O modelo Harrod-Domar assenta na hipótese keynesiana sobre o

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ESPAÇO, REGIÃO, TERRITÓRIO E DESENVOLVIMENTO
O modelo Harrod-Domar assenta na hipótese keynesiana sobre o papel fundamental que o investimento tem na determinação do comportamento dinâmico
da economia. Neste modelo, o investimento produtivo é sempre igual à poupança.
Harrod-Domar referem que, a longo prazo, a disponibilidade do factor trabalho é o cerne do crescimento. Uma acumulação de capital na economia possibilita que o produto cresça e que o desemprego diminua. Consideram como principais factores explicativos da taxa de crescimento: (1) a poupança interna (poupança gerada em cada economia) e (2) a produtividade de capital.
O modelo evidencia dois aspectos importantes do crescimento: a proporção do
rendimento que uma economia poupa, e a produtividade marginal do capital. Não
incorpora a existência de progresso técnico nem muitos outros factores dos quais
depende o crescimento económico de um país ou região. Ao considerarem a relação directa entre a taxa de poupança interna e a taxa de crescimento de uma economia, Harrod-Domar não tiveram presente a capacidade limitada para gerar
poupanças nos países menos desenvolvidos, dado o seu baixo rendimento per capita.
Rostow (1960) considerou, no seu modelo, cinco fases, pelas quais qualquer
país deve passar para atingir o crescimento auto-sustentado, ou seja, a fase em
que a economia de um dado país gera poupanças suficientes para garantir os
níveis de crescimento desejado, a saber: (1) etapa tradicional; (2) etapa de transição; (3) etapa do take-off em direcção ao crescimento auto-sustentado; (4) fase
de maturidade e (5) era do consumo em massa. As economias dos países menos
desenvolvidos encontram-se na primeira ou na segunda etapa. Para atingirem a
etapa seguinte – a mais difícil –, a taxa de investimento terá que ser financiada
com recursos internos mas também externos onde se destaca a ajuda ao investimento. Assim, o aumento de recursos disponíveis na economia terá como consequência rendimentos adicionais que, por sua vez, poderão influenciar a poupança
interna (propensão à poupança), evitando-se situações de dependência de ajuda
externa e o crescimento auto-sustentado não é posto em causa.
2.5.4 Solow
Solow (1957) demonstra que o modelo de Harrod-Domar está errado, ao concluir que as taxas constantes de poupança e de investimento se traduziriam em
crescimento contínuo. O mesmo mostra, no seu modelo, que um investimento
contínuo pode não originar um crescimento permanente, se os rendimentos per
capita forem decrescentes.
A acumulação de capital físico é vista como sendo incapaz de produzir um
aumento permanente do rendimento per capita. Deduz-se, pela análise do seu
modelo matemático, que países com uma menor relação capital (máquinas e
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