Aula Biomedicina Vírus Humanos 2010

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL
INSTITUTO DE CIÊNCIAS BÁSICAS DA SAÚDE
DEPARTAMENTO DE MICROBIOLOGIA, IMUNOLOGIA E PARASITOLOGIA
Herpesvírus humanos
Papilomavírus
Hepatites humanas
HIV
FABRÍCIO SOUZA CAMPOS*
*Doutorando do PPGCV, bolsista CAPES
Herpesvírus humanos
• Família Herpesviridae
• Subfamília Alfa, Gama e Betaherpesvirinae
• DNA e envelopados
• Principal característica: latência
• Vírus adaptados a resposta imune do
hospedeiro
• 8 tipos principais
Herpesvírus humanos
Tipos
Sinonímia
Sub-Família
Patofisiologia
HHV-1
Vírus do Herpes simples 1
(HSV-1)
Alfa (α)
Herpes oral ou genital (predomina orofacial)
HHV-2
Vírus do Herpes simples 2
(HSV-2)
Alfa (α)
Herpes oral ou genital (predomina genital)
HHV-3
Vírus varicela-zoster
(VZV)
Alfa (α)
Varicela ou catapora, herpes zoster
HHV-4
Epstein-Barr virus (EBV)
Gênero lymphocryptovirus
Gamma (γ)
Mononucleose infecciosa, Linfoma de Burkitt,
Linfoma do CNS em pacientes com AIDS,
sindrome linfoproliferativa pós-transplante
(PTLD), carcinoma nasofarínfgeo
HHV-5
Cytomegalovirus (CMV)
Beta (β)
Síndrome semelhante à mononucleose
infecciosa, retinite, doença de inclusão
citomegálica.
HHV-6, 7
Roseolovirus
Beta (β)
Causadores da doença infantil infecciosa roséola
HHV-8
Herpesvírus associado ao
sarcoma de Kaposi
(KSHV), um tipo de rhadinovírus
Gamma (γ)
Sarcoma de Kaposi e outros tumores
Latência
• Perpetuação dos herpesvírus na população
humana
Sítio de latência
dos Alfaherpesvírus
Reativação da latência
• Stress, doença concomitante, tratamento
com corticosteróide, imunodepressão
Consequências
Hespevírus humanos
• Hespevírus humanos
prevalentes
são
vírus
muito
• 80-90% da população já teve contato com
estes vírus (lesões ocorrem em 40%)
• Uma vez infectado indivíduo se torna
portador
• Infecções graves em imunocomprometidos
HHV-1 (Herpes oral)
• Subfamília Alfaherpesvirinae
• Doenças associadas:
– Herpes labial
– Queratite
– Estomatites (aftas)
HHV-1
• Herpes neonatal (rara)
– Transmissão vertical
– Lesões cutâneas
– Encefalites
HHV-2 (Herpes genital)
• Subfamília Alfaherpesvirinae
• Herpes genital: lesões cutâneas na região genital
HHV-3 (Varicela-zoster)
• Subfamília Alfaherpesvirinae
• Varicellovirus (vírus da varicela ou
catapora, vírus da varicela-zoster - VZV)
• Evolução rápida: 14-20 dias
• Altamente contagiosa
• Lesões em diferentes estágios
• Acomete ciranças de até 10 anos
• Varicela-zoster: devido a reativação viral
– Idosos e pessoas imunocomprometidas
Lesões varicela (catapora)
Lesões varicela-zoster
Tratamento
• Idoxuridina (IDU) uso somente tópico
• Aciclovir e análogos (guanosina acíclica)
– ação sobre a timidina quinase viral
• Ocular: idoxuridina, trifluridina (tópicos)
• Ácido fosfonofórmico (resistência)
• Nenhuma droga
reativação viral
evita
completamente
• Nenhuma droga age sobre a latência!
