualitativa e quantitativamente na produção destas espécies. O uso de reguladores de crescimento vegetal está sendo muito usado na agricultura devido a suas influências positivas na quantidade e na qualidade de produção. Porém, pouco se conhece sobre os efeitos destas substâncias em plantas medicinais e aromáticas. Alguns estudos têm mostrado que essas substâncias têm sido muito utilizadas em plantas medicinais visando à promoção do crescimento e ao aumento na produtividade (SHUKLA FAROOQI, 1990). Assim o estudo em relação à propagação vegetativa e a aplicabilidade de hormônios vegetais de espécies utilizadas na medicina popular têm sido intensificado nos últimos anos, devido ao crescente investimento em pesquisas para a descoberta de novos fármacos e da utilização da fitoterapia como um meio alternativo. 3.2 Propagação vegetativa A propagação vegetativa é uma importante ferramenta no melhoramento de espécies lenhosas e herbáceas e vem sendo amplamente utilizada, visando a melhorar e manter variedades de importância econômica e medicinal (EHLERT et al., 2004). É o método de propagação mais utilizado na produção comercial de diversas culturas ornamentais e frutíferas tendo como vantagens a reprodução de todas as características da planta matriz, uniformidade nas populações e produção de produtos padronizados de alta qualidade (HARTMANN et al., 2002). A propagação vegetativa pode ser também uma boa alternativa para a reprodução de plantas que produzem poucas sementes e/ou para aquelas cujas sementes germinam com dificuldade, assim como para a perpetuação de clones 15 onde as árvores são altamente heterozigotas e perdem suas características desejáveis com a propagação sexuada (LORENZI, 1998). As estacas podem ser produzidas a partir de porções vegetativas de caules, rizomas, tubérculos e bulbos, folhas e raízes (BORTOLINI, 2006). Na reprodução por estaquia há quatro fases que se pode distinguir, iniciando-se com a produção de brotos, seguida da preparação da estaca e do meio de crescimento, o enraizamento e por fim a aclimatação das mudas. As fases mais importantes são o enraizamento e a produção de brotos, porque limitam a possibilidade ou não e a quantidade de mudas a produzir (FLORIANO, 2004). A estaca caulinar, objeto deste trabalho é constituída por segmento de ramo com gemas apicais ou laterais, podendo ser lenhosa ou herbácea. As estacas coletadas em um período de crescimento vegetativo intenso, primavera e verão, apresentam-se com poucas reservas de carboidratos e com consistência mais herbácea. Já estacas coletadas no inverno possuem um maior grau de lignificação e teores mais elevados de carboidratos (FACHINELLO et al., 1994). A propagação in vitro de plantas medicinais tem sido realizada por vários autores (PINTO et al., 1994; LAMEIRA, 1994) e incrementada nos últimos anos devido a vários fatores, entre eles, dificuldades na reprodução, baixa taxa de germinação ou exploração irracional, resultando na quase extinção de algumas espécies e modificação do meio ambiente, dificultando a coleta de plantas saudáveis (KAJIKI, 1996). 3.3 Fatores que afetam o enraizamento na estaquia A capacidade da estaca emitir raízes é uma função da interação de fatores endógenos e das condições ambientais proporcionadas ao enraizamento. Tem sido observado que a formação de raízes adventícias deve-se à interação de fatores existentes nos tecidos e da translocação de substâncias sintetizadas nas folhas e gemas em desenvolvimento. Entre estes fatores, os níveis de carboidratos, água, fitohormônios e nutrientes minerais são de fundamental importância (WANG e ANDERSEN, 1989; SMALLEY et al., 1991; MAYNARD e BASSUK, 1992; HENRY et al., 1992; RIEGER, 1992; FACHINELLO et al.,1994). 16 Muitos fatores afetam o enraizamento de estacas. Práticas baseadas nestes fatores têm sido desenvolvidas para promover o enraizamento em espécies com dificuldade para o enraizamento. Estes fatores podem ser divididos em: a) fatores químicos (endógeno ou exógeno) que promovam o enraizamento; b) fatores da planta que afetam o enraizamento: a juvenilidade dos brotos, a posição do broto do qual as estacas são retiradas, diâmetro das estacas, a presença de gemas e/ou folhas, efeito do período de coleta das estacas, influência das espécies, efeito do período de dormência e, influência do estado nutricional; c) efeitos ambientais no enraizamento: controle da umidade; luminosidade; aquecimento do substrato; fotoperíodo e; tratamento e/ou acondicionamento dos brotos e estacas antes da estaquia; d) outros fatores que afetam a resposta ao enraizamento: composição química e física do substrato, alguns estresses ambientais e efeito do ferimento (COUVILLON, 1988). Para cada espécie, diversos fatores estão relacionados com a época ideal de colheita, tais como o grau de lenhificação, o estado fenológico, o balanço hormonal e o estado nutricional das plantas-mãe (TOFANELLI et al., 2001). Considerando que o objetivo principal na produção de plantas medicinais é a obtenção de matéria-prima em quantidade e qualidade desejadas, deve-se tentar diminuir a interferência dos fatores ambientais, técnicos e da variabilidade química natural das espécies (MARTINS et al., 1995). 3.4 Hormônios vegetais e suas aplicabilidades: As auxinas podem ser utilizadas combinadas ou isoladas, com a concentração variando de acordo com a espécie e o genótipo (SOUZA & PEREIRA, 2007). Compõem o grupo de fitorreguladores de crescimento que apresenta o maior efeito na formação de raízes em estacas, pois possuem ação na formação de raízes adventícias, na ativação de células do câmbio e na promoção do crescimento das plantas. Além de influenciarem a inibição das gemas laterais e a abscisão de folhas e frutos (FACHINELLO et al., 1995). 