Discurso do Deputado Sandes Júnior (PPGO), sobre a propagação da AIDS, proferido em sessão da Câmara dos Deputados no dia 28 de novembro de 2006. Senhor presidente, Senhores deputados, senhoras Deputadas. Venho a esta tribuna hoje para falar de um tema que tenho abordado com certa constância, porque diz respeito à saúde pública: a AIDS. As Nações Unidas acabam de divulgar números, e, diga-se de passagem, números sombrios sobre a epidemia global de AIDS. Segundo a ONU, estima-se que existam hoje 39,5 milhões de indivíduos vivendo com o vírus HIV no planeta. Ao longo de 2006, ocorreram 4,3 milhões novas infecções; 2,9 milhões pessoas morreram em conseqüência da moléstia. Infelizmente, senhor presidente, muitas pessoas ainda acreditam que o quadro é muito menos negro do que se pinta. E estas pessoas, são as mesmas que a cada ano são diagnosticadas como as mais novas portadoras do vírus HIV. O levantamento da ONU, revela que a África ainda é o principal foco da AIDS, concentrando 24,7 milhões de portadores do vírus - 63% do total. O sul e sudeste da Ásia, com 7,8 milhões de soropositivos, e a Europa Oriental e Ásia Central, com 1,7 milhão, permanecem como áreas onde a epidemia se propaga com rapidez alarmante. É verdade que ainda não chegamos a um nível de uma pandemia, mas é milhões de novas infecções registradas nos últimos 12 meses representam um acréscimo de 400 mil casos em relação ao período anterior. Vale aqui ressaltar os esforços para prevenção feitos em países pobres como Botsuana, Burundi, Costa do Marfim, Maláui, Quênia, Ruanda, Tanzânia e Zimbábue. Mas a pesquisa revela um dado preocupante. Em certos países nos quais a situação parecia sob controle houve ressurgência da epidemia. O caso mais emblemático é o de Uganda, até há pouco apontado como modelo de tratamento e prevenção. BBB75F4906 Unidas revelam que, na média, o crescimento da epidemia já não é catastrófico. As 4,3 *BBB75F4906* preciso que sejamos vigilantes para combater a disseminação da doença. As Nações Como bem ressalta editorial da Folha de São Paulo, senhor presidente, no qual transcrevo textualmente ao fim deste pronunciamento, "o relatório da ONU é uma peça diplomática e, como tal, cala sobre determinados assuntos para não ferir suscetibilidades. Vários especialistas, entretanto, afirmam que a piora da situação em Uganda se deve ao fato de o país ter cedido aos apelos e ao dinheiro dos EUA e passado a enfatizar a abstinência sexual, e não o uso de preservativos, em seus programas de prevenção. Por determinação do presidente George W. Bush, Washington só financia iniciativas anti-AIDS baseadas em abstinência e fidelidade, o que é no mínimo irrealista. Os números relativos à AIDS mostram que a doença ainda é um flagelo que castiga especialmente as populações mais pobres, mas que a epidemia pode ser mantida sob controle com programas sérios de prevenção". Era o que eu tinha a dizer, senhor presidente. Agradeço a atenção a mim dispensada pelos ilustres pares desta Casa. BBB75F4906 *BBB75F4906* Muito obrigado!