Expectativa de vida de clientes renais crônicos submetidos a

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Terra FS, Costa AMDD
EXPECTATIVA DE VIDA DE CLIENTES RENAIS CRÔNICOS
SUBMETIDOS A HEMODIÁLISE
LIFE EXPECTANCY OF END-STAGE RENAL PATIENTS SUBMITTED TO
HEMODIALYSIS
EXPECTATIVA DE VIDA DE PACIENTES RENALES CRÓNICOS SOMETIDOS
A HEMODIÁLISIS
Fábio de Souza TerraI
Ana Maria Duarte Dias CostaII
RESUMO: Trata-se de um estudo epidemiológico, descritivo, transversal e quantitativo, realizado com o objetivo de
conhecer a expectativa de vida dos clientes renais crônicos submetidos a hemodiálise. Participaram da pesquisa todos os
30 clientes que se encontravam em tratamento hemodialítico em uma clínica de hemodiálise de Alfenas-MG, no período
de janeiro a fevereiro de 2006. Após a coleta, os dados foram inseridos no software SPSS versão 10.0, para sua tabulação.
Com relação à expectativa de vida dos nefropatas crônicos, verificou-se que 56,67% desejam realizar o transplante renal,
enquanto 13,33% não têm expectativa de vida. Dos clientes que querem realizar a cirurgia, 82,35% estão na lista de
espera e 47,06% deles responderam que seus familiares se recusaram a doar o órgão. Assim, cabe aos profissionais de
saúde manterem uma luta constante em prol do aumento de doação de órgãos e, conseqüentemente, ampliar o número
de transplantes.
Palavras-chave: Hemodiálise; insuficiência renal crônica; transplante renal; expectativa de vida.
ABSTRACT
ABSTRACT:: This is an epidemic, descriptive, traverse, and quantitative study, accomplished with the objective of
determining life expectancy of end-stage renal patients submitted to hemodialysis. All the thirty patients under dialysis in
a hemodialysis clinic of Alfenas, State of Minas Gerais, Brazil, took part in the study arried out from January to February,
2006. After collection, data were treated by the software SPSS version 10.0, for tabulation. With regard to life expectancy
of end-stage renal patients, 56.67% of them want to undergo kidney transplantation, while 13.33% have no life expectation.
Among the candidates to transplantation, 82.35% are on the waiting list, while 47.06% informed their relatives refused to
donate the organ. Therefore, it is up to health care providers to maintain a constant struggle towards public awareness on
organ donations in order to increase the number of transplants.
Keywords: Hemodialysis; end-stage renal disease; renal transplantation; life expectancy.
RESUMEN: Esto es un estudio epidemiológico, descriptivo, transversal y cuantitativo con el objetivo de saber la expectativa de vida de los clientes renales crónicos sometidos a hemodiálisis. Todos los 30 pacientes bajo hemodiálisis en una
clínica de Alfenas, Estado de Minas Gerais, Brasil, participaron de la investigación, en el período de enero a febrero de
2006. Después de la colección, los datos fueron insertados en la versión 10.0 del software SPSS, para su tabulación. Con
respecto a la esperanza de vida de los pacientes renales crónicos, se verificó que 56.67% desean experimentar el
trasplante renal, mientras que 13.33% no tienen ninguna expectativa de vida. Entre los candidatos al trasplante, 82.35%
están en la lista de espera y 47.06% responderan que sus parientes se negaron a donar el órgano. Por lo tanto, cabe a los
profesionales de salud mantener una lucha constante para el aumento de donación de órganos para ampliar el número
de trasplantes.
Palabras Clave: Hemodiálisis; insuficiencia renal crónica; trasplante renal; expectativa de vida.
INTRODUÇÃO
Há poucas décadas a insuficiência renal crônica (IRC) significava morte. Atualmente os variados
tipos de diálise modificaram a história natural dessa
doença, melhorando de forma substancial seu prognóstico. Quando a diálise tornou-se disponível, o
prolongamento da sobrevida do paciente era uma
das únicas preocupações1.
