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LITERATURA DE CHÁS CAMELLIA SINENIS
Nome Científico: Camellia sinensis (L.) Kuntze
Sinônimos Científicos: Thea sinensis L., Camellia thea Link
Nomes Populares: Chá, Chá-preto, Chá-da-índia, Black tea, Green tea
Família Botânica: Theaceae
Parte Utilizada: Folhas
Descrição:
Arbusto perenifólio grande ou arvoreta de 3-4 m de altura, de copa piramidal e
densa. Folhas simples, elípticas, coriáceas, quase glabras, de 4-7cm de
comprimento. Flores de cor branca, solitárias ou em grupo de duas ou três nas
axilas foliares. Os frutos são cápsulas deiscentes e oblongas, com 1-3 sementes. As
folhas são mais tenras quando jovens, devendo ser colhidas neste estágio de seu
crescimento, para serem transformadas no material comercial que se conhece pelos
nomes de chá-preto e chá-verde. É originária da Ásia na região de Assam, Laos e
Sião e cultivada em larga escala especialmente na China, Japão e Ceilão e, em
menor escala no Brasil no litoral sul do estado de São Paulo.
O chá verde (predominantemente produzido na China e Japão) é obtido por meio
do tratamento das folhas com vapor. O chá preto ou chá vermelho
(predominantemente produzido na Índia, no Siri Lanka e no Quênia) é obtido por
fermentação e aquecimento, enquanto o chá oolong é parcialmente fermentado.
A preparação dos chás originados da árvore de Camellia sinensis ocorre após 3-5
anos depois da plantação da mesma. Quando a árvore atinge 20 anos, a produção
alcança um alto nível de quantidade e qualidade. As colheitas são realizadas três
vezes ao ano, iniciam-se pelo “Chá da Primavera”, logo após o “Chá de Verão”.
Chás cultivados em locais com alta atitude amadurecem mais lentamente e têm um
rendimento mais baixo, resultando numa maior qualidade. Atualmente existem
cinco principais tipos diferentes de chás provenientes da Camellia : Chá Verde
(Green Tea), Chá Branco (White Tea), Banchá, Chá Vermelho (Red Tea / Dark Tea)
e o Chá Preto (Black Tea). Uma das principais diferenças entre esses chás é o grau
de fermentação.
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Av. Dom Pedro I, número 957 Vila Conceição
CEP: 09991 000 - Diadema – SP
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Constituintes Químicos Principais: Cafeína, Óleo essencial, Galato
epigalocatequina, Saponinas, Galotaninos, Flavonóides e Pro-antocianidinas.
(-)-
Indicação:
As folhas jovens e brotos foliares são apresentados comercialmente como “chá
verde”, produzido por dessecação das folhas sem fermentação, ou “chá preto”,
produzido por dessecação após fermentação, o “chá oolong”, que sofre apenas
fermentação parcial e o “chá vermelho” é obtido por fermentação e aquecimento. É
usado, principalmente, como bebida estimulante de modo semelhante ao café, o
guaraná e o mate. Compressas de chá preto têm sido recomendadas para
tratamento de problemas da pele, aliviando inflamação e prurido. Outras ações
farmacológicas registradas, compreendem a inibição do principal agente causador
da cárie dentária, Streptococcus mutans, a atividade antialérgica, anticancerígena,
anti-úlcera, além de fazer baixar o colesterol do sangue. Vale ressaltar ainda sua
ação preventiva e curativa nas diarreias causadas por rotavírus, por cólera e por
toxinas alimentares.
Segundo a literatura, o uso do chá diminui a incidência de câncer no aparelho
gastrointestinal. A prevenção de câncer promovida pelo chá verde é atribuída aos
flavonóides e às catequinas, que têm a capacidade de bloquear as alterações
celulares que originam os tumores. Além de conter manganês, potássio, ácido fólico
e as vitaminas C, K, B1 e B2, ajuda a prevenir doenças cardiovasculares, já que os
estudos associam o consumo diário deste chá a uma diminuição dos níveis
sangüíneos de LDL, que é a fração ruim do colesterol, e à melhora das condições
das artérias.
