fonoaudiologia e dieta alimentar na dentição decídua

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CEFAC
CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM FONOAUDIOLOGIA CLÍNICA
MOTRICIDADE ORAL
FONOAUDIOLOGIA E DIETA ALIMENTAR NA
DENTIÇÃO DECÍDUA
ANA CALINE NÓBREGA DA COSTA
RECIFE
1998
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CEFAC
CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM FONOAUDIOLOGIA CLÍNICA
MOTRICIDADE ORAL
FONOAUDIOLOGIA E DIETA ALIMENTAR NA
DENTIÇÃO DECÍDUA
MONOGRAFIA DE ESPECIALIZAÇÃO EM
MOTRICIDADE ORAL
ORIENTADORA: Dra. MÍRIAN GOLDENBERG
ANA CALINE NÓBREGA DA COSTA
RECIFE
1998
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RESUMO
O objetivo deste trabalho é investigar e compreender as relações entre
dieta alimentar e seus ganhos nutricionais no desenvolvimento crânio-facial dos
indivíduos até o período do início da erupção dos dentes permanentes.
Partindo do estudo das etapas evolutivas do desenvolvimento normal das
funções do sistema estomatognático, investigaremos o papel que ocupa a
mudança de consistência alimentar neste processo evolutivo, relacionando-a
com o crescimento ósseo facial, o desenvolvimento da dentição e da oclusão e
com a satisfação das necessidades nutritivas das crianças até os 6/7 anos.
Nos perguntamos portanto, se a aquisição e manutenção das funções do
sistema estomatognático são favorecidas, frente a manipulação pelas
estruturas orais, de alimentos de consistência variadas ou, independente do
estímulo, essas funções são adquiridas, preservadas e funcionalmente
adequadas?
3
AGRADECIMENTOS
À DEUS, sempre.
Aqueles que possibilitaram minha participação neste curso.
4
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO.......................................................................................... 06
DISCUSSÃO TEÓRICA............................................................................ 08
CONSIDERAÇÕES FINAIS...................................................................... 22
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..........................................................26
5
INTRODUÇÃO
O interesse neste trabalho surgiu da constatação em nossa prática
profissional que a seqüência: líquido, pastoso, semisólido e sólido na
introdução de alimentos durante o primeiro ano de vida, não vem sendo
observada pelas mães que a interrompem, permanecendo com alimentos semi
sólidos, enquanto em regra, mesmo após a erupção de todos os dentes
decíduos, por volta do segundo ano de vida, continuam oferecendo alimentos
pastosos e mais moles, mais rápidos de serem mastigados e engolidos.
Consideramos dois aspectos para delimitação do período a ser investigado:
1 - a permanência da criança junto à sua mãe e/ou familiar, permitindo a
intervenção destes, na aprendizagem de regras e estabelecimento de hábitos
alimentares;
2 - o surto de crescimento ósseo facial, que se inicia com a erupção da
dentição permanente em torno dos 6/7 anos e cujos hábitos alimentares
adequados, já estabelecidos, serão da maior importância para este
crescimento.
Em seus relatos sobre hábitos alimentares dos seus filhos, as mães
costumam referir que liquidificam todos os alimentos fibrosos e que,
diariamente, os purês de legumes e os caldinhos fazem parte do cardápio das
crianças, justificando que só assim, seu filho aceita as comidas salgadas,
enquanto, nos lanches escolares, fazem parte, preferencialmente, os iogurtes,
os biscoitos recheados e os doces em pasta, não sendo a consistência e o
sabor desses alimentos fatores que preocupem ou que sejam investigados e
levados em consideração pela família.
Em alguns casos, para segurança nutricional, há o hábito da mamadeira
noturna com furo aumentado enquanto a criança dorme, até a idade de 6/7
anos.
Tais fatos nos traz à necessidade de entendermos melhor como pode o
fonoaudiólogo intervir e conscientizar os familiares das crianças, motivando-os:
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a observar uma dieta alimentar favorável à fase de crescimento e
desenvolvimento, em que seus filhos se encontram, bem como, a mudar os
padrões de comportamento e hábitos alimentares familiar, quando necessário,
para que os seus filhos façam uso de alimentos sólidos e mais duros.
Temos portanto nos perguntado sobre o que precisamos saber e informar a
essas famílias a respeito da necessidade que uma criança tem de seguir e
passar por essas diferentes fases de consistência alimentar. Ou melhor, o que
os pais precisam ouvir para que mudanças nos hábitos alimentares, quando
necessárias e pertinentes, ocorram, sejam permanentes e eficazes.
Percebemos que a praticidade desses alimentos e a necessidade de que
pouco tempo seja destinado às refeições, somadas ao apelo comercial, com
embalagens modernas, coloridas e com informações a cerca do valor
nutricional desses alimentos, tranqüilizando as mães quanto a satisfação das
necessidades energéticas dos seus filhos, é um reforçador bastante
significativo, desta conduta.
