Hepatites Hepatite Viral Aguda: A hepatite viral aguda é uma inflamação do fígado causada pela infecção com um dos cinco vírus da hepatite; na maioria dos pacientes, a inflamação começa repentinamente e dura poucas semanas. Sintomas Os sintomas da hepatite viral aguda costumam aparecer repentinamente. Estas queixas incluem falta de apetite, sensação de mal-estar geral, náuseas, vômitos e, com frequência, febre. Nos casos de tabagistas, a aversão ao tabaco é um sintoma típico. Algumas vezes, especialmente na infecção de hepatite B, a pessoa sente dores articulares e aparecem-lhe manchas com prurido (urticária vermelha sobre a pele, com prurido). Ao fim de uns dias, a urina torna-se escura e pode apresentar-se um quadro de icterícia. Neste ponto, a maioria dos sintomas típicos desaparece e a pessoa sente-se melhor, mesmo quando a icterícia está a aumentar. Podem apresentar-se sintomas de colestase [uma interrupção ou redução do fluxo de bílis tais como a perda de cor das fezes e comichão generalizada. A icterícia, em geral, atinge o seu ponto máximo numa ou duas semanas e desaparece ao cabo de duas a quatro semanas. A hepatite viral aguda diagnostica-se baseando-se nos sintomas do paciente e nos resultados de análises de sangue que avaliam o funcionamento do fígado. Em quase metade dos doentes que sofrem desta afecção, o médico encontrará o fígado sensível à palpação e um tanto aumentado. Prevenção Uma adequada higiene ajuda a prevenir a difusão do vírus da hepatite A. Como as fezes das pessoas com hepatite A são infectantes, o pessoal sanitário deve redobrar as precauções ao manipulá-las. As mesmas precauções deverão ser tomadas na manipulação do sangue dos afetados com qualquer tipo de hepatite aguda. Contudo, as pessoas infectadas não necessitam de isolamento; seria de pouca utilidade para prevenir a transmissão da hepatite A e inútil para prevenir a da hepatite B e C. O pessoal médico pode diminuir a possibilidade de infecção evitando as transfusões desnecessárias, utilizando sangue doado por voluntários em vez de doadores pagos e fazendo uma seleção entre todos os que não tiverem contraído a hepatite B e C. Graças a esta seleção, o número de casos de hepatite B e C transmitidos por transfusão diminuiu notoriamente, embora ainda não tenha sido eliminado. A vacinação contra a hepatite B estimula as defesas do organismos e protege a maior parte das pessoas. Contudo, a vacinação é menos eficaz para os pacientes em tratamento por diálise, nas pessoas com cirrose e naquelas com um sistema imunológico deficiente. A vacinação é especialmente importante para as pessoas com risco de contrair a hepatite B, embora esta não seja eficaz nos casos em que a doença já está desenvolvida. Por estas razões, é cada vez mais recomendável para todos a vacinação universal contra a hepatite B. A vacinação contra a hepatite A administra-se a grupos com um risco alto de contrair a infecção, tais como pessoas que viajem para lugares do mundo em que a doença tenha uma ampla difusão. Não há vacinas disponíveis contra os vírus da hepatite C, D e E. Hepatite Viral Crônica: A hepatite crônica define-se como uma inflamação do fígado que dure mais de 6 meses. A hepatite crônica, embora muito menos frequente que a hepatite aguda, pode durar anos e inclusive décadas. Em geral é bastante leve e não produz qualquer sintoma ou lesão hepática significativa. Em alguns casos, contudo, a contínua inflamação afeta lentamente o fígado, produzindo em certas ocasiões cirrose e insuficiência hepática. Causas O vírus da hepatite C é uma causa frequente de hepatite crônica; em aproximadamente 75 % dos casos, esta doença torna-se crônica. O vírus da hepatite B, por vezes juntamente com o vírus da hepatite D, causa uma percentagem menor de infecções crônicas. Os vírus da hepatite A e E não causam hepatite crônica. Os medicamentos tais como a metildopa, a isoniazida, a nitrofurantoína e possivelmente o paracetamol, também podem causar hepatite crônica, particularmente quando são tomados durante períodos prolongados. Não se sabe exatamente por que razão determinados vírus e medicamentos causam hepatite crônica em certas pessoas e não em outras, nem por que varia a sua gravidade. Uma possível explicação pode ser a excessiva reação do sistema imune perante a infecção viral ou o medicamento nos afetados de hepatite crônica. Sintomas Cerca de um terço dos casos de hepatite crônica desenvolve-se depois de uma hepatite viral aguda. No resto, desenvolve-se gradualmente sem qualquer doença prévia evidente. São muitas as pessoas que sofrem de hepatite crônica sem apresentar qualquer sintoma, mas nas que os apresentam, estes muitas vezes consistem numa sensação de doença, falta de apetite e cansaço e, em algumas ocasiões, um pouco de febre e um ligeiro mal-estar na parte superior do abdômen. A icterícia pode não aparecer. Os traços distintivos de uma doença hepática crônica podem eventualmente desenvolver-se como um aumento de tamanho do baço, pequenas veias com forma de aranha na pele e retenção de líquidos. Podem apresentar-se outros traços distintivos, especialmente em mulheres jovens com hepatite auto-imune. Estes sintomas podem implicar praticamente qualquer sistema do organismo, como o acne, a interrupção da menstruação, dores articulares, fibrose pulmonar, inflamação da tiróide e dos rins e anemia. Tanto os sintomas que o paciente apresenta como os resultados dos exames de função hepática, fornecem uma informação positiva para o diagnóstico; uma biópsia do fígado é essencial para o diagnóstico definitivo.