Um trabalho realizado por Dulloo e colegas, publicado no American Journal of
Clinical Nutrition, demonstrou que extrato de chá verde - que possui altas
concentrações de antioxidantes como catequina, polifenóis e muitos outros
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compostos incluindo cafeína - pode aumentar a utilização de energia muito acima
dos efeitos da cafeína pura. O consumo desse chá produz termogênese (criação de
calor) e maior gasto de energia e gorduras em humanos.
Tem sido demonstrado, em modelos de células, animais e humanos, que o chá
verde, suas catequinas e epigallocatequina gallato (EGCG) são capazes de
promover a diminuição do peso corporal e da gordura corporal e auxiliar na
prevenção e tratamento da obesidade e de doenças associadas como diabetes,
cardiovasculares, e dislipidemias. Os principais meios de ação seriam o aumento da
oxidação lipídica, aumento do gasto energético, diminuição da diferenciação de
adipócitos, morte celular de adipócitos maduros e diminuição da absorção lipídica e
de glicose, diminuição das taxas de triacilglicerol, colesterol total e LDL oxidada.
Os brotos das folhas e as folhas muito novas são utilizados como estimulante e
diurético, ações que podem ser atribuídas ao conteúdo de cafeína. Eles são também
utilizados como adstringentes para distúrbios gastrintestinais, devido aos polifenóis
e aos taninos. O chá é muito utilizado como bebida. O extrato de chá-verde, que é
rico em polifenóis, está disponível na forma de suplemento. Existe também uma
pomada contendo extrato de chá-verde (sinecatequinas), que é utilizada para o
tratamento de verrugas genitais.
Propriedades:
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Digestivo;
Reduz a incidência de câncer do estômago e da pele;
Reforça o sistema imunológico;
Previne a queda de dentes;
Atua como estimulante do SNC.
Acelera o metabolismo do fígado;
Favorece a redução do colesterol;
Depurativo;
Desintoxicante
Ação
Estimulante do sistema nervoso central, da circulação e da respiração. Promove
sensação de bem estar geral.
Tem ação diurética e vasodilatadora, especialmente das artérias do coração.
Estimula o metabolismo lipídico de gorduras; reduz as taxas de colesterol totais
sem afetar os níveis de HDL.
Apresenta propriedades termogênicas (ativa a queima de calorias) e aumenta a
ação de certos hormônios, tais como a insulina e o hormônio da tireoide (T3).
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Farmacocinética:
O chá preto não parece afetar a isoenzima CYP2C9 do citrocromo P450, como
demonstrado pela falta de efeito sobre a farmacocinética do flurbiprofeno.
Similarmente, as catequinas do chá-verde não parecem afetar o metabolismo da
cafeína, losartana, dextrometorfano, ou alprazolam, sugerindo uma falta de efeito
sobre as isoenzimas CYP1A2, CYP2C9, CYP2D6, CYP2D6 e CYP3A4,
respectivamente.
Dosagem:
Infusão: 3 a 5g das folhas secas para 150mL de água fervente. Abafar 20 minutos,
coar e tomar morno, 2 vezes ao dia, de preferência pela manhã e após o almoço.
Pó: 500 a 800mg, 1 a 2 vezes ao dia, de preferência pela manhã e após o almoço.
Cápsulas: Ingerir 1 cápsula de 150mg, preferivelmente pela manhã com o auxílio
de 1 copo com 200ml de água.
Associação:
Pode ser usado em associação com outras plantas tônicas, tais como o guaraná do
amazonas, o ginseng nacional, a marapuama, a noz de cola e nó-de-cachorro. Ou
em associação com plantas diuréticas ou estimulantes do metabolismo, tais como
cavalinha, alcachofra, alho, entre outros.