As discussões teóricas em torno do tema abordado, foram norteadas por
uma revisão bibliográfica de literatura interdisciplinar acessível nas áreas de
fonoaudiologia, odontologia e nutrição, nos permitindo pesquisar e analisar
comparativamente o processo de aquisição e desenvolvimento das funções do
sistema estomatognático e crescimento ósseo facial, entendendo como a
consistência alimentar interfere nesse processo.
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DISCUSSÃO TEÓRICA
Em Proença (1990) vimos que a formação da imagem sensório-motora e
controle proprioceptivo oral são favorecidos pelo envio de informações ao
cérebro, por receptores presentes na boca, estes captam temperatura, dor,
pressão, paladar e tato informando quanto a posição, ao grau e a manutenção
de contração durante o movimento. Por isso a importância de uma alimentação
variada, favorecendo a descoberta dos diversos sabores, consistência,
texturas, temperaturas, volumes e formas o que facilita o controle da região
sensório-motora.
Toda essa dinâmica favorece uma harmonia dos orgãos fonoarticulatórios,
desde os reflexos orais até a utilização adequada de um bico de mamadeira e
de uma chupeta, à ingestão de alimentos variados (líquido, pastoso, semisólido e sólido) introduzidos na boca.
Logo, a dissociação dos movimentos de lábios, língua, bochechas e palato
mole em movimentos isolados e sequenciados e na produção dos sons da fala,
aparece como resultado do amadurecimento do sistema nervoso central,
juntamente com os estímulos oferecidos, permitindo por volta de 1 (um) ano de
vida, o controle adquirido sobre a região oral, que possibilita a criança realizar
várias praxias orais.
Marchesan (1993) sugere que, enquanto o reflexo de sucção já nasce com
o indivíduo e é próprio da espécie, a mastigação é uma atividade complexa,
adquirida com o desenvolvimento infantil e de acordo com a maior
complexidade do alimento manipulado. Afirma que “A textura e a natureza dos
alimentos têm influência direta nas características mastigatórias, que podem
adaptar-se de acordo com o tipo de alimento que estiver na boca “.
Limongi (1987) tratando da importância e necessidade da alimentação
diferenciada, refere que a introdução da alimentação pastosa constituída de
papa de legumes e de frutas, a partir do quarto mês educa o bebê a aceitar
estímulos com sabores e consistência diferentes, com estímulos novos em
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relação aos já conhecidos, através da amamentação. Essa mudança concorre
para um maior amadurecimento da movimentação dos órgãos que compõem o
sistema estomatognático e desempenham as funções de sucção, mastigação e
deglutição .
Refere ainda que a introdução na papa de pequenos pedaços ou pedaços
mal passados de legumes, deve ser feita antes do aparecimento dos primeiros
dentes e que a mastigação neste período inicial é muito primitiva, se limitando
a movimentos da mandíbula para frente e para baixo, mantendo em contato os
bordos gengivais. Na repetição desse ato os movimentos vão se tornando mais
harmônicos e coordenados entre as várias estruturas: mandíbula, língua, lábios
e bochechas.
Com o rompimento dos primeiros dentes devem ser aumentadas as
possibilidades de favorecimento da mastigação, oferecendo-se pedaços de
pão, tiras de legumes e carne, biscoitos e frutas. Os movimentos desenvolvidos
ativam a língua para lateralização dos alimentos, os lábios exercem boa
oclusão na deglutição e a mandíbula realiza movimentos mais completos.
A autora afirma que: “Essa fase do desenvolvimento é muito importante,
porque alimentos variados criam novos reflexos e os alimentos mais ou menos
duros, principalmente, irão favorecer a diversidade de movimentos, através de
um esforço maior por parte da criança. Assim fica garantido o desenvolvimento
adequado das estruturas e sua movimentação harmoniosa e funcional”.
Segundo Tanigute (1998) entre os 5 e 6 meses há o amassamento do
alimento contra o palato, com movimentos verticais da mandíbula e aos 7
meses, a língua começa a lateralizar o alimento. Entre 1 ano e 1 ano e meio,
devido a erupção dentária e a introdução de novos alimentos, a mastigação
torna-se mais eficiente, já sendo considerada com padrão de adulta. Nesta
fase, a mandíbula apresenta movimentos rotatórios e os lábios ficam em
selamento.
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Camargo e Hernadez (1987) relatam que, em trabalho desenvolvido com
crianças sem suspeita de problemas neurológicos, apresentando na fala
distorções, substituições e omissões de fonemas, numa idade que se espera
que o sistema fonêmico esteja praticamente integrado, foi observado além de
hipotonia dos orgãos fonoarticulatórios em diferentes graus de intensidade,
deglutição de saliva nem sempre controlada, respiração oral e incoordenação
pneumo-fono-articulatória, vários problemas de alimentação com rejeição a
sólidos ou a determinadas texturas, ou tipos de alimentos.
