O Silício Ganha Importância Na Adubação http://www.manah.com.br/spanish/main_informativos_vegetal_silicio.asp Como se sabe, a produção vegetal é dependente do suprimento adequado de nutrientes. O silício não é considerado participante do grupo de elementos minerais essenciais para o desenvolvimento das plantas cultivadas, porém as principais gramíneas (arroz, cana-deaçúcar, milho, trigo, sorgo, aveia, milheto e forrageiras) e muitas nãogramíneas como feijão, tomate, brássicas e alface respondem com maior produtividade ao aumento da disponibilidade de silício no solo (ELAWAD JR & GREEN, 1979 ; SILVA, 1973). O silício é um dos elementos mais abundantes da crosta terrestre. No entanto, a ação do intemperismo faz com que o silício natural seja insuficiente para desempenhar seu papel como nutriente às culturas, sendo necessária a adubação complementar. Solos muito intemperizados, altamente lixiviados, ácidos, com baixos teores de silício trocável e com baixa relação Si/sexquióxidos, são considerados pobres em silício disponível para as plantas (BRADY,1992; SILVA,1973) e solos orgânicos também possuem limitações quanto à quantidade de silício disponível. Elementos minerais como o silício determinam, juntamente com a carga genética da planta, o potencial de produção e a tolerância às pragas e principalmente às doenças. Nos Estados Unidos desde 1912 e na Europa desde 1937, o uso de escórias de grandes fornos siderúrgicos obtidas após moagem, tem sido a principal fonte de silício utilizada para a atividade agrícola naqueles locais. Essas escórias, que são usadas como fertilizantes e como corretivos de solos, são formadas principalmente de silicatos de cálcio e de magnésio, contendo também outros nutrientes como P, S, Fe, Zn, Cu, Mn, Mo, Co. Os silicatos têm comportamento no solo similar ao dos carbonatos de cálcio e magnésio, sendo capazes de elevar o pH e neutralizar o Al trocável quando aplicados como corretivos. ALCARDE, 1992, descreveu essas reações. Ainda por comportamento semelhante ao dos carbonatos, ocorrem sítios de troca com fósforo adsorvido nas argilas, deslocando esses nutrientes para a solução do solo, tornandoos assim mais assimiláveis pelas plantas. O silício é absorvido pelas plantas na forma de ácido monosilícico H4SiO4 (JONES & HANDREK,1967). Seu transporte, na mesma forma assimilada, é feito através do xilema, sendo sua distribuição dependente da transpiração dos órgãos envolvidos. Nas folhas de arroz, forma-se uma camada dupla de sílica abaixo da cutícula nas células epidérmicas. Segundo alguns autores (MALAVOLTA,1980; MARSCHE-NER,1986; TAKAHASHI, 1995) essa camada de sílica limita a perda d'água pelas folhas e dificulta a penetração e o desenvolvimento de hifas de fungos (figura 1). Depois de solidificado abaixo da cutícula nas células epidérmicas, o silício torna-se imóvel dentro da planta. Em solos orgânicos (histossolos) a adubação com silicatados temse mostrado bastante efetiva no controle de doenças foliares em arroz, principalmente a brusone na ordem de 17% a 31% de redução e a mancha parda com redução estimada entre 15% a 32% quando comparadas com a testemunha (DATNOFF et al.). Resumindo, os principais benefícios da adubação silicatada são: • • • • • Excelente interação da sílica com fósforo e micronutrientes adsorvidos pelas argilas, aumentando assim a disponibilidade dos elementos às plantas; Menor perda d'água pelas folhas através da transpiração, em razão da camada formada sob a cutícula foliar; Conseqüente elevação da tolerância a doenças foliares; Incremento da produtividade de culturas, principalmente gramíneas; Maior resistência ao acamamento por causa do aumento do teor de lignina no colmo, suportando assim cachos maiores e mais pesados; A cultura do arroz, claramente beneficiada pela adubação silicatada, alcança elevadas produtividades pela adoção de práticas agrícolas avançadas e pelo uso de tecnologia. A Manah associa os benefícios do silício descritos acima aos já conhecidos benefícios da sua linha FOSMAG, propondo uma adubação equilibrada e diferenciada para a cultura do arroz de sequeiro cultivado sob solos de cerrado, apresentando um novo produto denominado FOSMAG 496 M4 silicatado com as seguintes garantias: N (5%); P2O5 (15%) K2O (15%); Ca (7%); Mg (1,5%); S (5%); Zn (0,75%); B (0,1%); Cu(0,1%); Mn (0,2%) O FOSMAG 496 M4 contém também 3% de sílica em sua formulação a fim de suplementar a necessidade da cultura. Consulte nossa equipe de agrônomos para maiores informações sobre essa nova técnica. Marco Antônio Góes de Araújo Assessor agronômico - Divisão Uberaba Bibliografia Citada ALCARDE, J.C. Corretivos da acidez dos solos: características e