17 A concentração adequada dos indutores de enraizamento, entretanto, é um dos quesitos a ser considerado uma vez que pode fazer com que atuem de forma sincrônica promovendo o enraizamento, ou inibindo-o (BATISH et al., 2008). O controle do desenvolvimento de raízes adventícias é influenciado por substâncias reguladoras de crescimento. As auxinas são os únicos reguladores de crescimento que aumentam a formação de primórdios radiculares (TAIZ & ZEIGER, 1991). A ação positiva das auxinas sobre o enraizamento das estacas, deve estar relacionada com a divisão das células que darão origem à raízes (HAISSIG, 1972). Além disso, estes hormônios levam ainda à síntese de RNA, o qual intervém na iniciação do primórdio radicular (HESS, 1969), favorecendo a atividade metabólica, necessária para o desenvolvimento de novos tecidos de raiz, estimulando seu crescimento (BREEN & MURAOKA, 1973). Sampaio (1998) relata que o transporte das auxinas é polar. Uma toxidez de auxina durante o enraizamento pode manifestar-se apenas na fase de alongamento das raízes. Por esta razão é, às vezes, recomendada a utilização de dois meios de cultura para a rizogênese. Primeiramente, as partes aéreas permanecem em meio com auxina, favorecendo a indução e posteriormente passaria para meio sem auxina, estimulando assim a rizogênese e o crescimento das raízes (FETT NETO et al., 1992). Já as citocininas, que foram descobertas em cultivos de callus, provocam divisão celular nas plantas e são reguladoras do crescimento, atuando desta forma na morfogênese. As citocininas estimulam o crescimento pela expansão mais do que pelo alongamento. São sintetizados nos meristemas da raiz e em frutos em desenvolvimento; ocorrem como parte do RNAt solúvel (GEORGE, 1996; SAMPAIO, 1998). O transporte de citocininas, sob a forma de ribosídeo da zeatina, ocorre principalmente pelo xilema, mas se dá também pelo floema. O tipo e a concentração de citocinina influenciam o processo de multiplicação in vitro, (JORDAN & ITURRIAGA, 1980). Para o sucesso do cultivo in vitro é necessária a utilização de reguladores de crescimento em associação, como auxinas e citocininas, que, segundo Murashige e Skoog (1962), influenciam na forma e textura do calo, extensão da formação do órgão, tamanho e número de órgãos formados, vigor e longevidade das culturas. Para Noggle e Fritz (1976), estas substâncias iniciam as reações químicas, mudam a composição química dentro da planta e quando associadas aos fatores 18 ambientais como luz, temperatura etc, interagem com os processos bioquímicos durante os processos de crescimento e diferenciação. Meredith et al. (1970), em trabalho com ácido indolacético (AIA) e cinetina (KIN), constataram que o AIA pode melhorar o enraizamento de estacas, por estimulação, alongamento e desenvolvimento de raízes iniciais pré-formadas; e a cinetina pode ter estimulado a formação de raízes. Além de estimular a divisão celular, variações nas proporções de auxinas e cinetina colocadas em uma cultura de tecidos podem influenciar fortemente o tipo de diferenciação celular. Quando a proporção do AIA é superior à de cinetina, certas regiões dos tecidos em cultura formam raízes. Proporções maiores de cinetina resultam no desenvolvimento de caules. Estes fatos demonstram que a divisão e a diferenciação celular exigem a ação conjunta e harmônica de dois reguladores vegetais: auxinas e cinetina (NOGGLE & FRITZ 1976). 3.4.1 Ácido indolilacético (AIA) Os estudos sobre metabolismo das auxinas têm-se concentrado quase que exclusivamente no AIA, devido as provas convincentes de que é a principal auxina nas plantas, sendo ativa em concentrações extremamente baixas. O AIA não é apenas sintetizado pelas plantas, mas também inativado durante os processos de crescimento e diferenciação. A oxidação do AIA pode ocorrer por um processo de foto-oxidação e através de reações de oxidação catalisadas por enzimas (AIAoxidase). Além dos processos de oxidação, o AIA pode ligar-se a outras moléculas na planta, produzindo conjugados que podem reter ou perder a atividade auxínica (SALISBURY, 1991). O AIA é sintetizado a partir do aminoácido triptofano em rotas trp dependentes (rota do ácido indol-pirúvico, rota do indol-3-acetaldeído e rota da triptamina). As plantas podem obter AIA também pela β oxidação do ácido 3indolbutírico (AIB) ou por hidrólise de conjugados nos quais o AIA pode eventualmente estar ligado como aminoácidos, açúcares ou peptídeos (WOODWARD & BARTEL, 2005). De um modo geral, a auxina natural mais abundante é o AIA, entretanto, dependendo da espécie, da idade da planta e das 19 condições sob as quais a planta se desenvolve, outras auxinas naturais podem ser encontradas: ácido 4-cloroindol-3-acético (4-cloroAIA) e ácido fenilacético. Dentre as auxinas sintéticas encontram-se o ácido naftalenoacético (ANA), ácido 2,4diclorofenoxiacético (2,4-D), ácido 2,4,5-triclorofenoxiacético (2,4,5-T), dentre outras (KRIKORIAN, 1991). O ácido indolilacético (Figura 1), provoca a indução do sistema radical em conjunto com carboidratos e compostos nitrogenados. Este hormônio é principalmente sintetizado no meristema apical das folhas jovens, onde é transportado em sentido polarizado, a partir do meristema apical até as extremidades das raízes (TAIZ; ZEIGER, 2004). Figura 1: Estrutura química do AIA (C10H9NO2). Fonte: Taiz e Zeiger, 2004. 