Discurso do Dia 22/11/06

Propaganda
Discurso do Deputado Sandes Júnior (PPGO),
sobre
a
propagação
da
AIDS,
proferido em sessão da Câmara dos
Deputados no dia 28 de novembro de 2006.
Senhor presidente, Senhores deputados, senhoras Deputadas.
Venho a esta tribuna hoje para falar de um tema que tenho abordado com
certa constância, porque diz respeito à saúde pública: a AIDS. As Nações Unidas
acabam de divulgar números, e, diga-se de passagem, números sombrios sobre a
epidemia global de AIDS. Segundo a ONU, estima-se que existam hoje 39,5 milhões de
indivíduos vivendo com o vírus HIV no planeta. Ao longo de 2006, ocorreram 4,3 milhões
novas infecções; 2,9 milhões
pessoas morreram em conseqüência da moléstia.
Infelizmente, senhor presidente, muitas pessoas ainda acreditam que o quadro é muito
menos negro do que se pinta. E estas pessoas, são as mesmas que a cada ano são
diagnosticadas como as mais novas portadoras do vírus HIV.
O levantamento da ONU, revela que a África ainda é o principal foco da
AIDS, concentrando 24,7 milhões de portadores do vírus - 63% do total. O sul e sudeste
da Ásia, com 7,8 milhões de soropositivos, e a Europa Oriental e Ásia Central, com 1,7
milhão, permanecem como áreas onde a epidemia se propaga com rapidez alarmante.
É verdade que ainda não chegamos a um nível de uma pandemia, mas é
milhões de novas infecções registradas nos últimos 12 meses representam um acréscimo
de 400 mil casos em relação ao período anterior. Vale aqui ressaltar os esforços para
prevenção feitos em países pobres como Botsuana, Burundi, Costa do Marfim, Maláui,
Quênia, Ruanda, Tanzânia e Zimbábue.
Mas a pesquisa revela um dado preocupante. Em certos países nos quais
a situação parecia sob controle houve ressurgência da epidemia. O caso mais
emblemático é o de Uganda, até há pouco apontado como modelo de tratamento e
prevenção.
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Unidas revelam que, na média, o crescimento da epidemia já não é catastrófico. As 4,3
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preciso que sejamos vigilantes para combater a disseminação da doença. As Nações
Como bem ressalta editorial da Folha de São Paulo, senhor presidente, no
qual transcrevo textualmente ao fim deste pronunciamento, "o relatório da ONU é uma
peça diplomática e, como tal, cala sobre determinados assuntos para não ferir
suscetibilidades.
Vários especialistas, entretanto, afirmam que a piora
da situação em Uganda se deve ao fato de o país ter cedido aos apelos e ao dinheiro dos
EUA e passado a enfatizar a abstinência sexual, e não o uso de preservativos, em seus
programas de prevenção. Por determinação do presidente George W. Bush, Washington
só financia iniciativas anti-AIDS baseadas em abstinência e fidelidade, o que é no mínimo
irrealista. Os números relativos à AIDS mostram que a doença ainda é um flagelo que
castiga especialmente as populações mais pobres, mas que a epidemia pode ser mantida
sob controle com programas sérios de prevenção".
Era o que eu tinha a dizer, senhor presidente. Agradeço a atenção a mim
dispensada pelos ilustres pares desta Casa.
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Muito obrigado!
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