ANÁLISE DO USO DA HIPOTERMIA TERAPÊUTICA EM PACIENTES APÓS PARADA CARDIORRESPIRATÓRIA Analysis of the use of Therapeutic Hypothermia in patients after Cardiopulmonary Arrest Gustavo Palmieri Barbosa Correia Ricardo Jorge da Silva Pereira RESUMO A Hipotermia Terapêutica é uma redução controlável da temperatura central do corpo, com objetivos definidos no tratamento de cirurgias cardíacas e neurológicas, bem como na preservação da fisiologia após parada cardiorrespiratória. Seu uso e importância são fundamentais para proteger o coração e o cérebro de lesões irreversíveis, porém ainda é uma terapia subutilizada nas UTI’s. Contudo, o presente estudo tem por objetivo analisar o uso da hipotermia terapêutica em pacientes após parada cardiorrespiratória, sendo elaborado de forma qualitativa descritiva, a partir de revisão bibliográfica sistemática de artigos científicos, no período de 2002 a 2011. É um tratamento promissor, porém de utilização não tão difundida, principalmente por requerer um bom conhecimento e estrutura dos profissionais e das unidades emergenciais e intensivas. Palavras-chave: Hipotermia Terapêutica, Parada Cardiorrespiratória, Resfriamento, Cuidados Intensivos. ABSTRACT Therapeutic hypothermia is a controllable reduction in body core temperature, with defined objectives in the treatment of cardiac and neurological surgeries, as well as the preservation of physiology after cardiopulmonary arrest. Its use and importance are essential to protect the heart and brain from irreversible lesion, but is still an underutilized therapy in the ICU. However, this study aims to examine the use of therapeutic hypothermia in patients after cardiopulmonary arrest, being developed in a qualitative descriptive, from systematic literature review of scientific articles, in the period from 2002 to 2011. It is a promising treatment, but not as widespread use, mainly because it requires a good knowledge and structure of professionals and emergency units and intensive. Key-words: Therapeutic Hypothermia, Cardiopulmonary Arrest, Cooling, Intensive Care. INTRODUÇÃO A temperatura central corporal é um dos parâmetros fisiológicos mais precisamente controlados. Os seres humanos são homeotérmicos e apresentam um sistema termorregulador (principalmente o hipotálamo) que permite pequenas variações de 0,2 a 0,4ºC em torno de 37ºC para manutenção das funções metabólicas (SOUZA et al, 2010; BIAZZOTTO et al, 2006). A Hipotermia Terapêutica é uma redução controlada da temperatura central dos pacientes com objetivos pré-definidos, sendo proposta em 1940 com potencial de neuroproteção, reduzindo a injúria secundária. O tratamento vem sendo usado há mais de 50 anos em cirurgias cardíacas e, mais recentemente, em cirurgias neurológicas. Atualmente, o tema voltou a ter maior impulso e tornou-se terapêutica bem estabelecida na preservação e proteção pós-parada cardiorrespiratória em adultos, apesar de ainda ser subutilizada nas UTIs (FEITOSA et al, 2009; PEDROZA, 2010; RECH et al, 2010). Os limites de temperatura para definição e classificação de hipotermia variam na literatura médica. Considera-se hipotermia a redução da temperatura sanguínea central abaixo de 36ºC. A diminuição da temperatura normal em 1 a 3ºC promove proteção consistente contra hipóxia e isquemia cerebral. Quando a temperatura corporal central é ainda mais reduzida, próximo de 28ºC, promove proteção miocárdica e do sistema nervoso central (SNC) durante cirurgia cardíaca (BIAZZOTTO et al, 2006; PEDROZA, 2010). Segundo Souza e Costa (2010), a hipotermia pode ser classificada em terapêutica e não-intencional. Hipotermia não-intencional ou acidental ocorre principalmente em pacientes submetidos a procedimentos anestésico-cirúrgicos, dentre outras causas. Ela advém de fatores isolados ou associados, como perda excessiva de calor, inibição da termorregulação fisiológica, bem como negligência na prevenção. Já a hipotermia