3.4.2 Cinetina (KIN) Foi descoberta como um fator adicional à auxina, necessário em quantidades muito pequenas para a divisão celular em certos tipos de tecidos vegetais em cultura. A cinetina é um derivado da base purina, adenina, que é importante em ácidos nucléicos. A cinetina é a citocinina sintética que é utilizada em pesquisa vegetal. Não existe em plantas, mas um certo número de compostos presentes nas plantas, conhecidos como citocininas, apresentam atividades similares a cinetina (SAMPAIO, 1998). 20 Figura 2: Estrutura química do KIN Fonte: Sampaio, 1998. A formação de raízes adventícias é geralmente favorecida por uma relação auxina/cinetina elevada, enquanto uma relação baixa favorece a formação de gomos adventícios. Verifica-se, assim, que as estacas de espécies que apresentam naturalmente um nível elevado de cinetinas têm maior dificuldade em enraizar do que aquelas com níveis baixos de cinetinas. A influência das cinetinas na iniciação da rizogênese pode depender da fase particular da iniciação e da concentração hormonal. Alguns autores sugerem que os poucos casos de sucesso com a aplicação exógena de cinetinas indicam que estas podem ter um papel indireto que pode manifestar-se através dos efeitos no rejuvenescimento e na acumulação de carboidratos na base das estacas (HARTMANN et al., 2002). 4 MATERIAIS E MÉTODOS 4.1 Descrição da área de estudo 21 A coleta do material vegetal foi realizada em um fragmento de floresta Mata Atlântica (Figura 3) do Horto Florestal da Universidade do Extremo Sul Catarinense (UNESC), situada na região sul de Santa Catarina no município de Criciúma, localizado nas coordenadas geográficas, latitude 28º 40’ 39”S e longitude 49º 22’ 11”W e a uma altitude média de 46 metros. Assim como em São Joaquim Serra Catarinense, em um fragmento de Mata Ombrófila Mista Montana (Figura 5), localizada nas coordenadas geográficas, latitude 28º 15’ 31.5”S e longitude 49 53’ 50.7”W, com altitudes média de 1.720 metros e Bom Jardim da Serra, em um fragmento de mata ciliar floresta Ombrófila Mista Montana (Figura 6), localizada nas coordenadas geográficas, latitude 28º 20’ 13”S, 49º 27’ 13”W, e altitude média de 1.245 metros. Compreendendo os meses de Maio, Julho e Outubro de 2010. Figura 3: Vista satélite do Fragmento de floresta Mata Atlântica, Horto – UNESC. Fonte: Google Earth, 2010. 22 Figura 4: Fragmento de Floresta Ombrófila Mista Montana, São Joaquim – Serra Catarinense, 2010. Fonte: Do autor. Figura 5: Fragmento de Mata Ciliar, Bom Jardim - Serra Catarinense, 2010. Fonte: Do autor. 4.2 Maytenus ilicifolia Mart. ex Reiss. 23 Maytenus Ilicifolia Mart. ex Reiss. (Celastraceae), pertence ao gênero Maytenus que conta com 200 espécies tropicais, sendo que a América do Sul dispõe do maior número delas. Aproximadamente 76 espécies e 14 variedades ocorrem no Brasil, sendo encontrada principalmente na região sul e nos países vizinhos, Paraguai, Uruguai e Leste da Argentina, com ocorrência no interior de mata nativa e mata ciliar, onde o solo é rico em matéria orgânica, em solo argiloso e bem drenado (CORREA JUNIOR et al., 1994). Ocorre, principalmente, na Floresta Ombrófila Mista, na Floresta Estacional Semidecidual, nas porções mais elevadas da Floresta Ombrófila Densa, em sub-bosques em fase de sucessão secundária tardia ou climácicas (KLEIN, 1968). A tabela a seguir descreve a classificação taxonômica da espinheira-santa verdadeira segundo Engler e Cronquist: TABELA 1 - CLASSIFICAÇÃO TAXONÔMICA SEGUNDO ENGLER E CRONQUIST Táxon Engler (Engler, 1964) Divisão Angiospermae Magnoliophyta Classe Dicotyledoneae Magnoliopsida Subclasse Archichlamydeae Rosidae Ordem Celastrales Celastrales Família Celastraceae Celastraceae Gênero Maytenus Maytenus Espécie Maytenus ilicifolia Maytenus ilicifolia Cronquist (Concrist, 1988) A espinheira-santa apresenta diversos usos, são descritos ações anticonceptiva, abortiva, anti-séptica, digestiva, antiespasmódica, tratamento de feridas, de úlceras estomacais, diurética, laxativa, antiasmática, antitumoral, problemas hepáticos e disfunção erétil porém a principal indicação das folhas de espinheira-santa é o tratamento de gastrites, úlceras gástricas e duodenais (HNATYSZYN et al., 2003; FERREIRA et al., 2004; REIS e SILVA, 2004). De acordo com Carvalho-Okano (1992), M. ilicifolia é um subarbusto ou árvore (Figura 6), ramificado desde a base, medindo até cerca de cinco metros de 24 altura. Apresenta ramos glabros; estípulas inconspícuas; folhas congestas, coriáceas, glabras, com nervuras proeminentes na face abaxial, forma elíptica ou estreitamente elíptica, base aguda a obtusa, ápice agudo a obtuso, mucronado ou aristado. A margem das folhas pode se apresentar inteira ou com espinhos em número de um a vários, distribuídos regular ou irregularmente no bordo, geralmente concentrados na metade apical de um ou de ambos os semi-limbos. Apresenta inflorescências em fascículos multifloros e frutos do tipo cápsula, bivalvar, orbicular. As raízes são fortes e numerosas, avermelhadas externamente e amarelas no seu interior (CARVALHO - OKANO, 1992; MARTINS, 2000). Figura 6: Maytenus ilicifolia Mart. ex Reiss., aspecto geral da planta em São Joaquim – Serra Catarinense, 2010. Fonte: Do autor. 