EM-524 : aula 12 Capítulo 06 – Escoamento Externo Efeitos Viscosos e Térmicos 6.3 Características de Escoamento de uma Camada Limite; 6.4 Resistência sobre o Movimento : Arrasto sobre Superfícies; 6.5 A influência dos Gradientes de Pressão; 6.3 Características de Escoamento de uma Camada Limite; • Camada limite hidrodinâmica : ocorrência das tensões viscosas de cisalhamento; • Conceito foi introduzido por Prandtl em 1904; • Hipótese baseada em estudos experimentais do escoamento próximo as superfícies sólidas; • Estudos levaram a conclusão de que a espessura de ambas as camadas limites, térmica e hidrodinâmica, é muito pequena, comparada com a distância ao longo da superfície x, isto é, δ/x<<1 e δΤ/x<<1; • Sendo y a direção normal ao escoamento, Prandtl observou que a velocidade na direção y é muito pequena comparada a velocidade na direção x, v << u; • As variações das velocidades u e v na direção do escoamento são pequenas, comparadas às variações na direção normal ao escoamento, isto é, δ/δx << δ/δy; 6.3 Características de Escoamento de uma Camada Limite; • Baseado nestas observações Prandtl concluiu que a pressão através da camada limite, começando da superfície até a extremidade da camada limite é aproximadamente constante : Py =0 = Py =δ • Na extremidade da camada limite o escoamento é não viscoso (τ = 0) e a equação de Bernoulli é valida, permitindo encontrar-se a pressão Py=δ se a velocidade U na região não viscosa for conhecida. v2 + = cte ρ 2 P • Py =δ U2 = [const ] − ρ . 2 A variação da pressão na direção do escoamento é conhecida se a variação de U na direção de x for conhecida : 1 dP dU = −U ρ dx dx • O termo dP/dx é chamado gradiente de pressão do escoamento. Para o caso do escoamento próximo a uma placa plana, dU/dx=0 e o gradiente de pressão é zero. 6.4 Resistência sobre o Movimento : Arrasto sobre Superfícies; • Forças que podem existir em um Volume de Controle : • 1) Forças de campo devido à aceleração gravitacional (massa do fluido no VC); • 2) forças de pressão que são causadas por gradientes / diferenças de pressão nas faces do volume de controle; • 3) Forças viscosas devido a tensões viscosas de cisalhamento paralelas a superfície do volume de controle; • Força de campo pode ser a favor, contra ou não influenciar no escoamento; • Forças de pressão podem ser a favor ou contra o escoamento; • Forças viscosas sempre agem no sentido oposto ao escoamento; 6.4 Resistência sobre o Movimento : Arrasto sobre Superfícies; • Fluido próximo a superfície: camada limite hidrodinâmica; • VC : abcd com comprimento dx; • Pressões e tensões de cisalhamento que agem em abcd; • A força Fgrav age na direção normal ao plano xy (não influencia o movimento do fluido); • A tensão de cisalhamento (σp) deve existir na superfície ad para satisfazer o princípio da aderência; σp age no sentido negativo do eixo x (oposto ao movimento do fluido); 6.4 Resistência sobre o Movimento : Arrasto sobre Superfícies; • Se o VC e a superfície estiverem em equilíbrio, a somatória das forças sobre a superfície e o fluido são nulas e deve existir uma reação a σp sobre a superfície; • Essa força de reação na superfície deve estar na direção positiva de x; • Essa força sobre a superfície age de forma a movê-la na direção do escoamento e é chamada de força de arrasto viscosa; • A força de arrasto está sempre na direção do movimento relativo do fluido sobre o objeto (módulo igual mas direção oposta à da força viscosa); • Dois tipos de arrasto : atrito (forças viscosas de cisalhamento) e pressão (gradientes de pressão na superfície do objeto); • Determinação da força de arrasto será determinada analisando-se a força de oposição ao movimento do fluido; • A força de arrasto é a reação a essa força sobre o fluido; 6.4 Resistência sobre o Movimento : Arrasto sobre Superfícies; • A redução da força de arrasto diminui a potência total necessária (aviões, automóveis, caminhões, etc) : Potência = arrasto total x velocidade; • O arrasto gerado pelo vento soprando sobre prédios altos, chaminés, torres de televisão, devem ser conhecidos de forma a calcular-se a estrutura necessária; 6.4 Resistência sobre o Movimento : Arrasto sobre Superfícies; • A força viscosa total sobre o fluido devido a viscosidade, da borda de ataque da superfície (x=0) ao ponto x = xl, é: δ( x) DF ( x) = b.