do enfraquecimento da instituição religiosa ao (re)

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FILOSOFIA CONTEMPORÂNEA
Rivandro do Nascimento Silva
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DO ENFRAQUECIMENTO DA
INSTITUIÇÃO RELIGIOSA AO (RE)
ENCANTAMENTO COM O SAGRADO
NA PÓS-MODERNIDADE
Rivandro do Nascimento Silva
A crença em um Deus como fundamento de toda a realidade
foi fator decisivo para a manutenção e estruturação de uma ordem
objetiva do mundo. Assim é que o reconhecimento dessa ordem, e
consequentemente desse Deus, foi necessidade impreterível para a
adequação correta da moral e de toda e qualquer descrição do real.
Assim, essa ordem objetiva se dá de “cima para baixo” e é sustentada
pelo discurso institucional religioso. Esse modo de ordenação do
real ocorre, de acordo com Vattimo, através da crença em um Deus
metafísico, sendo esta a “crença em uma ordem ideal do mundo, em
um reino de essências que vão além da realidade empírica” (VATTIMO,
2004, p. 22).
Instigado diante de grandes mudanças de paradigmas na
contemporaneidade, em que muitos desafios foram impostos,
especialmente no que se trata de religião, senti-me interessado em
compreender os reais motivos que possivelmente ocasionaram a
perda da influência da religião nas sociedades modernas, acarretando
assim no seu enfraquecimento e como se dá o seu retorno na pósmodernidade.
Horizonte Teológico, Belo Horizonte, v.15, ed. especial, p.25-27, jul./dez. 2016.
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DO ENFRAQUECIMENTO DA INSTITUIÇÃO RELIGIOSA AO (RE)ENCANTAMENTO
COM O SAGRADO NA PÓS-MODERNIDADE
Desse modo, o trabalho consistiu em apresentar, em um
primeiro momento, a modernidade com suas características, visando
compreender a relação entre cristianismo e contemporaneidade,
analisando a influência do conhecimento científico moderno exercido
na sociedade, bem como a desconstrução dos grandes relatos e dos
metanarrativas, através do enfraquecimento das estruturas fortes, a
saber, nesse trabalho, a religião – instituição, isto é, aquelas baseadas
na revelação cristã tradicional.
Historicamente, a análise sociológica da religião ocupou um
lugar central no trabalho desenvolvido pelos grandes sociólogos
clássicos. Para compreender possíveis fatores que contribuíram
para este enfraquecimento, será feita uma revisita a alguns desses,
considerados pais fundadores: Karl Marx, Max Weber e Émile
Durkheim. Serão estudados os pensamentos dos mesmos para
chegar à identificação de tal fenômeno. Por se tratar de ser um projeto
monográfico, os autores não serão tratados em profundidade, o que
seria necessário em um outro trabalho cientifico, a exemplo de uma
tese.
Karl Marx apresenta duras críticas à religião, chegando a
citar o Estado como uma reiteração secular do religioso. Max Weber
e Émile Durkheim, dois grandes teóricos, constituem, ainda hoje, o
núcleo da sociologia da religião. A obra de Durkheim aborda o papel
da religião enquanto “universal funcional” capaz de contribuir para
a integração social, perspectiva esta que seria continuada pelas
teorias funcionalistas da religião e pelas teorias estruturalistas. Em
contrapartida, o interesse de Weber centra-se na análise comparativa
das diferentes formas de crença e de instituições religiosas.
Os clássicos “pais fundadores” da sociologia, sobretudo os
apresentados, traziam consigo o projeto de uma ciência unificada,
cujo desenvolvimento estaria relacionado ao movimento irresistível da
racionalização e do desencantamento do mundo. Alguns celebraram
a desalienação, associada a essa perda; outros defendem que o
motivo seja o esfriamento emocional e a drenagem de valores que ela
acarreta consigo; outros meditaram sobre sua possível substituição
por uma moral comum, fundada sobre a ciência.
Horizonte Teológico, Belo Horizonte, v.15, ed. especial, p.25-27, jul./dez. 2016.
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No segundo momento, em que será discutido com mais afinco
o retorno à religião na pós-modernidade, apresentarei inicialmente
o cenário pós-moderno, trazendo seu conceito a partir de alguns
autores contemporâneos, a exemplo de Bauman. Esse Capítulo foi
feito em diálogo com o filósofo italiano Gianni Vattimo, estudioso do
pensamento de Nietzsche e Heidegger, que se destaca por sua ousadia
ao falar e escrever criticamente sobre a religião, especificadamente,
o Cristianismo romano. Vattimo argumenta como alguém que está
dentro da própria estrutura da Igreja Católica, como parte da estrutura
ele se justifica explicando porque ter a legitimidade para falar em
primeira pessoa.
No que se refere ao cenário pós-moderno e o que o configura,
Vattimo afirma que a sociedade deste período vivencia o surgimento
da cultura da tolerância, baseada na diversidade, e consequentemente
menos dogmática, superando o pensamento forte (tipo de pensamento
abstrato). O mesmo apresenta três características principais deste
cenário: primeiro é um pensamento de fruição, de rememoração, o
qual a sociedade não encontra mais embasamentos para se apoiar;
segundo um pensamento de contaminação, o Ser que agora é
compreendido com o evento, possibilita o caráter interpretativo de
sua história em dialogo com outras culturas.
Horizonte Teológico, Belo Horizonte, v.15, ed. especial, p.25-27, jul./dez. 2016.
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