25 Figura 7: Detalhe do ramo, folhas e frutos do tipo cápsula. Fonte: Reis e Silva, 2004. As sementes de espinheira-santa são envoltas pelo arilo, excrescência carnosa que se forma no funículo ou no hilo (VIDAL & VIDAL, 2000) que, para esta espécie, é de coloração branca e fica exposta quando o fruto (cápsula) maduro abrese (CARVALHO-OKANO, 1992). Apesar de apresentarem boa germinação, as plantas oriundas de sementes, apresentam a desvantagem da grande variabilidade quanto à morfologia e ao teor de metabólitos, não havendo garantia quanto às características do material propagado (PEREIRA, 1998). Quanto à forma de dispersão natural das mesmas, M. ilicifolia apresenta síndrome de dispersão zoocórica, especialmente realizada por aves (TABARELLI et al.,1993). O florescimento de M. ilicifolia começa no início da primavera e permanece durante o verão (SCHEFFER, 2001). A frutificação ocorre nos meses de novembro, dezembro e janeiro (CARVALHO-OKANO, 1992; SCHEFFER E ARAUJO, 1998). Scheffer e Araujo (1998), observaram a ocorrência de frutos somente em árvores que recebem insolação direta durante pelo menos parte do dia. Segundo estes autores, mesmo recebendo luz direta, nem todos os indivíduos da população frutificam no mesmo ano. O estudo fitoquímico revelou presença de triterpenos e compostos polifenólicos, como flavonóides e taninos nas folhas (YARIWAKE et al., 2005). Os 26 compostos fenólicos são encontrados principalmente como polifenóis: flavonóides e taninos, sendo estes facilmente oxidáveis por enzimas, metais, luz e calor. Os taninos possuem alto peso molecular e apresentam a propriedade de formar complexos insolúveis em água, com alcalóides e com proteínas e, são responsáveis pela adstringência em vegetais (SIMÕES et al., 2003). MARTINS et al. (2003) encontraram nas folhas de Maytenus ilicifolia, 8,72; 5,61 e 3,11 g% de polifenóis totais, polifenóis não-tanantes e taninos totais. Estima-se que cerca de 40% das plantas comercializadas como M. ilicifolia sejam na verdade de outras espécies (SCHEFFER, CORRÊA JUNIOR e GRAÇA, 2004), mas a maior demanda hoje é por folhas de Maytenus ilicifolia, considerada a verdadeira (REIS e SILVA, 2004). O comércio de espinheira-santa atualmente é de 160 ton/ano. No Programa “Paraná 12 meses”, da EMATER-PR e UFPR foram recolhidas amostras para avaliar a qualidade das plantas medicinais produzidas no estado. Os laudos apontaram que 80% das amostras estavam abaixo do padrão exigido (REIS e SILVA, 2004). A propagação de espinheira-santa pode ocorrer por via sexuada, por sementes, ou assexuadamente, por rebentos nascidos das raízes, alporquia e mergulhia (SILVA JÚNIOR e OSAIDA, 2006), estacas caulinares herbáceas (SILVA, 1999) e também por meio da micropropagação (PEREIRA, 1998). A estaquia normalmente é método eficiente para a propagação de espinheira-santa e obtenção de material homogêneo, com caracteres genéticos desejáveis, produzidos a partir de plantas matrizes selecionadas (SILVA, 1999). 4.3 Casearia sylvestris (Sw.) Casearia sylvestris, é tradicionalmente considerado como pertencente à família Flacourtiaceae (JOLY, 1998). No entanto, Flacourtiaceae foi recentemente considerada um grupo não monofilético, e o gênero Casearia passou a ser considerado como pertencente à família Salicaceae (SOUZA e LORENZI, 2005). O gênero Casearia Jacq. é pan-tropical e conta com cerca de 180 espécies (CRONQUIST, 1981). A América tropical e subtropical abriga a maior 27 diversidade do gênero, com cerca de 75 espécies (TORRES e YAMAMOTO, 1986). No Brasil, o gênero Casearia é representado por aproximadamente 70 espécies (MAISTRO et al., 2004). Casearia sylvestris Sw. é uma espécie de ampla distribuição geográfica, ocorrendo do México até a Argentina em diversos ambientes (SLEUMER, 1980, TORRES & RAMOS, 2007). Cresce preferencialmente na floresta pluvial da encosta Atlântica, em áreas úmidas, aluvião, várzeas, encostas suaves e até pedregosas. É seletiva higrófila, heliófita ou esciófita. São encontradas em todo o território brasileiro, em praticamente todas as formações florestais (LORENZI, 1992). Trata-se de uma espécie de alta densidade e ampla distribuição em matas ciliares (DURIGAN et al., 2000) e em diversas outras formações C. sylvestris apresenta grande variação com relação ao tamanho, forma e textura das folhas, à pilosidade dos ramos mais jovens e da inflorescência, ao número de flores por inflorescência e ao comprimento dos pedicelos (TORRES & YAMAMOTO, 1986). 28 Figura 8: Aspecto geral de Casearia sylvestris (Sw.) Fonte : TORRES e RAMOS, 2007. Casearia sylvestris (Sw.) apresenta inflorescência em fascículos, com cerca de 20 a 40 flores hermafroditas por inflorescência (TORRES & YAMAMOTO, 1986), podendo chegar a 70 flores por inflorescência, (TORRES & RAMOS, 2007). Do ponto de vista da interação planta-animal, as espécies são dispersas por aves que consomem suas sementes (SANCHOTENE, 1989). Isto provavelmente, explica sua grande dispersão pelo neotrópico. Suas flores apresentam néctar aromático o que atrai uma grande quantidade de visitantes (insetos). Machado e Oliveira (2000), relatam que os polinizadores mais importantes de Casearia grandiflora, uma espécie próxima, são moscas da família Syrphidae, tendo sido observados também outros insetos. 