ESHRE: estudo revela a relação entre endometriose e perda da

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ESHRE: estudo revela a relação entre endometriose e perda da produtividade laboral das mulheres
Os resultados da pesquisa foram apresentados por Kelechi Nnoaham, do Departamento de Saúde
Pública da Universidade de Oxford, Reino Unido, durante a 26 ª reunião anual da Sociedade
Européia de Reprodução Humana e Embriologia, realizada em Roma, entre 27 e 30 de junho/2010.
Nnoaham e seu grupo recrutaram 1.459 mulheres, com idades entre 18-45, de dez países, nos cinco
continentes, para participarem do Estudo Global de Saúde da Mulher (GSWH). Todas as mulheres
fizeram uma laparoscopia, devido aos sintomas sugestivos de endometriose. Além do exame, as
participantes preencheram um questionário detalhado sobre os sintomas que sentiam e o impacto
que estes provocavam em suas vidas.
Segundo o pesquisador britânico, os ginecologistas já sabem há muito tempo que as mulheres com
dores pélvicas crônicas apresentam uma menor qualidade de vida. “Mas o GSWH é o primeiro
estudo a avaliar como as mulheres com endometriose são impactadas pela doença.
A perda da produtividade no trabalho entre as mulheres com endometriose representa, em média,
dez horas por semana, contra sete horas por semana, em comparação a outras mulheres, que
participaram do estudo e apresentavam outras doenças. Outras atividades não relacionadas ao
trabalho, tais como serviços domésticos, exercícios, estudos, fazer compras e o cuidar de crianças
também foram significativamente afetadas pelos sintomas dolorosos da doença”, diz Nnoaham.
Os pesquisadores também observaram um atraso no diagnóstico da doença de pelo menos sete anos,
período em que as mulheres relataram pela primeira vez aos seus médicos os sintomas, até que eles
confirmassem o diagnóstico da doença. Este período representa uma média de 6,7 consultas antes
do encaminhamento para um especialista em endometriose.
Endometriose e fertilidade
Os dados resultantes do GSWH servirão como base para estudos em curso e futuros, bem como para
investigações biológicas sobre a origem da endometriose e para marcadores de diagnóstico da
doença. “A compreensão do estudo reforça a necessidade de uma maior sensibilização da classe
médica em relação a doença, reduzindo o tempo de diagnóstico, melhorando o atendimento a estas
mulheres e até mesmo aumentando o financiamento para a investigação de melhores tratamentos
para a endometriose”, defende o Prof° Dr. Joji Ueno, ginecologista, diretor da Clínica GERA.
A doença é recorrente entre as mulheres porque além de causar dor durante a relação sexual,
alterações intestinais durante a menstruação - como diarréia ou dor para evacuar - também está
associada às dificuldades para engravidar após um ano de tentativas sem sucesso. “Como as cólicas
menstruais são ocorrências habituais na vida da mulher, é recomendado que a investigação das
causas das dores deve ser feita quando estas apresentarem resistência a melhorar com remédios ou
quando elas incapacitam a mulher de exercer suas atividades normalmente, pois cólica intensa é o
principal sintoma de endometriose e leva à suspeita de que a doença esteja instalada”, explica o
ginecologista.
Segundo o médico, a relação entre a endometriose e a infertilidade feminina pode manifestar-se em
alguns casos. Pacientes em estágio avançado da doença e obstrução na tuba uterina que impeça o
óvulo de chegar ao espermatozóide têm um fator anatômico que justifica a infertilidade. Além disso,
algumas questões hormonais e imunológicas podem ser a causa para algumas mulheres com
quadros mais leves de endometriose não conseguirem engravidar.
“Com o tratamento e, geralmente, após a realização da laparoscopia, uma boa parcela das pacientes
consegue engravidar, principalmente as mulheres em que as tubas não tiverem sofrido obstrução. É
por isso que no final da laparoscopia, costuma-se injetar contraste pelo canal do colo uterino para
ver se ele sai pelas tubas. A caracterização dessa permeabilidade tubária é um ponto a favor de uma
gravidez que depende, entretanto, de outros fatores como a função ovariana ou a não formação de
aderências depois da cirurgia”, informa o Prof° Dr. Joji Ueno.
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