a
Diagnóstico
• Clínico
• Diagnóstico laboratorial:
– Sorologia: SN e ELISA
Positivos
Negativos
• Isolamento de vírus:
–
–
–
–
fluido vesicular, swabs nasais e conjuntivais,
abortos, fragmentos de encéfalo, licor
inoculação em células VERO
ECP característico em 1-3 dias
Diagnóstico
• IPX
• Imunofluorescência
Diagnóstico
• PCR
HHV-4 (vírus Epstein-Barr)
• Subfamília Gammaherpesvirinae
• Gênero Lymphocryptovirus
• Predilecção pelos linfócitos e outras células
"mononucleares“
• Latência em linfócitos B
• Causador
da
mononucleose
“clássica” ou “doença do beijo”
infecciosa
HHV-4 (vírus Epstein-Barr)
• Características clínicas da mononucleose:
– Dor de garganta com formação de “placas” exsudativas
– Febre alta 39 a 40Cº
– Adenomegalias generalizadas (ínguas),
concentradas prioritariamente no pescoço
– Dor de cabeça; falta de apetite; cansaço; sono em
excesso; mialgias (dores musculares); artralgias (dores
nas articulações); calafrios; vômitos; desconforto
abdominal e exantema-manchas no corpo
HHV-4 (vírus Epstein-Barr)
• Células alvo: linfócitos B não sensibilizados
• Sensibilizados a proliferar continuamente
• Dão origem a linhagens linfoblastóides: secretam
proteínas, Igs, trocas de classe (Ac heterófilos)
• Linfócitos T citotóxicos reagem contra os linfócitos
B infectados: leva à geração de formas típicas desta
célula, incomuns noutras doenças
HHV-4 (vírus Epstein-Barr)
•
Transmissão / Patogenia
˗ transmissão por saliva (90% adultos +)
˗ O vírus está intermitente na saliva
˗ 10-5 a 10-6 linfócitos infectados
˗ Vírus reconhece o receptor para o componente
C3d do complemento e portanto só atinge
células com essa proteína membranar
HHV-4 (vírus Epstein-Barr)
• Diagnóstico:
˗
IgM e IgG específicas anti-ag do capsídeo viral (ACV)
˗
anti-EBNA (proteína expressa na latência): 3-4
semanas p.i. e persiste por toda a vida
˗
Linfocitose com linfócitos atípicos (maiores,
citoplasma vacuolizado, núcleo
deformado e lobulado
- Presença de anticorpos heterófilos
HHV-4 (vírus Epstein-Barr)
• Associação com cânceres linfóides:
˗ Linfoma de Burkitt em crianças
africanas (~malária)
• Carcinoma nasofaríngeo na China
• Carcinoma de timo nos EUA
• Linfoma de Hodgkins: EBV presente em
50% dos tumores
HHV-5 (Citomegalovírus)
•
Subfamília Betaherpesvirinae, Gên. Cytomegalovirus
•
Latência: células mononucleadas (macrófagos, linf T)
•
•
Causador da citomegalomononucleose (~ MI)
Infecção muito prevalente; doença rara
˗
Anticorpos em ~80% adultos
•
Eliminação de vírus esporádica
•
Presença de células gigantes: inclusão citomegálica
(em neonatos)
HHV-5 (Citomegalovírus)
• Transmissão:
 Congênita ou durante o parto
 Mais comum, através do leite
 Pode ocorrer na infância
 Em adultos
˗
transmissão sexual (sêmen, secr. cervicais)
˗
˗
transmissão por hemoderivados
transplantados renais: reativação e disseminação
do vírus
HHV-5 (Citomegalovírus)
• Achados clínicos nas infecções intrauterina:
˗ Microcefalia
˗ Convulsões
˗ Surdez
˗ Icterícia
˗ Hepatosplenomegalia
˗ Retardo mental
˗ Surdez (mais comum)
HHV-5 (Citomegalovírus)
• Doença de inclusão citomegálica
HHV-5 (Citomegalovírus)
• Achados clínicos nas infecções pós-natal:
– Febre, letargia, linfócitos anormais no sangue
periférico
– Usualmente sem faringite ou linfadenopatia
– Mononucleose infecciosa negativa
– Retinites (inflamação da retina no olho)
– As vezes após transfusão com sangue fresco (vírus