29 Figura 9: Ramo de C. sylvestris em florescimento. Fonte: LORENZI, 1998. A propagação é por sementes e estacas de ramos. A emergência das sementes, cujo poder germinativo é baixo, ocorre entre 20 e 30 dias (LORENZI, 1992). De acordo com Santos (2008), Casearia sylvestris, em particular, é vastamente utilizada na medicina popular da América Latina. As indicações como antiofídico, antitérmico, cicatrizante e no tratamento de úlceras e gastrites são as mais citadas na literatura, sendo as folhas as partes mais utilizadas, seguidas por cascas do caule e raízes. Muitas das aplicações populares desta espécie vêm sendo corroboradas por estudos científicos (FERREIRA, 2006). O grande interesse em C. sylvestris por parte da comunidade científica, e, sobretudo, por parte da indústria farmacêutica, surgiu após a descoberta de seus diterpenos clerodânicos, e de sua possível ação no tratamento do câncer (MORITA et al., 1991). A presença de óleos essenciais foi detectada na droga seca em um teor de 0,12%, com uma grande porcentagem de compostos sesquiterpênicos (POSSOLO E FERREIRA, 1949). Silva e Bauer (1970), obtiveram por hidrodestilação das folhas frescas, o equivalente a 0,4% de óleo essencial, com elevada porcentagem de terpenos (77,78%). Na desterpenação deste óleo encontrouse o ácido hexanóico (0,58%), ácido este usado como matéria-prima na preparação de ésteres que servem de adjuvantes em composições odoríferas. 30 Scavone (1970) detectou a presença de flavononas, saponinas e óleo essencial 2,1% em relação à matéria seca, líquido amarelado, com odor semelhante ao do cedro e sabor não característico. Yamamoto (1995) e Luz et al. (1998), em abordagem fitoquímica, evidenciaram a presença de taninos, flavonóides, saponinas e traços de alcalóides. 4.4 Metodologia 4.4.1 Coleta das estacas As estacas herbáceas de verão de Maytenus ilicifolia Mart. ex Reiss. do primeiro experimento foram coletadas de matrizes presentes em São Joaquim, Serra Catarinense. As estacas do segundo experimento, do tipo lenhosas e herbáceas de inverno, coletadas em Bom Jardim. Já as estacas de Casearia sylvestris (Sw.), tanto herbáceas quanto lenhosas foram coletadas de matrizes presentes no Horto Florestal, UNESC. Ambas as espécies coletadas em épocas diferentes observando o estado fisiológico em que a planta matriz encontrava-se, sendo realizado nos meses de maio e julho de 2010. Para confecção das estacas do primeiro experimento, foram selecionados ramos herbáceos, coletados no mês de maio. Já as estacas coletadas para a realização do segundo experimento, no mês de julho, foram de ramos lenhosos e herbáceos de inverno. As espécies apresentavam-se em início de frutificação. Após a coleta, as estacas foram deixadas em baldes previamente desinfetados com hipoclorito 2%. Posteriormente ficaram de molho na água por aproximadamente 24 horas, para melhor hidratação das mesmas. 4.4.2 Preparação das estacas em laboratório 31 No dia seguinte da hidratação as estacas foram preparadas com aproximadamente 8 cm de comprimento e 3-5 mm de diâmetro como (Figura 9), fissuras foram feitas por estilete na base da estaca para aumentar a área do câmbio, corte reto no ápice e em forma de bisel na base, com a finalidade de aumentar a área de exposição do câmbio, sendo mantidas duas folhas superiores, com a finalidade de aumentar a síntese de açúcares pela fotossíntese. Figura 10: Estaca herbácea de Maytenus ilicifolia Mart. ex Reiss. Fonte: Do autor. Após serem desinfetadas em solução de hipoclorito de sódio 2% por 10 segundos, com imersão de cerca de 30% da base da estaca, as mesmas foram banhadas com água destilada por cerca de 10 segundos para tirar o excesso de hormônios. 32 Figura 11: Estacas emersas em água destilada. Fonte: Do autor As bases das estacas foram submetidas a diferentes tratamentos. Em um primeiro grupo foram emersas somente no Ácido indolilacético (AIA) nas concentrações de: 2.000 ppm, 1.000 ppm, 500 ppm, 250 ppm, 125 ppm. Um segundo grupo de estacas submetidas às mesmas concentrações de AIA mais 25 ppm de KIN. O fitorregulador ácido indolilacético (AIA) C10H9NO2, foi diluído em hidróxido de sódio (NaOH) 2 molar e completado com água destilada até 1L. A partir disso diluído até as concentrações desejadas. O tempo de imersão nas soluções com AIA e KIN foi de 15 segundos, com 30% da base da estaca, posteriormente foram acondicionas em um béquer contendo água destilada para retirada do excesso dos hormônios. 4.4.3 Acondicionamento das estacas do primeiro experimento - EPAGRI Na Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural - EPAGRI de Urussanga (Figura 12), as estacas de consistência lenhosa foram distribuídas em tubetes de 10 centímetros de comprimento e 2 cm de diâmetro (Figura 13), contendo 50% de cinza e 50% de substrato comercial CAROLINA ® com a composição: turfa de sthagno, vermiculita espandida, calcário dolomítico, gesso agrícola, fertilizante NPK. Os substratos foram autoclavados e acondicionados na estufa de plástico UBV associado a tela sombrite 50 %, com irrigação intermitente por nebulização. 33 Figura 12: Imagem satélite EPAGRI, Urussanga –SC. Fonte: Google Earth, 2010. Figura 13: Acondicionamento em tubetes de Maytenus ilicifolia Mart. ex Reiss.. Fonte: Do autor. 34 4.4.4 Acondicionamento das estacas do segundo experimento – Horto Florestal – UNESC Foram acondicionadas estacas com consistência herbácea de inverno em canteiro contendo 50% de substrato comercial, associados a 50% de cinza de casca de arroz, com sombrite 50%, em estufa tipo túnel com plástico UBV. Com delineamento totalmente casualizado para as espécies de Maytenus ilicifolia Mart ex Reiss. e Casearia sylvestris (Sw.), com 12 estacas para cada tratamento, totalizando 144 estacas para cada espécie. Permanecendo em leito de enraizamento de 90 dias para posterior análise. A quantidade de estacas confeccionadas para os experimentos foi delimitada pela quantidade de material vegetal disponível assim como pelo espaço de armazenamento. 