pós-modernidade: secularização e ética segundo o filósofo gianni

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Revista de Direito
Vol. XI, Nº. 14, Ano 2008
Sebastião Donizeti Bazon
Centro Universitário Anhanguera
Unidade Leme
[email protected]
PÓS-MODERNIDADE: SECULARIZAÇÃO E
ÉTICA SEGUNDO O FILÓSOFO GIANNI
VATTIMO
RESUMO
Gianni Vattimo é considerado um dos principais filósofos hermenêuticos da atualidade. Defendendo a idéia de uma filosofia pósmoderna formula as suas principais argumentações. A perspectiva
desta reflexão é identificar, a princípio, as dimensões de tais mudanças com vistas ao fenômeno da secularização, procurando entender este processo secularizante e apontando, ao mesmo tempo,
as causas e as mudanças do homem na pós-modernidade. G. Vattimo parte de sua experiência religiosa pessoal e das leituras que
fez da modernidade baseadas em Nietzsche e Heidegger. O desencadeador primário da secularização é o processo econômico
moderno, a dinâmica do capitalismo industrial, que com suas legitimações ideológicas servem como modificadores do processo de
secularização global. Segundo G. Vattimo é possível pensar em
uma ética alternativa ao modelo inflexível da metafísica tradicional e natural das ciências modernas. Seria uma ética que se apresenta sob o signo da pietas em sua dimensão humana e histórica,
sem afirmação de valores previamente estabelecidos.
Palavras-Chave: Secularização, ética, filosofia, religião e Kenosis.
ABSTRACT
Anhanguera Educacional S.A.
Correspondência/Contato
Alameda Maria Tereza, 2000
Valinhos, São Paulo
CEP. 13.278-181
[email protected]
Gianni Vattimo is considered one of the main hermeneutic philosophers. Defending the idea of a post modern philosophy, he
formulates his great argumentation. This essay aims at identifying,
at first, the extent of these changes focusing the phenomenon of
secularization, trying to understand this process and pointing, at
the same time, causes and transformations of the post modern
man. G. Vattimo starts from his personal religious experience and
his readings about modernity based on Nietzsche and Heidegger.
The first breakout of secularization is the modern economy, the
dynamism of industrial capitalism that with its ideology, work as
modifiers of the global secularization process. According to G.
Vattimo says, it is possible to think of an alternative ethics against
the rigid model of natural and traditional of modern science. It
would be an ethics that is seen as pietas in its human and historical
extent, without an affirmation of values previously settled.
Keywords: Secularization, ethics, philosophy, religion and Kenosis.
Coordenação
Instituto de Pesquisas Aplicadas e
Desenvolvimento Educacional - IPADE
Artigo Original
Recebido em: 07/05/2008
Avaliado em: 10/06/2008
Publicação: 24 de outubro de 2008
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1.
INTRODUÇÃO
O mundo contemporâneo é marcado pela crise das ideologias, pelos graves problemas
ambientais, econômicos, religiosos e políticos, assim como pela discussão da globalização e o seu impacto sobre a cultura. Atualmente ele tem sido abalado por manchetes,
que nos mostram terroristas ligados ao radicalismo islâmico da Al Qaeda ampliando
sua lista de inimigos e atacando instituições, centros de lazer e sinagogas.
Diante deste quadro aparentemente caótico, conclui-se que o mundo esteja
envolto em uma espécie de “reencantamento”, adquirindo assim um aspecto inovador
e exigindo especial atenção. Estudar de forma mais profunda este contexto atual do
mundo, tornou-se um desafio a ser atingido e a forma escolhida foi através do contato
com a filosofia de Gianni Vattimo, filósofo italiano, contemporâneo, defensor da pósmodernidade, que se destaca por seus estudos sobre Heidegger e Nietzsche, e se aventura na discussão da religião utilizando-se dos seus longos estudos filosóficos como
ponto de partida, e de uma hermenêutica desafiadora dos termos secularização, ética e
caridade.