O trabalho feito visava o desenvolvimento e integração do esquema
corporal oral, propiciando as crianças o controle consciente desta área, e de
forma inconsciente o favorecimento do desenvolvimento dos engramas
responsáveis pela manutenção da postura e automatização articulatória,
havendo em alguns casos uma intervenção na melhora do tipo e modo de
alimentação.
Altman (1990) alertando que sendo muitas as causas possíveis da
deglutição atípica e, não havendo ainda pesquisas suficientes que demonstrem
relação direta entre causa e efeito, concorda que a manutenção da dieta
pastosa por longo período de tempo é um dos fatores etiológicos da deglutição
atípica e aconselha como parte do tratamento preventivo aos problemas
miofuncionais, a introdução dos alimentos em termos de consistência nas
épocas adequadas à maturidade do sistema sensório motor oral.
Periotto e Camargo (1998) defendem que o trabalho com as funções do
sistema estomatognático deve ocorrer no “contexto fisiológico individual de
mastigar, respirar, deglutir e falar numa realidade pessoal de crescimento facial
e oclusão” e entre outras condutas adotadas na intervenção conjunta entre
fonoaudiólogos e ortopedistas funcionais, se utilizam de orientações sobre
higiene e alimentação, além da observação da existência de contatos
prematuros, e a liberação dos movimentos mandibulares, com o objetivo de
otimizar o trabalho da mastigação, deglutição e consequente reequilíbrio
funcional de todo o sistema.
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Em Molina (1995) encontramos que são de dois tipos (condicionados e não
condicionados) os reflexos que contribuem para o desenvolvimento das
funções do sistema estomatognático. A deglutição faz parte do grupo dos
reflexos não condicionados e a mastigação e o bruxismo fazem parte do grupo
dos reflexos condicionados que dependem do treino e repetição, até o
estabelecimento de circuitos neuromusculares estereotipados e inconscientes.
A mastigação passa, portanto, de uma fase aprendida para uma fase
reflexa e condicionada à medida que o rompimento dos dentes favorece o
estabelecimento de novas posições funcionais e os ciclos de abertura e
fechamento vão se tornando mais integrados e automáticos, sendo a influência
cortical gradativamente diminuída.
Afirma ainda, que um padrão de mastigação madura só pode ser obtido a
medida que ocorre o amadurecimento de todos os elementos do complexo
craniofacial, especialmente os que formam o aparelho estomatognático,
dependendo, portanto, do desenvolvimento e crescimento relacionados com as
dimensões da boca, da anatomia da articulação temporomandibular, da
maturação dos músculos da face e dos estabelecimento do plano oclusal e de
reflexos coordenados, como também de mecanismos de retroalimentação
proprioceptivos a partir da região perioral, periodontal e articulação.
São funções da mastigação: fragmentar os alimentos preparando-os para
a deglutição e digestão; a ação bactericida sobre os alimentos que estão
sendo fragmentados para formar o bolo; e proporcionar força e função
indispensáveis para o desenvolvimento normal dos ossos maxilares.
Embora não documentada na literatura, a dieta mole do homem moderno
além de concorrer para diminuição da resistência muscular ao estiramento,
pode ter um efeito atrófico sobre os ossos maxilares, enquanto que a dieta
com alimentos duros influencia o desenvolvimento dos maxilares em todas as
dimensões dos ossos. A estabilidade da oclusão, com a manutenção dos arcos
dentários
é
influenciada
pelos
estímulos
funcionais
principalmente sobre o periodonto, músculos e articulações.
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da
mastigação
Já foi demonstrado, por estudos cinematográficos, que na mastigação de
alimentos duros, os segmentos e grupos musculares que participam de forma
sincronizada são mais complexos e mais integrados e que
promovem,
também, a estimulação de uma ação funcional de grupos musculares dos
ombros e da região superior da coluna vertebral.
Douglas (1994), considera a mastigação como a função mais importante do
Sistema Estomatognático e a define como: “Conjunto de fenômenos
estomatognáticos que visa a degradação mecânica dos alimentos, isto é, a
trituração e moagem dos alimentos, degradando-os em partículas pequenas
que, logo após, ligam-se entre si pela ação misturadora da saliva obtendo-se o
bolo alimentar, apto para ser engolido.”
O autor afirma que enquanto a sucção é um fenômeno nato, a mastigação
é um reflexo alimentar mais complexo, com o aparecimento coincidindo com a
erupção dentária e desenvolvimento estimulado com
a crescente maior
complexidade do alimento ingerido.