4.4.5 Variáveis analisadas Para o processo de enraizamento as variáveis a seguir apresentam influência direta: • Formação de raízes; • Número de brotações; • Formação de calos; • Estacas vivas 4.4.6 Análise estatística O teste estatístico utilizado é o de Qui-Quadrado, com nível de significância α= 5% com 1 grau de liberdade, para comparar as hipóteses levantadas 35 sobre diferenças entre os tratamentos de AIA e KIN em relação as variáveis analisadas. 5 RESULTADOS E DISCUSSÂO 5.1 Estacas herbáceas de verão Estacas herbáceas de verão da Casearia sylvestris (Sw.) foram descartadas pelo fato da irrigação intermitente por nebulização presente na EPAGRI não ser devidamente utilizada, ocasionando assim a morte de todo experimento. Como o espaço é limitado, outros experimentos desenvolvidos no local apresentaram contaminação por fungos justamente pela quantidade excessiva de água, necessitando o desligamento da irrigação. Pelo fato de Maytenus ilicifolia Mart. ex Reiss. apresentar uma consistência mais coreácea e resistente, pode ter contribuído para a sobrevivência das estacas, mesmo sofrendo estresse hídrico. Porém, devemos salientar que a não hidratação contínua das estacas pode ter influenciado também no resultado das estacas herbáceas de verão da espécie. Para estacas de M. ilicifolia do primeiro experimento com AIA, observouse melhores resultados nas concentrações de 250 ppm, 500 ppm, 1000 ppm (Tabela 2). Embora o resultado não seja estatisticamente significante observou-se a formação de raízes, formação de calos e um maior número de estacas vivas comparado com os demais tratamentos. 36 Tabela 2: Comparação estatística entre as variáveis usando Qui-Quadrado, do primeiro experimento (AIA) com estacas herbáceas de inverno de Maytenus ilicifolia Mart. ex Reiss.. F. Ñ. F. Est. Est. Diluição AIA Raízes Raízes Vivas Mortas F. Brot. Brot. 2.000 2 10 1 11 6 6 0 12 1.000 2 10 2 10 9 3 0 12 500 2 10 1 11 7 5 0 12 250 3 9 4 8 7 5 0 12 125 0 12 1 11 5 7 0 12 0 1 11 0 12 5 7 0 12 q² 3.133 0.505 6.167 0.881 1.731 2.045 0 0 F. Calos Ñ. F. Calos Ñ F. N. F. = Não Formação/ F. = Formação. Para as estacas do segundo experimento (KIN/AIA), os melhores resultados ficaram entre 25 – 250 ppm, 25 - 500 ppm e 25 - 1000 ppm (Tabela 3). Além de formação de raízes e maiores números de estacas vivas, a formação de calos foi abundante, tendo diferença estatística significativa no tratamento 25 – 1000 ppm, onde a formação de calos ocorreu em todas as estacas do tratamento. Os tratamentos 25 - 0 e 25 - 125 demonstraram ser menos eficientes quando comparado com os demais tratamentos. Sendo que para 25 - 0, a variável não formação de calos teve diferença significativa. Antunes et al. (2000), observaram que em estacas de amora-preta obteve-se padrão similar entre enraizamento e formação de calos, e mencionaram que estes dois processos se completam. Tabela 3: Comparação estatística entre as variáveis usando Qui-Quadrado, do segundo experimento (KIN/AIA) com estacas herbáceas de inverno de Maytenus ilicifolia Mart. ex Reiss.. Diluição N. F. Est KIN/AIA F.Raizes Raíz F. Calos N. F. Calos 25 - 2000 0 12 11 25 - 1000 2 10 25 - 500 3 25 - 250 Ñ. F. Est Vivas Mortas F. Brot Brot 1 12 0 0 12 12ª 0 12 0 0 12 9 10 2 11 1 0 12 4 8 6 6 12 0 0 12 25 - 125 1 11 2 10 7 5ª 0 12 25 - 0 0 12 1 11a 7 5ª 0 12 q² 6,333 1,022 13,714 19,200 2,702 14,995 0 0 Números seguidos da letra “a” na vertical não diferem entre si para alfa = 5% a 1 grau de liberdade. 37 Figura 14: Estacas de M. ilicifolia Mart ex Reiss. A) Estaca enraizada do primeiro experimento (AIA) na concentração de 250 ppm. B) Estaca com formação de calos na concentração de 25 – 1000 ppm. Botelho et al. (2005), indica que as estacas herbáceas retiradas durante o verão apresentaram maiores concentrações de auxinas do que as semilenhosas e lenhosas que foram colhidas no outono e inverno respectivamente, pelo fato das plantas-mãe das primeiras se encontrarem em pleno crescimento. 5.1.1 Estacas herbáceas de inverno Nas estacas herbáceas de inverno, assim como as herbáceas de verão de Maytenus ilicifolia Mart ex Reiss., observou-se melhor resposta de enraizamento nos tratamentos utilizados, comprovando a afirmação de Bastos et al. (2005), onde a utilização de estacas herbáceas também permitiu a obtenção de melhores respostas ao enraizamento do que com estacas lenhosas ou semilenhosas para o caquizeiro. No primeiro experimento (AIA) (Tabela 4), embora não tenha demonstrado diferença significativa entre as variáveis, observou-se que o tratamento com 250 µgg¯¹ teve melhor resposta quando comparado com os demais tratamentos. Com maior número de formação de raízes, assim como maior número de calos formados e um número considerável de estacas vivas. 