terapêutica ou provocada, é instituída pela equipe médica, com objetivos bem definidos: tratamento de hipertensão intracraniana refratária, proteção neurológica pós-ressuscitação cardiopulmonar, durante cirurgias neurológicas ou cardíacas de maior complexidade, dentre outras. Com a finalidade terapêutica, a hipotermia é classificada em leve (32 - 34ºC), moderada (28 - 32ºC) e profunda (inferior a 28ºC), podendo variar nas literaturas. A preferência pela classificação é justificada por dois fenômenos importantes: a 32°C os tremores cessam; e abaixo de 28°C aumenta significativamente o risco de fibrilação ventricular (ANJOS et al, 2008). Estudo publicado pelo The New England Journal of Medicine (2002) mostra que a temperatura ideal para se obter um efeito terapêutico desejado está entre 32ºC e 34ºC. Tendo em vista as controvérsias que circundam a literatura a respeito dos efeitos sistêmicos, desejados ou adversos, da hipotermia terapêutica na pós-parada cardiorrespiratória, objetivou-se analisar por meio de uma revisão o presente estudo. OBJETIVO Analisar a importância, dentro da literatura médica, do uso da Hipotermia Terapêutica em pacientes após parada cardiorrespiratória. MÉTODO O estudo foi elaborado de forma qualitativa descritiva, a partir de uma revisão bibliográfica sistemática de artigos científicos das bases de dados Scielo, Lilacs e Pubmed no período de 2002 a 2011, utilizando a estratégia de cruzamento das palavras-chave: hipotermia terapêutica; parada cardiorrespiratória; resfriamento; cuidados intensivos. DESCRIÇÃO A parada cardiorrespiratória (PCR) é uma emergência médica definida como a cessação súbita e inesperada das funções vitais, caracterizada pela ausência de batimentos cardíacos, de movimentos respiratórios e irresponsividade a estímulos. Independente da causa subjacente tem morbidade e mortalidade elevadas, com sobrevida inferior a 40%, se essa ocorrer no hospital, e inferior a 10% se ocorrer no ambulatório, números que se tem mantido inalterados nos últimos anos. Dos pacientes que sobrevivem muitos ficam com seqüelas neurológicas (RECH et al, 2010; PEREIRA, 2008). Em estudo de Rech e Vieira (2010), a PCR causa cessação abrupta do fluxo sanguíneo cerebral, produzindo isquemia. A extensão do dano neurológico depende do grau de hipoxemia ao qual o tecido cerebral é submetido, ocorrendo dano permanente após 5 a 10 minutos da completa cessação do fluxo sanguíneo. Estimase que 10 a 30% dos sobreviventes pós PCR evoluam com estado vegetativo que se caracteriza por um estado de inconsciência completa de si mesmo e do ambiente e irresponsividade a estímulos. Quando ocorre a reperfusão, os fenômenos destrutivos ainda se prolongam por mais 48 a 72 horas. Isto ocorre porque o retorno da circulação ativa cascatas bioquímicas, resultando na migração intracelular de cálcio, na produção e na secreção de radicais livres de oxigênio e na liberação de aminoácidos excitatórios – em especial o glutamato – promovendo a apoptose e contribuindo para a isquemia e o edema cerebral. Essa intensificação pós-isquemia da injúria cerebral exacerba-se quando a temperatura do paciente ultrapassa 37°C (CISNEIROS et al, 2011). Nesse contexto, a hipotermia terapêutica (HT) tem demonstrado ser um tratamento eficaz em reduzir o dano isquêmico cerebral produzido durante diferentes insultos neurológicos, como no trauma de crânio, nos acidentes vasculares cerebrais, na hemorragia subaracnóide e na anóxia induzida pela parada cardíaca. A hipotermia reduz a demanda cerebral de oxigênio, promovendo proteção contra isquemia. Evidências sugerem que a HT reduz a mortalidade dos pacientes comatosos sobreviventes pós PCR, geralmente ocorridas nas primeiras 24 horas de retorno de circulação espontânea (ROSC), segundo Rech e Vieira em 2010. Pereira, em 2008, relatou que o tratamento após a PCR destina-se a preservar as funções orgânicas, principalmente a cerebral, evitando a progressão