São três as fases da mastigação: incisão, trituração e pulverização. Na
incisão, que tem como função o corte de traços grandes, há a retropropulsão
da mandíbula, com o deslize das bordas incisais dos incisivos superiores
contra a face palatina dos incisivos superiores. O reflexo que impulsiona a
língua para frente, mantendo o alimento entre os incisivos é determinado pela
maior consistência do alimento.
Na trituração há a moenda das partículas maiores que oferecem menor
resistência e ocorre, principalmente, nos pré-molares que possuem uma
pressão intercuspidiana maior que a dos molares.
É na pulverização que as partículas pequenas são reduzidas até não
oferecerem nenhuma resistência as superfícies oclusais e da mucosa bucal.
Esta fase pode ocorrer alternadamente com a trituração.
Em todas as fases a atividade muscular é intensa, ocorrendo deslocamento
mandibular nos planos vertical, horizontal e lateral. São auxiliadas pela
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secreção salivar que amolece o alimento e posteriormente atua na formação do
bolo alimentar.
Ainda em Douglas (1994), vimos que crianças em torno de 2 a 3 anos já
apresentam valores bastantes similares de força mastigatória aos dos adultos
(40kg). E que os os grupos humanos que mastigam alimentos duros
apresentam valores maiores de força mastigatória.
Comparando-se a força mastigatória a nível dos molares encontrada nos
esquimós (150kg) e nos norte-americanos (70 Kg) encontra-se uma diferença
de 80 Kg. Porém, em experiências com indivíduos que mascaram cubos de
parafina uma hora por dia, durante cinquenta dias, foi percebido um aumento
de 20 a 25% na força mastigatória. Os níveis de força mastigatória retornaram
aos valores originais duas semanas após o término da experiência.
As características mastigatórias se adaptam, portanto, a textura e natureza
do alimento que estiver na boca, através dos processos de controle da
mastigação que atuam na variação da: intensidade da força mastigatória, da
pressão mastigatória e do número de golpes mastigatórios.
Na mastigação dos alimentos duros, como as passas, através de um
sistema adaptativo que age na atividade mecânica dos músculos elevadores da
mandíbula, a força mastigatória é aumentada e é maior o número de golpes
mastigatórios necessários para que ocorra a trituração. Sendo no primeiro
molar que ocorre uma maior pressão mastigatória, devido á sua menor
superfície oclusal em relação a força exercida.
A saliva assume aqui importante papel de amolecedor dos alimentos. Faz
com que uma força mastigatória, que inicialmente era de 80kg, seja reduzida
após sua ação no alimento para 20 kg e, posteriormente, para 2 kg. Douglas
(1998).
Como fatores condicionantes da força mastigatória é citado sexo e idade,
posições mandibulares no plano sagital e horizontal, estado dos dentes,
alterações da articulação temporo mandibular, características do esqueleto
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craniofacial e tipo de alimentação. Como importância funcional dessa força é
citado a seleção de alimentos mais moles e diminuição da ingestão alimentar
(nos casos de indivíduos desdentados total ou parcialmente). Esta última
podendo levar a estados de subnutrição por parte dos indivíduos que
apresentam diminuição da força alimentar.
Como fatores que influenciam o rendimento mastigatório, que por sua vez,
determina
a
suficiência
ou
insuficiência
mastigatória
dos
indivíduos,
encontramos a diminuição da área dentária de oclusão e a limitação de outros
componentes estomatognáticos tais como: hábitos mastigatórios, limiar de
deglutição, desequilíbrio ou limitação da força mastigatória e movimentos
mandibulares anormais, o que deixa claro a relação direta entre contato
dentário e eficiência mastigatória.
Para Douglas (1998) o padrão bilateral de mastigação, que se manifesta
quando todos os componentes do sistema estomatognático apresentam uma
harmonia funcional, é o ideal por apresentar uma distribuição uniforme das
forças mastigatórias nos tecidos de suporte dos dentes e facilitar a oclusão, a
estabilidade
dos
tecidos
periodontais
e
a
atividade
dos
músculos
estomatognáticos. Este padrão, no entanto, só é observado em apenas 10%
das pessoas com dentadura natural completa. Já 75% apresenta um padrão
mastigatório bilateral, mas alternado, onde o alimento é, em cada golpe
mastigatório, levado alternadamente para lados diferentes.
A mastigação unilateral restrita encontrada nos 15% restantes, além de
evitar o desgaste fisiológico das cúspides dentárias, interfere na higiene bucal
em função das estruturas do lado inativo não serem estimuladas e favorecerem
a instalação de placas bacterianas, cáries e distúrbios do periodonto .
Segundo Biachini (1998) a manutenção de um padrão unilateral provocará
prejuízos em todo o sistema estomatognático. Enquanto a musculatura do lado
do trabalho, apresenta uma maior potência muscular, a musculatura do lado do
balanceio apresenta-se mais alongada e com tônus rebaixado.
