INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM PARA O TRATAMENTO DE HIPOTERMIA NO PÓS-OPERATÓRIO IMEDIATO Descritores: Hipotermia, Pós-operatório imediato, Assistência de enfermagem. JULIANA MARA GOTARDO¹ CRISTINA MARIA GALVÃO² ¹Aluna de graduação da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (EERP/USP) Bolsista de Iniciação Científica (PIBIC/USPCNPq). 2 Professor Associado da EERP/USP Introdução A hipotermia é um evento comum no período perioperatório e acarreta complicações relevantes. Objetivos O estudo teve como objetivos: identificar a freqüência de hipotermia no paciente adulto no pós-operatório imediato e identificar as intervenções de enfermagem implementadas para o seu tratamento na sala de recuperação pós-anestésica (SRPA). Métodos A abordagem metodológica adotada foi quantitativa, delineamento de pesquisa não experimental, tipo do estudo descritivoexploratório prospectivo. O estudo foi desenvolvido em um hospital governamental, nível terciário, após aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa. Os sujeitos participantes assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido Os critérios de inclusão foram: paciente com idade igual a 18 e não superior a 60 anos; paciente submetido à cirurgia eletiva ginecológica com duração de pelo menos uma hora. Um instrumento foi elaborado para a coleta de dados e realizado validação aparente e de conteúdo A coleta de dados foi realizada por meio do acompanhamento do paciente desde a sua chegada na SRPA até a alta desta unidade. Os dados foram coletados por meio da observação e dos registros realizados no prontuário do paciente pela equipe de enfermagem. A coleta de dados foi executada no período de janeiro a junho de 2007, perfazendo 30 pacientes. O programa Epi Info versão 3.3.2 foi utilizado para realizar a freqüência e média das variáveis mensuradas no estudo. Resultados e Discussão A temperatura corporal média no momento de chegada do paciente na SRPA foi de 35,5°C, sendo que 66,6% dos pacientes investigados apresentaram hipotermia. A hipotermia ocorreu em 80% dos pacientes submetidos a anestesia geral e em 58,8% dos pacientes submetidos a raquianestesia. No período intra-operatório apenas 10% dos pacientes fizeram uso de um método de aquecimento ativo. O método de aquecimento mais utilizado pela equipe de enfermagem, no período pós-operatório imediato, foi o cobertor de lã com lençol de algodão, caracterizado como método passivo de aquecimento cutâneo, sendo que apenas 6,7% dos pacientes pesquisados utilizaram-se do sistema de ar forçado aquecido (método ativo de aquecimento cutâneo). A literatura indica que o uso de método de aquecimento ativo é mais eficaz para o tratamento da hipotermia que o emprego de método passivo. Conclusão Compete a equipe de enfermagem implementar intervenções efetivas para a prevenção e o tratamento da hipotermia e consequentemente a redução das complicações associadas. Desta maneira, é necessário que o enfermeiro busque conhecimento científico sobre as complicações decorrentes da hipotermia e os métodos de aquecimento cutâneo mais eficazes para uso no período perioperatório. Bibliografia 1. 2. 3. 4. 5. Lenhardt R. Monitoring and thermal management. Best Practice & Research Clinical Anaesthesiology 2003; 17 (4): 569-81. Doufas AG. Consequences of inadvertent perioperative hypothermia. Best Practice & Research Clinical Anaesthesiology 2003; 17 (4): 535-49. Kiekkas P, Poulopoulou M, Papahatzi A, Panagiotis S. Is postanesthesia care unit length of stay. increased in hypothermic patients? AORN J 2005; 81 (2): 379-92 Biazzotto CB, Brudniewski M, Schmidt AP, Júnior Auler JOC. Hipotermia no período peri-operatório. Rev. Bras. Anestesiol 2006; 56 (1):89-106. Grossman S, Bautista C, Sullivan L. Using evidence-based practice to develop a protocol for postoperative surgical intensive care unit patients. Dimensions of Critical Care Nursing. 2002; 21 (5): 206-13.