Projeto (Southern oceans educational and development) Relatório de atividade Março – Dezembro de 2012 Por: Genyess R. A. S. Vieira Florianópolis, 2013 O ano 2012 foi o segundo ano do mestrado na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Brasil. Este foi o ano da realização do experimento, onde houve alguns contratempos que levou a um atraso de quase três meses no cronograma elaborado para o trabalho. Por esse motivo a defesa do trabalho irá acontecer em Abril de 2013. Experimento Titulo: Avaliação do uso da Lactobacillus plantarum, na conservação do alimento fresco (mexilhão) da maturação do camarão marinho Litopenaeus vannamei e no consumo. Setor: Maturação de camarão marinho Orientador: Edemar Roberto Andreatta Co-orientador: Felipe do Nascimento Vieira Local: Laboratório de Camarão Marinha (LCM) - UFSC e no Instituto Federal Catarinense do Campus de Araguari (IFCCA). Introdução Para garantir uma boa desova (em número e qualidade de ovos), a nutrição das matrizes reprodutoras em cativeiro deve ser colocada em destaque, uma vez que interfere diretamente no desempenho reprodutivo dos organismos, e consequentemente, na qualidade dos náuplios (primeiro estágio larval dos camarões marinhos). Assim, até hoje ainda não foi desenvolvida uma ração que supra todas as necessidades reprodutivas dos camarões, sendo indispensável à utilização de alimentos frescos como mexilhão, lula, ova de peixe e biomassa de artêmia. No setor de maturação do LCM, os reprodutores de camarão Litopenaeus vannamei, são alimentados com ração (para reprodutores), mexilhão e lula congelada. Para conservação do alimento fresco utilizado no setor de maturação, estratégia mais utilizada é a estocagem a -18°C. No entanto, com o congelamento, ocorre o risco de formação de cristais de gelo que podem causar danos aos tecidos dos alimentos frescos. Este processo provoca perda de líquidos ocasionando reações indesejáveis e consequente redução do valor nutricional, além de alterações na textura e na aparência dos alimentos após o descongelamento. Também em relação à biosseguridade, alguns trabalhos verificaram que o uso de alimento frescos ou congelados são possíveis vetores de transmissão de diferentes patógenos. Com isso o fornecimento do alimento sem o processo de congelamento poderia melhorar os índices reprodutivos da maturação de camarões peneídeos. Uma estratégia que poderia ser utilizada com este propósito é a conservação do alimento fresco com uso de bactérias ácido lácticas. As bactérias ácido lácticas, apresentam características, como: produção de ácido láctico, peróxido de hidrogênio, ácidos orgânicos e bacteriocinas, que atuam como bioconservadores, alterando as propriedades intrínsecas de alimentos e inibindo microrganismos deteriorantes. Estas são consideradas bactérias probioticas e os principais gêneros são: Lactobacillus, Lactococcus, Enterocococcus, Streptococcus, Pediococcus, Leuconostoc e Bifidobacterium . Neste trabalho foi usado a bactéria L. plantarum, que é uma bactéria ácido láctica, considera probíotica. Adicionalmente, o uso de bactérias ácido lácticas (L. plantarum) que apresentam um pH ácido em torno de 3,8 pode ser avaliado como inativador do vírus WSSV. Segundo Chang et al. (1998), em um experimento realizado com camarão tigre (Penaeus monodon), verificou-se a inativação total do vírus da mancha branca após a exposição a pH 3 por uma hora. Sendo assim, o uso de L. plantarum poderá contribuir para um melhor controle da enfermidade na produção de camarão marinho em cativeiro. Objetivos: Avaliar a conservação de alimentos frescos (mexilhão) utilizados na alimentação de reprodutores de camarões marinhos com o uso de Lactobacillus plantarum associado ao processo de vácuo e armazenamento a 4°C; Avaliar a atratividade e o consumo do alimento conservado com L. plantarum em sistema de vácuo em relação ao alimente congelado; Avaliar se a conservação o alimento fresco conservado com L. plantarum pode inativar o vírus da mancha branca (WSSV). Resultados: Para o primeiro objetivo (a avaliar a conservação de alimento fresco (mexilhão) com o uso de L. plantarum associado ao processo de vácuo e armazenamento a 4°C), foram feitas amostragem de 15 em 15 dias dando seis amostras em dois meses (60 dias). Neste objetivo, observou-se que a os mexilhões alimentados com a bactéria (L. plantarum) apresentarem menor concentração de Vribrio spp, maior de bactérias ácido lácticas, o que confirma que houve uma melhor conservação do alimento (mexilhão). Para o teste de atratividade e consumo do alimento (segundo objetivo), o camarão marinho Litopenaeus vannamei, não tem preferência entre as duas dietas oferecidas (mexilhão conservado com L. plantarum, embalado a vácuo e conservado a 4°C e mexilhão armazenado a -18°C) o mesmo aconteceu com o consumo. E no trato intestinal os camarões alimentados com mexilhão com L. plantarum apresentaram maior concentrações de bactérias ácido lácticas e menor concentração de Vibrio spp. Neste ultimo objetivo, a metodologia utilizada não obteve nenhum resultado. As analises foram feitas no IFCCA, onde usamos a técnica de PCR e este não apresentou nenhuma banda na observação do GEL. Conclusões: 1. O mexilhão fresco pode ser conservado com o uso de Lactobacillus plantarum,selado a vácuo e armazena a 4ºC por um período mínimo de 60 dias, sem alterar a atratividade e consumo do alimento por reprodutores de camarões da espécie Litopenaeus vannamei. 2. O uso da bactéria L. plantarum na conservação do mexilhão, utilizado para alimentação, modifica a microbiota intestinal do camarão L. vannamei, aumentando o número de bactérias ácido lácticas e diminuindo o de Vibrio spp. Outras atividades Continuei envolvida nas atividades do LCM; Participei da despesca do LCM e ajudei na transferência para a fazenda; Despesca LCM Fazenda Yakult Distribuição para os tanques na fazenda Fazenda Yakult Larvas de camarão Em Setembro(2012), participei do Encontro Brasileiro de Patologistas de Organismos Aquáticos (XII ENBRAPOA), em Bonito, MS, onde expos um pôster. Local do encontro: espaço Pantanal,MS Dourado, no Rio da Prata Pôster do encontro Praça de Bonito, Dourados é o símbolo Realização de experimento em Araguari Campus IFCCA Sala de experimento Considerações finais: Agradecer em primeiro lugar ao projeto SOED por este oportunidade e experiência. Ter passado este 2 anos em Florianópolis, Brasil, aprendi muito coisa. Tanto a nível profissional (conhecimentos na área de aquicultura), tanto pessoal ( como lidar e aceitar novas culturas/ideias). Segundo, ao grupo do LCM que sempre com muita paciência e atenção ensinaram-me e orientaram nas tarefas. Sempre disposto a tirar duvidas e ensinar. Aos amigos que aqui fiz, que com muita alegria e boa disposição sempre me incentivaram. A minha família, pelo carinho e força, mesmo de longe sempre os senti perto. Enfim, a todos que fizeram parte deste minha jornada que se encontra na porta de um final. O meu muito obrigada.