Gianni Vattimo nasceu na cidade de Turim, Itália, no ano de 1936. Estudou
com Luigi Pareyson, Hans-Georg Gadamer e Karl Lowith. No ano de 1964, tornou-se
professor de estética na Universidade de Turim e em 1982 começou a lecionar Filosofia
teorética na mesma Universidade. Ensinou como visiting professor em várias universidades dos Estados Unidos e participou de diversos seminários e conferências em prestigiosas universidades européias e das Américas do Norte e do Sul. No ano de 1999, foi
eleito deputado no parlamento Europeu, em Bruxelas, na Bélgica. Pela sua reflexão filosófica e visão crítica da sociedade, é considerado um dos mais representativos filósofos italianos contemporâneos, reconhecido internacionalmente. É também um colaborador em grandes jornais e revistas e de outras nacionalidades principalmente européias. (VATTIMO, 2000, p. 174).
Ele é apresentado como o pensador epocal, por realizar um trabalho teórico
inserido na cultura contemporânea em suas mais variadas manifestações. (VATIMO,
1999, p. 1590). Sua preocupação consiste no entendimento das novas condições de existência no mundo industrial tardio.
Para realizar a proposta mencionada acima, Vattimo estabelece um diálogo
com diversas correntes filosóficas, sem adotar o tom apocalíptico da crítica da cultura,
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presente no princípio do século XX, nem a reflexão sobre o caráter fundamentalmente
negativo da própria cultura, elaborado pela escola Crítica de Frankfurt.
G. Vattimo sustenta que o contexto cultural contemporâneo está tendo uma
chance para uma nova interpretação crítica da sociedade e um lugar em que se anuncie
para o ser humano uma possibilidade diferente da existência. Esse momento espaciotemporal é o que se convencionou chamar de pós-modernidade, questão central que
aparecerá praticamente em toda sua reflexão.
A proposta teórica de G. Vattimo apresenta importantes elementos para compreender a situação da sociedade atual. Mostra que não é possível refletir os problemas
sociais e culturais de maneira unívoca ou fundamentalísta. Mas considera que é preciso estudar a realidade nos seus mais diversos aspectos: cultural, religioso, político, artístico, etc. Por meio de uma abordagem filosófica coerente e crítica com respeito à filosofia Ocidental, G. Vattimo faz vários questionamentos, empenhando-se por entender
e interpretar o atual momento da história. Sua proposta é uma tentativa de compreender o que se chamou de “cultura pós-moderna“ e suas implicações na interpretação da
existência humana.
O propósito é ir às origens, buscando a radicalidade que faça entender esse
processo filosófico secularizante, identificando ao mesmo tempo as causas e as mudanças do homem na pós-modernidade. Porque não queremos fazer um discurso apenas
fenomenológico, descritivo, mas também valorativo, propositivo, que tenha não só
uma dimensão ética filosófica como também religiosa e política, que diz respeito ao futuro da humanidade e ao risco que corremos de sermos todos vítimas da guerra entre
os distintos fundamentalismos, que têm não só a face religiosa, filosófica, mas a política, a econômica e a claramente ideológica - religiosa.
Os atentados de 11 de setembro de 2001, em parte, trouxeram novos e terríveis
exemplos para engrossarem as fileiras e a listas dos fanáticos. O fanatismo fundamentalista em todos os campos, e não somente no islâmico, foi visto com razão como uma
nova prova dos perigos do novo clima ideológico. O atentado trouxe para a sociedade
moderna uma mudança de perspectiva. Até agora a espiritualização se encontrava na
faixa mais excêntrica da mentalidade moderna.
Os atentados acentuaram a aversão da opinião pública ocidental ao fundamentalismo, tem-se a impressão de que aumentou a receptividade para com a atitude
religiosa como tal. Hoje não se pode mais dizer que o tema religião é algo ultrapassado
e que não seja passível de reflexão.
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A discussão de Gianni Vattimo se estende como uma crítica a todo tipo de religião atávica, onde a transcendência de Deus possui uma característica totalmente violenta e, portanto, afastada da racionalidade e da estrutura de pensamento da modernidade.
A modernidade significa também uma humanização do divino, a ascensão irreversível da secularização. Foi um grande e enriquecedor progresso para o espírito
humano, porque permitiu ao homem, enfim, pensar por si mesmo. A humanização do
divino implica o fim das transcendências “verticais“, autoritárias, situadas fora e acima
do sujeito.
As implicações das propostas por G. Vattimo são discutidas nesta reflexão, cujo título é “secularização e ética“. Aponta que é possível uma ética alternativa, sem um
modelo da metafísica tradicional. Seria a ética da “pieta“ em sua dimensão humana e
histórica.