da lesão e mantendo adequada a pressão de perfusão nos territórios vasculares. Tal estratégia é complementar da abordagem diagnóstica e terapêutica da causa da PCR e de potenciais complicações, nomeadamente eventual fibrinólise, intervenção coronariana ou conversão de disritmias cardíacas. A abordagem inicial inclui eletrocardiograma (identificação da causa), radiografia de tórax (exclusão de iatrogenias associadas às manobras de reanimação) e gasometria (dosagem de eletrólitos e ácido láctico). Baseado em importantes evidências, a International Liaison Commitee on Resuscitation (ILCOR), inclui este tratamento nas recomendações para os pacientes em pós-parada cardiorrespiratória, incluindo pacientes com ROSC pós PCR fora de hospitais, durante 12 a 24h, quando o ritmo de parada fosse fibrilação ventricular (FV). Apesar de não existir evidência até o momento, foram incluídos também, pacientes com outros ritmos de parada e aquelas ocorridas em ambiente hospitalar (RAVETTI et al, 2009; FEITOSA et al, 2009). No estudo de Ravetti et al (2009), o mecanismo pelo qual a hipotermia produz benefício não é totalmente conhecido. Em cérebros normais, diminui o consumo de oxigênio em 6% a cada redução em 1ºC acima de 28ºC. Reduz reações químicas associadas com a reperfusão, tais como a produção de radicais livres de oxigênio, liberação de aminoácidos excitatórios e o intercâmbio do cálcio que levam ao dano mitocondrial e apoptose. Mecanismos de ação da hipotermia terapêutica Desde 1950, alguns estudos usam a hipotermia moderada e outros a leve entre 32 e 34ºC antes da indução de parada cardiorrespiratória para preservar e proteger o cérebro contra a isquemia global que ocorre na cirurgia cardíaca (PEDROZA, 2010; RAVETTI et al, 2009; RECH et al, 2010). Rech e Vieira (2010) relataram que a isquemia neuronal pós PCR pode persistir por várias horas pós-ressuscitação. A hipotermia, em seus mecanismos de ação, entendeu que a hipotermia leve, ao invés da profunda (< 28ºC), era suficiente para ação neuroprotetora contra vários mecanismos bioquímicos deletérios, tornando-se o primeiro tratamento eficaz em reduzir o dano neurológico isquêmico pós PCR. O metabolismo cerebral reduz de 6 a 10% para cada 1ºC na queda da temperatura. Quando a temperatura cai abaixo de 32ºC, a taxa metabólica cerebral diminui para aproximadamente 50% do normal e o consumo de O2 e a produção de CO2 acompanham proporcionalmente essa queda. Durante o período de isquemiareperfusão que se inicia com a parada cardíaca ocorre uma grande redução das moléculas de alta energia, como adenosina trifosfato. A conseqüência imediata é a mudança do metabolismo celular de aeróbio para anaeróbio. A glicólise anaeróbia eleva os níveis intracelulares de fosfato, lactato e íons hidrogênio, resultando em acidose intra e extracelular, o que promove o influxo de cálcio para dentro das células. O influxo de cálcio é muito deletério para a célula, pois produz disfunção mitocondrial e perturbações no funcionamento das bombas de sódio e potássio, levando à despolarização das membranas celulares e liberação de glutamato, um neurotransmissor excitatório, para o extracelular. A acidose intracelular, que estimula os processos destrutivos celulares e apoptose, pode ser evidenciada pela elevação dos níveis de lactato cerebral. A hipotermia inibe esses processos excitatórios deletérios para a célula. Hipotermia terapêutica após PCR A proteção cerebral máxima é conseguida somente com a hipotermia profunda, entre 15 e 18ºC, quando o EEG torna-se isoelétrico. Entretanto, este benefício torna-se impraticável pelas complicações sistêmicas inerentes ao procedimento (PEDROZA, 2010). A recuperação após parada cardíaca com isquemia global sem dano neurológico é rara. Após a PCR sem fluxo sanguíneo por mais de cinco minutos, a geração de radicais livres juntamente com outros mediadores, durante a reperfusão, cria cascatas químicas que resultam em