6 Economia - [email protected] Economia [email protected] Panorama econômico Regina Alvarez (interina) Esforço desigual A derrocada do superávit primário da União no primeiro semestre do ano é conhecida. Caiu 70% em relação ao mesmo período de 2008. Mas a análise detalhada das contas públicas dá uma visão melhor desse declínio. Só o esforço fiscal dos três maiores estados do país, somado ao das duas maiores prefeituras, superou em 22% a economia do governo central para o pagamento de juros. As contas abertas do semestre acentuaram o que já se percebia nos primeiros meses do ano: um esforço fiscal desigual entre os entes da Federação, com estados e municípios fazendo uma economia relativamente maior do que a da União. Somados, São Paulo, Rio e Minas Gerais, mais as prefeituras do Rio e de São Paulo, economizaram R$ 22,6 bilhões, contra R$ 18,6 bilhões da União. A crise atingiu a todos, mas a forma de administrá-la está sendo diferente. Esse exame da performance dos governos foi feito pelo economista José Roberto Afonso, a partir de dados oficiais do Tesouro. Ele comparou o desempenho de dez estados e dez prefeituras de capitais, com ênfase no resultado das contas daqueles que realmente contribuem para o superávit. São Paulo, por exemplo, teve uma queda de apenas 12% no resultado primário, em relação ao primeiro semestre de 2008. No Rio, a economia para o pagamento de juros caiu 27%, enquanto a prefeitura carioca registrou resultado positivo, 3% superior na comparação com 2008. Medidas foram tomadas por estados e municípios para enfrentar a crise, mas também é verdade que os acordos de renegociação da dívida e a LRF restringem tremendamente o espaço desses entes para ampliar seus gastos. Eles não podem emitir títulos, nem contrair novas dívidas e têm que fazer uma “poupança forçada” equivalente, em média, a 13% da receita corrente líquida. Sem licença para gastar, estados e municípios devem encerrar o ano com um superávit primário muito próximo do resultado do governo central, em torno de 1% do PIB, e com isso vão evitar que a dívida cresça ainda mais em 2009. — Na prática, o esforço de estados e municípios está permitindo ao governo federal flexibilizar suas contas. A crise é a mesma, mas o comportamento fiscal completamente diferente. Liderança incômoda O Rio lidera as perdas do setor de vestuário no mercado nacional. Essa constatação é surpreendente, porque as expectativas eram que o segmento remaria contra a maré da crise. A Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit) compilou por estados as vendas de janeiro a julho, com base nos dados do co- mércio divulgados ontem pelo IBGE. Os maiores tombos ocorreram no Rio (-14%), Espírito Santo (-9%) e São Paulo (-6,5%), acima da média do país, em queda de 6,2%. No Rio, as vendas cresceram apenas em janeiro. Carlos Lima, do Sindicato do Vestuário de Nova Friburgo, diz que os negócios ainda foram fracos em agosto e setembro. Superfaturamento O TCU encontrou indícios de sobrepreço de R$ 57,5 milhões em um dos contratos da linha 3 do Metrô do Rio e mandou suspender o repasse de recursos federais para a obra. A irregularidade está no contrato no-02/2002, assinado com o consórcio Construtor Fluminense (Queiroz Galvão e Carioca Christiani Engenharia), relativo às obras civis da Estação Araribóia até o terminal Guaxindiba. Por recomendação do Tribunal, o Ministério das Cidades suspendeu o repasse ao Governo do Estado do Rio de sua contrapartida no projeto. Dos R$ 50 milhões previstos, apenas R$ 9 milhões já haviam sido transferidos. A Secretaria Estadual de Transportes do Rio garante que não há sobrepreço e promete se explicar com o TCU. A conferir. Guru no Brasil O designer Sebastian Conran, um dos ícones da criação de produtos no mundo, estará no 2o-Brazil Design Week, que ocorre em novembro, em São Paulo. Ele vai falar sobre soluções que fazem a diferença. O evento é organizado pela Abedesign, com apoio da ApexBrasil e Sebrae. Faltou dizer O ministro Reinhold Stephanes defende uma legislação específica para a exploração de jazidas de matériasprimas usadas em fertilizantes, como po- tássio e fósforo. Acha que, dessa forma, as regras