Quando a metafísica Ocidental afirma a existência de um princípio último e
estruturante sem a possibilidade de questionamentos e faz um discurso autoritário, defendendo a importância do tradicional e considerando que o mundo é bom por natureza, afirma que apenas uma determinada noção de cultura deve ser aceita como natural.
Assim se expressa a concepção positivista da cultura, quando sustenta que as leis naturais são modelos perfeitos para compreensão das leis humanas e sociais.
Questionando esta posição pretensiosamente científica e outras de conotações
metafísicas, torna-se necessário apresentar uma nova proposta ética, não mais fundamentada nos valores últimos. É preciso pensar em uma ética a partir de uma relação de
valores que possibilitem o diálogo entre as diferentes culturas, através de uma partilha
de idéias e da vivência de experiências diversificadas. Pensa-se portanto, nas elaborações de uma nova ética de projeto e não em uma ética como reflexo da ordem natural.
2.
SECULARIZAÇÃO E ÉTICA SEGUNDO GIANNI VATTIMO
É inegável que, com a modernidade, desfez-se o sentido dos grandes valores que predominaram na antiga, medieval e primórdios da era moderna, pelas quais se representavam pontos de referência essenciais tanto no pensamento quanto na vida. Sem aquele referencial, o homem hoje encontra dificuldades em fundamentar objetivamente suas escolhas morais, pelas quais se dirigem aos mais diversos particularismos, uma vez
que se recusam às verdades universais ou mesmo uma ética universal. Embora a ética
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seja sempre pressuposta em qualquer ação humana, uma vez que o homem, na busca
da conquista de si, não pode ignorar a alteridade. As falsificações valorativas produziram na civilização moderna um enfraquecimento cada vez mais profundo da consciência ética entre os homens, alterando substancialmente as formas de conduta e de relações com as coisas e com os outros. Chegou-se a um ponto em que as ações humanas se
reproduzem sem que sejam mediadas pelos apelos éticos mais elementares, a configurar assim a exacerbada crise ética que perpassa nossos dias.
Segundo G. Vattimo, é possível pensar em uma ética alternativa ao modelo inflexível da metafísica tradicional e natural das ciências modernas. Seria uma ética que se apresenta sob o signo da pietas em sua dimensão humana e histórica, sem afirmação de valores previamente estabelecidos. (VATTIMO, 2000, p. 96). No mundo contemporâneo, constata-se o
renascer dos fundamentalismos de tendências secularizantes e religiosas, que representam a
pretensão de legitimar uma autoridade moral baseada na natureza e na essência humana.
Se os comportamentos dos homens não estão previamente determinados pelos instintos, significa que ele possui uma abertura que lhe permite ter em mãos o seu
próprio destino e dar a ele a orientação que sua liberdade estabelecer. Porém, a sua liberdade somente se efetiva como tal, na medida em que ele sai dos limites de sua individualidade e se lança na busca de comunhão com a liberdade alheia, num movimento
de reconhecimento recíproco da dignidade própria de cada um. Quer dizer, o processo
de conquista da humanidade do homem nada mais é do que o movimento de superação de seu fechamento em si mesmo, de forma que a sociabilidade possa se definir como liberdade solidária, ou seja, a sociabilidade só tem sentido enquanto espaço que
possibilite o encontro de liberdades relacionais, cuja autonomia se afirma por intermédio da ação que reconhece a outra vontade também como livre. Em outros termos, o
homem sem o outro não se humaniza, não efetiva sua realização. Eis as conseqüências
da negação ou do não reconhecimento do outro, segundo a descrição de Manfredo A
de Oliveira:
O homem é, então, a permanente possibilidade de destruição de si através da
possibilidade da destruição do outro, sem o qual ele não se faz homem.
(OLIVEIRA, 2002).
É exatamente para que o homem não chegue a esta negação radical do outro e
de si mesmo, truncando, por conseguinte, o processo de sua humanização, que se faz
imprescindível a ética, que emerge como possibilidade de o ser humano manter a sua
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autonomia frente às degenerações possíveis de sua contingência. É na autonomia que a
ética encontra seu princípio maior e é dessa fonte originária que provêm as normas
que regulam a conduta humana em todas as suas esferas, como um exercício de liberdade, que se exprime no mundo através de uma práxis ética (NOGUEIRA, 2000, p. 15).