ρ .U 2 . ∫ 0 u u 1 − .dy U U • Onde b : largura do volume de controle normal ao plano x,y. • O coeficiente adimensional médio de arrasto de atrito para uma placa plana de comprimento L e largura b é: Cf = DF ( L) U2 ρ. .A 2 6.4 Resistência sobre o Movimento : Arrasto sobre Superfícies; • As equações da tabela 6.1 aplicam-se a escoamentos laminar e turbulento sobre uma placa plana (tabela ao lado); • Na realidade a maior parte das superfícies apresentam uma certa rugosidade; 6.4 Resistência sobre o Movimento : Arrasto sobre Superfícies; • Rugosidade é definida pela altura média estatística, hr dos elementos rugosos; • Figura 6.8 apresenta o traçado da variação de Cf x Re para placas lisas e com rugosidade relativa (L/hr); 6.5 A influência dos Gradientes de Pressão; • Quando dP/dx for diferente de zero, uma força de pressão vai existir que não vai somente contribuir para a resistência total sofrida pelo fluido mas que também pode resultar num fenômeno chamado separação do escoamento (descolamento da camada limite); • O módulo do gradiente de pressão dP/dx é dependente da forma da superfície, que por seu lado influencia a variação da velocidade fora da camada limite na direção do escoamento, dU/dx; • Bocal : a velocidade U está crescendo na direção do escoamento (dU/dx>0). Pela equação 6.4 isto significa que o gradiente de pressão dP/dx<0 (gradiente de pressão favorável). Força de pressão resultante na direção do escoamento; • Difusor : a velocidade U está diminuindo na direção do escoamento (dU/dx<0), portanto dP/dx>0, a resultante de pressão age de forma a retardar o escoamento (gradiente de pressão adverso); • A existência de um gradiente de pressão adverso significa que a qtde de movto do fluido está decrescendo e o fluido próximo a superfície pode ser levado ao repouso numa distância qualquer a partir da parede, u=0 para y>0 (separação do escoamento); 6.5 A influência dos Gradientes de Pressão; • • • • No ponto de descolamento δu/δy=0; Antes da separação δu/δy>0 e abaixo δu/δy<0 (escoamento reverso); Só ocorre escoamento reverso devido a existência de dP/dx>0; Numa placa plana não há separação do escoamento (dP/dx=0); 6.5 A influência dos Gradientes de Pressão; • Escoamento incompressível de um fluido num canal convergente – divergente; • Parte convergente : age para aumentar a U na região afastada da parede (núcleo inviscido) e dU/dx>0 – dP/dx<0 - gradiente favorável; • Na garganta : U=cte e P=cte; • Parte divergente : dU/dx<0 e dP/dx>0 – gradiente adverso; • Escoamento reverso; • Separação do escoamento num canal divergente representa uma perda de energia do fluido; 6.5 A influência dos Gradientes de Pressão; • • • • • • • Cilindro circular infinitamente longo na direção normal ao escoamento bidimensional; Ponto no qual ocorre a separação depende do escoamento ser laminar ou turbulento; No laminar θ = 83o; No turbulento θ = 120o; Numa posição qualquer y/δ, a velocidade na camada limite turbulenta será maior que na laminar. Portanto para um mesmo gradiente de pressão a camada limite laminar se separa antes da turbulenta (fig. 6.12); Conseqüência da separação do escoamento é a formação de uma região de escoamento com recirculação de baixa energia chamada esteira. A esteira é mais estreita na turbulenta; A esfera tem um resultado similar; 6.5 A influência dos Gradientes de Pressão; 6.5 A influência dos Gradientes de Pressão; • • • • • • • Arrasto de Pressão : se a pressão na superfície de um objeto não for constante (uniforme), uma força líquida será exercida dobre o objeto; Produto da pressão pela área projetada do objeto; Se P=cte a força é nula; A componente desta força liquida na direção x é chamada arrasto de pressão e na direção y é chamada força de sustentação; O arrasto total (DT) = arrasto de pressão (DP) + arrasto viscoso/atrito (DF); Os valores relativos destas contribuições dependem da forma do objeto; O arrasto total de um objeto é expresso de forma adimensional pelo coeficiente de arrasto total (CD): DT CD = U2 ρ. .A 2 6.5 A influência dos Gradientes de Pressão; • • • • • onde : U = velocidade de aproximação a montante do objeto; A = área calculada como sendo a frontal, plataforma, superfície molhada (diferentes autores usam diferentes métodos) – vide página 196 do livro texto; O arrasto de pressão é menos acessível a estimativas que o de atrito. Para determinar o arrasto de pressão deve-se determinar por meio de um experimento o arrasto total e calcular o arrasto de atrito. O arrasto de pressão é o arrasto total menos o arrasto de atrito; Coeficientes de arrasto total para diversos objetos bi e tridimensionais são apresentados nas tabelas 6.3 e 6.4 do livro; 6.5 A influência dos Gradientes de Pressão; 6.5 A influência dos Gradientes de Pressão; 6.5 A influência dos Gradientes de Pressão; • O arrasto de pressão pode ser reduzido em relação ao de atrito, aproximando a forma do objeto as linhas de corrente do escoamento; • Isto é, aumentando o comprimento do objeto na direção do escoamento (L); • aumentando-se L/d, o tamanho da esteira e portanto o arrasto de pressão é reduzido; • Para valores de L/d>7-8 ao menos 90 do arrasto total é devido ao atrito;