injúria cerebral (PEDROZA, 2010; PEREIRA, 2008). Vários estudos clínicos demonstraram que pacientes tratados com hipotermia leve pós PCR tiveram uma importante melhora do prognóstico neurológico, sem grandes efeitos colaterais, quando comparados ao grupo controle (RECH et al, 2010; PEDROZA, 2010). O International Liaison Committee on Resuscitation (ILCOR) é um organismo internacional composto por membros das mais importantes entidades mundiais no assunto, cuja missão é unificar o consenso científico em reanimação cardiorrespiratória e o atendimento de emergências cardiovasculares no mundo. Com modelos unificados de registro, os tempos, as intervenções e os resultados dos esforços de ressuscitação passaram a ser padronizados (NOLAN et al, 2003; PEDROZA, 2010). O ILCOR deu início ao complexo processo de revisão e confecção do novo Consenso Internacional em Ressuscitação Cardiopulmonar e Atendimento Cardiovascular de Emergência. Em colaboração com a Associação Americana de Cardiologia (AHA), o ILCOR produziu as primeiras diretrizes (guidelines) internacionais de reanimação cardiorrespiratória em 2000 (PEDROZA, 2010). Na colaboração com o AHA (2005), o ILCOR organizou uma revisão baseada em evidências científicas extraídas de um estudo de 2003 sobre hipotermia terapêutica após parada cardiorrespiratória, e publicou um novo posicionamento, recomendando que adultos inconscientes com circulação espontânea pós PCR fora do hospital e com ritmo inicial de FV deveriam ser resfriados para 32 a 34ºC, por 12 a 24 horas. Ainda acrescentou que a hipotermia também pode ser benéfica para outros ritmos ou para PCR intra-hospitalar. Em 2005, estas recomendações passaram a fazer parte das novas diretrizes do ILCOR. Portanto, essas sociedades já recomendam o uso de hipotermia terapêutica induzida nas condições: - A hipotermia espontânea, desenvolvida após a PCR, e a induzida (33ºC) são permitidas e podem desempenhar um papel protetor no cuidado após reanimação, bem como, não reaquecer pacientes hemodinamicamente estáveis que, espontaneamente, desenvolvam hipotermia leve (>33ºC). Hipotermia leve pode ser benéfica à evolução neurológica e é provavelmente bem tolerada, sem risco significativo de complicações; - Pacientes inicialmente em coma, porém hemodinamicamente estáveis após FV presenciada, de etiologia presumivelmente cardiológica, se beneficiam da hipotermia induzida; - Pacientes adultos inconscientes com retorno de circulação espontânea (ROSC) após PCR fora do hospital devem ser resfriados de 32 a 34ºC por 12 a 24 horas, quando o ritmo inicial for fibrilação ventricular (FV). (Classe IIa); - Terapia similar pode ser benéfica para pacientes com PCR fora do hospital, por etiologias variadas além de FV e/ou para PCR intra-hospitalar (Classe IIb). Etapas para a indução da hipotermia terapêutica O estudo de Rech e Vieira (2010) definiu a hipotermia terapêutica como um importante tratamento que produz diversos efeitos fisiológicos e entendê-los é essencial para alcançar os melhores resultados com o resfriamento. Composta de quatro fases: fase de identificação dos pacientes; fase de indução da hipotermia; fase de manutenção e de reaquecimento. Desde 2003, a ILCOR recomenda o uso de HT para todos os pacientes sobreviventes pós PCR que permaneçam comatosos após reanimação, independente do ritmo da PCR e do local onde ocorreu o evento. Devem ser excluídos os pacientes reanimados por mais de 60 minutos; aqueles com retorno da circulação espontânea há mais de 6 horas; os com estado de coma prévio à PCR; as gestantes; os com sangramento ativo ou coagulopatia; os em pós-operatório de grande porte há menos de 14 dias; os com choque cardiogênico ou choque séptico e os pacientes terminais (RECH et al, 2010; NOLAN et al, 2003). A temperatura-alvo a ser atingida é 32 - 34ºC. Esse alvo representa um equilíbrio entre os benefícios clínicos e os efeitos adversos, que se exacerbam muito a temperaturas