Toxicidade: Intoxicação caracterizada por excitação do sistema nervoso,
taquicardia, convulsões, delírio e dor de cabeça ocorrem com o uso de doses
excessivas.
Contraindicação: Pessoas com problemas cardíacos, especialmente arritimia
devem evitar beber chá por causa de sua ação sobre o coração, a circulação e a
respiração.
Revisão de Interação:
O chá pode conter quantidades significativas de cafeína, portanto, as interações
com a cafeína, são relevantes para o chá, a menos que o produto seja
descafeinado. O chá-preto parece reduzir a absorção do ferro, enquanto o chá
verde parece apresentar efeitos muitos menores ou nenhum. Tanto o chá preto
quanto o verde podem causar um aumento moderado na pressão arterial, que pode
ser prejudicial ao tratamento de hipertensão. O chá em especial as catequinas do
chá verde, pode apresentar alguns efeitos antiplaquetários. Estes podem ser
cumulativos aqueles de fármacos antiplaquetários convencionais. Relatos de casos
sugeriram que o chá pode reduzir a INR em resposta a varfarina.
O extrato do chá verde não parece afetar a farmacocinética do alprazolam, da
cafeína, da ciclosporina, do dextrometorfano, do irinotecano e da losartana e
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apresenta somente efeitos moderados sobre a farmacocinética da buspirona, mas
alguns desses dados necessitam de confirmação em pacientes. O chá preto não
parece apresentar efeitos clinicamente relevantes sobre farmacocinética do
flurbiprofeno.
O leite não parece afetar a absorção dos flavonoides ou das catequinas do chá,
sugerindo que sua adição não impede os efeitos antioxidantes do chá.
a) Chá + Alimentos
O leite não parece afetar a absorção dos flavonoides ou das catequinas do
chá, sugerindo que a adição do leite não impede os efeitos antioxidantes do
chá.
Mecanismo: Sugere-se que substâncias do leite, como a caseína, podem
reduzir a absorção das catequinas e dos flavonoides do chá, mas isso não
tem sido observado em vários estudos.
Importância e conduta: Embora as evidências não sejam completamente
conclusivas, parece não haver interações significativas entre leite e o chá
preto (fermentado), sugerindo que a adição de leite não reduz os efeitos
antioxidantes do chá. Níveis similares de catequinas potencialmente ativas e
flavonoides podem ser esperados, no entanto, o chá pode ser ingerido. Isso
também sugere a improbabilidade de que o leite altere a absorção das
catequinas dos suplementos contendo chá-verde.
b) Chá + Alprazolam
O extrato de chá-verde não afetou a farmacocinética do alprazolam.
Mecanismos: Esse estudo apontou evidências de que as catequinas do cháverde, em doses similares à quantidade fornecida pelo consumo médio,
provavelmente não afetam o metabolismo dos fármacos pela isoenzima
CYP3A4 do citocromo P450.
Importância e conduta: Os dados disponíveis sugerem que nenhuma
interação farmacocinética clinicamente relevante é esperada entre o cháverde e o alprazolam. O alprazolam é utilizado como um fármaco modelo
para a avaliação da atividade da CYP3A4, e portanto, esses resultados
também sugerem que provavelmente não haja uma interação
farmacocinética como resultado desse mecanismo entre o chá-verde e
outros substratos da CYP3A4.
Para a possível interação farmacocinética entre cafeína (um constituinte do
chá) e benzodiazepínicos. O chá pode conter quantidades significativas de
cafeína, e essa interação pode ser aplicada ao chá, a menos que o produto
seja descafeinado.
c) Chá + Anti-hipertensivos
Tanto o chá preto quanto o chá verde podem causar um aumento moderado
na pressão arterial, podendo prejudicar o tratamento da hipertensão.
Mecanismo: A ingestão em demasia de cafeína aumenta a pressão
sanguínea, mas pode ser desenvolvida alguma tolerância a esses efeitos
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com o consumo regular. Os polifenólicos do chá podem aumentar função
endotelial e podem, portanto, reduzir a pressão arterial.