A IRC é definida como uma síndrome
provocada por uma variedade de nefropatias que,
devido a sua evolução progressiva, determinam de
Mestre em Saúde pela UNIFENAS, Professor do Curso de Especialização em Atenção Farmacêutica da Universidade Federal de Alfenas-MG e
Professor do Curso de Enfermagem da Universidade José do Rosário Vellano - UNIFENAS. Rua Tiradentes, 1400. Centro. Alfenas – MG. CEP:
37130-000 E-mail: [email protected]
II
Doutora em Farmacologia pela UNICAMP, Professora Titular do Curso de Medicina e Odontologia da Universidade José do Rosário Vellano UNIFENAS, e Coordenadora do Mestrado em Saúde da UNIFENAS.
I
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Expectativa de vida e renais crônicos
modo gradativo e quase sempre inexorável uma redução global das múltiplas funções renais, isto é,
glomerulares, tubulares e endócrinas. Em conseqüência, os rins tornam-se incapazes de desempenhar
suas múltiplas e essenciais atividades hemostáticas2.
Entre as diferentes modalidades terapêuticas, a
hemodiálise é a mais utilizada e é considerada um
procedimento complexo3. A hemodiálise limpa e filtra o sangue, liberta o corpo dos resíduos prejudiciais, do excesso de sal e de líquidos, controlando a
pressão arterial e ajudando o organismo a manter o
equilíbrio de substâncias químicas como o sódio, o
potássio e cloretos. Em média, são realizadas três sessões por semana, com duração de 3 a 4 horas2.
Devido ao aumento das doenças crônicas, principalmente a IRC, e ao considerar que a maioria da
população renal crônica está em programa de
hemodiálise, o qual pode causar alterações na vida e
na saúde do cliente, pela contínua dependência do
tratamento, é que se optou em realizar este estudo
com o objetivo de conhecer a expectativa de vida
dos clientes renais crônicos submetidos a hemodiálise.
REFERNCIAL TEÓRICO
Atualmente as atenções começaram a se vol-
tar para uma terapêutica que vise à melhora da qualidade de vida do portador de nefropatia crônica,
como um fator relevante no cenário da terapêutica
renal, e não apenas a extensão de sua vida4.
Isso se deve ao fato de o portador de IRC conviver com uma doença incurável que o obriga a submeter-se a um tratamento doloroso, de longa duração, que provoca muitas limitações. Geralmente esses problemas são o isolamento social, perda de emprego, dependência da Previdência Social, perda da
autoridade no contexto familiar, afastamento dos
amigos, impossibilidade de passeios e viagens prolongadas em razão da periodicidade das sessões de
hemodiálise, diminuição da atividade física,
disfunção sexual, entre outros4,5.
Não se pode ignorar que o impacto da doença e da hemodiálise pode ocasionar no cliente renal crônico, além do desgaste físico, um grande
estresse mental e emocional. Ele é obrigado a conviver com uma dura realidade: o fato de possuir uma
doença incurável que o remete à dependência de
um tratamento doloroso, de duração e conseqüências incertas3.
Quanto à sobrevida dos clientes renais crônicos, os avanços terapêuticos e as possibilidades efep.534 •
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tivas de controle dessa enfermidade têm acarretado
o aumento da sobrevivência das pessoas acometidas
por esse agravo6.
Uma das principais funções da hemodiálise é a
melhoria do estado de saúde do cliente, porém, o
transplante renal é apontado como um procedimento que garante ao portador de IRC uma vida mais
longa e com maior qualidade3.
O transplante renal, além de permitir a reabilitação do paciente e um estilo de vida normal, possibilita também uma economia significativa para o sistema de saúde7.
Cabe ressaltar que, embora o transplante tenha sido considerado o tratamento de melhor custo-efetividade, deve-se considerar a dificuldade de
captação dos órgãos e a necessidade de uma central
de transplante bem equipada e uma equipe
multidisciplinar definida e competente 8.