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Entre as causas de um padrão unilateral de mastigação, a autora destaca:
perdas dentais ou cáries, interferências oclusais ou contato prematuros,
mordida cruzada posterior unilateral, doenças periodontais, distúrbios da
articulação têmporo mandibular e assimetria esquelética.
Este padrão de
mastigação, pode porém ocorrer como um mecanismo adaptativo de proteção,
evitando traumas para o periodonto, dentes e articulação.
Biachini (1995) ressalta que um padrão mastigatório adequado só poderá
ser instalado na presença de uma oclusão normal e que para cada padrão
facial é esperado um padrão muscular diferente com características funcionais
peculiares.
Assim sendo, podemos esperar nos indivíduos portadores da classe III
esquelética, uma mastigação com o predomínio de movimentos verticais e o
esmagamento dos alimentos contra o palato pelo dorso da língua.
Nos indivíduos com face curta que apresentam uma musculatura mais
forte, principalmente dos masséteres, a mastigação é mais vigorosa. Enquanto
que, os indivíduos de face longa apresentam uma musculatura débil e estirada
com uma mastigação ineficiente pela pouca ação do mecanismo do bucinador
e menor tonicidade da musculatura elevadora da mandíbula.
Moyers (1991) relata que parece ser importante para o tratamento
ortodôntico a magnitude e a direção das forças oclusais na mastigação e o
quanto estas forças contribuem para o movimento ou a estabilidade do dente.
Visto que os dentes são estáveis, as forças mastigatórias oclusais comuns não
devem mover os dentes. Atividades fásicas, como a mastigação, fala e
deglutição, têm menos probabilidade de causar adaptações estruturais a
menos que as forças sejam intensas e/ou atuantes por longos períodos.
Mas, em algumas disfunções, tal como o bruxismo, as forças oclusais
podem produzir movimento e mobilidade dentária, podendo provocar
mudanças estruturais nos músculos, ligamentos periodontais e osso alveolar,
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sendo a postura o que aparece como mais importante determinante da forma
mandibular e posição dos dentes e da oclusão.
O papel da função, como fator principal no controle do crescimento
craniofacial, é a essência da “teoria da matriz funcional’, de Moss, que afirma
que o código genético para o crescimento esquelético está fora do esqueleto
ósseo, observando que a determinação do crescimento ósseo e cartilaginoso
ocorre em resposta ao crescimento intrínseco de estruturas associadas
denominadas por ele de matrizes funcionais.
Moyers (1991) afirma que “Estas funções são interativas com as estruturas
que elas servem e ainda muito tem a se aprender sobre a relação entre
crescimento neuromuscular, função e crescimento craniofacial e oclusão.”
Em relação a oclusão há indivíduos que utilizam uma dieta primitiva e
fibrosa, que estimulam os músculos a trabalhar mais, aumentando assim a
carga de função sobre os dentes. Esse tipo de dieta geralmente produz menos
cáries, maior média de largura dos arcos e um desgaste exagerado das faces
oclusais dos dentes. A evidência parece indicar que a nossa dieta altamente
refinada, mole, modernamente pastosa desempenha um papel na etiologia de
algumas maloclusões. A falta da função adequada resulta em contração dos
arcos dentários, desgaste oclusal insuficiente e ausência do tipo de ajuste
oclusal, normalmente observado na maturação da dentição.
Douglas (1995)
define como nutrição o conjunto de mecanismos que
possibilita aos organismos vivos a obtenção e utilização dos elementos
nutritivos e nutrientes necessários para a vida.
Os alimentos são a única fonte exógena natural de nutrientes, vitaminas e
sais minerais, o valor energético e nutritivo de seus elementos são
influenciados por fatores genéticos e climáticos, pelo tipo e tempo de
armazenamento e principalmente pela forma de preparo. De forma geral os
alimentos liberam no trato digestivo: nutrimentos, vitaminas, sais minerais,
água e fibras.
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De acordo com a origem, características nutricionais e metabolização, os
alimentos são divididos em quatro grandes grupos: carnes, laticínios, cereais (
a base da alimentação), e vegetais. E em três grupos complementares: óleos e
gorduras, açúcar e doces e outros alimentos adicionais.
As proporções corpóreas das crianças pequenas variam significativamente
após o primeiro ano, que precisam por estarem crescendo e desenvolvendo os
ossos, músculos e sangue, de mais alimentos nutritivos em proporção ao seu
peso do que os adultos. “As necessidades energéticas de uma criança são
determinadas pelo seu tamanho basal, velocidade de crescimento, tamanho
corpóreo, idade e atividade”. Lucas (1987)
Em Pipes (1987) encontramos uma tabela que usando as necessidades
nutricionais como critério, relaciona marcos do desenvolvimento motor dos dois
primeiros anos de vida com as alterações alimentares indicadas para cada uma
dessas fases.