interpretações. Boletim Técnico, n.6, ANDA - São Paulo, 1992. BIDWELL, R.G.S. Plant Physiology, The macmillan Biology Series, New York, 643p., 1974. BRADY, N.C. The nature and properties of soil. 10.cd. New York, Macmillan Publishing Co., p.179-200, 1992. DATNOFF, L.E.; RAID,R.N.; SNYDER, G.H.; JONES, D.B. Effect of calcium silicate on bruzone and brown spot intensities and yields of rise. Plant Disease, 75:729-33, 1991. DATNOFF, L.E.; RAID,R.N.; SNYDER, G.H.; JONES, D.B. Evaluation of calcium silicate slag and nitrogen on brown spot, neck rot, and shearth blight development onrice. Biological and cultural tests for control of plant disease, 5:65, 1990. ELAWAD, S.H. & GREEN, J.R.V.E. Silicon and the rice plant environment: a review of recent research. Revista IL RISO, 28:235-53, 1979. JONES, L.H.P. & HANDRECK, K.A. Silica in soil, plants and animals. Advances in Agronomy. NY, 19:107-49, 1967. MALAVOLTA, E. Elementos de nutrição mineral de plantas. Piracicaba: Ed. Agronômica, Ceres, 251p., 1980. MARSCHNER, H. Mineral nutrition of higher plants. San Diego, Academic Press, 674p., 1986. SILVA, J.A. Plant, mineral nutrition. Mc Graw - Hill Book Co. Inc., Year book of Science and Technology, 1973. TAKAHASHI, E. Uptake mode and physiological functions of silica. In: SCIENCE OF THE RICE PLANT. Physiology food and agriculture policy research center, v.2, p.420-433, 1240p., Tókio, 1995 RECOMENDAÇÕES DO SILÍCIO Silício controla doenças em arroz Agronet - 13/07/02 - Morel Pereira Barbosa Filhohttp://www.agronet.com.br/cgi-bin/artigos.pl?id=79021 O silício não é um dos elementos essenciais à nutrição vegetal. Talvez por isso a maioria dos agricultores e técnicos ainda desconheça seu efeito benéfico nas lavouras. Uma das vantagens das fontes silicatadas é conferir às plantas maior resistência às doenças. Para o arroz, por exemplo, o silício diminui a incidência do fungo causador da mancha de grãos. Estudo da Embrapa evidencia que a utilização da adubação com 200 quilos por hectare de óxido de silício (SiO2) reduz em 17,5% a severidade da mancha de grãos. Ação semelhante é observada ao se usar diferentes fontes silicatadas para conter a incidência de brusone, um dos principais problemas do arroz, capaz de ocasionar perdas de até 100% na produção. Acreditase que essa propriedade do silício esteja relacionada ao local onde ele fica armazenado na planta. Ou seja, é depositado na parte mais externa das células das folhas. Isso faz com que ele funcione como barreira, dificultando a penetração dos fungos. Por causa dessa característica, o silício proporciona ainda dois outros benefícios. Além de diminuir a perda de água da planta por transpiração, torna as folhas mais duras, exigindo maior esforço das pragas para se alimentar. Os trabalhos de pesquisa apontam que a melhoria da nutrição mineral das plantas pelo silício pode ser mais uma alternativa para integrar o manejo de doenças. Hoje, o controle de fungos no arroz é feito pelo uso de variedades melhoradas geneticamente e mais resistentes, associadas à utilização de agrotóxicos. Embora esses métodos diminuam a incidência de doenças, eles sozinhos não são suficientes. Isso porque a complexidade de raças dos fungos causa a quebra de resistência nos primeiros anos do lançamento das variedades. Em relação aos produtos químicos, além de serem insumos de alta tecnologia, nem sempre adequados aos pequenos produtores, podem trazer sérios prejuízos ao homem e ao meio ambiente. Nesse contexto, a combinação da adubação salicatada com dosagens mínimas de fungicidas e novas variedades pode ser mais eficaz. Para tanto, é necessário antes avaliar quais as melhores fontes de silício, sua adequação quanto às exigências da legislação para a agricultura e sua viabilidade econômica. Morel Pereira Barbosa Filho é pesquisador da Embrapa Arroz e Feijão em Santo Antônio de Goiás PRODUTIVIDADE E MANEJO DO SOLO: O CASO DO SILÍCIO Autor: Oscar Fontão de Lima Filho Pesquisador da Embrapa Agropecuária Oeste O agricultor necessita otimizar os custos de produção para se tornar competitivo e conviver com a flutuação dos preços pagos pelo seu produto. A melhor maneira de fazer isso é através da utilização de tecnologias geradas pela pesquisa. Dentre os fatores que afetam a produtividade, estão a disponibilidade de nutrientes corretamente balanceados nos solos e o controle de pragas e doenças. Várias doenças causadas por fungos em diversas culturas, bem como algumas pragas, podem ser reduzidas significativamente com a fertilização silicatada. Estresses causados por temperaturas extremas, veranicos, metais pesados e/ou tóxicos, por exemplo, podem ter seus efeitos reduzidos com o uso do silício. Interações