METODOLOGIA
Trata-se de um estudo epidemiológico, descriti-
vo, transversal e quantitativo, realizado em uma clínica de hemodiálise de um hospital universitário do
município de Alfenas – MG.
A população de estudo constituiu-se de todos
os 30 pacientes que se encontravam em tratamento
hemodialítico, na referida clínica, no período de janeiro a fevereiro de 2006.
Este levantamento de dados desenvolveu-se
após aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa da
Universidade José do Rosário Vellano (UNIFENAS)
e autorização da diretoria clínica do hospital e da
clínica de hemodiálise. Solicitou-se aos participantes a assinatura do Termo de Consentimento Livre e
Esclarecido, conforme a Resolução n°196/96, que
trata de pesquisa envolvendo os seres humanos, sendo garantido o anonimato e o direito de desistência
em qualquer fase da pesquisa9.
Para a coleta de dados foi utilizado um questionário com questões estruturadas e abertas, abordando a caracterização e os aspectos socioeconômicos
dos participantes do estudo, além da expectativa de
vida dos renais crônicos submetidos a hemodiálise.
Esse instrumento foi submetido a um pré-teste em
uma clínica de hemodiálise do município de
Varginha – MG, com o objetivo de verificar a melhor forma de entrevistar as pessoas, identificar possíveis falhas na formulação das questões e no registro dos dados, assim como buscar clareza e verificar
a necessidade de adequação do vocabulário.
Terra FS, Costa AMDD
Após o levantamento dos dados, eles foram
inseridos no software Statistical Package for Social
Science (SPSS), versão 10.0, para elaboração das tabelas com valores absolutos e percentuais.
RESULTADOE E DISCUSSÃO
Com relação à caracterização da população em
estudo, pode-se observar que 73,33% eram do sexo
masculino; 36,67% tinham mais de 35 anos e menos
de 50; 60,0% moram em cidades circunvizinhas do
município de Alfenas; 70,0% eram casados; 46,67%
cursaram ensino fundamental; 73,33% são católicos;
36,66% têm IRC há mais de 5 anos; 26,67% são submetidos à hemodiálise há mais de 2 e menos de 3
anos; 86,66% encontravam-se aposentados ou com
licença saúde; 50,0% tinham uma renda familiar de 1
a 2 salários mínimos; 83,33% tinham casa própria;
26,66% residiam com mais duas pessoas; 96,67% realizam três sessões semanais de hemodiálise.
Verificou-se que, dos 30 (100%) nefropatas estudados, 17 (56,67%) tinham como expectativa de
vida a realização do transplante renal e 16 (53,33%),
a melhora da saúde; ressalta-se que 4 (13,33%) não
tinham expectativa de vida e 3 (10,0%) desejavam
apenas continuar o tratamento hemodialítico, de
acordo com a Tabela 1.
TABELA 1: Distribuição da população de estudo segundo a
expectativa de vida com relação à saúde. Clínica de Terapia
Substitutiva de um Hospital Universitário. Município de Alfenas,
2006.
(*) Houve mais de uma resposta por entrevistado.
A dificuldade em adaptar-se a todas as restrições provocadas pela doença e pela hemodiálise leva
o indivíduo a buscar alternativas, visando à melhoria
de sua qualidade de vida. Então, surge o transplante
renal, trazendo a esperança de que todos os seus problemas poderão ser resolvidos, e o paciente acredita
que uma grande transformação pode acontecer após
a referida cirurgia10. Essa expectativa é confirmada
nesta pesquisa, pois a maioria (56,67%) deseja realizar o transplante renal. Corroborando esse resultado, um estudo realizado numa clínica de hemodiálise,
em Curitiba, com 51 pacientes, mostrou que 32,3%
da amostra apontaram o transplante renal como o
mais importante projeto de suas vidas11.
Vale destacar que o transplante renal é, atualmente, a melhor opção terapêutica para cliente com
IRC, em idade menor que 50 anos, tanto do ponto
de vista clínico, quanto do ponto de vista social,
emocional e econômico12.