Importância e conduta: As evidências apresentadas aqui são conflitantes, e
não é possível obter uma conclusão sobre os efeitos a longo prazo da
ingestão do chá verde ou preto, na pressão arterial. Entretanto, qualquer
efeito adverso parece ser moderado. Na ingestão demasiada, tanto o cháverde quanto o preto (fermentado) e alguns suplementos (em especial se
contiverem cafeína) podem aumentar a pressão arterial, embora, segundo
as informações descritas anteriormente, esse aumento pareça ser pequeno e
não necessariamente mantido durante a utilização a longo prazo. É
importante considerar esses efeitos do chá na hipertensão. Entretanto,
efeitos similares são conhecidos, pois ocorrem com a utilização de cafeína
individualmente.
d) Chá + Antiplaquetários
O chá em especial as catequinas do chá-verde, pode apresentar alguns
efeitos antiplaquetários, que podem ser cumulativos aos dos medicamentos
antiplaquetários.
Evidênciais experimentais: Relata-se que as catequinas do chá-verde inibem
a agregação plaquetária em camundongos e in vitro, de maneira dosedependente. O tempo de sangramento também foi prolongado em
camundongos, mas as TTPa, o tempo de protrombina e o tempo de
trombina não foram afetados pelas catequinas do chá-verde adicionadas ao
plasma humano. Isso sugere um efeito antiplaquetário em vez de um efeito
antitrombótico. Outro estudo em animais realizado pelo mesmo grupo de
pesquisa observou que a administração de 25 e 50mg/kg, por via oral, de
catequinas do chá-verde inibiu a agregação plaquetária induzida pelo ácido
araquidônico e a produção do tromboxano A 2 e prostaglandina D2.
Mecanismo: Existem evidências in vitro de que flavonoides, flavonóis e
oligômeros de procianidinas em particular, inibem a agregação plaquetária.
Essas evidências têm sido sugeridas como mecanismo para explicar o
motivo de alguns estudos epidemiológicos apontarem que uma dieta rica
nessas substâncias é associada à redução do risco de doenças
cardiovasculares.
Importância e conduta: Em geral, as evidências parecem superior que o chá
preto (fermentado) não possui um efeito clinicamente relevante sobre a
agregação plaquetária. Entretanto, estudos experimentais utilizando as
catequinas do chá-verde descrevem um efeito antiplaquetário, e esse efeito
pode, em teoria, ser cumulativo ao de medicamentos antiplaquetários. O
uso concomitante não precisa ser evitado (combinações de medicamentos
antiplaquetários são frequentemente prescritas), mas pode ser prudente
estar alerta ao potencial para o aumento do sangramento se os extratos de
chá-verde, especialmente em altas doses, forem consumidos com outros
fármacos antiplaquetários, como o ácido acetilsalicílico e o clopidogrel. Os
pacientes devem discutir qualquer episódio de sangramento prolongado com
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um profissional da saúde. É improvável que o consumo moderado cause
qualquer problema.
e) Chá + Buspirona
As catequinas do chá-verde apresentam somente efeitos moderados sobre a
farmacocinética da buspirona.
Mecanismo: Esse estudo sugere que as catequinas do chá verde, em doses
maiores do que a quantidade proveniente do consumo médio de chá-verde,
podem afetar o metabolismo de fármacos metabolizados principalmente pela
via da isoezima CYP3A4 citocromo P450.
Importância e conduta: Nenhuma interação farmacocinética clinicamente
relevante é esperada entre os chá-verde descafeinado e a buspirona.
Entretanto, existe uma possível interação farmacodinâmica entre cafeína
(um dos constituintes do chá) e benzoadiazepínicos. O chá pode conter
quantidades significativas de cafeína, e, portanto, essa interação é relevante
no caso do chá, a menos que o produto seja descafeinado.
f) Chá + Cafeína
As catequinas do chá-verde não parecem afetar a farmacocinética da
cafeína.