andariam mais rápido no Congresso, com a urgência que a agricultura requer. Com Alvaro Gribel e Bruno Villas Bôas O Estado do Maranhão - São Luís, 16 de setembro de 2009 - quarta-feira BOVESPA +0,67% A bolsa encerrou dia em 59,263 pontos DÓLAR -0,38% A moeda americana foi cotada em R$ 1,8070 EURO -0,14% OURO -1,44% A moeda européia foi cotada em R$ 2,65391 Commoditie se desvalorizou e foi vendida por U$ 58,000 NASDAQ +0,51% A bolsa fechou com a marca de 2102,64 pontos Governo taxará poupança acima de R$ 50 mil em 22,5% Proposta será enviada ao Congresso ainda esta semana e terá de ser aprovada até dezembro para valer a partir de 2010; mudança será para todas as contas Agência Brasil S ÃO PAULO - O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse ontem que o governo decidiu simplificar o cálculo do Imposto de Renda que incidirá sobre poupanças com mais de R$ 50 mil. No projeto que deverá ser enviado esta semana ao Congresso, haverá apenas uma alíquota de 22,5% que será aplicada no rendimento do valor que exceder o limite de R$ 50 mil. Desta forma, um poupador que tem R$ 60 mil na caderneta, por exemplo, pagará 22,5% de IR sobre o rendimento dos R$ 10 mil que ultrapassam o limite estabelecido na lei. A cobrança do IR sobre os rendimentos foi anunciada em maio deste ano, mas até agora o texto não chegou ao Congresso. Para que o imposto possa ser cobrado no ano que vem, terá de ser aprovado até dezembro pelo Legislativo. Inicialmente, Mantega informou que a alíquota incidiria no momento do saque dos recursos. Entretanto, o secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa, esclareceu que a cobrança do IR se dará na fonte, ou seja, no momento em que o rendimento for depositado na conta-poupança. O limite de R$ 50 mil, porém, é por CPF. Se o contribuinte tiver aplicações superiores a este valor, divididas em duas contaspoupança, por exemplo, o imposto será pago na declaração anual do IR. "Os pequenos poupadores não serão taxados", informou Mantega, acrescentando que, até o momento, ainda não foi registrada uma migração mais forte de recursos dos fundos de investimentos (que compram títulos do Tesouro Nacional) para a caderneta de poupança. Por con- GUIDO MANTEGA Ministro da Fazenda Ministro Guido Mantega informou que cobrança do IR será na fonte ta disso, afirmou que o governo não mudará a tributação dos fundos de investimentos este ano, como chegou a ser anunciado anteriormente. Totalidade - O secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa, esclareceu que a tributação proposta pelo governo envolverá todas as contas poupança existentes, e não somente as novas. "Não há necessidade de correria ou alarde", afirmou Nelson Barbosa. Segundo ele, a idéia é que as mudanças estejam em vigor no início de 2010. Entretanto, como a contas poupanças têm aniversário mensal, a tributação deverá ter efetividade somente de fevereiro em diante. "O projeto resolve a questão como está hoje. Talvez lá para frente tenhamos que discutir de novo", afirmou Nelson Barbosa. A taxação foi a maneira encontrada pelo governo para enfrentar o problema criado com a queda nas taxas de juros. Como o rendimento da caderneta é, por lei, 6,17% ao ano mais TR, a redução na taxa Selic faz com que as outras aplicações passem a render menos do que a caderneta, o que estimula a saída de dinheiro de fundos de investimento para a poupança. E, com isso,os investidores deixam de comprar títulos públicos ofertados pelo Tesouro Nacional. O governo avalia que a poupança é feita para os pequenos, e não para os grandes investidores. Fecoimp deve ter volume de negócios 15% maior Arquivo Feira do Comércio e Indústria de Imperatriz, quecomeça hoje, deverá ter 200 expositores Começa hoje e se encerrará sábado, no Centro de Convenções de Imperatriz, a IX Feira do Comércio e Indústria de Imperatriz (Fecoimp). O Governo do Estado é o principal patrocinador da feira, que este ano espera um público superior a 50 mil pessoas durante os quatro dias de sua realização. A previsão da diretoria da Associação Comercial e Industrial de Imperatriz (ACII), instituição que organiza o evento, é de que este ano o volume de negócios