mais baixas, havendo maior risco de fibrilação ventricular. A remoção de calor pode ser induzida de forma não-invasiva ou invasiva. Os métodos incluem a utilização de pacotes de gelo, de mantas térmicas, equipamentos de resfriamento de superfície e a infusão de soluções geladas, como ringer lactato a 4-8ºC. Atualmente, o mais eficaz é através do uso de cateteres endovasculares, que proporcionam um excelente controle de temperatura tanto na indução, quanto na manutenção e no reaquecimento, no qual se utiliza um cateter venoso central especial, de metal recoberto, por onde circula água, conectado a um equipamento externo que a refrigera, podendo ser introduzido via femoral, subclávia ou jugular. A temperatura deve ser medida constantemente, 32 - 34ºC durante 24 horas. Um ponto importante do cuidado desses pacientes são os parâmetros hemodinâmicos. Níveis de pressão arterial média acima de 80mmHg são recomendados em pacientes pós PCR, podendo ser necessário reposição volêmica e infusão de vasopressores para se atingir esses valores. O vasopressor mais comumente utilizado durante a HT é a noradrenalina. Pacientes durante o tratamento com HT não têm indicação alimentar, pois existe um retardo do esvaziamento gástrico. Além disso, existe um risco aumentado de pneumonia associada à ventilação mecânica (PAV), em razão de possível aspiração durante a PCR e da diminuição da imunidade associada à hipotermia. Portanto, é preciso ser rigoroso na aplicação de medidas de prevenção de PAV. Outros pontos fundamentais são a monitorização da glicemia, oximetria, sedação e analgesia, bem como, uma reavaliação da necessidade do uso de bloqueadores neuromusculares, dentre outros exames (RECH et al, 2010). Durante todo o tratamento o paciente deve ser monitorado e, havendo algum evento que comprometa a integridade física deste, deve-se iniciar o reaquecimento. Este tem início 24 horas após a indução do resfriamento. O reaquecimento deve ser lento, numa velocidade de 0,2 a 0,4ºC/hora, durante 12 horas, até que se atinja temperatura entre 35 e 37ºC. O reaquecimento pode ser passivo ou ativo, com auxílio de mantas térmicas, vasopressores, retirada gradual da sedação, a depender do estado clínico do paciente (RECH et al, 2010; FEITOSA et al, 2009; RAVETTI et al, 2009; BIAZZOTTO et al, 2006). CONCLUSÃO Com o estudo realizado, foi possível observar que o papel da Hipotermia Terapêutica em pacientes após parada cardiorrespiratória é de uso determinante na sobrevida e na qualidade desta. Observou-se ainda, que apesar de toda a complexidade que envolve a terapêutica e as mudanças fisiológicas ocorridas no paciente é válido investir nesta técnica. O bom conhecimento e domínio da equipe multidisciplinar atuante no atendimento emergencial e intensivo são tão fundamentais quanto à qualidade da técnica da hipotermia que necessita ser instituída o mais precoce possível. Manter um organismo vivo com temperatura precisamente monitorada a 32 – 34ºC, dentro dos limites fisiológicos compatíveis com a vida, após uma parada cardiorrespiratória que segundo o ILCOR juntamente com a Associação Americana de Cardiologia independe do ritmo cardíaco e do local ocorrido da PCR, bem como a integridade das funções neurológicas, faz da Hipotermia Terapêutica um tratamento altamente promissor no retorno deste paciente à sociedade de forma digna. REFERÊNCIAS 1. Souza VP, Costa JRR. Anestesia e Neurologia: Hipotermia: Evidências Científicas. Medicina Perioperatória. [acesso em 2010 jul 19]. Disponível em: http://www.saj.med.br/uploaded/file/artigos/ hipotermia.pdf. 2. Biazzotto CB, Brudniewski M, Schmidt AP, Auler Jr. JOC. Hipotermia no Período Peri-Operatório. Rev Bras Anestesiol. 2006 jan-fev;56(1). 3. Feitosa-Filho GS, Sena JP, Guimarães HP, Lopes RD. Rev Bras Ter Intensiva. 2009;21(1):65-71. 4. Pedroza JR. Cuidado pós ressuscitação: Hipotermia Terapêutica. 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