Em trabalho realizado em um Hospital Escola
de uma cidade do interior do Estado de São Paulo
foi constatado que, ao solicitar aos clientes estudados que elaborassem um desenho simbolizando o
transplante renal, eles apresentaram a figura de uma
estrela, descrevendo a importância do transplante
renal como esperança, brilho, paz, vida nova13.
Ao se discutir a possibilidade de transplante
renal com o cliente, deve-se considerar a sua preferência. Alguns se adaptam à qualidade de vida proporcionada pela diálise, e não desejam, conhecendo os riscos, submeter-se a um transplante renal. Para
outros, a diálise é inaceitável e optam pelo transplante, mesmo reconhecendo seus riscos e possíveis
complicações14.
Assim, verificou-se no presente estudo que
43,33% da população estudada não pretendiam realizar o transplante, tendo o desejo de continuar o
tratamento hemodialítico, melhorar a saúde ou não
mencionaram expectativa de vida.
Um estudo realizado em unidade de diálise de
um hospital geral, do município de Maringá, apontou que 31,3% dos pacientes revelaram sentimento
de conformação, ao tentarem entender que a única
forma de sobrevivência é o tratamento dialítico, o
que exige adaptação à nova realidade15. É importante salientar que a postura de conformismo, no entanto, não significa necessariamente uma aceitação
da doença, mas, sim, do tratamento, visto que ele
representa a única possibilidade de o cliente continuar sua existência no mundo16.
Em outra pesquisa, parte significativa da clientela (25,0%) não tinha nenhuma expectativa de
vida15. No presente estudo, também uma parcela da
amostra (13,33%) não possuía expectativa de vida.
Cabe enfatizar que cada pessoa possui uma forma
singular de lidar com a doença e o tratamento, bem
como com o impacto que eles provocam na vida das
pessoas que compõem sua rede social. Fatores como
vontade de viver, suporte dos entes queridos, conformismo perante o inevitável, fé em Deus, entre
outros, são utilizados como uma maneira para resistir e prosseguir em sua jornada17.
Vale registrar que os motivos alegados pelos clientes de não quererem realizar o transplante renal
foram: a idade avançada, não compensa realizar esse
procedimento, medo dos riscos e complicações da ciR Enferm UERJ, Rio de Janeiro, 2007out/dez; 15(4):533-7.
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Expectativa de vida e renais crônicos
rurgia, não querer que algum familiar doe o órgão e
também não querer receber órgãos de cadáver.
Um dos principais motivos do renal crônico
não querer realizar o transplante renal é o medo de
prejudicar a saúde do doador, nesse caso o familiar
(ente querido). Mesmo com a esperança da melhora da qualidade de vida, que lhe é oferecida pelo
transplante, surge esse sentimento que o faz repensar se realmente fará ou não a cirurgia10.
Com relação aos 17 (56,67%) nefropatas que
desejam realizar o transplante renal, a maioria, 14
(82,35%), está nessa lista de espera, aguardando um
doador para poder ser submetido ao procedimento
cirúrgico.
Cabe mencionar que a pequena parcela da
população, 3 (17,65%), que não está inserida na lista de espera para a realização do transplante renal,
aguarda a doação desse órgão por seu familiar (doador vivo), tendo sido realizados os exames e confirmada a possibilidade da cirurgia.
O quantitativo de pacientes ativos em lista de
espera varia de 25 a 30% dos portadores de IRC em
terapia renal substitutiva. Mais de 42 mil pessoas estão em lista de espera, inclusive crianças que contraem doenças cujo único tratamento é o transplante renal. A espera por um doador, que às vezes não
aparece, é dramática. Cerca de 30% morrem antes
de realizar o transplante e menos de 10% recebem
um órgão a cada ano18,19.
Atualmente, a demanda por órgãos e tecidos
para transplante é maior que a oferta. Talvez porque
a captação de órgãos para transplante seja um processo complexo que necessita de profissionais qualificados e com competência específica sobre o assunto para pronta identificação e solução de problemas
que possam ocasionar a perda de um potencial doador de órgãos e tecidos20.