A ética constitui, assim, condição necessária para que a liberdade se efetive no
mundo dos homens, na medida em que é assumida como mediação do processo de
humanização da vida humana, configurando o mundo como espaço que viabilize e assegure a liberdade e suas manifestações. A ação humana somente se define como ação
ética enquanto capaz de engendrar as mediações históricas que possibilitem a realização do homem em todas as dimensões inerentes ao seu existir, e, ao mesmo tempo, exigir a negação ou superação das formas diversificadas de egoísmo que, minando o
sentido das relações que o constituem como homem, o impedem de conquistar sua
humanidade. Sendo assim, a ética implica uma exigência fundamental capaz de assegurar uma convivência humana fecunda, possibilitando a cada homem conduzir-se
conforme a dignidade própria de um ser dotado de razão e liberdade, que busca sua
humanização transformando o mundo no espaço próprio da sua liberdade.
Assim, a ética enquanto práxis, isto é, autoconstrução do homem, é construção do
mundo solidário radicado no mútuo reconhecimento de homens livres. A vida
comunitária emerge, assim com automediação da realidade do homem: a efetivação da liberdade é a construção comum do ser comunitário. Isto significa dizer
que a liberdade propriamente humana não pode ser pensada sem relação ao
mundo dos homens; portanto, não pode ser pensada sem deixar a alteridade,
mais precisamente não pode ser pensada sem deixar a alteridade ser, sem o reconhecimento do direito à diferença no reconhecimento da igual dignidade, como
também não pode ser pensada sem a história, portanto, sem finitude.
(OLIVEIRA, 2002).
Uma ética verdadeira e efetivamente humana somente pode ser pensada tendo como pressuposto básico a pessoa humana, a fim de salvaguardar a unicidade ontológica e a dignidade ética do ser humano. Não é sem razão que G. Vattimo atribui à
pessoa a condição de verdadeiro suporte e referência maior dos valores morais, e sobre
esse fundamento desenvolve todo o seu pensamento ético-moral, o que significa, em
última instância, que a ética se funde no autocompromisso da pessoa como sujeito moral e livre.
Tendo em vista o caráter emancipatório da ética enquanto elemento possibilitado da humanização do homem e de sua conseqüente realização como ser livre, e, de
outro lado, a consciência crescente de que a forma como o homem vem exercendo ultimamente o seu domínio sobre a natureza poderá resultar na autodestruição da humanidade, muitas tentativas no sentido de reverter esse processo ameaçador estão
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sendo disseminadas pelo mundo todo, numa clara evidência do esgotamento desse ciclo. G. Vattimo alerta:
Os instrumentos da razão e da técnica, de muitos problemas que se colocaram ultimamente ao homem da modernidade tardia: questões que dizem respeito a biotécnica, sobretudo, da manipulação genética às questões ecológicas e, ainda, a todos os problemas ligados à explosão da violência nas novas condições de existência da sociedade massificada. (VATTIMO, 1992, p. 220).
A crise ética que perpassa nossos dias, em razão de sua gravidade, está suscitando a mobilização de setores da sociedade moderna na busca de caminhos alternativos e de valores que possam doravante nortear o processo civilizatório.
Um exemplo para entender a questão ética na compreensão da realidade é o
problema das ciências. As ciências devem estar relacionadas com a consciência comum
da sociedade, exercitando uma orientação ética sobre o uso e o desenvolvimento dos
resultados obtidos cientificamente. Os cientistas deveriam colocar em questão os valores morais de suas pesquisas e, ao mesmo tempo, se deixar orientar por esses mesmos
valores. Encaminhar os resultados das ciências à consciência comum não é somente
uma preocupação da linguagem científica mas sobretudo, um fato ético. No geral, a
verdade da ciência é transportada para a consciência em termos essencialmente retóricos. As teorias científicas são provadas com base nas observações que são possíveis, e
têm sentido somente ao interno daquelas teorias mesmas e de seus paradigmas. Mas a
história não se apresenta como puro jogo de forças ou de progresso no conhecimento
objetivo de uma realidade estavelmente dada. Assim, a hermenêutica opera uma radicalização com respeito, em geral, à aceitação da natureza retórica da ciência, insistindo
na sua historização (VATTIMO, 2002, p. 146).
