A prevenção de doenças potencialmente graves deve estar em foco

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A prevenção de doenças potencialmente graves deve estar em foco no Dia do Idoso
Esta é a recomendação do doutor Jairo Lins Borges, cardiologista do Instituto Dante Pazzanese (SP).
A hipertensão arterial, conhecida como pressão alta, afeta milhões de pessoas; por não fazerem seus
exames com regularidade, muitos ainda não sabem que têm a doença. Outro problema é que muitos
hipertensos recebem tratamento inadequado e outros teimam em não se tratar por não apresentar
sintomas evidentes da doença.
“A população não dá a devida atenção ao diagnóstico e tratamento da hipertensão, principal fator de
risco para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares, que provocam dois terços dos acidentes
vasculares cerebrais (AVC) e 50% dos infartos, responsáveis por 12% das mortes anuais dos adultos
em todo o mundo”, diz o especialista, ao reforçar que os idosos são suas principais vítimas. Segundo
ele, mesmo quando a pessoa mantém a pressão normal até os 65 anos de idade, depois disto
certamente terá problemas de pressão alta –praticamente 80% das pessoas com mais de 70 anos têm
pressão alta.
Outros fatores que agravam a hipertensão arterial são o tabagismo persistente, sedentarismo, má
alimentação, obesidade, sobretudo abdominal (homens acima de 102 cm e mulheres acima de 88
cm), e a pré-existência ou histórico familiar de males como diabete melito, de lesões em outros
órgãos-alvo (lesões nos rins e retina) ou de enfermidade cardiovascular (hipertrofia ou dilatação do
coração, dilatação da aorta, etc).
“Por esta razão, é fundamental identificar precocemente a alteração, o que só é possível medindo a
pressão sempre, mesmo que o indivíduo se sinta bem”, afirma o médico. Segundo Borges, o paciente
deve seguir as orientações médicas com mudanças no estilo de vida, que incluem prática de
exercícios, alimentação mais saudável – com menor consumo de sal, observando índices contidos
especialmente em alimentos industrializados.
Não devemos esquecer que 70% do sal que consumimos vem de produtos industrializados que, à
medida do possível, devem ser trocados por alimentos naturais. “Além disso, é essencial parar de
fumar e evitar o fumo passivo, reduzir o consumo de álcool e utilizar a medicação na quantidade e
nos horários corretos”, destaca o médico. O complicador é que, após um ano, 50% dos pacientes já
desistiram do tratamento da hipertensão, o que tem preocupado muito os sistemas gestores de
saúde no mundo inteiro.
O ideal é que a pressão arterial fique abaixo de 140/90 mmHg para a população geral e menor que
130/80 mmHg para pacientes com doença nos rins ou alterações cardiovasculares mais avançadas.
Para o diabético, parece que os valores recomendáveis são 130-134/80-84.
Estudos clínicos recentes demonstraram que alcançar essas metas é difícil, principalmente para os
idosos, quando se utiliza um único medicamento como opção preferencial para tratar a hipertensão.
Mais que isso, essa situação pode levar à ocorrência precoce de complicações cardiovasculares
graves, se o ajuste do tratamento for retardado em mais de dois a três meses. Assim, principalmente
na fase inicial do tratamento da hipertensão, o médico e o paciente precisam se ver mais
frequentemente.
Os medicamentos mais bem aceitos pelo organismo são os antagonistas do sistema de
renina-angiostesina-aldesterona (SRAA), como o ramipril, princípio ativo do Naprix, e os
antagonistas de cálcio, como o nitrendipino – princípio ativo do Caltren, ambos da Libbs
Farmacêutica, que podem ser utilizados isoladamente, em combinação ou ainda associados aos
diuréticos para aumentar a eficácia na hipertensão de mais difícil controle.
Depressão nos idosos
Outra doença com grande prevalência no idoso, principalmente entre as mulheres (também por
fatores hormonais e emocionais), é a depressão, que segundo a Organização Mundial da Saúde OMS será uma das enfermidades mais comuns em 2020. “A tendência é que ocorra realmente um
avanço significativo da doença, já que, em 10 anos, 30% da população mundial terá mais de 65
anos”, afirma a psiquiatra Giuliana Cividanes, especialista em transtornos afetivos da Universidade
Federal de São Paulo (Unifesp).
Os principais fatores que desencadeiam a depressão são perda do emprego, morte de familiares ou
de amigos e fim de relacionamentos. Na terceira idade, algumas destas situações ocorrem com
grande freqüência, somadas a certa perda de independência e de cognição (atenção e memória),
redução da capacidade de executar determinadas tarefas, bem como ao maior isolamento social e a
problemas econômicos.
“Ao contrário do que muitos pensam, a tristeza desproporcional e persistente ou o desinteresse
pelos acontecimentos não é uma coisa “natural” na terceira idade”, informa o doutor Borges.
Segundo ele, os idosos podem e devem ter boa qualidade de vida. Para isso, precisam manter-se
ativos, produtivos e saudáveis. A depressão no idoso pode ser mais sutil, o que dificulta sua
identificação e descamba com mais facilidade para formas mais graves de depressão, especialmente
quando não é identificada a tempo ou não é tratada corretamente. “Outro problema sério é que o
não tratamento da depressão pode contribuir para que surjam ou se agravem outras doenças,
inclusive cardiovasculares, comprometendo ainda mais a qualidade de vida do paciente”,
complementa o médico.
Ele explica que o diagnóstico da doença pode ser feito também por clínicos gerais e não
especialistas em psiquiatria, por meio de questionários de fácil aplicação. É possível identificar se o
paciente está integrado e participando das atividades familiares e comunitárias ou profissionais e se
está mantendo boas relações sociais. “Os médicos, independentemente da especialidade, devem
procurar ver o paciente como um ser completo, com alterações emocionais, psíquicas e físicas, pois
assim o diagnóstico será mais preciso e o atendimento às suas necessidades será mais completo”,
reforça o cardiologista.
É fundamental que a depressão seja identificada rapidamente, pois o tratamento em seus estágios
leve e moderado é mais simples. Nos casos graves, que representam em média 15 a 20% dos
quadros depressivos, os pacientes só podem ser tratados com eficácia pelos especialistas no assunto
– os psiquiatras.
A doutora Giuliana enfatiza que a depressão é uma doença tratável, com melhora inclusive das
deficiências cognitivas nos idosos, mas é imprescindível que o médico esteja apto a distinguir entre
os sintomas depressivos e os apresentados por pacientes que sofrem de diferentes tipos de demência,
como, por exemplo, Alzheimer, pois erros de diagnóstico e tratamento podem comprometer de modo
relevante a qualidade de vida das pessoas.
Hoje existem medicações mais eficazes, com menos efeitos adversos e que são mais indicadas para
indivíduos na terceira idade, que tomam, em geral, diversos medicamentos simultaneamente e não
podem ter comprometida a eficiência de nenhuma das substâncias farmacêuticas: os antidepressivos
inibidores seletivos da recaptação de serotonina (ISRS), como o bromidrato de citalopram.
Produzido pela Libbs Farmacêutica, com o nome comercial de Procimax, o citalopram tem um
princípio ativo que age no cérebro corrigindo as concentrações inadequadas de neurotransmissores,
em especial a serotonina, o que permite que seja utilizado, não só para tratar depressão, mas
também no tratamento de transtorno obsessivo compulsivo e de síndrome do pânico.
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