Mecanismo: Esse estudo sugere a improbabilidade das catequinas do chá
verde (em doses maiores que as quantidades provenientes do consumo
médio do chá verde) afetarem o metabolismo dos fármacos metabolizados,
principalmente, pela isoenzima CYP1A2 do citocromo P450.
Importância e conduta: Nenhuma interação farmacocinética é esperada
entre o chá verde descafeinado e a cafeína ou outro substrato da CYP1A2.
O chá normalmente contém cafeína, e portanto, as interações com a cafeína
encontrada em outros medicamentos, suplementos ou alimentos, são
relevantes. O consumo excessivo de cafeína pode causar efeitos adversos,
incluindo cefaleia, síndrome nervosa, inquietação e insônia. É importante
reduzir a ingestão de cafeína caso esses efeitos apareçam.
g) Chá + Ciclosporina ou tacrolimus
As catequinas do chá-verde não parecem afetar os níveis de ciclosporina, e
podem proteger dos efeitos adversos renais da ciclosporina e do tacrolimus.
Evidências, mecanismo, importância e conduta: Em um estudo realizado
com ratos, o galato de epigalocatequina, (uma catequina do chá verde), não
apresentou efeitos significativos sobre níveis de ciclosporina e também
pareceu proteger contra os danos renais induzidos pela ciclosporina. Em
outro estudo realizado com animais, o pré-tratamento com extrato de
catequinas do chá-verde, seguido pela utilização de ciclosporina realizado
com animais.
Esses resultados obtidos com animais apontam evidências limitadas da
improbabilidade dos suplemento de chá-verde interagirem adversamente
com a ciclosporina ou tacrolimus. Ele pode, de fato, ser benéfico. Entretanto,
até que dados clínicos estejam disponíveis, não seria prudente que pacientes
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transplantados, tratados com esses imunossupressores, ingerissem
suplementos de chá. O consumo regular de chá como bebida não parece ser
um problema.
h) Chá + Composto de ferro
O chá preto parece reduzir a absorção do ferro e pode contribuir para a
anemia ferropriva. O chá-verde parece apresentar efeitos muito fracos,
quando ocorrerem.
Mecanismo: Os taninos encontrados no chá podem formar complexos
insolúveis com o ferro não heme, reduzindo então sua absorção. Outros
compostos polifenólicos encontrados no chá também podem reduzir a
biodisponibilidade do ferro não heme. Um estudo observou que bebidas
contendo entre 100 e 400g de polifenóis podem reduzir a absorção do ferro
de 60 a 90%.
Importância e conduta: Não se conhece a importância geral desses
resultados, mas é importante considerar que o consumo de chá preto pode
contribuir para a anemia ferropriva. Entretanto, sugere-se que nenhuma
restrição é necessária em pacientes saudáveis sem risco de deficiência de
ferro (inclusive os que requerem suplementação de ferro) evitem tomar o
chá com refeições e por uma hora depois da alimentação. Geralmente o chá
não é considerado uma bebida adequada para bebês e criança devido a
esses efeitos sobre a absorção do ferro. O leite não atenuou o efeito do chápreto (fermentado) sobre a absorção do ferro. Os dados disponíveis
sugerem que o extrato do chá-verde rico em catequinas apresenta menos
efeitos sobre a absorção do ferro do que o chá preto (fermentado).
i) Chá + Dextrometorfano
As catequinas do chá verde não parecem afetar a farmacocinética do
dextrometorfano.
Mecanismo: Esse estudo aponta evidências de que dificilmente as catequinas
do chá-verde, em doses similares ou maiores que as quantidades
provenientes do consumo médio do chá-verde, afetem o metabolismo do
dextrometorfano.
Importância e conduta: Evidências de dois estudos clínicos bem delineados
sugerem que o chá-verde não afeta a farmacocinética do dextrometorfano.
