II Congresso Brasileiro de Plantas Oleaginosas, Óleos, Gorduras e Biodiesel Realização: Universidade Federal de Lavras e Prefeitura Municipal de Varginha PRODUÇÃO DE MUDAS DE PINHÃO MANSO (Jatropha curcas L.) EM TUBETES Rogner Carvalho Avelar 1 Milton Aparecido Deperon Júnior 2 David Cardoso Dourado³ Alexandre Aureliano Quintiliano³ Sadjo Danfa 3 Antonio Carlos Fraga 4 Pedro Castro Neto 5 RESUMO A formação de lavouras a partir de mudas formadas em tubetes se apresenta como uma alternativa para melhor aproveitar o tempo da cultura no campo, otimizando o seu crescimento inicial e facilitando os tratos culturais e implantação da cultura. Dentre os fatores que condicionam o sucesso na produção de mudas em viveiro estão o volume do tubete, o tipo de substrato e a adubação utilizada. As mudas de pinhão manso, produzidas em tubetes de 120 ml apresentaram-se maiores que aquelas formadas em tubetes de 50 ml. Palavras-chave: pinhão manso, mudas, óleo, biodiesel. 1 INTRODUÇÃO O pinhão manso é uma planta da família Euforbiácea, denominada cientificamente como Jatropha curcas L. e popularmente como pinhão manso, purgueira, pinha de purga. As sementes de pinhão manso são oblongos, eliptoides, apresentando coloração escura e, contidas em frutos tipo cápsula tricoca. _______________________ 1 Acadêmico de agronomia da UFLA, bolsista PIBIC/CNPq, [email protected] 2 Acadêmico de agronomia da UFLA, [email protected] 3 Acadêmico de engenharia agrícola da UFLA, [email protected]; [email protected], [email protected] 3 Professor Titular, DAG/UFLA, [email protected] 4 Professor Titular, DEG/UFLA, [email protected] 298 II Congresso Brasileiro de Plantas Oleaginosas, Óleos, Gorduras e Biodiesel Realização: Universidade Federal de Lavras e Prefeitura Municipal de Varginha A semente de pinhão manso é constituído por tegumentos, denso e escuro, envolvendo o embrião, que é rico em óleo. A semente é constituída, em média, de 75% de embrião (amêndoa) e 25% de tegumento (casca). As sementes de pinhão manso apresentam pequena variação de tamanho e densidade, e não apresentam problemas de dormência (SHEPENTINA et al., 1986). O sistema radicular do pinhão manso é do tipo pivotante, com uma raiz principal que atinge grandes profundidades. Apresenta grande quantidade de raízes laterais, responsáveis pela nutrição da planta. De uma forma geral, pode-se dizer que a profundidade do sistema radicular é equivalente à altura da planta, assim como o diâmetro de exploração de solo. O pinhão manso pode apresentar plantas de porte alto e médio, com caule ramificado com coloração verde, suas folhas são simples, alterno e longo-pecioladas. Nos ramos surgem as inflorescências em panículas, unissexuadas, pentâmeros, se desenvolvem em frutos, compostos de três lojas. A produtividade da plantas está condicionada ao número de frutos, número de sementes por fruto e peso de sementes. Quanto maior o período de tempo disponível para a planta com condições ambientais favoráveis, maior será o número de lançamentos de frutos e, portanto, maior a produtividade. A produção de mudas em tubetes, à semelhança de que ocorre com varias essências florestais, surge como uma opção viável para a formação de mudas de pinhão manso, de cuja qualidade dependerá o sucesso da cultura. Este trabalho foi desenvolvido com o objetivo de avaliar a produção de mudas de pinhão manso em tubetes, de diferentes capacidades volumétricas. 2 MATERIAL E MÉTODOS O experimento foi instalado no viveiro de produção de mudas do setor de cafeicultura do Departamento de Agricultura da Universidade Federal de Lavras, em Lavras, Minas Gerais. O local está situado a uma latitude media de 21°14’Sul, longitude média de 45°00’ Oeste e altitude de 930 m. A região apresenta clima Cwa, de acordo com a classificação de Köppen. A semeadura foi feita em fevereiro de 2005 utilizando sementes provenientes da cidade de Jequitinhonha – MG, em tubetes de 50ml e de 120 ml, utilizando-se o substrato comercial Plantimax. As avaliações foram feitas após transferência para o campo, avaliando o tamanho de planta e nº. de folhas por planta. 299 II Congresso Brasileiro de Plantas Oleaginosas, Óleos, Gorduras e Biodiesel Realização: Universidade Federal de Lavras e Prefeitura Municipal de Varginha 3 RESULTADOS E DISCUSSÃO Pode-se observar na Figura 1, que o melhor desenvolvimento da parte aérea das plantas de pinhão manso foi possível nos tubetes de 120 ml, devido este possuir um maior volume de substrato, necessário para o crescimento inicial das plantas. Figura 1: Altura de plantas de Pinhão manso proveniente de mudas de tubetes com diferentes tamanhos 35 30 Altura em cm 25 20 15 10 5 0 TUBETE 50 mL TUBETE 120 mL Tamanhos Na figura 2 estão apresentados os resultados do número de folhas por planta de pinhão manso, produzidas em tubetes de diferentes tamanhos, onde se observa que o maior crescimento ocorreu nas plantas provenientes de mudas formadas no tubete de 120 ml, sendo que a formação da parte aérea, determinante para a adaptação da planta. 300 II Congresso Brasileiro de Plantas Oleaginosas, Óleos, Gorduras e Biodiesel Realização: Universidade Federal de Lavras e Prefeitura Municipal de Varginha Figura 2: Numero de folhas por planta de Pinhão Manso provenientes de diferentes mudas de tubetes com diferentes tamanhos. 20 18 Número de Folhas 16 14 12 10 8 6 4 2 0 TUBETE 50 mL TUBETE 120 mL Tamanhos 4 CONCLUSÕES • As mudas produzidas em tubetes de 120 ml apresentaram-se maiores que aquelas produzidas em tubetes de 50 ml; • As plantas de pinhão manso proveniente de tubetes de 120ml apresentaram maior altura e maior numero de folhas por planta. 5 REFERÊNCIAS AKER, C.L. Growth and reproduction of Jatropha curcas. In: G.M. Giibitz, M. & M. Frabi, Biofuels and industrial products from Jatropha curcos. 2-18. 1997. MORTON, J.F. Atlas of medicinal plants of Middle America, Bahamas to Yucatan. C.C. Thomas, Springfield, IL. 1981. PEIXOTO, A.R.P. Plantas oleaginosas herbáceas. São Paulo: Nobel, 1972. 172p. SHEPETINA, F.A.; SEVAST’YANOVA, L.B. Seed technology. In: MOSCKIM, V.A. New Delhi: Amerind, 1986. P.175-8. 301