A autora ressalta que, entre os 4 e 6 meses, começam os movimentos de
mascar da mandíbula, quando deve-se iniciar pelo cereal, por oferecer uma
boa fonte de ferro, a introdução de alimentos semi-sólidos. Com o inicio dos
padrões mastigatórios rotatórios deve-se introduzir uma comida mais
consistente como carnes picadas bem cozidas e assadas e vegetais cozidos e
torradas.
Mais tarde, após a introdução do copo, início da auto-alimentação e
aumento dos movimentos rotatórios da mandíbula, carnes fibrosas, assadas
em pedaços, devem fazer parte da dieta infantil, e gradativamente, deve-se
oferecer vegetais e frutas cruas.
A autora relaciona também o desenvolvimento da preensão palmar, que
passa pela preensão inferior até chegar a uma pinça refinada com a indicação
de que o bebê está pronto para pegar e ingerir alimentos tais como torradas,
biscoitos e salgadinhos de queijo.
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Numa segunda tabela, também para introdução de sucos, alimentos semisólidos e comida normal no primeiro ano de vida, sugere que carnes, biscoitos
e torradas que possam ser seguradas com preensão palmar sejam introduzidas
aos pedaços em torno dos seis a oito meses e que frutas e vegetais bem
cozidos deixem de ser oferecidos em papas e passem a ser oferecidos em
pedaços, como comida normal entre os nove e doze meses de vida.
É ressaltada a importância de que apenas um alimento seja introduzido de
cada vez e que o bebê experimente alimentos de diferentes texturas e sabores,
que diminuiriam a probabilidade da aversão alimentares futuras e reforçam o
papel dos hábitos alimentares dos pais que tendem a ser imitados.
Apesar de encontrarmos em Moyers (1988) que “Existe pouca evidência
para indicar que o grau de mastigação tem um efeito significativo na digestão
dos humanos. Estudos têm demonstrado que a eficiência mastigatória faz uma
pequena diferença para o grau de digestão, exceto para alimentos pouco
digestíveis, tais como legumes e carnes fritas”.
Em Douglas (1995), encontramos que a mastigação influi nos processos
digestivos. Uma mastigação insuficiente que deixe partículas maiores retarda o
esvaziamento gástrico o que altera a função de digestão e absorção do
duodeno.
A secreção salivar, por sua vez, que é excitada reflexamente em sincronia
com a atividade mastigatória, tem função digestiva bucal com lubrificação das
superfícies da mucosa, colagem das partículas alimentares resultantes da
trituração mastigatória e ação enzimática da ptialina que degrada parcialmente
os polissacarídeos alimentares.
Vários são os receptores estimulados quando ocorre a mastigação e que
determinam incrementos não só da saliva, mas de secreção gástrica, secreção
pancreática,
biliar
e
intestinal,
que
são
produzidas
pela
ação
do
parassimpático. Há portanto uma excelente sincronização entre a função
18
digestiva inicial da boca e as outras funções que acompanham a sequência dos
processos digestivos.
A mastigação também estimula o centro da saciedade, através dos
impulsos gerados nos proprioceptores dos grupos musculares estriados que
participam da mastigação, da articulação têmporo-mandibular e do periodonto.
Estes estímulos produzidos antes da absorção intestinal, são portanto, de
natureza digestiva e têm a sua importância comprovada quando uma
composição energética é administrada no estômago diretamente ou por via
parenteral, não favorecendo a inibição da fome. Enquanto que a ação
mastigatória de não alimentos, como o chiclete, estimula os mecano-receptores
bucais e amenizam a sensação de fome.
Apesar de ainda serem poucos os trabalhos que pesquisam a influência da
mastigação nos distúrbios gastrointestinais, já há dados que afirmam que na
presença de alterações dentárias sérias, há uma maior freqüência de
alterações de mucosa gástrica e que em 70% de pacientes tratados das
alterações oclusais e ou mal formações mandibulares, foram apresentadas
melhora dos quadros gastrointestinais.
Douglas (1998) define a deglutição como “o ato de engolir ou engolição,
isto é, o transporte do bolo alimentar ou de líquidos da cavidade oral para o
estômago”. Sua função primordial é a de propulsão do alimento da boca para o
estômago, mas serve também como mecanismo de proteção das vias aéreas,
quando faz retornar ao trato digestivo, resíduos alimentares que se encontrem
na nasofaringe e nas situações de vômito ou regurgitações.
Diferencia a deglutição infantil ou visceral da deglutição adulta. A primeira
que ocorre antes do estabelecimento da oclusão. Tem como característica a
formação da fronte linguo labial com a localização da língua entre as
almofadinhas gengivais e maxilares separados. Enquanto que a deglutição
adulta tem como características finais: oclusão cêntrica, posição estável da
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mandíbula, contrações mínimas dos lábios e a língua em repouso, localizada
na papila retroincisiva ou na face palatina dos incisivos.