Este é utilizado como um fármaco modelo para avaliação da atividade da
CYP2D6. Portanto, esses resultados também sugerem que é improvável uma
interação farmacocinética entre o chá-verde e outros substratos da CYP2D6,
como resultado desse mecanismo.
j) Chá + Flurbiprofeno
O chá-preto parece não apresentar efeitos clinicamente significativos sobre
farmacocinética do flurbiprofeno.
Evidências Clínicas: Em estudo realizado com indivíduos saudáveis, o chá
preto fermentado (chá Lipton Brisk) não apresentou efeitos sobre o
clearance do tempo de meia-vida de eliminação do flurbiprofeno.
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Evidências Experimentais: Um estudo in vitro observou que uma amostra
contendo 2,5% de chá-preto fermentado inibiu a hidroxilação do
flurbiprofeno pela CYP2C9 em 89%.
Mecanismo: Esses estudos sugerem a improbabilidade de que o chá-preto
(fermentado) afete o metabolismo do flurbiprofeno.
Importância e conduta: Embora estudos experimentais surgiram que o chápreto possa inibir o metabolismo do flurbiprofeno, um estudo realizado com
indivíduos saudáveis sugeriu que o efeito não é clinicamente relevante.
Portanto, não se espera qualquer interação farmacocinética entre o chá
preto (fermentado) e o flurbiprofeno. O flurbiprofeno pode ser utilizado
como fármaco modelo para avaliação da atividade da CYP2C9, e por isso,
esses resultados também sugerem que é improvável uma interação
farmacocinética entre chá-preto e outros substratos da CYP2C9, como
resultado desse mecanismo.
k) Chá + Irinotecano
As informações sobre o uso do chá-verde com o irinotecano são baseadas
somente em evidências experimentais.
Evidências, mecanismo, importância e conduta: Com base nos resultados
dos estudos in vitro, considera-se improvável que doses usuais da
catequinas do chá-verde inibam a formação dos metabólitos ativos do
irinotecano. Não houve indução do metabolismo da CYP3A4, e somente foi
observada uma moderada e variável indução da glucuronidação (UGT1A1).
Entretanto, os autores concluíram que esses efeitos requerem confirmação
em pacientes.
l) Chá + Losartana
Os extratos do chá verde não parecem afetar a farmacocinética da
losartana.
Evidências clínicas: Em um estudo realizado com 42 indivíduos saudáveis, a
administração de 4 cápsulas de extrato do chá-verde ao dia, por 4 semanas,
não apresentou efeitos sobre o metabolismo de uma dose única de 25mg de
losartana para o metabólito E3174. O extrato de catequinas do chá-verde
utilizado nesse estudo era constituído de 80 a 98% de catequinas totais, das
quais 50 a 75% (200mg por cápsula) eram galato de epigalocatequina. Esse
extrato era quase que totalmente descafeinado (0,5%p/p de cafeína).
Mecanismo: Esse estudo sugere que as catequinas do chá-verde não afetam
o metabolismo da losartana.
Importância e conduta: As evidências são limitadas a esse único estudo, que
sugere a improbabilidade de ocorrência de qualquer interação
farmacocinética entre extrato do chá-verde descafeinado e losartana. A
losartana pode ser utilizada como um fármaco modelo para avaliação da
atividade da CYP2C0, e, portanto, esses resultados também sugerem que é
improvável uma interação farmacocinética entre o extrato do chá-verde e
outros substratos da CYP2C9 como resultado desse mecanismo.
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m) Chá + Medicamentos fitoterápicos; Pimentas negras e longas
As interações entre chá-verde e pimentas negras longas são baseadas
somente em evidências experimentais.
Evidências experimentais: Em um estudo realizado com camundongos, a
piperina aumentou moderadamente a biodisponibilidade do galato de
epigalocatequina (EGCG) do chá-verde, com um aumento de 30% na ASC e
nas concentrações máximas.
In vitro, a piperina inibiu a glucuronidação intestinal do galato de
epigalocatequina em até 60% quando utilizado na concentração de
500µm/L.