38 A formação de calos sugere que se as estacas ficassem acondicionadas por um tempo maior no substrato, há a possibilidade de surgirem novas raízes. Hartmann (2002), afirma que o calo é uma massa irregular de células parênquimatosas em diversos estados de lenhificação que geralmente se desenvolvem na base das estacas quando colocadas em condições ambientais favoráveis ao enraizamento, havendo relatos que as primeiras raízes aparecem com frequência através do calo, conduzindo à suposição de que a formação do calo é essencial para o enraizamento. Hill (1996), diz que a formação de calos seria uma regeneração dos tecidos, resultante de um acúmulo de células na extremidade da estaca cortada, precedendo ao enraizamento. Tabela 4: Comparação estatística entre as variáveis usando Qui-Quadrado, do primeiro experimento (AIA) de Maytenus ilicifolia Mart. ex Reiss.. Diluição F. Ñ. F. Est. Est. AIA Raízes Raízes Vivas Mortas F. Brot. Brot. 2.000 2 10 1 11 6 6 0 12 1.000 2 10 2 10 9 3 0 12 500 2 10 1 11 7 5 0 12 250 3 9 4 8 7 5 0 12 125 0 12 1 11 5 7 0 12 0 1 11 0 12 5 7 0 12 q² 3.133 0.505 6.167 0.881 1.731 2.045 0 0 F. Calos Ñ. F. Calos Ñ F. Para M. ilicifolia Mart ex Reiss., os tratamentos de 25 - 125 e 25 - 250 (Tabela 5) obtiveram melhores resultados quando comparados com os demais tratamentos. Apresentando maior número de formação de raízes, formação de calos e estacas vivas. Para 25 - 125 houve ainda o surgimento de brotações. A aplicação do AIA em associação ao KIN, mostrou-se bastante eficiente para estacas herbáceas de inverno de M. ilicifolia. Para Hartmann (2002), a formação de raízes adventícias é geralmente favorecida por uma relação auxina/cinetina. 39 Tabela 5: Comparação estatística entre as variáveis usando Qui-Quadrado, do segundo experimento (KIN/AIA) de Maytenus ilicifolia Mart. ex Reiss.. Diluição F. Ñ. F. Est. Est. KIN/AIA raízes Raízes Vivas Mortas F. Brot. Brot. 25 - 2.000 1 11 3 9 5 7 1 11 25 - 1.000 1 11 4 8 5 7 0 12 25 - 500 2 10 3 9 6 6 2 10 25 - 250 4 8 5 7 10 2 0 12 25 - 125 4 8 4 8 10 2 2 10 25 - 0 3 9 8 4 10 2 3 9 q² 2.900 0.763 3.389 2.033 3.420 6.051 5.417 0.677 F. Calos Ñ. F. Calos Ñ F. Figura 15: Estacas de M. ilicifolia Mart ex Reiss. A) Estaca morta do primeiro experimento (AIA) na concentração de 2.000 µgg¯¹ . B) Estaca enraizada na concentração de 25 – 250 µgg¯¹. Warmund et. al. (1986), afirmam que alguns inconvenientes estão associados à propagação de estacas herbáceas, tais como: a necessidade de manter elevada umidade durante o enraizamento, o que implica um custo adicional com um sistema de nebulização na estrutura da estufa; o trabalho de propagação 40 ser mais intensivo; e a imposição de tratar rapidamente as estacas para prevenir eventuais défices internos de humidade durante a propagação. Para as estacas herbáceas de C. sylvestris (Sw.), não houve indício de raízes no experimento contendo somente AIA (Tabela 6), porém houve diferença estatística nos tratamentos 250, 125 ppm para a variável estaca viva. Tabela 6: Comparação estatística entre as variáveis usando Qui-Quadrado, do primeiro experimento (AIA) de Casearia sylvestris (Sw.). Diluição F. Ñ. F. Est. Est. AIA Raízes Raízes Vivas Mortas F. Brot. Brot. 2.000 0 12 0 12 1 11 0 12 1.000 0 12 0 12 1 11 0 12 500 0 12 1 11 2 10 0 12 250 0 12 0 12 8ª 4 0 12 125 0 12 2 10 8ª 4 0 12 0 0 12 0 12 0 12 0 12 q² 0 0 6.500 0.283 18.567 7.141 0 0 F. Calos Ñ. F. Calos Ñ F. Para o segundo experimento com KIN 25 ppm sem adição de AIA (Tabela 7), houve uma melhor resposta quando comparado com os demais tratamentos e observando as variáveis estacas vivas e enraizadas. As dosagens de ácido indolilacético 2000 ppm, 1000 ppm, 500 ppm, para as C. sylvestris podem ter agido como agente herbicida, corroborando com a colocação de Fachinello (1995), onde relata a ação herbicida quando usado AIA em altas concentrações, pois o teor adequado de AIA para o estímulo do enraizamento depende da espécie e da concentração de auxina existente no tecido. 41 Tabela 7: Comparação estatística entre as variáveis usando Qui-Quadrado, do segundo experimento (KIN/AIA) de Casearia sylvestris (Sw.). Diluição F. Ñ. F. Est. Est. KIN/AIA Raízes Raízes Vivas Mortas F. Brot. Brot. 25 - 2.000 0 12 0 12 0 12 0 12 25 - 1.000 0 12 0 12 0 12 0 12 25 - 500 0 12 0 12 0 12 0 12 25 - 250 0 12 0 12 0 12 0 12 25 - 125 0 12 0 12 0 12 0 12 25 - 0 1 11 0 12 4 8 0 12 q² 4.833 0.068 0 0 19.333 1.137 0 0 F. Calos Ñ. F. Calos Ñ F. 5.2 Estacas lenhosas Nos tratamentos feitos com AIA para M. ilicifolia, destacaram-se as concentrações de 250 ppm e 125 ppm (Tabela 8), onde houve diferença significativa na variável estaca viva. As estacas tratadas nas concentrações de 2.000 ppm, 1.000 ppm e 500 ppm estão de acordo com a colocação de Fachinello (1995), onde o mesmo relata a ação herbicida quando aplicado AIA em altas concentrações, pois o teor adequado de AIA para o estímulo do enraizamento depende da espécie e da concentração de auxina existente no tecido. Outro fator que pode estar associado com o não aparecimento de raízes e morte das estacas deve estar relacionado com o estudo de Sharma e Aier (1989) ao trabalhar com estacas lenhosas observaram que à baixa capacidade de formar raízes adventícias em estacas lenhosas, pode se dar pela presença do anel esclerenquimatoso e ao aumento de substâncias inibidoras durante a dormência. 42 Tabela 8: Comparação estatística entre as variáveis usando Qui-Quadrado, do primeiro experimento (AIA) de Maytenus ilicifolia Mart. ex Reiss.. Diluição F. Ñ. F. AIA Raízes Raízes F. Calos Ñ. F. Calos Est. Est. Vivas Mortas a Ñ F. F. Brot. Brot. 0 12 2.000 0 12 0 12 0 12 1.000 0 12 0 12 0 12 0 12 500 0 12 1 11 8 4 0 12 250 0 12 0 12 11 1 0 12 125 0 12 1 11 11 1 0 12 0 0 12 0 0a 7 5 0 12 q² 0 0 3.667 10.909 14.401 15.224 0 0 a a a Para o segundo experimento contendo KIN/AIA (Tabela 9), observou-se a morte de todas as estacas dos tratamentos, havendo diferença significativa para a variável estaca morta na concentração de 25 - 500 ppm. Para a concentração de 25 - 250 ppm, embora não tenha ocorrido o enraizamento de nenhuma das estacas do tratamento, assegurou a integridade de todas as estacas, mantendo-as vivas. Hill (1996) relata que estacas lenhosas devem ser coletas no final do outono