inativado em refrigeração)
HHV-5 (Citomegalovírus)
• Diagnóstico virológico:
˗ Urina, lavados de garganta, sangue não coagulado
˗ isolamento de vírus: 1-2 semanas em céls embrionárias
de pulmão humano (WI 38, MR 5)
˗ DEAFF (direct early antigen fluorescent foci): 24-48 h
˗ Histologia: inclusões (“olho de coruja”) em células
gigantes: urina, glândulas salivares, fígado, pulmão
HHV-5 (Citomegalovírus)
• Tratamento e prevenção:
– aciclovir: não muito eficaz
– ganciclovir (em pneumonias e retinites)
– foscarnet: inibidor da DNA polimerase viral
– não há vacina
– transfusões em neonatos: a partir de soronegativos
– transplantes (se possível) de soronegativos para
soronegativos
HHV-6 e HHV-7
• Subfamília Betaherpesvirinae
• Gênero Roseovirus
• Latência: linfócitos e monócitos
• Causadores da doença infantil infecciosa
roséola
Herpesvírus Humano 8 (HHV-8)
• Subfamília Gammaherpesvirinae
• Gênero Rhadinovirus
• Rhadino: do latim frágil, genoma viral se
fragmenta durante o isolamento
• Latência em linfócitos
• Associado à ocorrência do Sarcoma de
Kaposi
Herpesvírus Humano 8 (HHV-8)
• Sarcoma de Kaposi
– Tumor prevalente em homossexuais masculinos
com AIDS
– DNA do vírus encontrado em 100% dos casos de
KS
– A maioria dos pacientes com KS tem anticorpos
anti-HHV-8
– Diferente dos demais herpes humanos, o HHV-8
não está disseminado na população
Papilomatose
• Família Papilomaviridae
• DNA fita dupla circular
• Não envelopados
• Papilomavírus humano (HPV)
• Existem mais de 100 diferentes
tipos de HPVs
• Não cultiváveis in vitro, muito
espécie-específicos
HPV - Epidemiologia
• Normalmente tumores benignos (verrugas)
• Verrugas genitais (maioria benignas)
• Alguns tem forte associação com NIC (neoplasia
intraepitelial cervical)
• Epidermodisplasia verruciforme
˗ “Homem árvore”
• Manifestação do HPV em
imunodeficientes
Transmissão
• Contato direto ou indireto
• Infecções: na maioria latentes
• PI: 6 semanas a 2 anos
• Vírus presentes no epitélio escamoso queratinizado e
não - queratinizado:
• mucosa da boca
• vias respiratória superiores
• conjuntiva
• vagina
• colo uterino
• reto
Estrutura genômica do HPV
Proteínas
Late:
Proteínas
estruturais
Proteínas
Early:
Proteínas não
estruturais
Replicação do HPV
• Proteína do capsídeo L1 se liga a um receptor
de superfície celular ainda não identificado
• Após adsorção, penetração, transporte para o
núcleo, desnudamento e transcrição viral
• Afinidade por queratinócitos (e outras céls)
• Apresenta múltiplos promotores e padrões de
clivagem
• Replicação no núcleo celular
Replicação do HPV
• O HPV penetra no epitélio basal do tecido
• Expressa genes que induzem a replicação celular mais
frequente
• À medida em que as céls dividem, diferenciam-se,
trocam de função e passam a produzir queratina e outros
produtos
• Algumas céls tem altos níveis de replicação viral e
expressam os genes tardios do vírus, produzem novos
vírions e morrem
• Acelera a diferenciação terminal da células: verruga
HPV – Desenvolvimento de neoplasias
• Nos HPVs tipo 16 e 18 as proteínas E5, E6 e E7
associam-se e inativam as proteínas celulares p53 e
pRB (gene do retinoblastoma)
• Esta transformação coincide com a integração do
genoma viral no DNA celular
• Na célula transformada, não há produção de vírus,
embora continue a dividir-se em função do estímulo
viral
• À medida em que as células se dividem,