Mecanismo: A piperina parece aumentar a biodisponibilidade do EGCG pela
inibição da glucuronidação e do trânsito gastrintestinal.
Importância e conduta: As evidências disponíveis provêm somente de
estudos experimentais, mas algumas sugerem que a piperina (um alcaloide
da pimenta-preta) pode aumentar moderadamente a biodisponibilidade das
catequinas do chá-verde estudadas. No entanto, parece ser improvável que
o aumento seja clinicamente significativo, mesmo que reproduzível nos
estudos clínicos. As evidências sobre as interações de outras plantas
medicinais com o chá são limitadas, mas o conteúdo de cafeína do chá
sugere que ela pode interagir com outras plantas medicinais da mesma
forma que a cafeína isolada.
n) Chá + Varfarina + fármacos afins
Os relatos de casos sugerem que o chá pode reduzir a INR em resposta à
varfarina.
Mecanismo: Desconhecido. O chá verde e chá-preto (fermentado) não
alteram a farmacocinética de alguns substratos da CYP2C9. Portanto, é
improvável que uma interação farmacocinética ocorra com a varfarina, que é
principalmente metabolizada por esta isoenzima.
Importância e conduta: Evidências de interação entre chá e a varfarina
parecem ser limitadas a esses dois relatos de caso. A vitamina K, antagoniza
o efeito da varfarina e anticoagulantes similares e está presente em grandes
quantidades nas folhas do chá-verde. Entretanto, é uma vitamina
lipossolúvel e, portanto, não está presente no chá fermentado ou nas
infusões de chá-verde. Em geral, não se espera uma redução nos efeitos da
varfarina por meio desse mecanismo com o chá ou com suplementos do chá.
Contudo, alguns consideram aconselhável aumentar o monitoramento da
INR quando pacientes tratados com varfarina desejam iniciar ou interromper
o tratamento com qualquer medicamento fitoterápico ou suplementos
alimentares. Em função de diversos outros fatores que influenciam o
controle anticoagulante, não é possível afirmar com segurança que uma
alteração na INR ocorra especificamente pela interação medicamentosa
descrita em um único relato de caso, sem outras evidenciais dando suporte
a esse fato. É melhor aconselhar os pacientes a discutir o uso de qualquer
medicamento fitoterápico que eles desejam utilizar e aumentar o
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monitoramento se este for aconselhável. Casos de uso eventual devem ser
reportados, pois eles são úteis para avaliar possíveis casos de efeitos
adversos.
Entretanto, tem sido sugerido que o chá, em especial o chá-verde, pode
apresentar efeitos antiplaquetários. Existe um pequeno, mas bem
estabelecido, aumento no risco de sangramento quando o ácido
acetilsalicílico, em doses antiplaquetárias, é combinado com o
anticoagulante varfarina. Teoricamente, uma ingestão muito alta das
catequinas do chá-verde pode ser suficiente para aumentar o risco de
sangramento com medicamentos anticoagulantes; entretanto, são poucas as
evidências sólidas comprovando esse fato. É pouco provável que o consumo
moderado cause qualquer problema.
Referências Bibliográficas:
1. LORENZI, Harri; ABREU MATOS, F.J. Plantas Medicinais no Brasil
Nativas e Exóticas. Instituto Plantarum, 2ª Edição, Nova Odessa – SP Brasil, 2008.
2. WILLIAMSON, E.; DRIVER, S.; BAXTER, K. Interações Medicamentosas
de Stockley: Plantas Medicinais e Medicamentos Fitoterápicos.
Editora Artemed, Porto Alegre – RS, 2012.
3. HARFENIST, L.. Chá Vermelho potente antioxidante e emagrecedor.
4. CHÁ VERDE. Disponível em: WWW.chaverde.org
5. FREITAS, H.C.P.; NAVARRO, N.. O chá verde induz o emagrecimento e
auxilia no tatamento da obesidade e suas comorbidades. Revista Brasileira
de Obesidade, Nutrição e Emagrecimento, São Paulo, v.1, n.2, 2007.
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