da feira aumente em 15% em relação ao ano passado. A IX Fecoimp reunirá cerca de 200 expositores de vários segmentos econômicos do Maranhão, Pará, Tocantins e outros estados do sul e sudeste do país. O presidente da ACII, Gilson Kyt, agradeceu o apoio do Governo do Maranhão. “Sempre tivemos o apoio do Governo do Estado, mas este ano, por determinação da governadora Roseana Sarney, esse apoio superou até as expectativas da ACII. Estamos agradecidos e reverteremos isso em grandes negócios na feira, além de projetar positivamente a imagem do Maranhão no Brasil”, declarou Kyt. Ele destacou que “o Maranhão vive uma nova fase em sua história econômica” e ressaltou a importância dos novos empreen- “ Os pequenos poupadores não serão taxados; o limite de R$ 50 mil será por CPF e o desconto do imposto ocorrerá na fonte” Edição passada da Fecoimp, no Centro de Convenções de Imperatriz dimentos que estão sendo instalados no estado. O presidente da ACII afirmou que todos esses grandes investimentos colocarão o Maranhão entre os estados de maior índice de crescimento econômico e oferta de empregos nos próximos anos. “O Governo do Estado está se preparando para oferecer aos maranhenses oportunidades nesse mercado de trabalho que se abre. A classe empresarial deve se unir a esse esforço e ajudar o estado a implantar os programas que permitirão aos nossos irmãos maranhenses ocuparem esses milhares de postos de trabalhos que serão criados”, acrescentou Gilson Kyt. Abertura - A IX Fecoimp será aberta oficialmente, às 8h, com a rodada de apresentação do Fundo Amazônia, evento do Governo do Maranhão organi- zado pelos ministérios do Meio Ambiente, do Desenvolvimento e da Indústria e Comércio Exterior; pelo BNDES e pelo Serviço Florestal Brasileiro. Os secretários estaduais Adhemar Freitas (Desenvolvimento do Sul do Maranhão), Washington Rio Branco (Meio Ambiente) e Maurício Macedo (Indústria e Comércio) estarão presentes ao evento. Amanhã, o palestrante é o ministro das Minas e Energia, Edison Lobão, que abordará sobre “Desenvolvimento Econômico no Estado do Maranhão”. Além dos negócios, a feira também promove o intercâmbio de experiências e mostras de tendências e lançamentos de produtos e serviços. Dentro da programação também há cursos, palestras, desfiles de moda e eventos culturais. Mais - De acordo com dados do governo, 99% das contas de poupança têm saldo inferior a R$ 50 mil, ou seja, são investimentos de pequenos investidores. - Pela proposta, uma pessoa que aplica R$ 70 mil na poupança pagará imposto de 22,5% sobre o rendimento dos R$ 20 mil excedentes (acima dos R$ 50 mil de limite sem tributação). - O universo de poupadores sujeitos às novas regras estava, em maio, em 895 mil pessoas, ou seja, esse é o total de aplicadores que atualmente acumula, naquele mês, um saldo superior a R$ 50 mil na poupança. Tesouro disponibiliza simulador de investimento BRASÍLIA – Desde ontem está disponível no site do Tesouro Direto um simulador de rendimentos que permite ao poupador se programar para aplicar em títulos públicos. O simulador mostra quanto tempo é necessário para "ter uma casa própria", "comprar um carro novo" ou "garantir os estudos", e até "ser um milionário". Ainda faz uma comparação com a poupança. Na maioria dos casos, a caderneta perde. Mas os organizadores destacam que ela ainda é melhor no curto prazo. O Tesouro Direto também concorre com os fundos de investimentos dos bancos, que usam os mesmos títulos públicos para remunerar os poupadores, mas não cobra a mesma taxa de administração. Há apenas a corretagem. Essa foi uma das razões para que as instituições financeiras tenham resistido tanto ao produto desde sua criação. Mas o secretário-adjunto do Tesouro Nacional, Paulo Valle, afirma que, depois que se viram obrigados a reduzir as taxas de administração desses fundos, os bancos têm se voltado para o Tesouro Direto, em que ganham uma taxa de corretagem sem precisar de uma grande estrutura para administrar os recursos do cliente. As taxas variam de zero a 0,5% do total aplicado. Uma aplicação de R$ 800 em NTN-F renderá R$ 101,3 mil ao fim de sete anos, contra R$ 87,84 mil da poupança.