II SEMINÁRIO NACIONAL V SEMINÁRIO PARANAENSE II MOSTRA DE ARTE E CIDADANIA PLANEJAMENTO E POLÍTICAS PÚBLICAS AGEMIR DE CARVALHO DIAS – SOCIÓLOGO – IPARDES 28 AGO 07 PLANEJAMENTO e POLÍTICAS PÚBLICAS Planejamento Centralizado - estrutura-se como idéia hegemônica a partir do séc. XIX com o positivismo (Ordem e Progresso) Crescimento das empresas traz a necessidade de planejamento da produção (taylorismo) e organização das linhas de montagem (fordismo) O planejamento é levado para a organização do Estado PLANEJAMENTO e POLÍTICAS PÚBLICAS A formação dos estados autoritários consolida a aplicação do planejamento ao processo de governo (Rússia, Alemanha, Itália, Japão, etc.) A crise de 1929 leva o planejamento aos Estados Liberais (EUA, new deal) Depois da II Guerra, o nacionaldesenvolvimentismo torna-se doutrina em vários países da América Latina (p. ex.: Plano de Metas de J.K. 1955-60) PLANEJAMENTO e POLÍTICAS PÚBLICAS No Brasil, a partir dos governos militares, a ideologia do Brasil Potência estabelece um programa de desenvolvimento em direção a esta meta O processo de centralização autoritário, forma grandes sistemas (p. ex. Telebrás, Eletrobrás) Projetos de Integração territorial (transamazônica) PLANEJAMENTO e POLÍTICAS PÚBLICAS O I Plano Nacional de Desenvolvimento (PND) -1972-74 estabeleceu os seguintes objetivos (Lei n.º 5727 04/11/1971) Primeiro - colocar o Brasil, no espaço de uma geração, na categoria das nações desenvolvidas. Segundo - duplicar, até 1980, a renda per capita do Brasil (em comparação com 1969), devendo verificar-se, para isso, crescimento anual do Produto Interno Bruto equivalente ao dos últimos três anos. Terceiro - elevar a economia, em 1974, às dimensões resultantes de um crescimento anual do Produto Interno Bruto entre 8 e 10% (na forma do Quadro I), mediante: 1) aumento da taxa de expansão do emprego até 3,2%, em 1974, com uma taxa média de 3,1%, no período 1970/1974; 2) redução da taxa de inflação, permitindo alcançar-se relativa estabilidade de preços, ou seja, taxa de inflação da ordem de 10% ao ano, até o final do mandato do atual Governo; 3) política econômica internacional que acelere o desenvolvimento do País, sem prejuízo do controle progressivo da inflação. PLANEJAMENTO e POLÍTICAS PÚBLICAS No II PND foram listados como Campos de Atuação da Estratégia de Desenvolvimento: Consolidação, no país, de uma economia moderna; Ajustamento às novas realidades da economia mundial; Nova Etapa no esforço de integração nacional; Estratégia de desenvolvimento social; Integração com a economia mundial. PLANEJAMENTO e POLÍTICAS PÚBLICAS Entre as Novas Realidade da Economia Mundial pode-se listar: Crise do Petróleo; Aumento dos Juros internacionais; Novas Vantagens Competitivas; Nova Forma de Organização do Trabalho (toyotismo ou pós-fordismo) PLANEJAMENTO e POLÍTICAS PÚBLICAS O planejamento rígido e centralizado não consegue responder as novas realidades da economia mundial levando a crise do Estado desenvolvimentista. Como conseqüências: Descontrole inflacionário; Aumento da dívida externa; Crise do modelo estatista; Descrédito dos governos militares; Emergência dos movimentos sociais PLANEJAMENTO e POLÍTICAS PÚBLICAS A partir dos anos 1980 o conceito de competitividade nacional é desenvolvido e é aplicado aos governos liberais de Margaret Thatcher e Ronald Reagan. Redução de Impostos Privatizações Redução e racionalização dos Serviços Públicos Políticas focadas ao invés de universalistas Desregulamentação do trabalho PLANEJAMENTO e POLÍTICAS PÚBLICAS Esse conjunto de reformas ficou conhecido como Neoliberalismo. No Brasil, aspectos do modelo neoliberal começaram a ser implementados no Governo Collor e ampliados no governo FHC. Abertura das Importações Privatizações Agências reguladoras Política Macroeconômica (metas de inflação) Responsabilidade Fiscal PLANEJAMENTO e POLÍTICAS PÚBLICAS Faltaram: Redução da Carga Tributária (20% em 1990 – 35% 2006) Marcos Regulatórios nas privatizações (exceto telecomunicações) Desregulamentação do trabalho e reforma da previdência Reforma incompleta do Estado PLANEJAMENTO e POLÍTICAS PÚBLICAS A crise do Estado Planejador. Na transição do Estado Empreendedor para o Estado Regulador ocorreu: Desmonte dos órgãos planejadores; Perda do quadro técnico para a iniciativa privada, academia e aposentadoria, sem reposição; Crise da dívida pública e redução dos investimentos em infra-estrutura (apagão elétrico, apagão aéreo, apagão logístico, etc.) Crescimento econômico abaixo da média mundial PLANEJAMENTO e POLÍTICAS PÚBLICAS As tentativas de retomada do planejamento no setor público esbarram em alguns problemas: Deficiência nos Marcos Regulatórios (energia elétrica e concessões rodoviárias) A dívida pública e as restrições orçamentárias Falta de projetos ( PAC: várias obras não possuem projeto executivos ou licenciamento ambiental) Falta de técnicos capacitados (controladores aéreos, engenheiros civis, ambientais, ferroviários, etc.) PLANEJAMENTO e POLÍTICAS PÚBLICAS Obras do PAC no Paraná que não possuem projeto: 2ª ponte internacional Brasil-Paraguai Trecho ferroviário Engenheiro Gutierrez/Engenheiro Bley Gargalos Logísticos: Estrada de ferro Curitiba-Paranaguá Contorno ferroviário de Curitiba Duplicação do Anel de Integração Falta de capacidade no transporte de cargas do Aeroporto Afonso Pena Perda de competitividade do porto de Paranaguá (desvio de cargas para S. Francisco do Sul-SC e para Puerto Franco no Paraguai) PLANEJAMENTO e POLÍTICAS PÚBLICAS CONCLUSÃO A retomada do planejamento não é incompatível com a noção de Estado Regulador; Para que essa retomada ocorra, é necessário uma mudança no perfil dos gastos públicos, com o crescimento dos investimentos e redução das despesas correntes; Também é necessário investimentos na composição e manutenção de quadros técnicos. PLANEJAMENTO e POLÍTICAS PÚBLICAS Agemir de Carvalho Dias [email protected] 3351- 6392