Ao ser abordado sobre a possibilidade de algum familiar disponibilizar seu rim para doação, dos
17 clientes renais crônicos que desejam realizar o
transplante renal, a maior parte, 8 (47,06%), respondeu que os familiares recusaram doar o órgão,
enquanto 5 (29,41%) desejam fazer essa doação.
Vale ressaltar que, em 23,53% da população estudada que desejava realizar o transplante, os familiares estão impossibilitados em doar o órgão para o paciente. Os motivos citados são: as doenças dos familiares, a idade avançada e a longa distância entre os
locais em que residem o paciente e o familiar (geralmente outras cidades, impossibilitando a agilidade da
realização dos exames necessários para a cirurgia).
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Quanto à disponibilidade do familiar em doar
seu órgão, grandes conflitos poderão ocorrer na família21. Os clientes temem a possível constatação de rejeição por parte de algum membro da família. Alguns
querem desesperadamente a doação de um rim, mas
não ousam pedir. Vivem, no entanto, cobrando essa
doação quando se queixam da diálise e dizem que sua
única solução seria o transplante renal, que esperam
fazer em breve. Outros utilizam-se de chantagens, ou
tentam forçar a doação de várias maneiras.
Como observado neste estudo, muitos pacientes com IRC submetidos a hemodiálise desejam realizar o transplante renal com o intuito de melhorar a
sua qualidade de vida e também deixar de ser dependente desse tratamento. Com a realização do
transplante, surge nesses clientes novo ânimo com a
possibilidade de retornar à antiga atividade que foi
abandonada em função da doença, e até mesmo são
realizados novos planos10.
Em estudo realizado em um Centro Médico no
norte de Taiwan, foi constatado que a qualidade de
vida dos pacientes transplantados passou a ser melhor que a dos pacientes submetidos a hemodiálise.
Verificou-se também que as condições de saúde física, nível de atividade e interação social dos pacientes transplantados foram considerados melhores que
as dos demais pacientes submetidos ao tratamento
hemodialítico22.
Os pacientes submetidos a um transplante renal bem sucedido têm percepção de uma qualidade
de vida relacionada à saúde bem mais próxima à de
pessoas sadias do que pacientes urêmicos mantidos
em programa de hemodiálise18.
CONCLUSÃO
A expectativa de vida no ser humano é um fator
de grande importância a ser considerado em praticamente todas as circunstâncias, porque a sua presença, também, estará influenciando o comportamento do indivíduo perante a vida, e, conseqüentemente, perante as questões que envolvem a saúde
e a doença.
Cabe destacar que a expectativa de vida dos
clientes renais crônicos, especialmente em relação
ao trabalho, está diretamente relacionada à possibilidade da realização de um transplante renal. Assim,
cabe aos profissionais de saúde buscar cada vez mais
estratégias que possam favorecer e ampliar as perspectivas de sua realização. Resta, portanto, o compromisso, o engajamento e a responsabilidade desses profissionais pela realização de campanhas, jun-
Terra FS, Costa AMDD
to à sociedade em geral, para conscientização sobre
a importância da doação de órgãos.
O transplante renal tem alcançado seu objetivo de reabilitação física, mental e social do cliente
renal crônico, fazendo com que aqueles em tratamento hemodialítico tenham como principal meta
e expectativa de vida a realização desse procedimento
cirúrgico.
O transplante renal mostra também, além de
custo inferior ao tratamento hemodialítico, vantagens em termos de qualidade de vida. Para tanto, é
dever dos profissionais manterem uma luta constante em prol do aumento de doações de órgãos, e assim ampliar o número de transplantes renais.
Cabe ressaltar que, enquanto não foi possível a
realização do transplante renal, a promoção da saúde, por meio de ações educativas, pode gerar a responsabilidade pelo autocuidado, adoção de um estilo de vida saudável, redução dos fatores de risco, redução dos sintomas da doença crônica e conseqüentemente melhoria da qualidade de vida desses clientes em terapia renal substitutiva.
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