até final de inverno, pois é onde a planta apresenta maior taxa de regeneração, alto teor de lignificação e encontra-se em dormência, sendo condições ideais para o enraizamento de estacas lenhosas. Tabela 9: Comparação estatística entre as variáveis usando Qui-Quadrado, do segundo experimento (KIN/AIA) de Maytenus ilicifolia Mart. ex Reiss. Ñ. F. Est. Est. F. Calos Calos Vivas Mortas F. Brot. Brot. 12 0 12 1 11 0 12 0 12 0 12 4 8 0 12 25 - 500 0 12 0 12 0 12ª 0 12 25 - 250 0 12 0 12 11 1 0 12 25 - 125 0 12 0 12 9 3 0 12 25 - 0 0 12 0 12 5 7 0 12 q² 0 0 0 0 6.783 11.143 0 0 Diluição F. Ñ. F. KIN/AIA raízes Raízes 25 - 2.000 0 25 - 1.000 Ñ F. 43 Para ambos os experimentos aplicados às estacas de C. sylvestris, evidenciaram um completo insucesso no enraizamento das estacas. Jordanov (apud STANKOVA; PANETSOS, 1997) sugere que o não enraizamento das estacas pode estar relacionado ao curto período de leito de enraizamento, sugerindo um período maior, pois alguns autores como destaca que as espécies apresentam períodos variáveis para a indução de enraizamento, como é caso das estacas de Cupressus sempervirens que foram acompanhadas por 220 dias. Ribas (1993), verificou que o tempo necessário para se estabelecer o sistema radicial em estacas de Macadamia integrifólia foi de 120 dias após a instalação do experimento. No primeiro experimento (AIA) (Tabela 10), observou-se melhor resposta na concentração de 125 ppm, houve formação de raiz, assim como manteve o maior número de estacas vivas comparadas com as demais dosagens. Tabela 10: Comparação estatística entre as variáveis usando Qui-Quadrado, do primeiro experimento (AIA) de Casearia sylvestris (Sw.). Diluição F. Ñ. F. AIA Raízes Raízes 2.000 0 1.000 Ñ. F. Est. Est. Ñ F. F. Calos Calos Vivas Mortas F. Brot. Brot. 12 0 12 2 10 0 12 0 12 0 12 3 9 0 12 500 0 12 0 12 3 9 0 12 250 0 12 0 12 7 5 0 12 125 1 11 2 10 10 2 0 12 0 0 12 0 12 0 12 0 12 q² 4.833 0.068 9.667 0.276 14.913 7.933 0 0 Para o tratamento feito com KIN/AIA (Tabela 11), a melhor resposta ocorreu no tratamento contendo 25 ppm de KIN, com surgimento de raiz assim como para a variável estaca viva foi estatisticamente significante quando comparado com os demais tratamentos. 44 Tabela 11: Comparação estatística entre as variáveis usando Qui-Quadrado, do segundo experimento (KIN/AIA) de Casearia sylvestris (Sw.). Diluição F. Ñ. F. KIN/AIA Raízes Raízes 25 - 2.000 0 12 Ñ. F. Est. Est. F. Calos Calos Vivas Mortas 0 12 0 12 a a Ñ F. F. Brot. Brot. 0 12 0 12 25 - 1.000 0 12 0 12 0 12 25 - 500 0 12 0 12 0 12 0 12 25 - 250 0 12 0 12 7 5 0 12 25 - 125 0 12 0 12 8 4 0 12 a a 25 - 0 1 11 0 12 10 2 0 12 q² 4.833 0.068 0 0 21.953 11.677 0 0 Figura 16: Estacas de Casearia sylvestris (Sw.) enraizadas nas concentrações 125 (AIA) e 25 – 0 (KIN/AIA) respectivamente. 45 Estacas herbáceas em sua grande maioria independente da espécie estudada tende a ter um número maior de estacas enraizadas quando comparadas com estacas lenhosas, como observado por Browse (1979), a estaca caulinar herbácea demanda maior controle ambiental no viveiro, entretanto possui maior potencial de enraizamento. Porém no presente estudo, C. sylvestris não demonstrou diferença significativa entre a consistência da estaca. 46 6 CONCLUSÃO Para M. ilicifolia na consistência estacas herbáceas de inverno e verão o melhor resultado ficou em torno de 25 – 250 ppm, em função do maior número de estacas enraizadas e mantendo a integridade da grande maioria das estacas. Para C. sylvestris a aplicação dos hormônios exógenos não tiveram resultados significativos, acarretando a morte da grande maioria das estacas dos tratamentos. Para o segundo experimento (KIN/AIA), o tratamento com 25 – 0 ppm mesmo não sendo estatisticamente significativa, representou melhor resposta quando comparado com os demais tratamentos pois assegurou maior número de estacas vivas assim como surgimento de raiz em uma das estacas. Para as estacas lenhosas de M. ilicifolia a aplicação dos hormônios exógenos também não demonstrou-se significativa para o tempo de 90 dias, porém as concentrações de 125 ppm e 25 – 250 ppm, foram consideradas melhores respostas pois mesmo não formando raízes, mantiveram um maior número de estacas vivas assim como formação de calo em 125 ppm. Para C. sylvestris, os tratamentos com 125 ppm e 25 - 0 ppm mesmo não sendo estatisticamente significativo, obtiveram melhores resultados, aparecendo raiz assim como maior número de estacas vivas. Mesmo os resultados não sendo em sua grande maioria estatisticamente significativos, as concentrações mais baixas de hormônios para ambas as espécies demonstraram-se mais eficientes. Em relação à consistência das estacas, constatou-se que estacas herbáceas de M. ilicifolia obtiveram melhores resultados quando comparadas com lenhosas, porém para C. sylvestris, a consistência das estacas não mostrou-se significativa para este trabalho. A associação AIA/KIN foi positiva, levando ao entendimento que KIN age como potencializador na presença de AIA. Com o baixo índice de estacas enraizadas de Maytenus ilicifolia Mart ex Reiss. e Casearia sylvestris (Sw.) sugere-se então, um novo estudo mantendo estacas herbáceas e lenhosas nas mesmas concentrações, porém em leito maior de enraizamento no substrato e um controle mais rígido das variáveis ambientais, principalmente relacionados à irrigação. 47 REFERÊNCIAS ANTUNES, L.E.C. Amora -preta: nova opção de cultivo no Brasil. Ciência Rural. v.32. n.1. 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