Existe uma estreita ligação entre ética anti-metafísica, exigindo a reivindicação
de uma nova ética acompanhada de uma desconstrução do saber instituído nas raízes
da violência metafísica, entendida como demonstração racional da existência de Deus e
como um saber epistêmico e demonstrativo. A negação do saber metafísico e de sua
lógica nasce substancialmente de uma exigência ética. Constata-se uma atitude de indignação diante da violência da razão (logos) ocidental, enquanto única possibilidade
de vivência e interpretação do real. A razão se legitima por uma ação violenta, que ocorre de maneira dramaticamente concreta na história. A violência se manifesta através
da interrupção arbitrária do diálogo, caracterizando a atitude do pensamento metafísico e de toda filosofia com pretensões de ultimidade.
A exigência ética pós-moderna nasce da instância crítica do questionamento
da metafísica tradicional. Uma interpretação ontológica coerente do ser seria compre-
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endê-lo como linguagem e expressão da racionalidade do real. A linguagem é a sede e
o lugar de atuação concreta do ser. É nela que se identifica o ethos comum de uma determinada sociedade histórica. Enfim, a linguagem se apresenta como mediação da experiência total do mundo (GRION, 2001, p. 16). Assim, torna-se necessário recuperar o
valor do diálogo e aceitação do diferente, confrontando cada experiência particular
com as diversas maneiras de compreensão da existência, expressas nas diferentes formas de linguagem. Uma atitude diferente dessa fecha-se num pensamento autoritário,
surdo às exigências e às inquietudes do ser humano, como “ser jogado no mundo”, para usar uma expressão heideggeriana. Não se pode mais aceitar uma visão totalitária e
violenta ainda presente na filosofia ocidental, sustentada por um saber absoluto de conotações marcadamente hegelianas. O pensamento metafísico acaba impondo regras
que limitam qualquer exercício de liberdade. Neste contexto, a violência está exatamente na proibição de questionar e aceitar o posicionamento do outro em nome de
princípios primeiros e fundamentais. Por isso, é preciso resgatar a reflexão filosófica
apresentada por F. Nietzsche. Para ele, a história da moral se apresenta como estratégia
dos fracos para legitimar a felicidade dos fortes, descarregando neles a responsabilidade e a culpa pela condição de infelicidade que se encontram.
Define-se assim uma crise dos valores, das verdades fortes, da lógica e da metafísica, todos sustentados por uma comum vontade de potência e por uma mentira
que se apresenta como verdade. A violência se manifesta na verdade abstrata e nos
primeiros princípios, fazendo da ética uma afirmação radical de uma pretensa lógica
de domínio. O pensamento forte - metafísico, totalitário e totalizador - conduziu a uma
ação violenta, expressa na negação de qualquer posição contrária ou questionadora.
O pensamento fraco se apresenta como uma reflexão que surge da experiência
pós-moderna, definida como “niilismo consumado“, para usar uma expressão nietzschiana. O niilismo tem uma razão de ser na proposta ética da pós-modernidade. Ele
possibilita a liberação de valores supremos, sustentando que nenhum valor pode ser
imposto pela força e que todo valor absoluto é algo mítico e potencialmente violento.
Diz G. Vattimo:
Uma teoria sobre as origens e as formas de desenvolvimento da civilização humana fundada sobre a tese de que aquilo que de um ponto de vista puramente
natural, humano, se chama sagrado é profundamente aparentado com a
violência. (VATTIMO, 1999, p. 28).
Há necessidade de se assumir uma experiência menos intensa e mais difusa
do valor, viabilizando a eliminação da violência a partir da ética. A ética fraca, exatamente pela sua condição de fraqueza, defende a liberdade e igualdade, enganando
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uma fundamentação última que controle a vida dos seres humanos. Pode-se falar de
uma ética da dissolução do ser, que chega a transcender a lógica da luta pela vida e pela simples sobrevivência. A solidariedade para com todo o ser vivente se dá no caminho da eliminação de todo valor forte e superior, possibilitando a igualdade.