acumulam mutações que eventualmente levam a
metástases
HPV x neoplasia
(reproduzido com permissão de Linda Stannard, Univ Cape Town, SA)
HPV- 16, 18 e câncer do colo do útero
• Mais comuns na região genital: verrugas genitais ou
condilomas acuminados ("crista de galo”) ou planares
• Lesões sub-clínicas ou planares não apresentam
qualquer sintomatologia, podendo progredir para
neoplasia intracervical (NIC) caso não sejam tratadas
precocemente
• Co-fatores que elevam potencial carcinogênico:
número elevado de gestações, uso de contraceptivos
orais ?, tabagismo, HIV, outras DSTs
HPV - Verrugas
Condiloma vaginal e peniano
HPV
• Segunda maior causa de mortalidade
em mulheres entre 25-49 anos de idade
• 500 mil casos por ano de câncer de colo
de útero (neoplasia intracervical)
˗
˗
˗
˗
˗
HPV 16 = 50% dos casos de NIC
HPV 18 = 14%
HPV 45 = 13 %
HPV 31 = 5 %
outros HPV = 18%
Resposta imune ao HPV
• ~ 70% desenvolvem anticorpos (baixos níveis) contra
a proteína do capsídeo L1
• Resposta de anticorpos persiste por anos
• Re-infecção com outros tipos comum
• Re-infecção com mesmo tipo: raro
• Anticorpos anti-L1 protetores em animais
Resposta imune ao HPV
• O vírus somente se multiplica em queratinócitos
• Não há reação inflamatória
• Células T
regressão
CD 4+ encontradas em lesões em
• Citocinas Th1 predominam em lesões em
regressão
• Alguns alelos MHC classe I e II são associados
com maior ou menor incidência de câncer
HPV- diagnóstico
• O vírus não é cultivável em cultivos celulares
• Testes inespecíficos:
˗ colposcopia
˗ citopatologia (Papanicolau)
˗ histopatologia
˗ peniscopia
• Testes específicos:
˗ microscopia eletrônica
˗ Imunocitoquímica
˗ PCR, hibridização in situ
Identifica células de
Langerhans pela reação
de imuno-histoquímica
com uso de antígenos
anti-S100
HPV- diagnóstico
• Tipagem: baseada em PCR com diferentes
pares de primers
• Exames sorológicos ainda impraticáveis
• Três níveis de desenvolvimento de neoplasia
reconhecidos, denominados NIC 1, 2, 3
• Após NIC 3: carcinoma metastático
HPV- tratamento
• Desaparecimento espontâneo das verrugas: pode levar meses
ou anos
• Intervenção indicada para lesões dolorosas ou volumosas
• Remoção das verrugas
• métodos físicos: remoção por crioterapia, eletrocauterização,
excisão com alça diatérmica e laser
• métodos químicos : podofilina, ácido tricloroacético
• Carcinoma cervical: remoção cirúrgica + quimioterapia e/ou
radioterapia
Prevenção
• Vacinas: já disponíveis para humanos (proteína L1
do envelope dos tipos 6, 11, 16 e 18 expressa em
leveduras)
• Evitar contato com lesões
• Uso de preservativos
• Exposição mínima à luz solar, para pacientes com
epidermodisplasia verruciforme e imunodeficientes
apresentando lesões cutâneas
Hepatites virais
• Transmissão entérica: A e E
• Transmissão parenteral: B, C e D
Tipos de Hepatites
Fonte de
Vírus
Via de
transmissão
Cronicidade
Prevenção
A
fezes
B
sangue
C
sangue
fecal-oral percutânea percutânea
permucosa permucosa
não
sim
Evitar pre- Evitar preexposição exposição
sim
teste de
doadores
modif. de
comportam
D
sangue
E
fezes
percutânea
permucosa
fecal-oral
sim
não
Evitar pre- Tratamento
exposição
de água
modif. de
comportam
Hepatite A
• Causada por um picornavírus (Picornaviridae)
• Gênero Hepatovírus (enterovírus)
• RNA fs
• Não envelopado
• Muito pequenos (27 nm)
Hepatite A
• Transmissão (fecal-oral)
˗ Alimentos
mal-preparados