nutricionais positivas, como aumento na absorção de nitrogênio, fósforo e potássio e melhoria na arquitetura foliar, com incrementos na fotossíntese, também são observados devido à utilização do silício como parte do manejo do solo. Além disso, fontes comerciais atualmente disponíveis no mercado contêm outros elementos que podem contribuir para a nutrição da planta. Os silicatos de cálcio e de magnésio provenientes da indústria siderúrgica, aprovados para uso agrícola, possuem níveis variáveis de silício, cálcio e magnésio, além de outros elementos em menor concentração, como, por exemplo, boro, zinco, manganês, fósforo, potássio e enxofre. Estes silicatos, denominados escórias agrícolas, também são considerados corretivos agrícolas, podendo substituir totalmente os calcários. Culturas importantes no contexto nacional podem se beneficiar com a fertilização silicatada, já que uma boa parte de nossos solos possuem baixos níveis de silício disponível para as plantas, o qual se encontra na forma de ácido silícico na solução do solo. A soja pode apresentar quantidades consideráveis de silício em seus tecidos quando a concentração do elemento no solo é alta. Trabalhos mostram aumentos na produtividade, na altura da planta, no número de vagens e na matéria seca da parte aérea e das raízes. Já foram observados sintomas de deficiência de silício em soja, que se caracterizam pela malformação de folhas novas e redução da fertilidade do grão de pólen. Pesquisas realizadas nos Estados Unidos e na China também mostram o potencial da aplicação do silício na cultura algodoeira. Nestes trabalhos, a concentração de silício na fibra do algodão aumentou durante a fase de alongamento, alcançando um valor máximo na iniciação da parede secundária, sugerindo que o silício possa ter um papel na formação e no alongamento da fibra e, possivelmente, no desenvolvimento da parede secundária. As pesquisas também indicaram que a adubação com silício via solo pode promover crescimento mais rápido do algodão. Além disso, pode aumentar significativamente o número total de capulhos e ramos frutíferos, tamanho de capulhos e porcentagem de fibra. O arroz e a cana-de-açúcar são culturas acumuladoras de silício, concentrando em seus tecidos teores mais elevados do que outros nutrientes. Por exemplo, estima-se que, em média, a cada 5 toneladas de grãos, a cultura do arroz remove de 500 a 1000 kg de sílica (dióxido de silício) por hectare. Em arroz, a suplementação com silício proporciona aumento na produção e na massa individual das sementes e diminuição da esterilidade. Com o suprimento do silício a diferença no comprimento das lâminas foliares, principal responsável pela altura, tende a aumentar de acordo com o desenvolvimento da planta. A maior expansão foliar determina maior taxa de assimilação de gás carbônico por planta. Com isso, há uma maior translocação de assimilados para a produção de grãos, aumentando a produtividade. Em arroz irrigado o silício aumenta o poder de oxidação das raízes, minimizando os efeitos tóxicos de níveis elevados de ferro. O efeito do silício tende a ser mais intenso em cultivos com adubações nitrogenadas pesadas e em solos com níveis baixos de silício disponível. A cana-de-açúcar responde bastante à adubação silicatada. Ao aumentar o comprimento e o diâmetro dos colmos, e o número de perfilhos, a aplicação de silicato aumenta a produtividade. Trabalhos de pesquisa também têm mostrado aumentos no teor de açúcar em solos pobres em silício disponível. Nessa cultura o sintoma de deficiência de silício consiste em manchas pardas nas folhas ("freckling"), e nas partes mais iluminadas do limbo há manchas cor de prata. Não é só através da barreira física, proporcionada pela presença de uma camada de sílica entre a cutícula e a parede das células da epiderme, que o silício age contra a penetração de fungos e o ataque de determinadas pragas. O silício não controla a doença, mas pode reforçar a resistência da planta, ao estimular a produção de enzimas e substâncias relacionadas com os mecanismos de defesa. Pode-se citar, como exemplos, o aumento da resistência do arroz à brusone e mancha parda, da cana-de-açúcar à mancha anelar, da soja ao cancro da haste e de diversas culturas ao oídio, como trigo, cevada e cucurbitáceas. Não se deve subestimar o significado do silício dentro da biologia vegetal. A maior disponibilidade de fontes comerciais desse elemento no Brasil está possibilitando ao agricultor optar por uma tecnologia que revela-se eficaz, do ponto de vista técnico, no aumento da produtividade e na prevenção ou redução de estresses bióticos e abióticos. http://www.socitrus.com.br/silicio.htm