O aprendizado da deglutição adulta só pode ser iniciado após a erupção
dos primeiros molares primários que finaliza a oclusão bilateral posterior.
A passagem da deglutição infantil para a deglutição adulta pode levar de 12
a 15 meses e ocorre juntamente com a maturação dos componentes
neuromusculares oro faciais, da posição ereta da cabeça e, consequente
modificação da atuação das forças gravitacionais sobre cabeça e mandíbula.
Tanigute (1998) afirma que a deglutição amadurece, isto é, passa de uma
deglutição com padrão infantil para o padrão adulto, com a observação da
hierarquia alimentar de mudança de consistências e que o equilíbrio harmônico
das estruturas estomatognáticas, tem como um dos principais estímulos a
introdução das diversas consistências alimentares.
A autora ressalta também a erupção dos primeiros molares decíduos, como
pré-requisito para o início dos verdadeiros movimentos da deglutição, o que
daria condições para o início da deglutição madura.
Douglas (1998) considera que a deglutição se efetua seguindo três fases:
oral, faringo-laríngea e esofágica, e atribui a fase oral o caráter preparatório
quando grande quantidade de alimento é incorporado a boca.
Já em Marchesan (1998), encontramos a deglutição dividida em quatro
fases: preparatória, oral, faringeana e esofágica. Onde a mastigação dos
alimentos que são transformados num bolo homogêneo ocorre na fase
preparatória.
A forma de deglutir depende de como as outras funções, que se utilizam
das mesmas estruturas que participam da deglutição, estão ocorrendo. Além
das
características
craniofaciais,
oclusão
e
mordida,
idade,
tônus,
propriocepção e o alimento que se está deglutindo
Independente da quantidade de fases utilizadas pelos autores, o importante
é que antes do disparo do reflexo da deglutição ocorre a manipulação dos
20
alimentos pelas estruturas da cavidade oral e, tratando-se de alimentos duros,
há a necessidade da mastigação, onde esta interfere, de acordo com o seu
grau de eficiência, na continuidade do processo de deglutição.
Bianchini (1998) afirma que quando parte do alimento, já pulverizado, migra
para a parte posterior da boca e estimula os pilares anteriores da faringe,
ocorrem deglutição reflexas, enquanto isso, o restante do alimento continua
sendo triturado e/ou pulverizado. A natureza do alimento, pode fazer portanto,
com que mastigação e deglutição ocorram quase que ao mesmo tempo e
continuamente.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Na bibliografia de fonoaudiologia e odontologia consultada, a maioria dos
autores ressaltam a importância da estimulação, oferecida pela manipulação de
uma dieta com alimentos duros, na aquisição e desenvolvimento das funções,
favorecendo crescimento ósseo e dentário.
“Se a criança só ingere alimentos pastosos, as funções de morder,
mastigar e formar o bolo alimentar não se desenvolvem, perpetuando a
imaturidade do sistema sensório motor oral”. Altman (1989).
“Mastigar
é
uma
função
essencial
na
prevenção
dos
distúrbios
miofuncionais: ela dará continuidade à estimulação da musculatura orofacial,
iniciada com a sucção. Será responsável também, pelo desenvolvimento dos
ossos maxilares, manutenção dos arcos, estabilidade da oclusão e pelo
equilíbrio muscular e funcional; propiciando assim, movimentos precisos e
coordenados, que serão necessários para a deglutição fisiológica normal e a
produção da fala”. Tanigute (1998).
A observação porém, que fora do consultório, existe um número grande de
crianças que fazem uso de dieta pastosa e macia, mas que não apresentam
distúrbios funcionais e tão pouco se submetem a tratamentos ortodônticos e/ou
ortopédicos, nos faz pensar sobre o caráter atrófico atribuído a dieta pastosa
do nosso tempo, como não necessariamente, comprometido funcionalmente.
Essa dados nos direcionaram para um maior aprofundamento e reflexão
sobre as interferências não só do meio ambiente, mas principalmente
genéticas,
no
binômio
forma-função
presente
durante
a
fase
do
desenvolvimento em questão.
Aspectos já ressaltados por Biachinni (1997) ao nos lembrar que para
cada padrão facial é esperado um padrão muscular diferente, e que as
características esqueléticas têm relação direta com a funcionalidade do sistema
Portanto, o binômio forma x função tem relação direta com os fatores
genéticos e interferências ambientais.
22
Na literatura consultada encontramos a melhora na inteligibilidade da fala,
como resposta a tratamentos que incluiu no seu planejamento, mudanças de
hábito alimentares, comprovando a influência direta entre consistência
alimentar e a função da mastigação e indiretamente com a fala.