e
água
contaminada por fezes
˗ Frutos
do
mar
provenientes
contaminadas com esgotos
˗ Pessoa para pessoa
˗ Surtos em viajantes (adultos)
de
água
Hepatite A
• Características clínicas:
 Período de incubação 3 a 5 semanas (icterícia)
 Mais leve do que hepatite B
 Infecções assintomáticas comuns em crianças
 Adultos (em particular gestantes) doença severa
 Convalescença pode ser prolongada
 Não há casos crônicos
 Complicações: hepatite fulminante (rara, 0,1% dos casos)
Hepatite A
• Patogenia
 Vírus penetra via TGI => hepatócitos
 Viremia é passageira
 Vírus eliminado nas fezes durante duas
semanas antes do aparecimento dos sinais
clínicos
Hepatite A
Hepatite A
• Epidemiologia
 endêmica na maioria dos países
 declinando nos países desenvolvidos
 alta incidência em populações economicamente
mais pobres
 associada a baixas condições de sanitarismo
Hepatite A – distribuição geográfica
Hepatite A
• Diagnóstico:
 Vírus não cultivável rotineiramente
 IgM anti-HAV no soro
• Prevenção:
 Vacinação (vacina inativada, cepa GMB)
 Imunização passiva
 Saneamento básico
Hepatite B
• Vírus da família Hepadnaviridae
 Gênero Ortohepadnavirus: vírus da hepatite B
 Afeta somente humanos
 não há outros reservatórios
• Fita dupla parcial de DNA
• Envelopado
• Transcrição reversa
Hepatite B
• Antígenos do HBV:
•
HBsAg: proteína do envelope (surface)
•
HBcAg: antígeno interno (capsídeo)
•
HBeAg: proteína secretada, não estrutural, função
desconhecida (denominada antígeno e)
HBcAg
HBsAg
Hepatite B
• Período de incubação 45-100 dias (média 70)
• Hepatite aguda: crianças e adultos
 Sintomas:
anorexia,
náusea,
vômitos,
dores
abdominais, artralgia, erupções, icterícia, febre leve ou
ausente
• Hepatite crônica: infecção perinatal e em crianças
de até 4 anos
 3% desenvolvem hepatite crônica ativa: cirrose e
carcinoma hepático
Hepatite B
• Modos de transmissão
 Através de sangue, agulhas e materiais
cortantes contaminados: profissionais da
sáude, usuários de droga
 Relação sexual (DST): profissionais do sexo
e homessexuais
 Perinatal: mães positivas para HBeAg
 Tatuagens, piercings, no dentista, sessões de
depilação, manicure
Hepatite B
• Grande quantidade de vírus no plasma de
portadores
• Concentração de HBV em alguns fluidos
corporais
 Alta: sangue, soro, exsudatos de feridas
 Moderada: sêmen, fluido vaginal, saliva
 Baixa ou não detectável: urina, fezes, suor,
lágrimas, leite materno
Hepatite B – distribuição geográfica
Hepatite B
• Diagnóstico
 Clínico + provas de função hepática
 Laboratoriais:
 ELISAs anti-proteínas virais
˗ anti-HBsAg
˗ anti-HBcAg
˗ antiHBeAg
 IgM presente até 6 meses após infecção aguda
Hepatite B
• Duração dos anticorpos
 Anti-capsídeo IgM: infecção recente
 Anti-capsídeo IgG: permanece em portadores
e recuperados
 Anti-HBs: tarde durante a convalescença
 Anti-HBe: indica queda na multiplicação viral
 Vacinados: desenvolvem somente anti-HBsAg
Hepatite B
• Prevenção e controle:
 Vacinação: vacina HbsAg recombinante
 Pessoas de alto risco:
 Áreas da saúde
 Parceiros sexuais de portadores
 Filhos de mães portadoras
 Homossexuais, prostitutas, tatuados
 Uso de preservativos, transfusões a partir de
soronegativos
Vírus da Hepatite C
• Família Flaviviridae
• Gênero Hepacivirus
• RNA fs polaridade positiva de 9,5 kb
• Envelopado
• Difícil cultivo in vitro
• Tipos: 1 a 6
• Vários subtipos (1a, 1b, etc)
Hepatite C