Para G. Vattimo, a ética fraca se estrutura nas reações aos absolutismos e às
certezas metafísicas, assumindo traços de finitude, precariedade e incerteza. A perspectiva ética possibilita uma abertura ao outro e a necessidade da tolerância como valor fundamental da experiência humana. Faz-se necessário uma práxis filosófica que
privilegie a comunicação através do diálogo nas suas formas mais diversas e múltiplas,
respeitando a pluralidade de culturas. O terreno da práxis é aquele no qual a atividade
do homem, ser inteligente e livre, que se faz nortear pelo conhecimento e pela vontade,
direcionando, portanto, a finalidade de sua ação, se distingue da atividade de outros
seres, está vinculada unicamente à natureza. Isso significa dizer que, através de sua
práxis, o homem leva adiante o processo de sua autoconstrução, em oposição à atividade de outras formas de vida, cuja evolução já se encontra determinada pela própria
natureza.
Vangloriando-se de ser, senão a portadora de salvação, ao menos aquela que
confere segurança e autonomia ao homem, a modernidade altera radicalmente a relação entre esses ramos do saber, na medida em que substitui a idéia de uma teoria contemplativa do imutável e eterno, por uma teoria viabilizadora do domínio do homem
sobre os processos naturais e históricos, resultando, por conseguinte, numa mudança
na concepção de prática e também na relação entre teoria-prática. Teoria, que agora se
reduz a um saber pelo qual o homem impõe seus fins à natureza, submetendo-a, e
também os demais domínios da vida humana, à eficiência da técnica, num movimento
que o legitima como único sujeito da sua história.
Com propriedade, Manfredo Araújo de Oliveira retrata essa realidade imposta pela tecnificação da vida humana:
Nossa civilização é a civilização alicerçada na ciência e na técnica moderna e isto
implica a hegemonia, cada vez mais profunda, na vida humana, da “razão instrumental“, que é portadora de uma nova concepção de homem e do sentido de
sua existência. A pessoa humana é vista, em primeiro lugar, como um ser de necessidades, que precisam ser satisfeitas. Sua felicidade vai consistir, acima de tudo, na satisfação destas necessidades, portanto, no consumo. O saber só se justifica na medida em que ele torna o homem capaz de dominar os fenômenos naturais e humanos em vista da satisfação destas necessidades. Para este saber tudo
se transforma em objeto manipulável, apto para o controle por parte do homem.
(OLIVEIRA, 2002, p. 22).
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O pensamento fraco, segundo a filosofia de G. Vattimo, é consciente do fato
de que também a sua proposta não é mais do que uma leitura parcial e provisória da
realidade em que vive o ser humano. Não existe superioridade de uma interpretação
filosófica sobre a outra, referindo-se à metafísica em particular, mas o pensamento pósmoderno se apresenta como a resposta mais adequada às interrogações e às exigências
do contexto contemporâneo.
A visão sobre a ética em G. Vattimo apresenta várias possibilidades de interpretação. Uma delas é a ética do finito, que elimina a violência de toda forma de saber
estável, verdadeiro e totalitário. Uma outra é a ética do fragmento, que acolhe a singularidade da existência em sua dimensão histórica, inserido no interior de uma determinada tradição cultural. Uma outra interpretação é a ética que se centra sobre o princípio da caridade (pietas) no confronto das tradições.
Constatamos, também, uma ética do acolhimento, da tolerância e do diálogo,
contrária a toda forma de ultimidade que inviabiliza o encontro intersubjetivo. Enfim,
uma ética da liberdade, como capacidade do ser humano de mover-se na rede de questões e tradições nas quais se encontra com os outros e com o mundo.
Conclui-se que o pensamento pós-moderno não se apresenta com regras objetivas e estáveis no campo da ética e da lógica. A instância ética é entendida através do
binômio caritas-pietas:
A interpretação que Jesus Cristo dá às profecias do Antigo Testamento, ou melhor, a interpretação destas profecias que Ele próprio é, revela que o verdadeiro
sentido é um só: o amor de Deus pelas suas criaturas. E este sentido “último”,
porém, precisamente pelo fato de ser a caritas, nunca é realmente o último, não
tem a peremptoriedade do princípio metafísico para além do qual cessa qualquer
interrogação. A idéia de secularização como deriva indefinida, limitada apenas
pelo princípio da caridade. (VATTIMO, 1999).
A ética fraca, como característica do pensamento pós-moderno, contraria um
modo de argumentação que privilegia o abstrato em detrimento do concreto, a totalidade diante do fragmento e transcendência em relação à história. Ocorre uma racionalidade fraca, reconhecendo diversas verdades de acordo com cada universo cultural
determinado. Sendo assim, não existe uma verdade única e válida universalmente.
3.