Comprovamos, também que as terapias desenvolvidas com a estimulação
da mastigação, de elementos que não são alimentos, surtem efeitos
temporários, não modificam padrões funcionais, não são automatizados e após
o término do que podemos chamar de treinamento, desaparecem rapidamente.
As funções de respiração, sucção e deglutição, de natureza reflexa não
condicionada,
presentes
desde
o
nascimento
não
necessitam
de
aprendizagem. Mas, a mastigação e fala são adquiridas, através de
treinamentos e novas associações sinápticas
A mastigação, considerada como a função mais importante do sistema
estomatognático, é fundamental para manter um equilíbrio funcional e muscular
de todas as demais funções e estruturas moles e duras que fazem parte desse
sistema. Sendo tal função adquirida, aprendida, torna-se importante que a dieta
favoreça esse aprendizado
O papel dos alimentos duros, portanto, na dieta alimentar ao favorecer o
estímulo principalmente da mastigação, possibilita também o equilíbrio
funcional de todo o sistema estomatognático.
Os nossos objetivos em terapia devem ser norteados sempre, pelo caráter
auto regulador e adaptativo, que todas as estruturas que compõem o sistema
estomatognático e funções por estas desempenhadas, possuem.
Por isso, reforçamos o pensamento, de que não em todos, mas nos casos
em que a consistência da dieta alimentar do paciente precisa ser modificada, é
importante definir bem na terapia, em que momento a mudança de hábitos
alimentares, deverá e principalmente, poderá ser exigida.
Ao refletir sobre as condições necessárias para alta dos nossos pacientes,
em particular daqueles onde a mudança de consistência dos alimentos é um
fator importante, entendemos que a alta do processo terapêutico deve levar em
23
consideração, não só o aprendizado em terapia de padrões funcionais corretos
de mastigação e deglutição, mas a assimilação por parte dos familiares
responsáveis, de uma dieta onde alimentos mais duros façam parte. Havendo
portanto, a necessidade de um trabalhado de conscientização junto aos
familiares e também a formulação e uso de instrumentos de monitoração e
controle dessa mudança, durante o processo terapêutico.
Ríspoli e Bacha (1998) desenvolvendo um programa de intervenção
fonoaudiológica breve, deram lugar de destaque na avaliação e terapia a
mudança de hábitos alimentares, com um acompanhamento detalhado da
evolução feita através de tabelas preenchidas em casa, pelos pacientes. Na
fase de conscientização da terapia, orientações são passadas verbalmente e
através da distribuição de pequenos textos sobre valores nutricionais dos
diversos grupos de alimentos, e a importância de uma dieta diversificada da
qual faça parte alimentos mais duros.
Acredito que devemos estar preparados também para aceitação de limites
quanto aos resultados do nosso trabalho, limites esse que passam pela
disponibilidade dos familiares em assimilarem mudanças significativas em seus
hábitos alimentares.
Comprovamos que a mastigação possibilita o equilíbrio funcional e
muscular do sistema estomatognático e sua diminuição, devido a uma dieta
amolecida
intensidade.
favorecerá o desequilíbrio deste sistema em maior ou menor
São as variáveis como o padrão de crescimento facial e a
oclusão, a qualidade neuro muscular e a manutenção das vias aéreas
superiores desobstruídas, que construirão o perfil de cada caso,
A expectativa de que caberia ao fonoaudiólogo a formulação e
estabelecimento de regras frente a todos os pacientes e famílias, muitas das
quais comprometeriam a dinâmica familiar existente, não se confirmou. Mas
outras possibilidades e diretrizes de trabalho surgiram, enriquecendo nossa
proposta de atuação, junto aos nossos pacientes.
24
Uma delas é o trabalho conjunto com o nutricionista. Confirmamos na
consulta a literatura sobre nutrição que a forma de preparo dos alimentos
interfere no seu valor nutricional. Uma criança que faz uso de dieta
predominantemente pastosa pode está comprometendo seu desenvolvimento e
sua saúde geral.
Reforçamos o pensamento portanto, que as diversas variáveis que atuam
conjutamente no desenvolvimento do complexo oro crânio facial, são
elementos diferenciadores nas respostas musculares frente a consistência da
dieta alimentar. Não sendo portanto, válido e oportuno o estabelecimento de
propostas de intervenção únicas.
Acreditamos que o momento é válido e propício as investigações e
aprofundamento teórico. Pesquisas, onde essas variáveis devam ser melhor
estudadas e cruzadas visando uma otimização da nossa proposta terapêutica,
com uma melhor determinação de quando, e em que casos, caberia a
intervenção do fonoaudiólogo modificando hábitos alimentares.
Os resultados encontrados portanto, não permitiram o estabelecimentos de
regras. Reforçaram sim, a necessidade de analisarmos cada paciente como
único, respeitando a especificidade de cada caso.
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