• Estrutura do genoma
capsídeo proteínas
do
envelope
c22
protease/helicase
33c
RNA polimerase RNA-dependente
c-100
5’
3’
core E1
E2
região
hipervariável
NS2
NS3
NS4
NS5
Hepatite C - Sinais
• Incubação: média 6-7 semanas
• Doença clínica (icterícia): 30-40%
• Hepatite crônica: 70% (cirrose e carcinoma
hepatocelular)
• Predomínio: infecção persistente
• Imunidade: sem indução de anticorpos protetores
Hepatite C - Sinais
• Usualmente subclínica
• Agudas: começo insidioso
 Anorexia, dores abdominais,
vômitos, icterícia
náusea,
• Ausência de marcadores para outras hepatites
• Anticorpos anti-HCV
• ALT alta
Hepatite C
• Transmissão:
 Transfusão ou transplante de doador infectado
 Uso de drogas injetáveis
 Hemodiálise (anos de tratamento)
 Acidentes com agulhas e frascos quebrados
 Exposição sexual / domiciliar a contatos anti-HCVpositivos
 Parto de mãe infectada
 O alcoolismo é um agravante
Hepatite C
• Diagnóstico
 Anticorpos anti-HCV
 sangue com Ac anti-HCV: descartar
 sangue com ALT elevada: descartar
 ELISAs: peptídeos sintéticos (p21 e p23)
 Detecção do genoma por PCR
 Cultivo in vitro: não é usado
Hepatite C
• Tratamento
 alfa interferon (-IFN) + ribavirina
 Sucesso do tratamento relacionado com
genótipo: tipo 1 mais resistente
• Prevenção:
 Triagem de sangue, órgãos, doadores
 Modificação de comportamento de alto risco
 Precauções com sangue e líquidos corporais
Hepatitis delta virus (hepatite D)
• Família não classificado
• Gênero: Deltavirus
• Genoma RNA
• Antígeno Delta
• Vírus defectivo, incapaz de produzir seu próprio
envelope protéico
• Precisa utilizar a proteína do vírus da hepatite B
• Sua replicação suprime a síntese de proteínas
do vírus da hepatite B
Hepatite D
• Aspectos clínicos
 Coinfecção
 Doença severa aguda
 Baixo risco de infecção crônica
 Superinfecção
 usualmente desenvolvem HD crônica
 Alto risco de doença crônica severa
 Pode se apresentar como hepatite aguda
Hepatite D
•
Transmissão
 Exposição percutânea
 Uso de drogas injetáveis
 Exposição permucosas
 Contato sexual
Hepatite D - distribuição
Hepatite D
• Diagnóstico
 Anticorpos IgM anti-Delta no soro
 Ag Delta no soro ou fígado (biópsia)
•
Prevenção

Coinfecção por HBV-HDV: profilaxia pré ou pósexposição para prevenir a infeção por HBV

Educação para reduzir comportamento de risco entre
portadores crônicos de HBV
Hepatite E
• Família: Hepeviridae
• Gênero Hepevirus
• Espécie: Hepatite E virus
• Vírus RNA fs
• Não envelopado (27 – 34 nm)
• Transmissão fecal-oral
Hepatite E
• Características clínicas:
 P.I. 30-40 dias
 Aguda, auto-limitante
 Sem portadores
 Geralmente em adultos 15-40 anos
• Complicações:
 Hepatite fulminante em gestantes:
 mortalidade de até 40%
Hepatite E
•
Patogenia
 Similar à hepatite A
 Replicação inicial no intestino, seguida de
replicação no fígado
 Viremia passageira
 Grande quantidade de vírus necessária para
estabelecer a infecção
Hepatite E
•
•
Taxa de mortalidade:
 Geral: 1%-3%
 Gestantes: 15%-25%
Gravidade da doença

•
Aumenta com idade
Sequelas crônicas

nenhuma
Hepatite E
•
Epidemiologia:
 ainda pouco conhecida
 surtos na China, México e norte da África
•
Usualmente grande contaminação de água
com fezes
•
Transmissão e contatos incomum
 Necessita de muito vírus p/ transmissão
Surtos de hepatite E
Outras hepatites virais
• Podem ser causadas, ocasionalmente, por outros
vírus
˗ Hepatite “G” (flavivírus; hepatite?)