CONCLUSÃO
É possível constatar que o momento denominado de pós-moderno comporta inúmeros
tipos de linguagem religiosa e filosófica, que se confrontam com várias outras formas
como a científica, a artística, entre outras, apresentando sempre suas características
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próprias. Por isso que entendê-las se torna condição indispensável para uma melhor
compreensão da realidade atual. O grande desafio é como realizar essa interpretação,
considerando que exista uma grande diversidade de enfoques. A presente tarefa foi
neste trabalho assumida por G. Vattimo, através de uma abordagem filosófica que não
se contenta com respostas prontas e acabadas sobre o tema da secularização. Reflexões
foram imprescindíveis e, portanto, desafiadoras em virtude da relevância que têm para
a condição humana na sua relação para com o mundo. Deste modo, secularização aqui
enfocada exerce um papel importante na sociedade, e sua reflexão não pode ser negligenciada.
Certamente, é possível encarar a religião e a secularização como se elas não
passassem de um discurso vazio, como fizeram os empiristas e positivistas anteriormente comentados. É impossível ignorar que as pessoas encontrem razões para viver e
morrer em suas esperanças religiosas, lançando-se em suas empresas grandiosas e atrevendo-se a gestos loucos, compondo poemas e canções e, se necessário, entregandose ao martírio, enquanto, por outro lado, nota-se que estes mesmos que propuseram a
liquidação total do discurso religioso ainda não produziram os seus mártires, e dificilmente poderão oferecer razões para viver e morrer. O que se vivenciou durante todo
esse tempo de pesquisa em relação ao tema e ao pensamento vattimiano, é que o discurso religioso contém algo mais que a pura ausência de sentido, não podendo, por isso mesmo, ser exorcizado por uma crítica epistemológica. Em um dos seus discursos,
G. Vattimo expõe:
[...] se recito o credo, ou até se rezo, as palavras que uso têm para mim o som realista que os adeptos de uma fé concebida metafisicamente pensam dever atribuirlhe. Assim, se chamo a Deus de “Pai“ carregarei este termo de um conjunto de referências que tem a ver com a minha experiência histórica mas também com minha biografia e que não ignoram o caracter problemático de atribuir à divindade
traços humanos e, para além, disso, ligadas a um determinado modelo de família. Se penso em todas estas coisas, na verdade, já não sei muito bem o que digo
quando recito o Pater Noster. Mas parece-me que também esta desorientação faz
parte da minha experiência da fé como resposta à revelação da Kenosis.
(VATTIMO, 1999).
Aquilo que importa para G. Vattimo é recusar o cristianismo que pretende afirmar a religião como saída necessária de uma realidade “intratável“, e que vê o caminho da razão em direção a Deus como o caminho da derrota e do fracasso. Para ele,
uma vez adepto desta atitude, acaba-se por enfatizar a realidade do mal, a insuperabilidade dos limites humanos, a idéia da história como lugar de sofrimento e de provação e não como história de salvação.
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Em uma entrevista de G. Vattimo concedida aos repórteres associados do jornal A Folha de São Paulo, por ocasião da sua estada no Brasil, foi lhe perguntado se
achava que a religião ainda pode ter um papel normativo no mundo contemporâneo,
ou se existe, no Ocidente, um “cisma submerso“, uma distância entre a doutrina religiosa e os fiéis, cuja vida é cada vez mais laica. A sua resposta foi bem clara:
Há uma frase em italiano que sempre repito e levo muito a sério: ’Sou ateu graças
a Deus‘. Graças ao fato de ser cristão, não acredito mais em um grande números
de estruturas dogmáticas. Não sou fundamentalista porque antes da verdade dos
absolutos, dos princípios, há diante de mim um outro que devo amar como a
mim mesmo. O termo ‘cisma submerso‘, de Pietro Prini, se refere ao fato de que
muitos daqueles que se professam católicos não dão atenção aos ensinamentos
morais da igreja em matéria sexual e não acreditam, por exemplo, no inferno. Ora, não acreditar no inferno é um modo de ser infiel ao evangelho ou um modo
de se rebelar contra o autoritarismo eclesiástico. Para mim, é um modo de ser fiel
ao Evangelho rebelando-se contra o autoritarismo eclesiástico. Em um mundo
multicultural de religiões e opiniões diversas, a única coisa que ainda pode nos
salvar são a caridade e o respeito pelo outro, pois não há mais nada a que possamos nos apegar. Devemos assumir em um mundo onde haja interlocutores. Devemos assumir toda a responsabilidade por nossa existência, sem nos refugiarmos na crença em necessidades naturais; quanto mais decrescem os limites naturais objetivos, mais reconhecemos a importância dos limites intersubjetivos. É
possível resolver todos os nossos problemas éticos com base no princípio do respeito à liberdade do sujeito efetivamente interpelável. (publicado no caderno
Mais de 02 de Junho de 2002. JORNAL FOLHA DE SÃO PAULO).