˗ HSV (HHV-1 e HHV-2)
˗ EBV (HHV-4)
˗ CMV (HHV-5)
˗ Febre amarela
˗ Rubéola
HIV
•
•
•
•
•
•
•
•
Família Retrovidae
Subfamília Orthoretrovirinae
Gênero Lentivirus
Duas cópias de RNA fs (+)
Envelopado (80-100nm)
Dois tipos:
HIV-1: mais freqüente
HIV-2: freqüente na África
 40% homologia com HIV-1
Origem do HIV
• HIV-1: do chimpanzé (Pan troglodytes)
• HIV-2: do “sooty mangabey” (Cercocebus atys)
(Cercocebus atys)
HIV
• Tropismo por células T CD 4+
• Genes principais:
• Gag: codifica sete proteínas estruturais (p24,
p17, p7, p9, p1, p2 e p6)
• Env: codifica as duas proteínas do envelope
(gp 120 e gp 41)
• Pol: RT p66/p51, protease p10 e a integrase
p32
Estrutura do genoma HIV
Ciclo replicativo do HIV
HIV
• Grupos, subtipos e recombinantes de HIV
• Três grupos:
 Major (M): distribuição mundial
 Outlier (O): República dos Camarões, Gabão e
França
 New (N): Repúlica dos Camarões (raro)
• 11 subtipos: A1, A2, B, C, D, F1, F2, G, H, J, K
• 43 formas recombinantes circulantes (RCF)
Distribuição mundial do HIV
Mutação do HIV
HIV
• Esta distribuição variável de subtipos esta relacionada
com a diversidade genética do HIV
– Genoma RNA
– Hipermutação
– Inserção/deleção
– Recombinação
– Resposta do hospedeiro: direciona a evolução do HIV
• Tipo – grupo – subtipo – cepa - quasispécie
• Infecção dupla e recombinação: formação de híbridos
HIV
• Mecanismo de infecção:
– Sêmen
– Sangue
sangue
sangue
• Transmissão:
– Contato homossexual masculino
– Uso de drogas injetáveis
– Contato heterosexual
– Transfusões/transplantes
– Profissionais da saúde
HIV – Grupo de risco
• Pessoas com contato sexual com contaminados
• Usuários de drogas injetáveis
• Crianças de mães infectadas
• Trabalhadores da área da saúde
• Laboratoristas (contato com sangue)
• Hemofílicos
• Transfusionados
• Pacientes de transplantes
HIV Patogenia
• Infecção de céls T CD4 + e macrófagos
• Infecção disseminada
• Resposta imune específica: imunidade humoral e
imunidade celular
• Destruição da maior parte dos vírus
• Alguns persistem
• Destruição gradual de células T CD4+
• Desorganização da resposta imune
História natural da infecção por HIV
Infecções oportunistas - HIV
• Fungo Pneumocystis carinii
• Toxoplasmose
• Candidíase
• Criptococose (Cryptococcus neoformans)
• Tuberculose e outras micobacterioses
• Citomegalovírus
• Herpes simples
• Sarcoma de kaposi (KS)
HIV pediátrico
• Após infecção perinatal
• Desenvolvem doença progressiva:
 Anormalidades no crescimento
 Diarréia
 Linfadenopatia
 Hepatosplenomegalia
 Parotite
 Pneumonia intersticial linfóide
• Aumentada
suscetibilidade
a
oportunísticas
infecções
Diagnóstico HIV
Soro/ plasma (detecção de anticorpos)
ELISA
IFI
SORO-NEUTRALIZAÇÃO
Positivo
Negativo
repete
se suspeito:
positivo
repetir após 6 meses e fazer
detecção de vírus (PCR, etc)
testes complementares:
western blot, IFI
fazer testes complementares
Tratamento e controle HIV
• Tratamento
 HAART: terapia anti-retroviral altamente ativa
 Inibidores da RT, protease, integrase
• Controle
 Educação sexual
 Diagnóstico em bancos de sangue
 Uso de seringas descartáveis
Grato pela atenção!!!
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