Observa-se em todo o seu discurso que a salvação procurada através da aceitação radical do significado da Kenosis não é uma salvação que dependa só e si mesmo, mas de uma necessidade da graça como dom, que vem de Outro.
O que G. Vattimo pretende dizer, e que foi o objetivo do tema desta reflexão, é
que o limite representado pelo princípio de caridade deve guiar a interpretação secularizante do texto sagrado. Constantemente, ele quer recordar que a única norma de secularização é a caridade e, mais precisamente, ou em linguagem ética, é a redução da
violência em todas as suas formas. Através deste conceito é possível pensar realmente
que a ação de Cristo em relação ao mal é também uma ação de extinção, de dissolução
irônica, exatamente o oposto de tantos comportamentos cristãos que se sentem no dever de exagerar o enorme poder do mal no mundo, como se este fosse um modo de enfatizar o poder salvífico de quem dele nos liberta. (VATTIMO, 1999, p. 93).
Dentro deste contexto, G. Vattimo acrescenta que, embora não se possa demonstrar, tem-se a impressão de que no Novo Testamento são menos numerosas as
páginas “sobre justiça“ do que a “sobre misericórdia“, o que leva a manter a convicção
de que a relação entre os dois rostos de Deus, seja na realidade, uma relação entre
momentos diversos da história da salvação, e que a justiça divina seja um atributo ainda mais próximo da idéia natural do sagrado que deve ser “secularizada“ em nome do
mandamento único do amor.
Revista de Direito • Vol. XI, Nº. 14, Ano 2008 • p. 129-142
Sebastião Donizeti Bazon
Sem dúvida, a religião tem um lugar assegurado na sociedade do conhecimento. Assim escreveu Horkheimer em 1935:
Com a passagem da nostalgia religiosa para a práxis social consciente, sobrevive
sempre uma ilusão, de que pode ser refutada, mas não exorcizada. A humanidade perde a religião ao longo do seu caminho, mas ela não desaparece sem deixar
vestígios. Em parte, os impulsos e desejos que a crença religiosa preservou se
desprendem da fôrma que as tolhia e se ingressam, como forças produtivas, na
prática social. (HORKHEIMER, 1935).
A presente reflexão é o resultado de uma pesquisa que objetivou compreender
os principais aspectos da proposta filosófica e religiosa de G. Vattimo, inserida no contexto da pós-modernidade. Foi priorizado apenas o aspecto da sua abordagem filosófica e religiosa no âmbito da secularização, tendo cautela pelo não desprezo à visão de
conjunto dos seus principais temas.
A reflexão em questão absteve-se de mencionar algumas críticas de outros
pensadores à filosofia pós-moderna e secularizante de Gianni Vattimo, por não serem
consideradas de implicações significativas à sua proposta. A pesquisa pretendeu somente oferecer uma visão de conjunto da secularização em torno do religioso e do filosófico de um grande pensador pós-moderno que continua produzindo e fornecendo
sua eficaz contribuição.
E nós, que almejamos saber o que é a religião, o que é secularização neste início de século, que já sabemos que elas se apresentam como uma rede de símbolos, temos que refletir por um momento a fim de indagarmos sobre o que ocorreu com aqueles que herdamos. Que fizeram conosco? Que fizemos com eles? Com a finalidade de
compreender o processo pelo qual nossos símbolos viraram coisas e construíram um
mundo, para posteriormente envelhecer e desmoronar em meio à luta, precisamos reconstruir uma história. Porque foi em meio a uma história cheia de eventos dramáticos, alguns grandiosos, outros mesquinhos, que se forjaram as primeiras e mais apaixonadas respostas à pergunta “o que é a secularização?“.
A complexidade da resposta a esta indagação, expressa efetivamente a complexidade da sociedade pós-moderna.
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